O Lar das Serpentes



CAPÍTULO 2


O Lar das Serpentes


 


 


Quando entrei no salão comunal da Sonserina, me senti como se estivesse num submarino no fundo do Lago Negro. O ambiente era amplo, luxuoso e esverdeado, graças ao reflexo que as luminárias esféricas verdes, que estavam suspensas no teto com magia, causavam nas paredes de pedras brilhosas.


 


O ambiente tinha um formato retangular, com uma lareira de mármore enorme no centro da parede ao fundo e o brasão da Sonserina em acima da lareira. Nos dois lados da lareira havia portais com a mesma decoração em mármore da lareira, que com um segundo olhar percebi que eram serpentes esculpidas no mármore.


 


Do lado esquerdo ficava o dormitório das meninas e do direito o dos meninos. No salão comunal tinham-se três ambiente, o primeiro, localizado a frente do dormitório das meninas, era composto por sete mesas redondas com seis cadeiras, que já estavam praticamente lotadas de alunos.


 


O segundo ambiente, na frente do dormitório dos meninos, era um enorme sofá em forma de S, com acentos de ambos os lados. Dava para sentar uns 30 alunos, 15 de cada lado do S-sofá. O terceiro ambiente era duas confortáveis poltronas de frente para lareira e atrás das poltronas o espaço era vazio, como um saguão de entrada.


 


As luminárias no teto eram esféricas e de vários tamanhos, mas mantendo um padrão, uma esfera maior, rodeada de esferas menores. O barato é que perto das mesas, as esferas maiores estão mais baixas, dando mais iluminação, e na parte do sofá, as esferas maiores estão acima das menores, reduzindo a iluminação.


 


Ao meu gosto, a iluminação é mais confortável que a da minha casa, que é muito clara, mas eu ainda não contei o que achei mais interessante. O Salão comunal da Sonserina tem vista para o fundo do Lago Negro, as paredes laterais do salão comunal são repletas de janelões, que mostram o fundo do lago. Os janelões são como buracos retangulares na parede com o fundo de vidro, mas lembram escotilhas de um submarino devido as molduras que vedam o vidro nas pedras da janela. Alguns alunos sentavam nos janelões e admiravam o fundo do lago na esperança de verem alguma criatura aquática.


 


Em resumo, eu estava na casa mais requintada de Hogwarts, afinal, a descrição da Grifinória não chega nem perto da Sonserina. Eu já havia lido em Hogwarts, uma história, que a Sonserina era a casa mais luxuosa de Hogwarts, mas não acreditei na época.


 


Agora tenho a convicção que não me arrependerei de está aqui hoje, se bem que eu estou tentando não pensar no que meus pais realmente vão achar disso. Todos os alunos da Sonserina são gentis comigo e me tratam como uma princesa, mas eu confesso que temo que todo essa bondade seja puro interesse nos meus infundados talentos em Quadribol.


 


Eu não vou contar a eles que meus pais quase me matam por eu ter dado um mergulho camicaze para agarrar o pomo de ouro e não ter conseguido sair do mergulho após pegar o pomo. E que depois dos três dias em coma, eles nunca mais me permitiram subir numa vassoura, e olha que todos os meus primos jogam quadribol na Toca, menos eu.


 


O dormitório das meninas é um longo corredor com portas parecendo escotilhas do lado esquerdo. Cada porta leva a um quarto duplo e se pode escolher com quem quer dividir o quarto. Kate já havia providenciado para ficarmos juntas, e ao entrar no quarto que estava com luzes apagadas, me deparei com o mesmo janelão que havia no salão comunal.


 


O movimento da água do lago produzia uma movimentação de feixes de luzes nas paredes de pedras brilhosas, algo muito belo e relaxante. Com o feitiço lumos, Kate fez as luminárias verdes ascenderem e iluminar o ambiente. A sensação era que tínhamos um aquário em nosso quarto.


 


Havia uma beliche de um lado, um guarda roupa do outro e uma mesinha com duas cadeiras ao fundo, abaixo do janelão. Quando eu penso que na Grifinória eu dividiria quarto com mais quatro meninas e manteria minhas coisas amontoadas no meu malão, acho que fiz um ótimo negócio.


 


A minha primeira noite na Sonserina foi relaxante, com aqueles feixes de luzes do lago imitando ondas de águas nas paredes e a companhia da Kate que me contava tudo que sabia da Sonserina, sobre sua família e sobre Scorpius Malfoy.


 


- Os alunos mais influentes da Sonserina fazem parte do clube Aquarius.


 


- Deixa eu adivinhar, porque temos aquários naturais por todo lado?


 


- Não grifinória... - ela disse debochando de mim. - Nós é que somos o aquário aqui, pois somente a porta da sonserina se encontra nas masmorras do castelo, na verdade, estamos numa construção anexa ao castelo no fundo do Lago Negro. Imagina uma enorme construção de pedra submersa no lago, em forma de serpente, que de um lado ficam as janelas dos dormitórios das meninas e do outro lado ficam as janelas dos dormitórios dos meninos... Somos nós o aquário e não o lago... Mas só os sonserinos sabem disso, quer dizer, deduzem isso... Alguns falam que já mergulharam e viram com seus próprios olhos, mas outros dizem que a cidade dos sereianos é logo acima de onde estamos e que é impossível para bruxos chegarem a ver alguma coisa e sair vivos para contar a história.


 


- Poxa, a Sonserina tem muitos mistérios...


 


- Todos os anos os meninos disputam o quarto que Merlin ficou em Hogwarts, provavelmente meu primo já deve está nele.


 


- Porque o Malfoy é tão influente? Ele ainda está no terceiro ano.


 


- Porque depois da guerra, o tio Malfoy foi o único a empregar os parentes dos... Sonserinos...


 


Eu percebi que a Kate quis se referir aos Comensais da Morte, mas não teve coragem.


 


- A maioria dos alunos dessa casa tem pelo menos um parente trabalhando pros Malfoy, a menos que seja sangue ruim. - ela disse esse palavrão na maior inocência, mas eu a repreendi com o olhar porque não estava disposta a me habituar com tal palavra. - Desculpe-me, nascido trouxa.


 


- Hum... Será que um aluno pobre, nascido trouxa, tem vez nessa casa?


 


- Nascido trouxa eu não sei, mas mestiço tem, afinal... - Ela falou baixinho como se fosse um segredo, apesar de está só nós duas no quarto. - Você-sabe-quem era mestiço e órfão...


 


Nós duas rimos tanto que quase caímos da estreita parede do buraco da janela, no qual estávamos espremidas admirando o Lago Negro na esperança de vermos alguma criatura aquática. De repente, meu gato Romeo começou a arranhar a porta do quarto, querendo sair. Romeo era todo branco, sem nenhuma manchinha e com olhos cinzas. Provavelmente queria ir fazer suas necessidades em local mais apropriado, pois ele era muito esperto.


 


- Eu vou levar o meu Romeo para dar uma volta, você não tem animal de estimação?


 


- Corujas são animais mais práticos e independentes sabia?


 


- Mas não são tão companheiros quanto os gatos...


 


Romeo saiu direto para fora da Sonserina e eu me perguntei se ele não se perderia no castelo? Havia alguns alunos no salão comunal e Malfoy estava em pé, sozinho, de frente para a porta da Sonserina, como quem esperava alguém.


 


- Esperando alguém? - Eu puxei assunto tentando me aproximar do Malfoy. Até aquele momento só tínhamos conversados sobre quadribol, regras sonserinas, os planos para ganhar a taça das casas. Eu nunca percebi nos meus irmão e primos tanta dedicação com as competições de Hogwarts.


 


- O gato preto é seu?


 


- Você também tem um gato?


 


- Será que dá para senhorita responder minhas perguntas com respostas?


 


- Tudo bem Sr. Malfoy... Então comece o senhor a responder as minhas perguntas.


 


- Sim, espero alguém. Sim, tenho uma gata. E você?


 


- Você acha que o gato preto que acabou de sair daqui, o meu Romeo, pode se perder no castelo? - Após falar tudo, senti orgulho de mim mesma por ter conseguido responder a pergunta dele com uma pergunta, o irritando e esbanjava um sorriso sínico no rosto.


 


- Espera... - disse ele olhando para o seu relógio de ouro. - Não faz nem uma hora que você está com minha prima e ela já te transformou numa Sonserina?


 


Eu não respondi, apenas mantive meu sorriso sonserino, recém-adquirido, para ele, até ele responder minha pergunta...


 


- Todos nós estamos esperando nossos gatos, acredito que ele irá fazer novos amigos... Quem sabe até ele arrume uma namorada, a minha Juliet precisa de companhia sabia?...


 


- O nome de sua gata é Juliet ou você inventou agora?


 


- Você nunca vai saber – ele respondeu cinicamente.


 


- Você já leu Romeo e Juliet?


 


- Não, mas assisti a peça no Teatro dos Doze Magos...


 


- Sabia que é uma obra trouxa?


 


- Você tem preconceito com os trouxas senhorita Potter?


 


- Não, só que pelo pouco que conheço de sua família...


 


- Você não sabe nada sobre minha família, ninguém aqui sabe... - ele pareceu ficar chateado, ofendido, mas eu não conseguia acreditar muito nisso. - Quer conhecer as masmorras?


 


- Não é proibido sair da Sonserina?


 


- O chefe de nossa casa, o prof. Slughorn, está doente... Então, como não há outro professor sonserino em Hogwarts, estamos a própria sorte por aqui...


 


Ele abriu a passagem para mim e me seguiu até o fim do corredor, e me conduziu, segurando meu braço, pelo corredor a esquerda que nos levou as masmorras.


 


- Antigamente, os castigos dos alunos era ficar preso aqui nas masmorras. Ainda bem que escolhemos o tempo certo para nascer, não é?... Quer dizer, eu bem que podia ter esperado mais dois anos para nascer...


 


Eu fiquei toda envergonhada, com certeza ele se referia a ter a minha idade com segundas intenções.


 


- Depois de domingo, quando eu for reprovada no quadribol, esse seu desejo vai passar instantaneamente.


 


- Você acha mesmo que te convenci a entrar na Sonserina porque eu estou desesperado por um apanhador capaz de competir com James?


 


- Mas é claro que sim! - eu respondi em tom de desânimo e constatação.


 


Ele encheu os pulmões, me virou, abraçou e beijou tão rápido, que nem me lembro como realmente aconteceu, só sei que não queria mais sair dali, daqueles braços, daquela boca, daquele cheiro... Então ele parou de me beijar para sussurrar no meu ouvido.


 


- Eu me apaixonei por você no instante em que te vi e tudo que eu fiz, tudo que eu disse foi apenas para te convencer a estar perto de mim, foi para te colocar aqui como uma princesa desejada por todos, admirada por todos... Até que eu declarasse que você é minha garota. - ele então me olhou nos olhos e disse. - A partir de agora você será a garota mais popular da Sonserina, não por causa do seu sobrenome, ou dos seus talentos para quadribol ou qualquer outra aptidão que você provavelmente têm, mas sim porque você é a garota de Scorpius Hyperion Malfoy.



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Comentários / Dúvidas / Sugestões / Reclamações 

Nota: Dizem que bom escritor não precisa se justificar, mas como eu estou longe de ser uma boa escritora, vou me dar ao luxo de revelar a vocês porque Scorpius agil assim tão passional: "O ponto fraco dele são as ruivas!", talvez isso fique mais claro no futuro, daqui a muitos capítulos...

Lembrando que a JK Rowling criou um saite só para dar justificativas exclusivas de sua obra (Pottermore), então me perdoem também rsrsrs 

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