Aliança Improvável

Anteriormente, em Namorado:

Potter riu. "Era o que eu imaginava. Mas o que a namorada de James faria?" incentivou.

"Não sei. Ela... eu provavelmente agiria naturalmente, como se nós fizéssemos isso o tempo todo," eu olhei para Potter. "É uma boa resposta?" perguntei.

"É," ele respondeu. "Mas eu meio que esperava que você dissesse que me daria um bom amasso."

Foi ali que eu dei-lhe uma cotovelada na barriga e procurei por uns vermes-cegos.

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Capítulo Quatro

Aliança Improvável

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"Uma noite destas, jantei num restaurante familiar muito simpático. Em todas as mesas havia discussões." ~ George Carlin

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James. James. James. James. James. James. James.

Eu fiquei repetindo o nome várias vezes em minha cabeça. Não importa quantas vezes eu dissesse, eu não conseguia me impedir de querer usar Potter ao invés de James. Era puro instinto acompanhado de anos de experiência. Além disso, garotos que te dão um sapo pegajoso e saltitante de dias dos Namorados quando você tem onze anos porque ele achou que combinava com seus olhos deveriam sempre serem conhecidos pelos seus sobrenomes.

Contudo, namoradas típicas não seguiam a minha ideologia. Elas chamavam seus namorados pelo primeiro nome. Elas não querem fazer uma careta de dor com a idéia de passar um tempo com o seu rapaz, especialmente quando isto inclui toques. Que inferno, a maioria das garotas até mesmo gostam de seus namorados.

Talvez eu não fosse uma namorada material, mas tenho que admitir que eu não tinha uma vasta experiência no assunto. Eu namorei três garotos em toda a minha vida, e nenhum deles foi por um longo tempo. Tyler Sheperd e eu éramos amantes da pré-escola. Até que um dia um garoto da nossa sala lhe deu uma figurinha de ação, e então ele não quis mais segurar a minha mão melada de manteiga de amendoim. Eu superei minha mágoa com o tempo, enquanto eu tentava me curar das feridas do primeiro amor. Eventualmente, eu consegui seguir em frente com David Prince, na terceira série. Ele até que poderia ser capaz de correr mais rápido do que qualquer outro aluno em minha turma, mas ele nem sequer falou mais comigo depois que concordamos em ficarmos juntos. Isso foi doloroso para o meu coração já ferido, e eu decidi que ele era muito "eca" para mim. Dali em diante, eu jurei não namorar.

Mas então, é claro, eu recebi minha carta e aprendi que todas as coisas estranhas que podia fazer – como fazer sofás flutuarem e enviar um lápis em direção ao rosto de Petúnia – eram, na verdade, magia, perdi meu relacionamento com minha irmã indefinidamente e mudei de endereço. No começo, eu estava apenas concentrada em meus estudos. Eu estava teimando em provar a Tuney que era uma boa bruxa. Contudo, meus hormônios começaram a aflorar, e eu decidi dar aos garotos e a seus germes nojentos uma nova chance. Além disso, eu estaria namorando com um bruxo. Eu me convenci ingenuamente de que as coisas seriam diferentes naquela vez.

Xavier Finn era um sofisticado rapaz do sexto ano da Corvinal, e eu era uma mísera quartanista naquele tempo. Ele era um monitor com cabelos loiros ondulados e covinhas adoráveis. Eu me ansiei por ela durante quase três meses em segredo, antes de finalmente ter a chance de falar com ele. Ele me perguntou se eu poderia tirar a minha mochila da cadeira para que ele pudesse se sentar em minha pesa, porque o resto da biblioteca estava cheio, e eu assenti. Eu pensei que esta era a pergunta mais simples e romântica do mundo. Merlin, como eu era idiota.

Poucas semanas depois, nós tínhamos criado uma espécie de rotina. Ele se sentaria do meu lado, e eu fingiria terminar trabalhos que eu já tinha concluído para poder dar algumas espiadas nele. Até que finalmente, ele me convidou para ir para Hogsmeade com ele. Eu fiquei tão encantada quando ele me chamou que tagarelei um "sim" antes que ele terminasse a pergunta. Então, sentindo-se confiante som sua proeza óbvia, seus lábios se encontraram com os meus, e eu tive a estranha experiência do primeiro beijo. Eu não sabia o que fazer com minhas mãos, não conseguia me lembrar do que havia comido no jantar e se aquilo me deixaria com mau-hálito, e me soltei dele o mais rápido que pude quando senti sua língua na base dos meus lábios. Para tornarem as coisas piores, eu estava tão petrificada que eu nem sequer fechei meus olhos durante toda a operação – dois segundos de pura agonia. Eu apenas olhava para ele enquanto ele sugava a minha boca com um olhar constipado em seu rosto até que ele se afastou de mim. Não é preciso dizer que não sobrevivemos como um casal. Cerca de uma semana depois de nosso passeio a Hogsmeade, ele estava na Ala Hospitalar depois de um suposto vaso de plantas arruinar sua bela aparência. Ele sempre encolhia quando via os Marotos e sempre mudava de direção se ele entrasse em um raio de cinco metros próximo de Potter.

Droga!

James. Não deveria ser difícil de lembrar. Além do mais, quando ele me beijou, eu não tive nenhum problema em fechar os meus olhos.

Não! Eu não deveria pensar sobre isso. Aqueles pensamentos eram maus, péssimos, errados e nojentos. Lily, má! Pare de pensar em Potter!

James. James. James. James. James. James. James.

E esse foi o começo do dia dois.

Eu ainda estava repetindo meu mantra quando vesti meu shorts jeans e uma camiseta depois do banho. Eu me certifiquei de estar totalmente apresentável antes de descer para a cozinha. Eu não queria repetir o fiasco de ontem.

"Bom dia, Lily," minha mãe cumprimentou-me alegremente.

Eu olhei em volta da cozinha. Nada de Potter. Merda, nada de James. Ugh! Quem sem importa com nomes? Pelo menos ele não estava aqui!

"Oi, mãe!" eu a cumprimentei entusiasticamente.

"Ah, ela está acorda, finalmente," eu ouvi uma voz muito familiar dizer.

Eu fiz uma careta leve enquanto me virava para ver meu falso namorado com sua camiseta branca e sua calça de pijama de algodão com um cordão que pendia muito abaixo dos seus quadris para mim ter pensamentos de luxúria indevidos. Ele brandiu uma garrafa de suco de laranja como um troféu.

"Eu encontrei mais suco na garagem, Sra. Evans," disse ele a minha mãe docemente. "Você não iria querer que Lily ficasse sem seus nutrientes," ele acrescentou, andando em minha direção para me cumprimentar. Ele passou seus braços em mim antes que pudesse protestar e me envolveu em um abraço rápido. Quando ele se afastou, sua boca passou um tempo demasiadamente longo na base de meu pescoço. Ele sorriu e me beijou rapidamente nos lábios.

Eu fiz uma nota mental de comprar mais creme dental de menta para mim.

"Dia, dorminhoca," ele me cumprimentou com um sorriso.

"Oi, Po-James," eu me corrigi rapidamente.

Minha mãe riu de meu erro. "O que foi isso, Lily, algum tipo de apelido carinhoso?"

Eu sorri com todos os dentes. Isso seria interessante. "É," respondi entusiasticamente. "James e eu damos todos os tipos de apelidos um para o outro, certo, pão de mel?"

"É claro, lábios de mel," ele respondeu perverso.

"Bebê," revidei.

"Abóbora," ele replicou rapidamente.

"Delícia," respondi.

"Rostinho doce," ele me desafiou com um sorriso.

"Jamesiekins," atirei de volta.

"Amor," foi sua resposta, e passou seus braços em volta de minha cintura.

Às vezes, quando eu brigava ou argumentava com James Potter, era realmente divertido. Eu adorava uma disputa de inteligência. Era sempre interessante, e eu nunca me cansava disso. Além disso, Potter, não, James, era um bom combatente. Ele poderia vir com alguma réplica, e quando lhe faltava perspicácia, ele criava um contato físico inapropriado, como sua mão rastejando pela parte interior das minhas costas poderiam confirmar agora. Eu forcei um sorriso a ele e belisquei seu braço. Ele deu um leve salto, e eu tive que segurar o riso. Agradecidamente, mamãe estava verificando o conteúdo do freezer, e não notou nada além da nossa fingida batalha de flertes. Ela suspirou alto quando tirou seu rosto do freezer.

"Parece que vou ter que ir a mercearia novamente," ela comentou sem entusiasmo. "Eu sinto que sempre estou lá. Acho que deveria alugar um quarto. Eu me pergunto se eles me colocariam na seção de produção."

Eu suspirei alto. "Sinto muito, mãe. Acho que você precisa trabalhar no seu caminho até a seção de frutas e vegetais. Talvez você deva começar pelo corredor de produtos de papel."

"Lá se vai meus planos de vida. Acho que terei que apenas continuar casada e criando filhas," ela bufou dramaticamente.

"Oh, que terrível," respondi de volta sem emoção.

"James, você iria pensar que eu sou uma mãe terrível se eu decidisse ser preguiçosa hoje e não cozinhar? Eu estava pensando em pedir uma pizza."

P-p-p-James riu e sorriu afetuosamente para ela. "Confie em mim, Sra. Evans, comer em sua casa é que nem ser mimado. Eu não sou tão bem alimentado assim a um bom tempo. Nenhum dos meus pais é muito doméstico e eu duvido que os elfos de Hogwarts poderiam preparar um bife como o seu. Você merece uma noite de folga."

Eu rolei meus olhos. Porque ele não começava a beijar os pés de minha mãe de uma vez? Ah, talvez porque seus lábios ainda estivessem presos em sua...

"Lily?"

Eu pisquei. "Hum, sim, mãe, é claro. Seria ótimo," respondi a ela vagamente.

"Ótimo. Assim você e James terão algo para fazer amanhã quando seu pai e eu formos visitar a irmã dele."

Assenti e fingi que sabia do que ela estava falando. Eu tinha a arte de fazer parecer com que estivesse prestando atenção perfeitamente, quando eu realmente estava viajando. O Professor Slughorn nunca sabia a diferença. Infelizmente, esta arte sutil também me levou a muitos convites para as reuniões para o famoso Clube do Slugue. Em contraste, Potte-James não parecia prestar atenção nela também. Ele estava muito ocupado olhando para mim. Seu sorriso me contou que ele sabia que eu não estava realmente prestando atenção. Estúpido namorado falso que me conhecia tão bem.

"Então acho que só vamos ficar em casa hoje," minha mãe continuou.

Eu olhei para ela e finalmente prestei atenção. Eu podia ficar em casa? Merlin, você me ama! Ah, eu já posso até ver. Eu finalmente poderia sentar em minha cama o dia inteiro sem ninguém me aborrecendo ou dizendo que eu estava preguiçosa ou tentando conseguir alguma coisa de mim. Eu poderia terminar aquele livro interessante de Feitiços que tinha começado a ler semana passada e talvez até fazer uma lista do que eu preciso para o próximo ano escolar. Seria apenas eu, meu quarto, e Callie. Ah, eu preciso limpar sua gaiola...

"Eu vou dizer para Petúnia trazer Vernon aqui hoje. Eu não quero você e James sozinhos em casa sem fazer nada o dia inteiro."

Mas que droga. É claro que minha mãe decidiria não me deixar ter meu dia de vegetação porque ela tinha medo de me deixar em casa com o meu namorado de que nós fizéssemos sexo. Não vai acontecer nada, mãe! Eu não vou deixar nada de Potter perto de nada de mim. As calças de Potter continuarão fechadas. Merda! As calças de James. Merlin, Lily, pare de pensar nas calças dele!

Eu desviei meu olhar rapidamente com meu rosto queimando. Potte-James sorriu para mim e balançou-se para trás com seus calcanhares, sentindo-se importante. Idiota.

Eu tentei recompor o meu rosto. É claro que eu estava completamente desapontada, mas eu não queria que minha mão soubesse disso. Ela pode pensar isso pela falta de tempo a sós com meu namorado – de uma maneira sexual. Vômitos.

"Está bem," concordei com um suspiro. Eu poderia muito bem ter simplesmente acenado uma bandeira branca no ar, porque, Merlin, isso foi uma derrota.

Minha mãe me olhou com um olhar perplexo.

"O quê?" perguntei constrangida.

"Nada, não," ela respondeu com um suspiro. "É que geralmente você faz birra quando eu falo sobre você passar um tempo com sua irmã por mais de cinco minutos."

Mas é claro! No meu surto sobre a interação gonadal entre mim e o estraga-prazeres ao meu lado, eu me esqueci completamente de que desprezo a minha irmã. Toda essa mentira estava começando a custar caro em minha cabeça. Como eu queria poder estar descansando com Hestia em minha cama agora...

"É," ouvi-me dizer não convincente. "É ótimo sair com Petúnia e Vernon. Eu adoro." Mexi minhas mãos inquietas depois de acrescentar a última parte. O tom de minha voz era tão entediado que ninguém sequer precisaria cogitar a idéia de usar Veritaserum em mim.

Já mamãe estava tão feliz em ouvir que Petúnia e eu estávamos prontas para cantar o Kum-bay-yah¹ juntas e prendermos nossos cabelos em uma trança até o amanhecer enquanto nós discutimos sobre o suposto sexo que poderemos, ou definitivamente não, fazer com nosso nível variado de significância em nossos outros que ela não pareceu suspeitar de minha performance sem talento. Com poucas palavras e um adeus apressado, ela correu para fora da porta para alguma missão que eu nem sequer conseguia me lembrar qual era.

Potter, não, James virou-se para mim quando tínhamos certeza que ela tinha saído e começou a rir em silêncio. Ele se inclinou em uma cadeira, e eu tive a bela visão do peito que eu tinha visto ontem pela gola de sua camisa azul. Mentalmente, tentei imaginar a sua pele mais abaixo, e engoli seco. Eu sacudi minha cabeça e voltei minha atenção para seu rosto sempre sorridente.

"Eu não sei se devo chorar ou aplaudir. Essa foi ou a pior tentativa de atuação ou o sarcasmo mais sincero que eu já vi. Conte-me, Lily, quão profundo é o seu santo relacionamento com Petty e Vermin?"

Em um esforço completamente consciente de colocar mais espaço entre nós, agora que não havia ninguém para enganar, me afundei na cadeira e deixei minha cabeça cair sobre a mesa. Eu resmunguei e olhei para trás para ver sua expressão divertida. "Quanto você quer que eu lhe pague para esquecer essa declaração?" perguntei desesperadamente.

Ele me zombou com um sorriso torto que poderia ou não ser muito atraente. "Você não tem galeões suficientes."

"Argh," reclamei alto.

Pot-t-t-James riu baixinho para si mesmo. "Certo, vamos fazer um trato. Eu vou me manter afastado por algumas horas para você fazer o que quiser, e depois eu volto para servir de amortecedor entre você e o casal dos infernos."

Eu dei um largo sorriso. Era a primeira vez que eu verdadeiramente apreciava o comportamento de alguém há dias. O que era mais surpreendente, porém, era que a pessoa que estava me fazendo sorrir era o mesmo rapaz que uma vez roubou um par de calcinhas minhas e mostrou para todos os seus amigos.

Potte – não, James estava surpreso com minha reação. Risque isso, foi um eufemismo. Ele estava completamente perplexo. Eu juro por Merlin que sua mão voou para seus cabelos apenas para ter certeza que ele ainda estava ali. "Estou enganado ou eu realmente fiz uma coisa certa?" ele me perguntou.

Eu revirei os olhos. "Para tudo há uma primeira vez, Po-James," repliquei.

"Vá se esconder em seu quarto e brincar com seu boneco James Potter vodu. Até depois, amor."

Depois de lembrá-lo que, sob nenhuma circunstância, ele estava permitido a me chamar de "amor" a não ser que ele gostasse de castração, que, no caso dele, não seria tão doloroso considerando que não havia muito que fazer, eu fiz exatamente o que ele me disse para fazer. Contudo, eu não tinha um boneco vodu dele. Talvez eu possa pedir a Hestia me preparar um para o Natal.

De qualquer maneira, depois de ouvir meu novo disco² trouxa enquanto ordenava as roupas em meu armário e percebendo que eu tinha muitos sapatos para caberem confortavelmente em seu espaço dividido, eu desmaiei em minha cama. Foi glorioso.

A parte de acordar era sempre a menos divertida. Se dormir fosse fazer sexo, acordar seria você estar grávida de nove meses com os sentimentos incontroláveis e tendo que fazer xixi a cada cinco minutos. Merlin, eu odiava ser mulher.

"Lily, levante, sua irmã está aqui."

"Não," lamentei, contorcendo meu corpo para evitar o barulho.

"Lily, por favor, amor, você precisa levantar. O namorado de sua irmã vai tentar me comer," a voz continuou com uma risada leve no final. Eu conhecia aquela voz. Potter. Droga, eu estava muito cansada para me lembrar de ser sua namorada.

"Vá embora," disse a ele.

"Vamos, amor," ele choramingou, esfregando seu dedão em meu rosto de leve.

"E por que é que você está aqui?" gemi irritada.

"Estou fingindo ser seu namorado," ele sussurrou para mim de maneira óbvia.

"Não," resmunguei enquanto me virava para evitá-lo e empurrando sua mão para longe de mim. "Por que você não vai para a sua casa ou para uma dos seus malditos Marotos?"

Suas mãos pararam de me importunar, e ele ficou quieto por um instante como se ele estivesse pensando em algo muito importante.

"Lily," disse ele, forçando um pouco uma risada. "Se você não levantar agora, eu vou olhar as suas coisas, e você não será capaz de me impedir de ver qualquer coisa pessoal e potencialmente constrangedora," ameaçou.

Abri meus olhos e pulei da cama. Agora eu me sentia completamente energizada. P-James estava encostado na minha cama com uma diversão estampada no rosto. Eu estreitei meus olhos.

"É uma pena você levantar tão rápido. Eu tinha esperanças de que você guardasse algum diário em algum lugar," disse Pot-t-t-James, de volta ao seu estado normal e com seus olhos percorrendo meu quarto.

Graças a Merlin eu o tinha arrumado e guardado minha roupa. Eu não sei o que faria se James Potter visse meu sutiã mais uma vez.

"Querido diário," ele continuou com uma voz feminina muito aguda. "Hoje eu recebi vinte Ótimos em todos os trabalhos, e Potter me convidou para sair cinco vezes mais que isso. Eu disse não, é claro. Mas é apenas para provar a todos que não gosto dele quando na verdade eu estou completamente apaixonada por ele e por seu belo físico."

"Essa era para seu eu?" perguntei com a voz horrorizada enquanto me sentava em minha cama.

"Soa familiar?" ele me perguntou com um sorriso torto. Ele se sentou do meu lado, e eu me afastei para evitá-lo.

Cruzei meus braços firmemente e revirei os olhos. "Nos seus sonhos doentes e pervertidos, Potter."

"Oh," ele me assegurou, brincando com o travesseiro em minha cama. "Nós geralmente não ficamos lendo meu subconsciente," finalizou com um sorriso perverso. Merlin, ele deu aquele sorriso estremece-joelhos. Ou ele tem um problema com sorrir, um tique nervoso, ou ele tinha uma mente doente. Diabos, era provavelmente uma mistura dos três. Ah, pare de sorrir para mim Potter, er James!"

Eu estava muito aborrecida para sequer dar uma resposta digna para isso. "Minha irmã está aqui?" perguntei, tirando meu travesseiro de sua mão e colocando-o de volta em seu lugar na cama.

"Sim, ela e Vermin estão aqui. Vamos enfrentar nosso inevitável destino?" me perguntou oferecendo a mão.

O que a namorada de James Potter faria? Suspirei e segurei sua mão. "Bem, eu não posso ficar o dia todo na cama com você," respondi. Eu imediatamente percebi o que as minhas palavras insinuavam, e meu rosto ficou vermelho brilhante. Mandou bem, Lily.

"Droga," eu o ouvi dizer baixinho enquanto olhava para mim melancolicamente.

Eu resisti ao impulso de me contorcer sob seu olhar. Fui um momento rápido, mas eu senti que era mais longo. Mesmo assim, ele se recompôs e me acompanhou para fora de meu quarto. Quando chegamos na cozinha, Petúnia e Vernon já estavam lá.

"Vamos nos divertir um pouco," P-p-p-James sussurrou em meu ouvido.

Argh. Eu conhecia esse olhar. A última vez que eu vi seus olhos tão cheios de malícia, o Salão Principal inteiro foi coberto por uma gosma verde não-removível. Aparentemente, era para simbolizar alguma coisa negativa sobre os Sonserinos após eles vencerem a Grifinória em uma partida de Quadribol. Graças a Merlin nós os vencemos na final. Eu nem consigo imaginar o que os Marotos fariam se eles vencessem.

Obviamente, a expressão de Potter não me fez querer sair pulando e cantando por aí. Suspirei cansada e considerei vagamente se carma teria algo a ver com isso.

"Está bem," cochichei no ouvido de Potter, merda, James. "Nós só não podemos machucá-lo."

Seu sorriso se alargou. "Sério, Lily?" ele sussurrou em meu ouvido e percorreu minha mão com seu dedão. "O que você acha que eu sou, um amador? Eu sou muito mais criativo do que isso," disse antes de piscar timidamente para mim. Ele me beijou rapidamente porque havia pessoas em volta, e ele sabia que eu não poderia fazer nada a respeito disso.

Babaca.

Eu me senti estranha por estar concordando em fazer algo com Potter com prazer. Ainda assim, nós estávamos nos unindo por uma única causa: aborrecer minha irmã. Não poderia haver nada de errado nisso, não é?

"Então, Vinod," começou Po-James em voz alta.

"Vernon", Vernon o corrigiu com um grunhido. Ele parecia perfeitamente ordinário hoje. Seu cabelo estava repartido com perfeição, e seu rosto estava corado em desaprovação.

"Ah, erro meu," Pott-James se desculpou com um tom descuidado. Sua suavidade me fez lembrar de quando ele propositalmente azarou alguém e tentou flertar com a Professora McGonagall para escapar de sua detenção. "Deve ter fugido de minha mente. Isso é estranho, não é, amor? Porque você está falando sempre tem bem de Vernon. Você tem até um apelido para ele, não é, Lily?"

Eu silenciosamente amaldiçoei o que quer que Deus tenha criado rapazes de dezessete anos. Eu cutuquei Potter em seu intestino e tentei fazê-lo calar a boca. Olhando para Petúnia, que parecia prestes a engolir sua língua, notei que ela estava tentando fazer a mesma coisa. Eu sei, Tuney, Potter arruinou minha vida também. Só acontece que minha devastação ocorria diariamente. Ah, que inferno. Por que eu não conseguia me lembrar de chamá-lo de James? O que a namorada de James faria? O que a namorada de James faria?

Eu sorri de leve. "É, às vezes eu chamo você de..." parei. Vamos, Lily, pense! "Furadeira³," inventei milagrosamente. "Por que você trabalha com brocas."

Po-po-James me olhou incrédulo. E então, eu me toquei. Merlin. Isso não foi nada bom. Me diga que eu não o chamei daquilo. Isso era perturbador em todos os níveis. Porque eu não simplesmente o chamei de Trepadeira ou Sennhor-Transa-Muito?

Po-James limpou sua garganta, e eu pude ouvir a risada que ele mal conseguia segurar. "Então, V-Man, há quanto tempo você tem um bigode?"

O rosto de Vernon ficou no tom mais estranho de marrom-arroxeado, e Petúnia mirou como se estivesse contemplando um duplo homicídio. Se ela não fosse Petúnia, eu poderia me sentir mal por ela.

Vernon, cujo primeiro nome eu aparentemente lembrava de usar, grunhiu de volta alguma resposta em um tom muito digno e importante. Merlin, era apenas uns pelinhos faciais. Você teria achado que ele encontrou a panacéia acima de seus lábios.

"Eu pensei em deixar crescer um," Po-James respondeu. Eu olhei para ele e revirei os olhos. Duvidava até que ele tinha testosterona o suficiente para isso. "Mas bruxos tendem mais a barbas. Acho que bigodes é mais coisa de trouxas."

"Trouxas?" ecoou Vernon, ofendido.

"Ah, claro. Esqueci que você não é familiarizado com a terminologia. Trouxa significa que você não é mágico," Potte-James o informou.

"Não, eu não estou mesmo," Vernon o assegurou desafiadoramente.

"Ah, tudo bem colega, tenho certeza que brocas também são divertidas," Potte-James respondeu. Seu tom soou educadamente indiferente, mas eu poderia dizer o quanto ele estava se divertindo com isso pela maneira que seus olhos brilhavam por trás de seus óculos.

"Vernon dá muito de si," Petúnia anunciou em voz alta. "Ele recentemente foi promovido a Assistente de Gerente. Em alguns anos ele provavelmente terá seu próprio escritório."

Merlin, tudo era uma competição para minha irmã. Ela precisava ter as melhores roupas, o melhor cabelo e os amigos mais populares. Que inferno, agora ela estava tentando ter o melhor namorado. Quero dizer, Potte-James poderia ser irritante, mas ele pelo menos era melhor que Vermin.

"Que ótimo, Tuney," comentei devidamente. Eu sorri largamente para Po-James, e ele passou seus braços em volta de mim e deu um beijo em minha têmpora. Lutei contra o impulso de fazer caretas. O que a namorada de James Potter faria? Aaah! "Você sabia que uma vez James transfigurou um rapaz em uma folha de chá? Foi muito impressionante. Eu aposto que ele faria uma demonstração a vocês. Qual era mesmo o encantamento?" eu perguntei enquanto me virava para Po-James. "Ah, sim," continuei sem esperar por sua resposta. "Bibidi-bopidi-boo."

Potter me olhou como se eu fosse louca. Eu sorri para que ele continuasse com a história. Petúnia não sabia nada sobre magia, então era melhor brincar com os contos de fadas de nossa infância. Assim, ela ficara ainda mais apavorada do que se eu dissesse um legítimo encantamento.

"Lily," Petúnia ameaçou lentamente.

"Ah, me desculpe, Tuney. Eu esqueci. Você não gosta muito de magia, não é?"

Ok, eu estava sendo baixa em me rebaixar em seu nível. Era errado. Mas, caramba, era tão bom.

Petúnia sorriu daquele jeito assustador dela. Foi uma careta de revirar o estômago no qual ela parecia que ela estava tentando matar você com várias adagas minúsculas e pontiagudas enquanto ela exibia seus brilhantes dentes brancos para mim. Ela agarrou meu braço e enfiou seus dedos em minha pele.

"Ai!" gritei quando ela furou minha pele.

"Nos dêem licença por um segundo," Petúnia disse com uma voz quase-calma que me lembrava cada filme de terror que eu já havia visto.

Eu tentei fazer com que ela me soltasse, mas sua ridícula força superior me escoltou grosseiramente até o banheiro até que ela fechasse a porta atrás de nós.

"O que você pensa que esta fazendo?" exigiu.

"Hum, não tenho certeza," disse honestamente e com um pouco de loquacidade, também. "Você precisa fazer xixi, ou algo assim? Porque nesse caso, eu gostaria de estar em outro lugar."

"Você sabe do que se trata, então não se faça de burra comigo, Lily," disse Petúnia, suas perfeitas unhas de manicure em meu rosto. "Você sabe que eu odeio quando você fala sobre essas coisas anormais. Porque você tem que se exibir na frente do meu namorado, também? Você vai espantá-lo. Ele vai ser alguém na vida. Ele vai cuidar de mim, ao contrário do seu showzinho de horrores. Porque você não pode simplesmente estar feliz por mim ao invés de tentar fazê-lo fugir? Você não consegue ver que eu prefiro ficar com ele do que me associar a aberrações como você?"

Eu mantive meus olhos úmidos. "Você está ouvindo o que está dizendo, Tuney? Como você pode dizer uma coisa dessas para mim? Eu sou sua irmã!"

Ela fungou em minha direção. "É, família a gente não escolhe."

Eu bati minhas mãos contra a pia do banheiro. "Aparentemente," retorqui.

"Não me faça parecer como a vilã, Lily. Você sempre teve inveja de mim. É por isso que você trouxe seu namorado para cá. Você só quer usar o James para se exibir para Vernon. Pois bem, não vai funcionar."

"É, porque Vermin é um perfeito cavalheiro. Pelo menos James se importa comigo o suficiente para tolerar a minha família."

"Eu sabia que você o chama disso pelas minhas costas!" Petúnia acusou.

"Melhor do que chamar alguém de aberração em sua cara," falei a ela com raiva.

"Bem, é a verdade," disse firme.

"Quer saber, Petúnia?" respondi em voz alta. "Se a minha existência te aborrece tanto, porque você não se casa logo com Vernon Dursley. Assim você pode esquecer que sequer é minha parenta!"

Eu abri a porta, saí do banheiro e a bati com força. Então, eu me invadi de volta na cozinha, abri o freezer, apanhei a primeira coisa engordante que encontrei, puxei Potter pelo colarinho e fui para fora de casa, deixando Vernon e Petúnia me encarando.

"Merlin, eu não suporto ela!" exasperei, andando de um canto para o outro na varanda. "Ela me deixa tão irritada. Porque ela é tão obcecada com o que os outros pensam? Sabe, se uma revista de moda disse que magia está em alta, ela virá se rastejando até mim em um piscar de olhos. Não que eu precise dela. Eu não gosto dela. Ela não me quer, então eu não a quero também. Eu não preciso dela. Ela nunca foi uma boa irmã mais velha. Eu sempre tive que ser a responsável. Ela nunca quis nada comigo. Merlin, ela é impossível!"

"Calma, Lily," pediu Potter, ah, merda, James.

"E eu vou te dizer mais uma coisa. Eu não vou pedir desculpas a ela. Eu não fiz nada de errado."

"É claro que não," ele me assegurou calmamente, segurando meus ombros para me fazer sentar no banco ao seu lado.

"Eu não consigo acreditar que sou parente dela. Eu sou muito mais equilibrada e tolerante do que ela."

Potte-James riu baixinho para si.

"O quê?" perguntei.

"Nada," respondeu levemente. Ele sorriu para mim enquanto colocava a mecha de cabelo que tinha caído na frente de meu rosto durante meu acesso de raiva atrás de minha orelha. "Você sabe, as garotas são tão complicadas, especialmente as mulheres Evans. Quando os rapazes querem competir entre si, eles apenas comparam o tamanho das varinhas."

Eu ri alto enquanto começava a me acalmar contra minha vontade. Sua mão esfregando em círculos o meu ombro nu não me ajudava a ficar com raiva.

"Eu estou falando sério," Pot-James continuou. "Quando um de meus amigos e eu discutimos, eu apenas saco meus vinte e oito centímetros de mogno." Ele piscou para mim enquanto brandia sua varinha e expelia várias faíscas vermelhas dela, sorrindo maliciosamente.

"Você é ridículo," eu disse a ele, e comecei a rir histericamente contra meu melhor julgamento.

"Você quer ouvir algo ainda mais absurdo?" ele sussurrou em meu ouvido, guardando a varinha em seu bolso.

"O quê?" voluntariei.

"Vermin nem sequer tem uma varinha," ele respondeu com prazer.

Eu comecei a rir como louca com ele até quebramos em risadas histéricas. Passando a mão para seu lado, Potter, ah, James me passou um picolé da caixa que eu havia pegado cegamente. Graciosamente, eu aceitei a sobremesa e abri a embalagem. Eu me alegrei com preciosa delícia de chocolate.

"Mmm," exprimi. "Eu não como isso desde que Petúnia e eu éramos crianças."

"Vocês duas passavam o verão juntas?" ele me perguntou enquanto apanhava seu próprio picolé.

"Ela era minha melhor amiga," contei a ele tristemente. "Nós costumávamos passar o verão inteiro juntas fazendo encenações. Ela sempre era a princesa bonita, e eu tinha que ser o sapo ou a bruxa ou a irmã malvada. Nós brigávamos o tempo todo, é claro. Mas também não era como agora. Era apenas a gente sendo normais." Eu ri sem graça quando disse a palavra. "Eu acho que não existem irmãs nenhumas no mundo que não briguem."

"Principalmente quando elas são Evans," Potter, não, James, acrescentou.

Eu ri. "É, principalmente," concordei.

"E agora vocês brigam por questões muito mais complicadas," ele disse intuitivamente. Não era uma pergunta.

"Sim," respondi a ele. "As paredes da minha casa são finas, não são?"

"São," ele admitiu timidamente. "Obrigado por defender minha honra," Potter-James me agradeceu em um tom provocativo.

Eu dei de ombros. "O que a namorada de James faria?"

"Ahá!" exclamou. "Eu sabia que funcionaria."

"É, é," resmunguei. "Você teve uma boa idéia desta vez."

"Desta vez?" ele me perguntou em um falso tom ultraje. "Eu não sei se você estava na China antes, mas eu acho que conseguiu algumas boas apunhaladas em Vermin."

"Meu Merlin," eu disse em meio a um ataque de risos. "Eu não sabia o que ia acontecer primeiro: a cabeça de Petúnia explodir ou Vermin arrancar o seu bigode."

"Meu dinheiro vai no V-man," disse Po-James numa tentativa óbvia de parecer sério.

Eu ri e dei uma dentada em meu picolé. Ah, eles são realmente incríveis. Eu lambi sua lateral para impedir que o chocolate escorresse em meus dedos.

"Ahh," Potte-James gemeu, fechando os olhos. Parecia que ele estava com dor.

"Algum problema?"

"Você poderia parar com o picolé um pouco, Lily? Você está deixando as coisas tensas para mim."

"Hum," disse simples. E então eu entendi o que ele quis dizer. "Oh!" exclamei com os olhos arregalados. "Nojento!" guinchei, batendo em seu braço.

"Você é a única que está lambendo aqui."

"É um picolé," teimei.

"Parece mogno para mim," respondeu ele com um sorriso irreverente.

Eu bati na minha testa em repugnância. "Você acaba de arruinar as minhas lembranças de infância," disse a ele. Eu queria parecer furiosa, mas infelizmente, parecia divertida.

"Desculpa, amor," ele desculpou-se e se inclinou para me dar um beijo no rosto. "Você acaba de arruinar todas as formas de picolés para mim para sempre. Provavelmente bananas e salsichas, também."

"Bom, você mereceu," falei.

Ele riu e me puxou para mais perto dele. Eu revirei os olhos. Idiota hormonal.

"Pizza!" eu ouvi a voz de minha mãe chamar.

Potte-James levantou de um salto, com tanto entusiasmo que me deu vontade de rir. Ele segurou minha mão para que eu me levantasse e nós entramos em casa juntos.

"Rápido," sussurrei em seu ouvido, enquanto fazíamos nosso caminho até a cozinha. "Existe alguma maneira de arruinar pizza em sua mente doentia?"

Potter, o garoto também conhecido como James, acariciou meus cabelos com seus dedos. "Me dê dez minutos," respondeu.

Após o jantar ser servido, eu ainda estava segura em comer pizza novamente. Contudo, pepperoni, lingüiça e todos os seus derivados estavam para sempre fora de meu cardápio.

O jantar tinha sido um caso e tanto essa noite. É estranho como uma família pode ignorar tantos problemas com uma pequena conversa. Meus pais conversaram sobre o novo shopping que estava abrindo na cidade, Vernon e Pot-James pareciam competir quem poderia comer mais pizza, que, surpreendentemente, James venceu, e Petúnia deu todo, todo o seu melhor para ignorar minha presença do outro lado da mesa. Porém, quando ela não lembrava de toda a gordura trans ou de limpar sua pizza meticulosamente com um guardanapo antes de cortá-la em pedados de exatos cinco centímetros quadrados, eu sabia que ela estava furiosa por dentro. E como eu nunca mentiria, este fato me deixava muito feliz.

Meu pai veio me abraçar antes de eu ir me deitar.

"Boa noite, Lils," disse ele calorosamente antes de se inclinar para me dar um beijo no topo de minha cabeça.

"Boa noite, papai," respondi com um sorriso.

Ele se mexeu inquieto antes de me soltar do abraço.

"Lils, há alguma coisa de errado entre você e Petúnia? Vocês pareciam tão irritadas no jantar."

Perspectivas de um velho pai.

"Apenas o de sempre," disse a ele, encolhendo os ombros.

"Irmãs," disse ele sacudindo a cabeça. "Eu vejo a minha poucas vezes por ano, e já é o suficiente para me deixar louco."

Eu ri. "Como foi na tia Charlotte hoje?"

Papai revirou os olhos. "Pelo menos não estávamos competindo quem tinha o melhor namorado," respondeu ele com uma risada.

"Pai!" exclamei.

Ele riu completamente. "Me desculpe, Lils. Tenho certeza de que não é isso que está acontecendo." Ele fez uma pausa para medir minha reação. "Mas mesmo assim, você poderia pegar leve com seu velho e voltar a brincar de bonecas como você fazia quando era mais nova? Eu não acho que meus nervos paternais agüentem muito mais."

Eu sorri tristemente. "Você sabe que é ainda meu favorito," disse sincera.

Ele sorriu e beijou minha testa. "Isso é bom de se ouvir, filhinha. Bons sonhos, Lils," disse ele.

"Boa noite, pai," respondi antes de me retirar para o meu quarto.

Eu deitei em minha cama até a hora de ir encontrar Po-t-t-James no nosso tradicional encontro à meia-noite.

"Certo," perguntei lentamente. "Deixe esclarecer isso mais uma vez. Você, James Potter, coleciona colheres?"

Seu rosto se tornou num vermelho que era estranhamente distorcido pela luz da lua. "Bem, você coleciona figurinhas de unicórnios!" ele replicou na defensiva.

"Como você sabe?" perguntei suspeita.

"Elas estão por todo o seu quarto," ele argumentou óbvio. "E eu não coleciono colheres. Eu as compro para a minha mãe. Ela tem um estojo decorativo com colheres de todos os lugares que ela visitou."

"Sua mãe?" perguntei. "O quê..."

"Você nunca me disse o que seus pais fazem, Lily," ele me cortou apressadamente. "Eu já passei quase três dias aqui, e eu ainda não sei muita coisa sobre eles."

"Bem," disse. "Papai é engenheiro. Basicamente, ele desenha e inventa coisas para ganhar a vida."

"Parece interessante," disse Potter.

"É," concordei. "Na maior parte do tempo ele está apenas brincando em seu escritório e surrupiando ligações para minha mãe. Eles são perdidamente apaixonados," contei, revirando os olhos.

"E sua mãe gosta de todas essas ligações?"

"No verão, eu acho que ela gosta. Ela é professora de segunda série da escola primaria local, então ela fica bem entediada sem suas criançinhas correndo por aí."

"Ah, eu gostaria de poder ter saído com mais crianças."

"Você teria o mesmo grau de maturidade," eu o relembrei.

Ele mostrou sua língua para mim e bagunçou seu cabelo. "Não, eu apenas não convivi muito com elas. Eu praticamente não falei com crianças da minha idade até eu ir a Hogwarts. Eu não tenho irmãos."

"Eu posso te garantir, eles não são tudo isso aí o que dizem,"

Ele riu. "Parece que é como se esquivar de um feitiço."

"Principalmente no caso de Petúnia," murmurei.

"Você reclama, Lily, mas eu sei que você a ama," disse ele.

"É, sim," respondi sem entusiasmo. "Agora, você não me contou nada sobre sua família. Seus pais não sentem sua falta? Eu nem consigo imaginar o que meus pais fariam se eu simplesmente pegasse minhas coisas e saísse por três dias. Eu acho que meu pai já teria chamado a marinha a essas alturas. Eles não se importam que você está aqui? E os seus amigos?"

Potte-James parou de se balançar e me encarou. Ele respirou fundo e se distraiu arrepiando seus cabelos. "Meus pais são aurores, Lily. Minha mãe conheceu meu pai em Hogwarts, e eles estão juntos desde o sexto ano. Desde que eu era pequeno, eles tinham que sair durante meses para missões secretas. As coisas estão ficando pretas, e eles foram convocados para uma missão novamente há alguns dias," ele fez uma pausa e olhou para o chão abaixo de seu balanço. Ele limpou sua garganta antes de continuar. "Eu não gosto quando eles saem. Na verdade, é muito insuportável. Eu estou sempre imaginando se eles vão voltar nas mesmas condições em que foram, ou até mesmo se vão voltar. É horrível. Eu odeio isso."

"Por que você não vai viver com seus avós por um tempo?"

Ele sorriu dolorosamente. "Meus pais são mais velhos. Os pais deles morreram quando eu era bebê."

"E na casa de seus amigos?" sugeri.

"Sirius tem estado muito ocupado com os problemas de sua família," ele disse com a voz reservada enquanto se mexia desconfortavelmente. "Peter está na França, e Remus geralmente não está em condições de ter convidados durante o verão. Eu preciso me distrair para me divertir um pouco. Então eu vim visitar a única outra pessoa que eu queria ver."

"Você veio ver a mim," compreendi.

"É, é por isso que eu estou aqui, Lily," afirmou. "Eu vim ver você."

Seus olhos castanho-esverdeados se penetraram nos meus intensamente. Havia muitas perguntas não ditas que eu queria respostas também, mas eu sabia que ele não as responderia hoje.

"É claro," ele continuou enquanto se levantava de seu assento. "Esta viagem teve o bônus inesperado de ser promovido de prego para namorado."

Eu levantei de meu balanço e gargalhei silenciosamente enquanto o seguia para dentro de casa. "O sempre otimista, James."

Ele parou em meio a um passo, e sua expressão se quebrou no mais glorioso sorriso.

"Você me lembrou de me chamar de James!" ele me parabenizou, abraçando-me fortemente e me levantando do chão.

Eu sorri em resposta. "Acho que lembrei."

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¹Pelo que pesquisei, o Kum-bay-yah é uma música espírita ou exotérica.

²Só pra relembrar que anos 70 = discos.

³Tradução de "Driller," acho que vocês podem imaginar o que essa expressão significa, não podem? E "brocas," em inglês, chamam-se "drill". Espero que tenham captado o sentido da coisa, rsrsrs.

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N/T: Alguém mais ficou com vontade de pegar James no colo quando ele falou dos pais? E a Lily defendendo o James, vocês não acham que ela andou defendendo demais ele para alguém que não quer nada com ele? Hum... Eu particularmente gostei muito deste capítulo, e vou citar aqui o que a Molly disse em sua nota no final do capítulo, "este capítulo foi muito interessante de se escrever."

Eu quero pedir um zilhão de desculpas pela demora deste capítulo. Mas acreditem, não foi por preguiçE também. Eu acabei me envolvendo com outros projetos e com isso as atualizações atrasam.

Eu iria amar que vocês me contassem o que achou! Proximo capitulo em breve.

Até mais!

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