Grifinória X Sonserina



Capítulo 2 – Grifinória X Sonserina


Os primeiros raios de sol adentravam o dormitório dos Marauders por pequenas frestas nas janelas, enquanto o relógio na cabeceira de Remus marcava exatamente 6:30 da manhã. Finalmente chegara a data da tão esperada partida entre Grifinória e Sonserina, que seria realizada as 11 horas em ponto, logo após o café da manhã.


James não conseguira dormir direito naquela noite. Das poucas horas de sono que tirara proveito, metade havia sido invadida por pesadelos,onde Malfoy voava atrás dele com uma tesoura gigante e Lily ria de tudo, abraçada a Snape, com as vestes da Sonserina.


Acordou agitado, com os cabelos (que, graças a Merlin ainda estavam lá) grudados na testa encharcada de suor. Após dar uma olhada no despertador de Lupin, levantou-se com enorme cautela para não acordar os outros Marauders, mas acabou tropeçando no malão que Sirius deixara aberto noite passada.


Um estrondo. Aquele pequeno tropeço bastou para gerar um caos matinal. James experimentou pela primeira vez voar sem uma vassoura, indo parar do outro lado do dormitório. Sirius caiu da cama, enrolado em lençóis e gritava, com todas as forças, que estava sendo atacado pela Lula Gigante. Remus levantou de repente e bateu a cabeça eu sua prateleira de livros, que ficava bem em cima de sua cama. Peter entrou debaixo do cobertor e emitia barulhinhos parecidos com soluços.


– Que idéia é essa de nos acordar assim, Potter? – ralhou Sirius, que finalmente se livrara dos lençóis.


– Bem feito, seu idiota. Quem mandou deixar esse malão no meio do caminho? – retrucou James, massageando a cabeça.


– Vocês não vão discutir às 6 da manhã de um Sábado, por favor. – pediu Lupin.


James foi ao banheiro lavar o rosto enquanto os outros começavam a se arrumar. Logo ouviu a voz de Sirius:


– É hoje, Prongs. Preparado?


Potter sentiu um enorme impulso, lhe mandando mentir, falar que estava preparado. Mas não adiantaria mentir, Padfoot o conhecia muito bem e com certeza perceberia.


Respirou fundo e disse:


– Acho que não, cara. Não sei se fiz bem ao apostar com Malfoy.


– Bom, ser querer se chato, mas... eu avisei. – falou Remus, vestindo uma camiseta com o emblema da Grifinória estampado no centro.


Sirius logo jogou o travesseiro no amigo.


– Deixa de ser mala, Moony! – riu. – Não se preocupe Prongs, estamos torcendo por você.


– É, e você é o apanhador mais rápido que eu conheço. – disse Pettigrew tentando animá-lo.


James deu um meio sorriso.


– Valeu, pessoal. – e vendo que não estava nem um pouco convincente, acrescentou – E vamos descer logo, estou morto de fome!


Já quase no buraco da Mulher Gorda, James ouviu uma voz familiar lhe chamar:


– Ei Potter!


Lily Evans e Marlene McKinnon vinham ao encontro dos Marauders. A ruiva parou bem de frente para James.


– Bom dia, meninos. Soube que apostou seu cabelo em um jogo de Quadribol, Potter... é verdade? – perguntou curiosa.


– Malfoy já espalhou a notícia?


– Nós o ouvimos comentar, não é Lene?


A garota ao lado assentiu, hipnotizada. Não parava de fitar Sirius com o canto do olho.


– Como faz uma aposta dessas? – ralhou uma Lily indignada .


– Eu falei pra ele. – disse Lupin.


– Por que você não ouve o Remus uma vez na vida?– disse a ruiva. – Bom, de qualquer maneira, boa sorte pra você.


As meninas deixaram o Salão Comunal.


A tensão era grande. A conversa com a garota abalara James ainda mais. Caminharam em silêncio. Com o intuito de descontrair o ambiente, Lupin perguntou:


– E aí, Padfoot, como vai a sua priminha?


A prima de Sirius, Nymphadora Tonks, havia acabado de completar cinco anos. Durante as férias, o garoto Black levara os amigos a sua festa de aniversário e desde então Remus vivia perguntando da garota, sempre dizendo que achava metamorfamagos formidáveis e Nymphadora um tanto quanto "engraçadinha".


– Qual é Moony, só porque ela te achou bonito não significa que você tenha que ficar perguntando dela toda hora! – disse Sirius, divertindo-se ao ver a cara do amigo.


– Por Merlin, Sirius, ela é só uma criança! – falou Remus constrangido. Não estava acostumado a ser notado, nem que fosse por uma garotinha de 5 anos


Sentaram-se à mesa da Grifinória. James olhou em volta. O clima parecia de descontração nas quatro mesas, todos muito animados com o início da temporada de Quadribol. A mesa da Sonserina estava em festa. Lucius Malfoy ao centro, discursando e sendo muito aplaudido pelos colegas de casa. Snape era o único sonserino que não participava da agitação. Absorto em pensamentos, mantinha o longo nariz a menos de cinco centímetros de um livro gasto, de vez em quando olhando de esguelha para uma certa ruiva sentada à mesa da Grifinória. Aquilo deixou Potter com mais raiva; será que o seboso ainda não desistira de Lily?


A voz de Lupin o despertou de seus devaneios.


– Vamos lá Prongs, tem que comer alguma coisa!


James percebeu que o amigo parecia preocupado.


– Cara, o que é que você tem? – perguntou Sirius, com a boca cheia de bacon. – Tá até meio verde.


– Eu... e-eu…


– Você…?


– Não posso mais fazer isso! Vou cancelar a aposta. – disse James, já se levantando.


– Não vai mesmo! – exclamou Sirius puxando-o de volta.


– Você não entende, não posso perder meu cabelo. Lily nunca mais olharia na minha cara!


– Você não vai perder. E sabe por quê? Porque você é um Marauder, cara. – disse Sirius, muito sério.


Potter relaxou. As palavras do amigo lhe deram a confiança que precisava para entrar com tudo na partida.


Já no vestiário, James (agora mais confiante) dava as últimas instruções para a equipe da Grifinória.


– … então vamos entrar com a formação de ataque Cabeça de Falcão*, só mudem se eu der o sinal. Ah, e Sloper, mire quantos balaços puder em Malfoy, hoje ele cai da vassoura. Boa sorte pessoal!


Todos aplaudiram. Bryan Smith, principal artilheiro do time, deu palmadinhas leves no ombro de James.


– Arrase com eles, Capitão.


O dia estava ensolarado, mas não muito quente, perfeito para se jogar o esporte favorito dos bruxos.


– Quero um jogo limpo, sem muitas faltas. – alertou Madame Hooch. – Capitães, apertem as mãos.


James se aproximou de Malfoy, que, apertando-lhe a mão, disse baixinho:


– Espero que esteja preparado para perder para mim, Potter.


– Não tão preparado quanto para lhe dar uma surra novamente, Malfoy.


– Montem nas vassoras e levantem vôo. – ordenou a professora.


Todos os jogadores levantaram mais ou menos 8 metros do chão. James avistou, do outro lado do campo Sirius, Remus e Peter acenando para ele e, a alguns metros de distância, Lily, junto com Marlene e Alice. Madame Hooch soltou o pomo de ouro, que logo sumiu de vista.


– Quando eu apitar. 1… 2… priiiiii!


A goles foi lançada. Potter pôde ouvir a voz de seu amigo, Frank Longbottom começando a narrar partida.


"Finalmente, meus caros ouvintes, começa a disputa pela taça de Quadribol com Grifinória e Sonserina!"


A platéia gritava.


"Do meu lado direito, temos a equipe da Grifinória com Wood, Sloper, Robins, Smith, Bell, Coote e… POTTER!"


A torcida vermelho-dourado fez barulho.


"Agora, do meu lado esquerdo, temos a equipe da Sonserina com Nott, Daves, Lestrange, Zabini, Black, Rowle e Malfoy!"


A torcida verde-prata fez barulho.


James subiu o máximo que pode, procurando pelo pomo. Viu que sua equipe estava com a posse da goles.


"E segue Smith com a goles, passa para Bell, que devolve por baixo para Smith e… PONTO PARA A GRIFINÓRIA."


O garoto não conseguia avistar o pomo e, pelo visto, Malfoy também não tivera muita sorte.


"Olha só Smith novamente em posse da goles, desvia de um balaço mandado com força por Zabini e… PONTO PARA A GRIFINÓRIA."


A Grifinória estava 20 pontos na frente. Com o canto do olho, James viu algo brilhante voando. O pomo! Rapidamente virou sua Comet e saiu em disparada atrás da bolinha dourada, que mudava constantemente de percurso, tentando confundi-lo. Estava perto, estava muito perto. James esticou a mão para agarrá-lo, seus dedos a milímetros do pomo.


De repente sentiu um forte baque na cauda de sua vassoura que o fez desequilibrar. Assim que montou novamente a vassoura e olhou para frente, sentiu o mundo desabar.


Malfoy pegara o pomo enquanto ele remontava sua Comet.


"Espetacular, tenho que dizer. Um balaço realmente espetacular de Regulus Black desequilibrou Potter, dando a chance a Malfoy fazer a captura. Sonserina vence por 150 a 20." – narrou Longbottom desanimado.


A torcida da Sonserina gritava. Malfoy sorria exibindo o pomo, que refletia a luz do sol. Regulus Black, irmão de Sirius, passou por James rindo e disse:


– Gostou do meu balaço, careca?


Foi então que o garoto se lembrou o motivo de tanta frustação. Perdera o jogo e, consequentemente perdera seu… cabelo.


*Formação de Ataque Cabeça-de-Falcão:


Os artilheiros formam um V e voam juntos em direção às balizas. Esta formação intimida fortemente o time adversário e força os outros jogadores a se afastarem para os lados.


(tirado de Quadribol Através dos Séculos)


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E aí, gostaram do segundo capítulo?


Não se esqueçam de comentar!


O próximo capítulo (provavelmente último) será postado em breve... :D

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