O candidato



          Logo que amanheceu, na manhã seguinte,  Harry, Rony e Hermione foram ao Ministério. Os dois naturalmente tinham que trabalhar, enquanto ela iria falar com o Ministro sobre o possível cargo que ocuparia no Ministério da Magia. O tal cargo, nem Harry nem Rony imaginavam do que se tratava.


          Quando chegaram ao Ministério, decidiram primeiro passar no Quartel General dos Aurores, já que era excepcionalmente cedo para ir falar com o Ministro, e que este talvez nem tivesse chegado, e embora fossem íntimos de Kingsley, incomoda-lo nos primeiros instantes do seu dia não parecia apropriado, já que mal eram sete horas.  


          Porém, apesar da pouca hora, quando chegaram ao Quartel, já estava ocupado com alguém. A sala principal, uma grande sala cheia de escrivaninhas e com grande número de arquivos no fundo, tinha uma porta de acesso apenas e uma porta secundária, que dava no escritório do Chefe do Quartel General dos Aurores, e que estava ocupada por Gawan Robens. A sala estava vazia, esceto por um homem sentado, que levantou-se assim que os avistou.


       O homem que vinha em direção a eles era loiro, alto, forte, tinha olhos verdes, um sorriso cativante e era excepcionalmente bonito. Tinha um ar simpático e elegante, confiante, apesar de não aparentar ter mais que 25 anos.


          -Danilo McBrukken- apresentou-se ele, com um sorriso, apertando as mãos deles- Imagino que devem ser Harry Potter, Potter, devemos muito a você. E você Ronald Weasley, devemos muito a você também. Saibam que são os garotos preferidos do Robens.


          -Agora que você chegou parece que vamos perder essa posição- disse Harry, com sinceridade.


          -Mas quem é a bela donzela?- perguntou McBrukken a Hermione, que fez com que ela corasse e Rony engasgasse.


          -Hermione Granger, mas não sou auror- disse ela, um pouco constrangida. 


          -Hermione, por que não vamos indo?- perguntou Rony- King já deve ter chegado é melhor nos apressarmos.


          -É, talvez seja melhor- disse ela.


          -Mas e a minha entrevista, pensei que vocês que cuidariam- questionou Danilo, sem entender.


          -E cuidaremos-disse Rony, pouco gentil- Ainda é cedo. Vamos.   


          Os três saíram do Quartel e seguiram andando em direção ao Gabinete do Ministro, sem expressarem nenhum comentário sobre o auror.  


O Ministro da Magia recebeu-os muito bem, apesar da hora.


           -Então-disse Hermione indo direto ao ponto- Como ficara?


           -Imagino que você tenha certeza de que é isso mesmo que quer? Pedi para que os encarregados dos N.I.E.M.s corrigissem mais rápido e mandassem o resultado de sua prova para mim. Pelas notas que você tirou, poderia conseguir um emprego muito melhor, embora o que você escolheu seja importante, e pioneiro. Mas você deve saber que não recebera de forma alguma aprovação total. Muito pelo contrário, terá que apresentar dados muito convincentes para conseguir o apoio da maioria, e mesmo alguns não serão convencidos. É um tema polêmico, que nunca foi discutido no Ministério da forma que você pretende, a ponto de mudar leis. Dara mais trabalho do que aparenta de começo.- alertou Kingsley.


           -Eu sei que dara trabalho, mas vale a pena. Só preciso de sua autorização- disse Hermione, decidida.


           -Isso você já tem. Se realmente tiver decidida, estarei agora mesmo mandando um memorando para o chefe do departamento, e ele arranjara um escritório para você trabalhar, assim como colocara anúncio para assistente, com caraterísticas que você decide-disse Kingsley.


          -Mas realmente tem necessidade de tudo isso?- questionou Hermione.


          -Pode ter certeza. Será difícil e toda ajuda será bem vinda. Eu nunca pensei no assunto antes, mas agora, principalmente depois que realmente começamos a nos recuperar da guerra que nos cercou por tantos anos, ideais de liberdade, indipendente da liberdade de quem, são bem-vindos, para a aparência do governo e para as próprias criaturas.- disse Kingsley, firme- É  claro que haverá opositores, mas acho que você dá conta.


          -Do que é que vocês estão falando?- questionou Harry, já tendo uma ideia.


          -Hermione me pediu um emprego no Departamento de Trato e Regulamentação de Criaturas Mágicas.- Ela pediu apenas um lugar, mas quero criar uma nova área no departamento, que não recebe mudanças a muito tempo. Eu criei o ODECRER, sigla em inglês para Escritório de Defesa de Criaturas sem Direitos( Office of  Defense for the Creatures without Rights), do qual Hermione será chefe e que lutara pela elaboração de novas leis para criaturas com praticamente nenhum direito- explicou King, confirmando as suspeitas de Harry.


         -Tipo um F.A.L.E de gente grande?- perguntou Rony,erguendo as sobrancelhas e admirando a capacidade de Hermione de levar projetos aparentementemente impossível para frente.


          -Do que você está reclamando?- questionou Harry, rindo.- Você deve muito ao F.A.L.E.


         -Sim, eu sei- disse Rony, encarrando o amigo com ar de riso.- Por isso mesmo que estou perguntando. Eu apoio. Pequena sociedade, pequenos benefícos. Grande sociedade...


        -Rony!- exclamou Hermione ficando vermelha, então voltou-se para Kingsley, recuperando seu tom normal- Então, está tudo certo?


      -Sim- disse o Ministro por fim- Você começa amanhã. Chegue cedo e passe aqui para acertamos os detalhes. Acho que é só isso mesmo?


      -Sim.- disse Hermione, se levantando.


      Porém, Rony dirigiu-se ao Ministro, como se algo tivesse vindo a sua cabeça:


      -Kingsley, o que você acha do novo candidato a auror, o tal do McBrukken?- questionou Rony.


      Kingsley pensou por alguns instantes antes de responder:


      -Robens o adora, e parece ser um bom profissional- disse King- Embora as vezes eu me pergunte se ele não é perfeito demais. Posso dizer uma coisa: ou ele tem alguma mania em agradar as pessoas, ou vocês conseguiram um auror maravilhoso.


 


       Hermione resolvera passar o dia no próprio Ministério, no departamente onde começaria a trabalhar, sob recomendação do Ministro, para que conhece melhor o departamento e as pessoas. Porém, logo se entediou e juntou-se a Harry e Rony, que cuidavam de fazer McBrukken se adaptar e conhecer  uma lista de normas de trabalho específicas. Como ele terminou logo, McBrukken foi embora e os Harry e Rony foram despensados por volta das quatro da tarde.        


 


     Chovia muito quando finalmente aparataram em frente a casa e adentraram na cozinha encharcados até os ossos, apesar da pouca exposição a chuva. A única pessoa no cômodo quando chegaram era Gina, que estava sentada a mesa, com cara de tédio.


     -Que cara é essa?- perguntou Harry, tirando o casaco molhado encarrando a namorada.


     -Cara de tédio. Não fiz nada o dia todo, e não tenho ideia do que vou fazer daqui para frente na minha vida- disse Gina, virando a varinha nas mãos.


     -Pense em algo que goste, e no que saiba. O Harry por exemplo, gosta de acabar com caras maus. Em gosto de ajudar o Harry a acabar com caras maus, a Hermione gosta de lutar por causas praticamente impossíveis que me trazem benefícios. Você tem que ver o que gosta- disse Rony,tirando o casaco molhado e sentando-se de frente para a irmã.


     O comentário, apesar de não ter sido muito engraçado, a forma que Rony disse fez Harry cair no riso. Hermione, que tentava secar os cabelos, por sua vez lançou um olhar assassino a Rony, que fez com que ele e Harry rissem ainda mais.


     -Eu só sei jogar quadribol- disse Gina, desanimada.


     -Pronto- disse Rony, como se resolvesse a questão.- Você joga bem. Treine um pouco em tente a sorte em alguns clubes. Se você quiser e posso te ajudar, fico de goleiro e você arremeça. Eu sou meio ruim, mas se você não se importa, da para ajudar. Se você estiver realmente mal, precisando de um adversário péssimo, eu recomendaria a Hermione...


      -Rony, eu sei que sou ruim, mas não humilhe, você está um doce comigo hoje.- disse Hermione, forçando um tom magoado.


      -Desculpe, minha querida e preciosa amiga, é só brincadeira-disse Rony, num tom falsamente doce, mas depois acrescentou, em um tom sério- Mas temos que admitir nossas fraquesas. Eu sou ruim na hora de estudar, você é ruim de quadribol, o Harry tem dificuldade para se manter vivo...


      Todos riram.


      -Você realmente está muito engraçadinho hoje, não?-comentou Harry.- Gina, se você quiser eu te ajudo, também.


     -Vá, suba, pegue as vassouras, vamos treinar- disse Rony.


     -Com essa chuva?- questionou Gina, sem crer.


     -Treinamento na chuva, e eu já estou molhado mesmo. Vai.- disse Rony, e Gina subiu.


    Os três ficaram em silêncio por alguns instantes, esperado a volta de Gina. Por fim, Harry perguntou algo sobre o qual estava intrigado desde o começo do dia. Virou-se para Rony:


    -Por que perguntou sobre McBrukken para King?- questionou.


    -Porque não é a primeira vez que ouvi esse sobrenome, e mesmo que não lembre exatamente onde vi, mas me lembro de não ser coisa boa. Quando tiver tempo, vou dar uma olhada nos livros da casa, tenho certeza que li em algum deles.- respondeu Rony, para a surpresa de Harry e em seguida perguntou- E você Mione, conhece?


    -Também me é familiar, mas não sei dizer.- disse Hermione- Mas e aí, o nome pode ser coisa ruim, mas a pessoa não. Quantas vezes já não vimos que não dá certo julgar alguém pelos parentes ou pelo sobrenome?


    -Não é só o nome, o próprio cara. Não sei, não é apenas o caso de eu não ter ido muito com a cara dele, mas não sei- Rony dizia tudo hesitante, embora num tom anormalmente sério. - Ele não me cheira bem.


    -Esquece isso- disse Harry por fim, mesmo tendo certeza  que suas palavras não produziram muito efeito.

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