Confiança

Every road is a slippery slope

(Cada estrada é uma ladeira escorregadia)

But there is always a hand that you can hold on to

(Mas há sempre uma mão em que você pode segurar)

Looking deeper through the telescope

(Olhando mais profundamente através do telescópio)

You can see that your home's inside of you

(Você pode ver que sua casa está dentro de você)

93 Million Miles – Jason Mraz

 

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   Harry foi recebido no Departamento dos Aurores com um olhar relutante naquela manhã. John ainda não havia chegado, como ele previra, mas Jean já estava ali e, para variar, tinha o semblante sério, mexendo com seus cabelos loiros com a ponta de sua varinha.

   Ninguém falou nada além de um ‘bom dia’. Harry apenas entrou em sua sala, encontrando uma carta em cima de sua mesa. Suspirando, largou seu casaco na costa da cadeira, e sentou-se na mesma, para ler mais um ‘recado’ que o estranho lhe mandara. No início, ele riu incrédulo. Foi só depois de reler todas as linhas mais uma vez, que sentiu um enorme estresse subir por sua espinha. Desejou que Jean fizesse novamente uma massagem nele, somente para ele imaginar que, no lugar da loira, estivesse Gina, e assim se acalmar.

   -Gostou dessa nova? –Perguntou Rony, entrando sem nenhuma cerimônia na sala de Harry, que desviou seu olhar para o amigo.

   -Ele só pode estar delirando. –Falou o chefe dos aurores, fazendo com que a carta flutuasse até o ruivo com um simples aceno de sua varinha. Harry encostou as costas em sua cadeira, tirando seus óculos e limpando-os com a ponta de sua blusa.

   -Devemos chamar a Hermione, agora? –O ruivo Wealey sentou-se em sua mesa, que ficava do outro lado da sala. Tirou de dentro de uma gaveta um sapo de chocolate, e começou a abocanhá-lo antes de colocar a carta junto com as outras. Jogou um sapo para Harry também. –Você sabe que ela ficará furiosa se não a chamarmos... 

   -Mione tem que ver que ela não trabalha nesse departamento, Rony. –Comentou o moreno, vendo que havia tirado a si mesmo no sapo de chocolate. –Mas tenho que admitir que precisamos dela. Mande uma coruja. Fale para ela ir jantar conosco, hoje a noite. Onde está o Allef? Ainda não o vi hoje...

   -Ele mandou uma coruja dizendo que não virá hoje. Parece que está doente. – Respondeu Rony.

   Doente? Harry achou aquilo estranho mas não teve tempo de comentar nada já que naquele momento, Jean entrou pela porta, e Rony lançou um olhar significante para o melhor amigo. O ruivo a cumprimentou antes de sair da sala, deixando Jean sozinha com seu chefe.

   Olhou para Harry, que sabia o que ela estava procurando e apontou para a carta em cima das outras. Jean pegou a carta e a leu rapidamente, arregalando os olhos.

   -Você não vai sair, não é? –Perguntou a loira devolvendo a carta para o lugar onde estava e parou em frente a mesa de Harry, com os braços cruzados. Ela estava séria, parecendo tão perigosa quanto um felino.

   -É claro que não. Não vou seguir ordens de um desconhecido! –Ponderou Harry, ajeitando-se em sua cadeira. –Sair desse departamento está fora de cogitação. Ele só pode estar tirando uma com a minha cara. 

   Jean deu um sorrisinho. Sentou-se na cadeira em frente da de Harry, e cruzou as pernas.

   -Ótimo. E agora? O que faremos? Não podemos simplesmente ficar parados.

   Harry franziu o cenho e suspirou.

   -E não vamos. –Informou ele, ajeitando seus óculos em seu nariz.

   -E o que você pretende fazer...?

   -Sinto muito Jean, mas acho que não devo lhe falar.

   Jean o olhou incrédula, arregalando os olhos. As veias em sua testa ficaram visíveis, e ela desencostou da costa da cadeira, apoiando-se na mesa com as duas mãos.

   -Está dizendo que não confia em mim? –Perguntou, olhando-o nos olhos. Harry não respondeu, apenas começou a organizar alguns papeis de uma de suas gavetas. –É isso, Harry?

   -Jean, por favor...

   A loira levantou-se da cadeira, fazendo um barulho irritante. Virou-se para Harry, ao mesmo tempo em que seus cabelos se desprendiam do coque mal feito.

   -Eu não acredito nisso... Por Mérlin, Harry! Todos esses anos... Tudo o que aconteceu entre a gente, e você tem a coragem de me dizer que não confia em mim?

   -Eu não disse que não confio em você, e o que aconteceu entre você e eu está fora de questão! –Exclamou Harry. Ele não elevou a voz, porém sua expressão demonstrava o tamanho de sua raiva.

   Como se não bastasse ter que aguentar o tal estranho lhe aperreando, ainda havia Jean, que insistia em lembrar-lhe do relacionamento que tinham, por mais que ele já tivesse terminado com tudo meses atrás.

   - É mesmo? Então porque você não me conta? Acha que eu possa ser esse espião?

   Harry levantou-se também, olhando nos olhos enquanto passava uma das mãos por seus cabelos bagunçados.

   -Você está colocando palavras na minha boca, Jean. Eu não estou acusando você! E a decisão de quem e o que eu devo contar ou não cabe somente e exclusivamente a mim! Não meta a nossa relação ou seja lá o que temos fora daqui nisso!

   Pronto. Ele acabara de ir longe demais. E ele sabia disso, mas aquela era a única maneira de Jean entender. Ela lançou-lhe um olhar escandalizado, e ele tinha certeza de que a vontade dela era de lhe azarar ali mesmo, independentemente se ele era seu chefe ou não.

   -Como assim “seja lá o que temos”? – Jean franziu a testa e o olhou com indignação. – Passamos aquela noite juntos. Vo-você... qual o seu problema?

   -Jean, por favor, não meta iss...

   -Você está estranho comigo, Harry. Não aceitou os meus carinhos, muito menos retornou minhas ligações. –Jean falava com lágrimas nos olhos, mas segurou-se para não deixá-las cair por seu rosto. –E agora desconfia de mim... Tem outra mulher, não é?

   -O-o que? – Aquilo realmente pegou ele de surpresa.

   -Tem outra mulher? Você está gostando de outra? – Jean repetiu a pergunta olhando-o nos olhos.

   -Você está ficando maluca? Não tem outra mulher, Jean. – Harry sentiu uma fisgada no coração por estar mentindo. É claro que havia outra mulher... Droga! Desde que Gina voltara sua vida pareceu virar de cabeça pra baixo... Ele balançou a cabeça, impedindo seus pensamentos de irem ao encontro da ruiva e respirou fundo, voltando-se novamente para Jean. – Olha, isso não é local para discutimos isso, você sabe. E, por Mérlin Jean, não é porque não quero lhe contar o que irei fazer em relação a esse espião idiota que deixei de confiar em você ou que tenho outra mulher!

   -Então porque vo...

   -Já chega! – Falou Harry, em um tom mais ríspido. – Aqui não é local para falarmos sobre isso. Quanto a quem eu confio e o que irei fazer, isso cabe somente a mim! Só tente entender... Não misturo meus sentimentos e relações que tenho fora daqui ao meu trabalho. E você deveria fazer o mesmo.

   Passaram alguns minutos em silêncio, nesses os quais Jean e Harry apenas se encaravam, ambos com olhares severos. Demorou mais alguns minutos até que Jean resolveu falar.

   -Se é assim, Harry, não se preocupe. Acho que você não se importa se eu tirar o resto do dia de folga. Tenha um bom dia. – E assim, saiu da sala com passos duros, batendo a porta com força atrás de si, irritando-o ainda mais.

   Harry soltou vários palavrões, embora ele ainda não soubesse o que exatamente estava xingando. No lugar de Jean, ele também sentiria raiva, mas ele não poderia fazer nada. E ainda tinha aquele papo de “outra mulher”. Ele simplesmente não saberia como agir caso ela descobrisse sobre Gina, ou que, enquanto ele deveria estar “pensando” em dar uma nova chance para loira, havia beijado a ruiva.

   Lembrar-se do conteúdo da carta que o estranho mandara naquele dia o irritava ainda mais.

   O estranho dizia na carta que queria ver Harry longe do departamento, mas ele só sairia dali se estivesse morto. Antes de chegar no departamento naquela manhã, ele fora ao encontro do Ministro. Houve um murmurinho quando ele adentrou a sala de Kingsley, mas esse o recebeu com um sorriso e tapinha nas costas.

   Harry contou ao Ministro tudo o que estava acontecendo antes de falar o que realmente queria. Tivera a ideia de consultar as fixas dos aurores, mas ele só o faria com a permissão de Kingsley, que o concedeu sem delongas. E embora ele e Rony teriam que ficar até tarde no Departamento do Aurores lendo e checando cada fixa, ele não se arrependera da decisão.

    Aquilo seria sigiloso.

XXXXX

 

   Gina achou que realmente se daria bem no novo trabalho.

   A ruiva se encontrava no seu quarto, naquele fim de tarde, com alguns exemplos do Profeta Diário espalhados por sua cama, todos abertos nas colunas de Quadribol.

   Desde pequena fora acostumada a jogar Quadribol junto com seus irmãos e os 6 anos que passara no time  Harpias de Holyhead a ajudara a adquirir mais conhecimento sobre a história do jogo. Cobrir e escrever sobre as temporadas dos campeonatos seria como descrever a sua própria vida nos anos anteriores. Ela sabia todas as emoções, desde a felicidade de marcar um ponto até a tristeza da perda de uma partida. O novo trabalho ainda lhe exigiria que comparecesse a alguns jogos de Quadribol, para depois os descrever sobre seu ponto de vista ao jornal. Assim, Gina descobriu que não ficaria longe dos campos onde passara a maioria do tempo nos últimos anos e, o mais importante, ela não precisaria ficar tanto tempo longe de sua família para aquilo.

   Depois de terminar de ler mais da metade das antigas colunas de Quadribol do Profeta Diário, Gina procurou organizar os papéis que até então estavam espalhados por sua cama. Duas leve batidas na porta a fez tirar a atenção dos jornais em sua frente.

   -Gi? –Falou David, que acabara de adentrar o quarto da ruiva, fechando a porta quando passou por essa. –Espero não estar atrapalhando.

   -É claro que não. –Respondeu ela, sorrindo-lhe. –Sente-se aqui. –Ela apontou para o local ao lado do seu na cama.

   -O que ficou fazendo a tarde toda trancada aqui? –Perguntou David, sentando-se ao lado dela.

   -Estava lendo umas das antigas colunas de Quadribol do Profeta. –Gina indicou a pilha de jornal em sua frente. –Começarei no novo trabalho em alguns dias. E você? Achei que tivesse saído...

   -Bom, minha tarde não foi tão boa quanto a sua. – Ele a puxou, fazendo-a se encostar em seu peito.

   -Por quê?

   -Seus irmãos me deram uma pequena palestra sobre “como se deve namorar Gina Weasley”.

   -Ah, droga... Não acredito que eles fizeram isso. –Gina levantou a cabeça do peito de David e o olhou nos olhos.

   -Está tudo bem... Eu saí vivo.

   Ele tinha os braços ao redor da cintura dela, enquanto essa o tinha enlaçado pelo pescoço para poder se aconchegar melhor nele.

   -Nós já namoramos há quase dois anos! E eu já cresci, sei escolher quem devo namorar. – Explicou ela. – Eles já deveriam saber disso.

   -Se eu tivesse uma irmã, tão bonita quanto você, faria a mesma coisa. Mas confesso que fiquei com um pouco de medo.

   -Me desculpe, David. Eles sempre foram assim... Ciumentos e...

   Ele a calou com um selinho.

   -Não precisa pedir desculpas. Como já disse, eu sobrevivi. –David acariciou o rosto de Gina, fazendo-a sorrir. –Mas talvez isso mude se eu continuar nesse quarto, trancado com você.

   Ela deu uma gargalhada. David era assim. Sempre a fazia sorrir e parecia saber o que dizer nos momentos certos.

   -Eu protejo você. –Gina ficou e joelhos na cama, entre as pernas do namorado.

   -Assim eu corro menos risco de vida...- Foi a última coisa que ele falou antes dela juntar seus lábios nos dele, em um beijo calmo e intenso.

   O coração de Davi batia fortemente enquanto movia sua língua contra a dela. Suas mãos estavam na cintura da ruiva, incapazes de se moverem. Sentia-se feliz e completo quando beijava Gina, fazendo-se perguntar o por que de ter passado tantos dias longe dela.

   No entanto, para Gina, aquilo não passava de um simples beijo. Seu coração não batia fortemente como o dele. O beijou por que achou que era o certo a se fazer, afinal, ele era seu namorado. Assim como as noites que já haviam passado juntos, não havia nada de especial naquele momento para ela. O engraçado era que a ruiva não se lembrava de notar nenhuma daquelas coisas até Harry a beijar de surpresa no jardim.

   Depois que o beijo acabou, ambos ficaram conversando por mais alguns minutos. David fazia um carinho nos cabelos rubros de Gina, e, algum tempo depois, ela sentiu ele se remexer, como se algo o incomodasse.

   -O que foi?   

   - Aconteceu alguma coisa entre você e Harry Potter? – Perguntou ele, sem rodeios, e Gina virou-se para ele com um olhar não muito amigável.

   - Como assim? Que tipo de pergunta é essa, David?

   - Vocês ficaram se olhando estranho quando ele foi embora. E não venha me dizer que isso talvez seja coisa da minha cabeça, porque eu percebi o modo como vocês se tratam... Apenas quero saber o que houve. – Exclamou o moreno, olhando-a, como se a obrigasse a responder sua pergunta.

   Gina não vacilou, e sustentou seu olhar contra o dele. Ela não poderia esperar que ele não suspeitasse de nada. E ainda podia notar que aquilo já estava na cabeça dele por um tempo. Ela passou uma das mãos pelos cabelos rubros, suspirando.

   - Não aconteceu nada... Apenas nos desentendemos dias atrás. – Gina se sentiu péssima de não estar contando toda a verdade, por mais que o que tenha dito não fosse inteiramente uma mentira. – Não se preocupe com isso.

   - Cheguei a pensar que, hum, talvez ele gostasse de você ou, não sei bem.. Eu peguei ele olhando pra você diversas vezes.

   Gina riu, mas não deixou que seu riso transmitisse seu nervosismo. Juntou alguns papéis do Profeta em cima de sua cama, e arrumou-os. Uma batida na sua porta, porém, a impediu de falar qualquer coisa.

   Hermione meteu sua cabeça pela abertura da porta e olhou para os dois.

   - Eh.. Gina, desculpe interromper, mas... será que posso falar com você um instante?  

   - Oh, é claro. – A ruiva se levantou da cama, arrumando sua roupa. Viu Hermione fechar a porta de seu quarto, dizendo que a esperaria lá fora. – David, o que acha de irmos ao Beco Diagonal? Ainda não vi nenhum vestido para o casamento de Rony e...

   - Eu não vou... Marquei de ir no St. Mungus.. Você se importa?- Perguntou ele, olhando-a.

   De primeiro, Gina não acreditou, mas ao olhá-lo constatou que ele estava falando sério. Uma leve irritação subiu por seu corpo, mas controlou-se.

   -St. Mungus? David... você disse qu...

   -Eu sei, disse que estava de férias e que não deixaria o meu trabalho atrapalhar o nosso relacionamento. – Ele chagou mais perto de Gina, segurando uma de suas mãos. – É por um bom motivo, eu juro. Apenas não quero contar nada a você antes de ter certeza. Confie em mim.

   Gina respirou fundo e segurou a mão de David que estava a acariciando no rosto.

   -Eu confio. – Respondeu a ruiva, embora sua voz não tenha saído tão segura assim.

   -Serei breve. Prometo não demorar. – David segurou o rosto de Gina com as duas mãos e a beijou rapidamente. – Quanto ao Potter, eu...

   -Não tem com o que se preocupar. Ele é apenas... – Ela diria a palavra “amigo”, no entanto não achou certo. Ser amiga de Harry era um desejo que estava quase apagado de sua mente depois que ele partira e, de certa forma, por mais que em seu íntimo não tivesse gostado nem um pouco daquilo, tê-lo longe d’A Toca fora o melhor a ser feito. – Ele é apenas o melhor amigo do meu irmão. Um filho para minha mãe. Não se preocupe com isso.

   -Isso me deixa aliviado. – David riu pelo nariz. – Não sei se poderia competir com o herói do mundo bruxo.

   Gina não soube o que responder diante daquela frase. Apenas deu e ombros e deu por encerrado aquele assunto.

  -Vou ver o que a Hermione quer. Nos falamos mais tarde, quando você voltar do St. Mungus. – A ruiva deu um selinho nele sem olhá-lo nos olhos e saiu do quarto suspirando.

XXXXXX

   Viviane estava cansada.

   Naquela tarde, ela junto a Molly ajudaram Hermione a escolher os convites para o casamento da morena com Rony. Embora a cerimônia seria realizada n’A Toca, alguns detalhes como convites e garçons seriam a modo trouxa, já que os parentes de Hermione não eram bruxos como ela. A Sra. Weasley também estava muito animada e, mesmo faltando bastante dias para o casamento do filho mais novo acontecer, ela já estava eufórica, falando aos 4 cantos da casa como seria a organização da festa.

   Outra coisa também incomodava Viviane: Notara como Gina mudara desde a partida de Harry, mesmo que esse tenha prometido voltar para almoçar junto a eles no dia seguinte. A ruiva estava estranha, sempre com o pensamento longe, passando minutos observando David como se temesse que ele fosse embora a qualquer momento. Viviane tentara conversa com Gina, mas essa sempre estava acompanhada do namorado ou de alguém da família de modo que a tal conversa tivesse que ser adiada. Pensou em conversar com a amiga naquela tarde junto a Hermione, enquanto escolhiam os convites, mas não achou justo voltar a atenção para algo que não tinha nenhum ligação com o casamento. Sabia que Hermione também queria conversar com Gina, mas nem ela e nem Viviane haviam conseguido naquele dia, já que a ruiva passara a tarde trancada em seu quarto.

   Agora, depois de andar por quase todas as lojas trouxas com a futura nova Weasley e Molly, Viviane andava ao redor d’A Toca tomando um chocolate quente, olhando para o céu enquanto esse começava a escurecer devido o começo da noite. Adorava ficar sozinha e pensar. Parecia estranho para ela, que fazia parte de um time de Quadribol e assim, vivendo em campos lotados onde barulho era o que não faltava. Mas a verdade era que Viviane adorava aquilo também. Momentos como aquele, enquanto andava pelos jardins d’A Toca em pleno silêncio eram bom para pensar, mas estar em campo em cima de uma vassoura jogando Quadribol enquanto ouvia os gritos da torcida serviam para fazê-la esquecer dos momentos que lembrava-se sem querer... os momentos tristes... droga, tudo seria mais fácil se pudesse esquecer aquilo de vez, coisa que o feitiço Obliviate faria rapidamente. No entanto, não poderia praticá-lo em si mesma, e nunca contara a ninguém sobre o que acontecera, o que fazia sua “ideia” ser impossível de se virar realidade.

   John também seria um ótimo remédio, pensou Viviane. Os momentos em que passava ao lado dele, por mais curtos que eram, a faziam esquecer dos problemas. Mas aquela “ideia” também acabara. Ela mesma colocara um fim naquilo. Ele, no entanto, não parecia satisfeito, já que, quando ela voltara para A Toca há poucos minutos atrás, lá estava ele, sentado no sofá lendo O Profeta Diário, completamente lindo, sexy e irritante. Fora por isso que ela resolvera passear pelo jardim. Não queria aturar as investida de John naquela noite.

   -Mas o que..

   Viviane se assustara quando, enquanto passava ao lado do galinheiro, sentiu alguém puxá-la pelo braço para dentro daquela pequena casinha de madeira e a prensar na parede. Lá se fora o seu chocolate quente, que havia caído no chão devido ao susto.

   Revirou os olhos quando, minutos depois, reconheceu o estranho.

   -Droga John, qual o seu problema? Não entendeu o que eu disse naquele dia? Acab...

   -Preciso apenas verificar uma coisa, pintinha. – Disse John, antes de beijá-la.

   Não havia como alguém os ver ali. A noite já chegara, e a única fonte de luz no local era a luz da lua que entrava por entre as frestas na parede de madeira do galinheiro.

   No mesmo momento em que sentiu os lábios dele em contato com os seus, Viviane tentava o afastar, batendo em seu peito e não retribuindo o beijo, mas John era muito mais forte que ela. Ele a segurava pela cintura, a prensando na parede do galinheiro enquanto a beijava ferozmente. Seus corpos estavam totalmente colados, tanto que nem um sopro de ar passava entre eles. Viviane ainda tentou, mas não obteve sucesso. Droga, John despertava nela um desejo enorme, que ela nunca havia sentido antes! Como poderia resistir aquilo?

   Fora ela que aprofundou o beijo. Suas mãos cansaram de lutar e foram direto para a nuca do loiro, arranhando-lhe no local, arrancando um sorriso de John por entre seus lábios. Ele não ousou acabar com aquele momento. Sabia que ela não resistiria, e que queria aquilo tanto quanto ele. Parecia que os lábios de Viviane serviam como imãs. Toda vez que a via, o loiro simplesmente tinha que beijá-los. Era quase torturante.

   Beijaram-se até o ar se fazer necessário, mas não se afastaram nenhum milímetro. John passou a distribuir beijinhos no pescoço e colo de Viviane enquanto essa ofegava e arranhava levemente sua nuca. Depois dos lábios, o pescoço da morena era onde ele mais gostava de beijar pois ali o cheiro do perfume dela era maior, tão doce quanto uma barra de chocolate. Pensar no doce o fez apertar mais seu corpo contra o de Viviane, fazendo com que ela saísse do chão e o enlaçasse pela cintura. Santos Deus... ele era capaz de sentir cada pedacinho do corpo dela grudado ao seu.

   -J-John... –Disse Viviane quando o loiro voltou a beijar-lhe os lábios. – N-não po-podemos...

   Um pingo de sanidade ainda percorria pela cabeça dela, no entanto esse pingo era quase um nada perto da avalanche de água que gritava para tirar a blusa de John.

   -Diz... – A voz dele não era mais alto que um sussurro. Ele estava tão próximo a Viviane que era capaz até de contar cada sarda que ela possuía no rosto. – Diz que não quer... e e-eu paro...  

   Ele subiu umas de suas mãos por de baixo da blusa de Viviane, sentindo a maciez de sua pele enquanto mordia o lábio inferior dela.

   -E-eu... – O contanto das mãos de John em sua cintura foi como se um choque elétrico percorresse por seu corpo, a avisando que aquele não era só o local onde ela queria que ele lhe tocasse.

   -Diga... – Falou ele mais uma vez. Apesar de seu corpo gritar para tê-la naquele momento, John não forçaria nada que Viviane não quisesse.

   Ele a beijou mais uma vez, aprofundando o beijo rapidamente. Ela pensou em dizer para ele se afastar, dizer que não queria aquilo, mas não mentira aquele ponto. Todo seu ser gritava por ele, sua mente, seu corpo... tudo era John. Naquele momento, enquanto sua língua chocava-se com a dele, Viviane esqueceu que dias atrás havia acabado o que quer que eles tinham. Esqueceu que os Weasley não estavam tão longe dali e, principalmente, esqueceu de seu passado.

   -E-eu... –Viviane, em um gesto rápido, puxou a blusa que John usava para cima, deixando o peito largo e másculo dele a mostra. – Eu não quero que você pare.

   Ele lhe mostrou o seu melhor sorriso antes de livrar-se da blusa dela da mesma maneira que ela tinha feito com a sua. A visão de Viviane semi-nua, usando apenas um sutiã preto – que ele achou extremamente sexy- e uma calça jeans o deixou louco.

   Segurando-as pelas coxas, John a levou até uma montanha de lençóis - os quais deduziu estarem para lavar - e a deitou por cima deles, se acomodando logo depois por entre suas pernas. Viviane então passou a distribuir beijinho pelo pescoço e ombros dele, enquanto esse estava em uma briga com o fecho de seu sutiã. 

   Logo, o chão do galinheiro se encheu de peças de roupas do casal, já que esses arrancavam as peças do corpo do outro feito um bebê buscando os seios da mãe.

   John beijou toda a extensão do corpo de Viviane, dando maior atenção a seus seios enquanto suas mãos acariciavam-lhe as coxas. Ela era tão macia... cheirosa... Logo ele descobriu que não havia nenhuma parte do corpo dela do qual não o achasse atraente. Até mesmo naquele momento, em que ela esta suada e com alguns pedaços de palha presos no cabelo negro, John a achava mais atraente do que qualquer mulher que já levara pra cama.

   Viviane se maravilhava com a sensação de seus seios em contato com o peito largo do loiro. Com as unhas, arranhava-o as costas aproveitando para apalpar todos os músculos que ele continha ali. Suas pernas estavam enroladas fortemente na cintura dele, não agüentando mais a espera para que ele lhe penetrasse e, quando esse finalmente o fez, sentiu qualquer força de seu corpo se esvair.

   Seus corpos unidos pareciam como quebra-cabeças: moldavam-se perfeitamente um ao outro. Não havia carinho e muito menos sentimentos ali. John e Viviane estavam apenas matando o desejo que sentiam um pelo outro, mas esse parecia aumentar toda vez que ele se movimentava cada vez mais fundo dentro dela, a fazendo gemer alto. Os arranhões que a morena dava em suas costas - John tinha quase certeza - deixariam algumas marcas assim como os beijos e chupões que ele distribuía pelo pescoço dela.

   Nenhum dos dois dissera uma palavra ou trocaram juras eternas de amor. Apenas seus corpos dançavam uma dança cada vez mais rápida em meios aos gemidos que nem John e nem Viviane conseguiram segurar. Fora daquele galinheiro, a lua brilhava no céu completamente escuro e sem nuvens, o vento vinha frio quando, finalmente, ambos chegaram ao ápice.

   John tombou para o lado do corpo de Viviane. Essa por sua vez deitou sua cabeça no peito suado dele, não querendo quebrar aquele contato de peles suadas nem por mil galeões. Ainda tentando regular a respiração e sentindo o peito dele subir e descer na mesma velocidade que o seu, ela sentiu John os cobrir com um dos lençóis daquela pequena montanha onde estavam deitados antes de fechar os olhos e não ver mais nada.

   O jogo chegara ao fim, e John acabara de ganhar.

XXXXX

 

   Gina encontrou Hermione tomando um copo de água na cozinha d’A Toca. A amiga havia deixado uma pequena bolsa em cima da mesa a qual a ruiva estranhou.    

   -Hermione? – Gina viu a amiga virar-se de frente para si. – O que queria conversar comigo?

   Hermione deixou o copo de vidro já vazio na pia e chegou mais perto de Gina depois de verificar se havia alguém próximo ao compartimento em que se encontravam.

   -Eu quero realmente conversar com você Gina, mas não agora.

   Devido o olhar com o que a morena lhe olhava, Gina já sabia o motivo da conversa.

   -Hermione, eu...

   -Por favor, não discuta. Estou indo para o apartamento do Harry e do Rony. Eles me mandaram uma carta dizendo que precisavam falar comigo. Eu sei que vocês brigaram... – Hermione não precisou citar o nome da pessoa para que Gina soubesse a quem ela se referia. – Gina, escute. Harry e Rony trabalharão até tarde amanhã no Ministério, por isso não vejo problema de você ir até lá amanhã a noite.

   Demorou apenas alguns segundos até Gina entender o que a amiga lhe pedira.

   -O-o que? Você quer que eu vá até lá? Hermione, você sabe que eu e o Harry...

   -...Brigaram. É, eu sei. Mas como disse, ele trabalhará amanhã até tarde no Ministério. Rony me disse isso na carta em que me mandou hoje a tarde. – Explicou a ex-grifinória. – Por favor Gina, vá. Eu preciso mesmo falar com você. Eu sei que seria mais fácil você ir até o apartamento onde eu moro, mas estou o colocando a venda. Eu e Rony pretendemos comprar uma casa, sabe... para morarmos depois que nos casarmos.

   Gina viu o brilho nos olhos da amiga quando essa dissera a última frase e sentiu-se feliz por aquilo. Enquanto ela estava confusa ao lado de David, sua mente vagava por entre as lembranças dos beijos que trocara com Harry e com a cena de sua partida. E, vendo Hermione falar sobre o casamento com seu irmão de modo que ela pudesse ver a sua felicidade, fazia com que Gina chegasse a sentir uma pequena inveja da amiga. Se sentiu o pior dos monstros com aquele pensamento.

   A verdade era que ela já esperava tal atitude de Hermione ou até mesmo de Viviane. Gina sabia que uma das amigas viria falar com ela, embora ainda nutrisse esperança que aquilo nunca acontecesse. Hermione junto a Viviane a entendiam e saberiam reconhecer quando ela mentisse. Ora, como poderia conversa sobre Harry quando nem mesmo ela entendia o que estava acontecendo? Seus pensamentos pareceram se embaralhar no momento em que ele a beijou e, desde daí, nunca mais voltaram a trabalhar perfeitamente. Parecia que eles possuíam vontade própria, sempre voltando com as lembranças de seu encontro com ele ali, na cozinha d’A Toca, mesmo que Gina tentasse impedir. Chegava a ser pior quando estava perto de David. Pensar em Harry com o medibruxo perto lhe parecia horrível, como se ela o estivesse traindo de alguma forma.

   Sabendo que não teria como dizer não á Hermione, Gina suspirou antes de responder:

   -Eu vou.

   Hermione abriu um largo sorriso.

   -Prepararei um belo jantar para nós. Você não vai se arrepender, eu prometo. – Disse ela, abraçando Gina. – Vejo você amanhã. Diga a Viviane que ela também será bem-vinda... Oh, mal me casei e já estou convidando duas amigas para jantarem na casa do Rony, e a casa nem é só dele!

   Gina riu.

   -Não se preocupe. Acho que o Harry não se importa. – A ruiva sentiu seu estômago revirar ao dizer o nome dele.

   Hermione a abraçou mais uma vez antes de aparatar e, mesmo com a sua partida, Gina ainda ficou longos minutos parada no mesmo local, tentando não se preocupar com o dia seguinte, falhando miseravelmente.

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N/A1: Eu to morrendo de sono portanto serei bem breve. Obrigada pelos comentários do cap passado! Amei cada um deles. Desculpem pela demora, no enrolamos muito né? Espero q a demora tenha valido a pena com o cap.. principalmente para os fãs do casaç John e Viviane. Fui eu que escrevi o momento desse casal. Procurei não ser tão detalhista, pq não quero que a fic vire como o livro “50 tons de cinza”. Espero realmente q vcs tenham gostado e que deixem review dizendo que acharam, ta?? U-U

N/A2 Giks : Sim, estamos vivas! E morrendo de sono, devo dizer shaushau Amanhã temos aula cedo, mas olha a gente aqui postando o cap. Desculpa pela demora, mas as aulas começaram já com uma prova. E bem, passamos na prova \o/ e entramos para uma turma com maior carga horária, prova mais difícil .. enfim, uma turma onde cobram mais do aluno. Se estamos ferradas? Magina... Bem, eu gostei desse capítulo. A fic entrou na parte interessante, onde as coisas vão começar a acontecer e a esquentar. Acho que você notaram isso nesse cap, com a parte do Ministério e do John e da Viviane. AAh, e tenho uma notícia boa.. Eu, e somente eu, comecei a escrever uma fic Jily (JAMES E LILY), e já até postei os primeiros caps em dois sites (NYAH e fanfiction.net). Ainda não sei se postarei a fic aqui.. Apenas se vocês quiserem. Mas, se vocês lessem em um desses dois sites, me ajudaria bastante. O link da fic está na nossa Page no facebook. Enfim, até o próximo cap, pessoa.

Potter e Weasley: AAh, tadinho do David. Ele é um bom namorado... mas prefiro o Harry! Shausha Desculpa pela enormee demora, mas espero q tenha gostado do cap e que continue deixando a sua palavrinha aqui! Obrigada mesmo! Beijinhoos =*

Larissa W. Potter: Owww, que fofaaa... vc sente saudade da nossa fic! Shausua Amo o casal John e Viviane... quanto se eles estão se apaixonando ou não... não sei heim? Será?? ~cara de mistério~ shausa Ah, enfim alguém uma sugestão! Então, uma festinha até q seria boa né?? Vai ter uma, um pouco mais pro final da fic... mas quem sabe outra n apareça antes? Minha cabeça n para de ter ideias! Hsaushua Obrigada pelo comentário e por dar uma sugestão! Beijinhoos =*

Edwiges Potter: Acho que a Jean ta com uma má fama kkkkkkk a maioria acha que é ela a espiã. Maas, como sou má, n vou dizer se estão certos ou não hahaha. Ah, quanto a Gina botar pra correr o David... n ta tão longe assim viu... e eu to LOUCA pra que esse momento chegue logo shuasua. Obrigada pelo comentário e desculpe pela demora. Espero q tenha gostado desse cap! Beijão.

Sarah Louise: Amo o Harry decido kkkkkk até pq, ele é meio bocó né? Shuasua Obrigada pelo comentárioo! Espero que vc sempre deixe a sua palavrinha por aqui! Beijão.

Matthew Malfoy: Comentário atrasado? KKK n se preocupe, o cap tbm ta atrasado kkkk quem nunca amou ir ao parque de diversão quando criança? Nós amávamos tbm! Shuasua Gina e Harry se encontrando na madrugada shaushau eu adoro escrever esses momentos.. acho tão legal! Encontro as escondidas kkk. John e Viviane enfim se entregaram ao desejo nesse cap! To muito curiosa pra saber o que vc achou! A faculdade ta tomando muito o seu tempo? Iiih, nem quero imaginar como vai ser quando estiver nessa fase. Mas, é claro, deve ser muito legal estudar o que vc gosta... na escola vc é “obrigado” a estudar tudo né :/. Obrigada pelo comentárioo! Quanto a novos projetos, iih, temos um monte! Mas é aquela coisa de ‘muitas ideias pra pouco tempo’. Giks começou a escreve uma fic Jily enquanto eu to me aventurando em escrever uma bem... clichê, vamos dizer assim. Aguardando o seu comentário. Beijão.

Saory Uchiha Weasley: Haaaaa, mais uma que gostou da atitude do Harry! Eu tbm gostei kkk. Bom, concordo com vc que ele tem q deixar de ser besta e dizer pra Gina que a ama, mas se tudo fosse fácil, qual seria a graça?? HSUAHSAU O encontro da Gina com a Jean ta MUITOOO perto!! Acho q vc vai gostar ;) John e Viviane deram o q falar nesse cap né? Espero q tenha gostado! Espero o seu comentário! Beijão!

Gente, qualquer informação, dos aalgumas frases dos capítulos, aviso, etc iremos falar na nossa página do facebook, que criamos exclusivamente paras as nossas fics para ter mais contato com vocês. Link: http://www.facebook.com/FanficsGemeasPotter

Não sabemos quando vem o próximo cap. Até lá, esperamos receber mais comentários! Leitores fantasmas, apareçam! Nós somos legais SHAUSUASHUA.

Beijão!!

P.S: Quem viu o Dan no Oscar?? Ele tava muito lindo! u-u. 

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