Malditas férias.

PDV Sirius.

-Cachorro, chegou mais uma carta da Lene. – Eu pulei da cama. Estava hospedado na casa dos Potter desde ano passado. Nas férias a gente não tinha quase nada pra fazer, o que era ótimo, então, o James escrevia pras meninas e pro Remo, e eles respondiam. Eu trocava cartas com a Lily, a única pra quem eu realmente gostava de escrever. A Emmy me mandou umas três cartas, Dora duas. Luke e Remo me mandavam pelo menos uma toda semana. Marlene McKinnon não me mandava cartas. Nunca. E eu não mandava pra ela também.

-O que diz ai? – Eu não mando cartas, mas isso não quer dizer que eu não a ame mais, que eu não esteja arrependido pelo que fiz, que eu não me culpe cada maldito segundo por não tê-la só pra mim. As cartas que ela manda pro James são o único meio de receber notícias dela... Ele sempre escreve alguma coisa sobre mim também, algo que pareça banal, mas pra que ela saiba como eu estou. Algo como: “Almofadinhas quase me matou de tédio hoje... Discurso sobre como ele está triste. Minha vontade era jogar esse cachorro da janela, mas eu sou muito legal pra isso. Sabe Lene, ele tem ficado meio gay depois do fim das aulas, isso é estranho.” ou algo do tipo.

Ele me entregou a carta antes mesmo de terminar de ler e eu corri pra minha cama antes de começar.

              “Jammie,

  A Lily está me matando! Eu entendo o que você passa com o Sirius... Acho que qualquer dia eu vou matá-la asfixiada com o próprio travesseiro... Petúnia é outra que me dá nos nervos. Se por acaso vocês virem em algum lugar que uma bruxa de 16 anos matou a irmã trouxa da melhor amiga e fugiu, fui eu sim. Mas tirando isso minhas férias estão boazinhas, a temporada na casa da Evans está sendo divertida, principalmente a parte de zoar a Petúnia. Como estão as suas férias? Sabe, a gente podia combinar de ir comprar os materiais juntos, meus pais podem levar a gente, só precisamos marcar o dia.

  Eu sinto tanta falta de vocês... Vai ser muito diferente esse ano, sem o Luke e a Emmy...  Vou sentir falta das nossas conversas no lago, no salão... Estou mandando junto uma foto minha e da Lils, que eu roubei porque ela tava com vergonha de mandar. Não conte a ela. Quero uma foto de vocês dois junto com a resposta. (Sirius, eu sei que você está lendo isso, então pare de encher o pobre James, ok? E sim, infelizmente, eu sinto a sua falta também, assim como eu sinto a do Remo e do James.)

  Tenho que ir agora... A Ruiva vai morrer se eu não parar de escrever e ir tomar sorvete com ela. James, eu não sei como você aguentava essa coisa no seu pé todos os dias...

                                                              Beijos pro meu Maroto favorito. (Não é você, Sirius, não se empolgue.) Um biscoito pro cachorro. (Agora pode se empolgar porque é você sim.)

                                                Lene.”

-Sempre tão carinhosa... – Eu disse ironicamente. Mas eu tava feliz. MUITO feliz. Ela se lembrou de mim, disse que sente minha falta, e se dirigiu à minha pessoa TRÊS vezes. Isso é mais do que ela já fez em quase dois meses longe! Eu li a carta mais uma vez. Na terceira já não ligava muito pro conteúdo da carta, eu só imaginava ela escrevendo enquanto acompanhava as letrinhas espelhadas pelo pergaminho. A curva do “J”, o “S” meio floreado, o “M” pontudo, os pingos meio borrados, a letra espalhada como se ela estivesse com pressa. Só o “Lene” cuidadosamente desenhado. – Cadê a foto, veado? – Ele me jogou o envelope da carta sem nem reclamar.

Coloquei a carta do meu lado e puxei a foto delas. A ruiva sorria docemente pra câmera, o cabelo bagunçado. Lene tinha o cabelo caindo pelo rosto, o sorriso que eu amava nos lábios desenhados pra se encaixar perfeitamente nos meus, os olhos elétricos brilhando mesmo na foto. Elas brincavam na foto, rindo. Eu quase podia ouvir a voz dela. Acho que eu tinha um sorriso meio babaca no rosto, porque depois de um tempo olhando pra foto eu ouvi o Potter dizendo:

-Para com essa cara de bobo alegre e escreve logo pra ela.

-Não to com cara de bobo alegre e não vou escrever.

-Tá sim. Por que não?

-Não to. Porque ela não responderia, e eu ficaria mal.

Ele bufou e não respondeu. Eu me joguei na cama, lancei a carta e a foto pra ele e virei pro lado. Em pouco tempo adormeci.

 

Ótimo, aqui estou eu, duas semanas depois, sentado em frente a um pergaminho em branco com a pena na mão. Maldito Potter.

-Como é que eu começo?

-Não sei. Lene?

-Não... Íntimo demais.

-Você diz isso como se vocês dois fossem santos... – Eu bufei. - McKinnon?

-Formal demais.

-Marlene então.

-... Tá vendo Potter? Não consigo escrever! Não dá!        

-Dá sim Black. – Ele ficou nervosinho, ui. – Escreve logo, esquece que vai mandar, só escreve.

Fiquei encarando o pergaminho por mais um tempo, até que ele saiu do quarto resmungando. Baixei a pena no potinho de tinta, e a deslizei pelo pergaminho.

                      Marlene,

Ok, eu sei, você me odeia. Mas sabe de uma coisa? Eu também me odeio. Me odeio por ter sido aquele babaca, me odeio por ter te feito chorar. Eu odeio cada maldito segundo da minha vida porque você não é mais minha. Odeio cada segundo sem a sua voz, sem o seu sorriso malicioso. Odeio cada dia dessas malditas férias, porque eles me deixam mais longe de você... Eu também te odeio um pouco, por ter me transformado nesse babaca apaixonado. Mas só um pouquinho.

Ótimo, agora eu estou escrevendo pra nada. Porque eu não vou te mandar isso. Não mesmo. Não essa coisa ridícula e melosa. Porque eu sou idiota, e fraco, e burro. Vou matar o Potter depois de ele me obrigar a escrever isso. Chega dessa babaquice.

                                     Sirius.

Li e reli aquilo mil vezes. Uns dez minutos depois eu me odiava mais ainda e já tinha jogado aquela merda no fogo. Me joguei na cama e estava pensando seriamente em me matar com o travesseiro, quando o Potter chegou.

-Cadê a carta?

-Não me enche Potter.

-Me fala onde tá a carta. – Apontei pra lareira. – Que ótimo. Escreve outra pra eu mandar.

-Que porra!  Eu não consigo. Ela não vai me responder. Eu vou ficar mal. E vou me odiar mais ainda. Agora sai daqui que eu quero me matar.

-O quarto é meu, babaca. Não vou sair.

-É meu também.

-Tá. Vai se arrumar que daqui a pouco as meninas tão aqui pra gente ir pro Beco.

-O QUE? – Levantei da cama e fiquei encarando ele.

-Brincadeira Almofadinhas! – Ele riu e eu caí na cama, aliviado. -Elas só vêm amanhã.

-COMASSIM ELAS VÊM AMANHÃ? – Eu pulei da cama de novo. ELAS TÃO VINDO? A LENE TÁ VINDO? Fodeu.

-Lembra na carta da Lene, que ela disse pra gente combinar de ir comprar as coisas juntos? Então, eu disse pra elas virem amanhã.

-E VOCÊ SÓ ME AVISA AGORA POTTER? VOCÊ QUER ME MATAR DO CORAÇÃO? PORRA! ELA ME ODEIA! ELA VAI ME MATAR EM UM SEGUNDO!

-Não vai não cara, relaxa.

-RELAXAR? EU TÔ RELAXADO! EU TO SUPER CALMO POTTINHO! EU SÓ VOU MORRER.

-Que exagero. A Lene te ama. E não me chama de Pottinho.

-ESSE É O PROBLEMA AMIGO. ELA ME AMA E TÁ NA CASA DA RUIVA FAZ UM MÊS. VOCÊ IMAGINA QUE COISAS DIABÓLICAS ELAS PODEM TER PLANEJADO? ELAS QUEREM NOS MATAR! SIM, NOS MATAR, PORQUE A RUIVA TAMBÉM TE ODEIA.

-Ai. Meu. Merlin. Eu tinha esquecido esse detalhe. A gente tá fodido. – Ele ficou branco e caiu na cama.

-Não diga! – Eu fiz o mesmo. – Vou chamar o Lupin pra preparar nosso testamento, ok?

-Aham...

Ficamos discutindo nosso testamento por mais algumas horas, até que a mãe do Potter chamou a gente pra comer. Comemos em silêncio, o que era uma coisa MUITO estranha, e depois subimos. Me joguei na cama sem nem trocar de roupa fiquei pensando em como minha vida acabaria amanhã. Será que a Lene vai querer estender minha morte infinitamente? Provavelmente... Ela é doida. Depois do que pareceram horas me torturando, eu finalmente caí no sono.

 






(N/A: AAAAAAAAW YEAH! PRIMEIRO POST, FIC NOVA! UHUUUUL! QUE SERÁ QUE VAI ACONTECER NO PROXIMO CAPÍTULO? Eu sei k' Mentira, não sei nao, mas enfim, eu precisa postar. Obrigadas eternos pra Mónika Black, que foi minha primeira leitora e ficou comigo Until the End, e pra Miiih McKinnon, que fica me pressionando pra escrever, e sempre lê minhas fics e me ajuda em todas. Cara, eu to com muita preguiça de responder os comentarios, são muitos *---*... Então OBRIGADA pra você que comentou e me deixou feliz pra caralho ok? ok. E se você acha que eu não ligo pros comentários, eu fico muito tensa antes de ler eles, sério. Pergunte pra Miiih McKinnon, ela sabe. AGORA TCHAU QUE EU TOU MORRENDO DE VONTADE DE POSTAR ISSO LOGO E ESCREVER MAIS AWM:3   Beijo, se cuidem, COMENTEM!, Ju B.)

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