A menta e a orquídea



- George? – indagou a ruiva, reparando no semblante do irmão em frente a alguns avisos rotineiros naquele corredor do quarto andar, seu coração bombeou mais forte.

- Ah, oi Gina – ele respondeu virando-se sorridente.  A barba maior que dá última vez que a garota o vira.

Ela se aproximou de vagar, e ele continuou encarando a menina como se a coisa mais natural em um sábado de outono como aquele, fosse ele estar ali, em Hogwarts.

- George – soletrou com um pouco de retardo -, desculpe, mas, o que você está fazendo aqui?

- Hum... Gina – começou George – foi bom inclusive topar com você, eu precisava conversar.

- Como assim topar comigo, eu estudo aqui – alegou sorrindo. – Você é quem está no lugar errado.

- Certo maninha... – colocou a mão sobre o ombro da ruiva e a forçou caminhar ao seu lado. – Você tem razão, eu vim aqui por que precisava conversar com você.

- Mesmo? – indagou contrariada.

- Mesmo – confirmou George, sem encarar a irmã. – Podemos dar uma volta?

- Acho que já começamos a fazer isso – disse sorrindo mais. Aquilo definitivamente era estranho, mas bom. George mal saia do quarto, muito menos de casa desde o fim da guerra.

A garota não conseguia conter uma pequena felicidade brotando em seu peito.

- Eu vou voltar a tomar conta da loja e dos... dos meus negócios – informou, ainda sem encarar a menina. – O que acha disso?

- Hum... Eu acho muito bom George, muito bom mesmo – disse alterando a voz. O tom da felicidade alteando.

- Ok...

Três alunos do primeiro ano passaram por eles, correndo um atrás do outro.

- Eu acho mais que bom na verdade – ela continuou e o rapaz a encarou finalmente, parando de caminhar. – Aquela loja era seu sonho, não pode deixar que tudo morra.

Seus olhos esbanjaram tristeza.

- O sonho morreu junto com Fred – ele alegou.

O coração da garota apertou instantaneamente.

- Tenho certeza que você não veio aqui para me dizer isso – rebateu após alguns segundos. Ele desviou o olhar. – Acredito sim George, que uma parte do sonho tenha morrido junto com Fred, mas a outra parte continua viva, em você. Em nós, que guardamos Fred aqui dentro – ela colocou a mão sobre o peito.

Ele suspirou forte, abaixando um pouco a cabeça.

- De todos nós George, eu talvez tenha sido a que conheceu melhor você e ele. Eu realmente aprendi muitas coisas com vocês, e eu sei que se você tivesse ido ao invés dele, ele ficaria sim, completamente arrasado, mas nunca se entregaria dessa forma.

- Eu...

- Você ficou distante do mundo o tempo necessário, eu entendo isso, mas também entendo que você precisa continuar vivendo... Eu sinto muito a sua falta! – ela o abraçou forte, desabafando em fim, tudo o que sentira e sentia relacionado aos dois irmãos.

- Me desculpe Gina – disse baixinho, enquanto apertava mais a irmã. – Desculpe por tudo.

- Você não precisa se desculpar.

Ficaram ali no meio do corredor por algum tempo. Ouviam a movimentação de algumas pessoas passando para cima e para baixo, e ainda permaneciam ali.

Eles se afastaram um pouco, e Gina se deparou com uma figura conhecida caminhando na direção deles.

- Oi – disse Melissa. Carregava um malote de pergaminhos.

- Oi – cumprimentou Gina de volta.

Ela parou de chofre na frente dos dois.

George a encarou curioso.

- Ah... – indagou Gina, parecia um pouco confusa – ah... Professora... esse é meu irmão, George.

Ela sorriu logo para ele, o ruivo não estendeu a mão para cumprimenta-la devido ao monte de pergaminhos.

- Prazer – disse ele.

- Está visitando a escola? – perguntou Melissa, a voz curiosa.

- Sim, precisava conversar com a minha irmã – pontuou enquanto colocava uma das mãos sobre o ombro de Gina, e olhava ao redor como alguém nostálgico. – E relembrar alguns tempos talvez – terminou esbanjando um sorriso amarelo.

- Certo... Bom, espero que aproveite a visita – desejou ainda sorrindo, e voltando a caminhar na direção oposta do corredor. – Preciso ir... Até mais Gina.

Eles ficaram observando ela desaparecer no fundo, através das escadas.

- Ela é professora de que? – indagou o ruivo.

- Transfiguração.

- Hum... E é uma boa substituta da Professora McGonagall?

- Ah... sim...

- É estranho imaginar a velha McGonagall Diretora.

A garota encarou o irmão.

- Imagino que sim – ela concordou.

Eles continuaram se fitando por alguns segundos.

- Quem te mandou vir aqui? – perguntou a ruiva.

O garoto fingiu uma expressão de espanto.

- Eu sei que alguém lhe pediu George – insistiu a ruiva, sem pestanejar.

Ele suspirou.

- Ah... Já faz um mês e meio que vocês voltaram às aulas e... hum... desde então Rony me escreveu três vez...

- Rony lhe escreveu três vezes?! – ela exclamou quase não lhe dando tempo de responder.
- Gina, calma...

- O que ele disse? – indagou com as bochechas vermelhas.

- Gina – pronunciou enquanto colocava as mãos sobre os ombros da irmã. – Você precisa me escutar – terminou colocando a garota sentada sobre um banco que despojava no canto da parede, sentando-se em seguida.

Ela recostou-se contrariada.

- Eu não posso permitir que seus estudos, que sua vida seja prejudicada por minha causa, por falta do meu bom senso... Todos se recuperaram um pouco... De alguma forma... Exceto eu.

- Do que você está falando George...? – indagou Gina com uma expressão pouco interessada. – Eu entendo você, mesmo.

Ele a abraçou, algo transpirava de si. Algo como um medo transparente.

- Como você disse – ele continuou-, você foi a que nos conheceu melhor, ele não estaria como eu. Ele prosseguiria Gina.

Os olhos da garota se encheram instantaneamente de lágrimas.

O abraçou novamente.

- Tudo bem se eu voltar a tomar conta da loja? – indagou ele, baixinho.

Ela balançou afirmativamente a cabeça.



- Por que você pediu ao Rony que escrevesse ao George? – perguntou pela quinta vez aquela noite à Hermione. O tom bravo já nem era tão perceptivo.

A morena, que lia um livro extremamente grosso na cama ao lado encarou finalmente a amiga.

- E por que você insiste nisso? – indagou a garota. – Eu não entendo por que eu teria algo a ver com o seu irmão vir aqui ter uma conversa com você.

- Hermione, ele não sai do quarto à quase quatro meses – alegou a ruiva revirando os olhos.
A morena sentou-se abruptamente na cama deixando o livro de lado.

- Tudo bem, eu posso ter comentado com Rony sobre o seu estado, mas não tenho culpa que ele tenha escrito ao George diversas vezes sobr...

- Sobre o meu estado? – completou Gina, também se alterando e também sentando-se na cama. – E desde quando você sabe alguma coisa sobre isso?

- Eu...

- Eu não acredito! – continuou a ruiva.

- Gina! – exclamou Hermione. – Eu só estou realmente preocupada com você, não queria te chatear...

- Eu já disse que estou bem!

- E eu não consigo mais acreditar – confessou quase sussurrando. – Eu pedi para você conversar comigo Gina...

- Exatamente – concordou a ruiva, também em tom mais baixo – e por isso mesmo você não deveria julgar que estou com algum problema Hermione, somos amigas! – terminou balançando as mãos desesperada.

A morena suspirou.

- Eu te conheço... – começou novamente Hermione.

Gina, contrariada, voltou a se deitar.

- Isso parece a droga de um circulo, quando penso que você vai parar, começa tudo de novo – disse a ruiva, insatisfeita.

- Se você conversasse comigo, ajudaria. – Hermione também deitou-se novamente. O ar preocupado.

- Eu só não entendo por que escrever à George...

- Você está reclamando? – indagou a morena. – Se Rony não tivesse escrito ele ainda estaria enfurnado naquele quarto! Pensei que você quisesse vê-lo voltar a viver.

- É claro que eu quero Hermione! – protestou Gina, enquanto encarava a amiga. – E ao menos isso foi bom... Ele parece estar mesmo disposto a se recuperar – suspirou – finalmente, mesmo que pelos motivos errados.

- Como assim pelos motivos errados? – perguntou Hermione, também encarando a amiga.

- Oras... se eu não estou bem, assim como você diz, não é por George – alegou –, não somente.

- E pelo o que mais é?

A ruiva riu um pouco alto.

- Você acha mesmo que eu não estou bem não é Hermione?

- Tenho certeza.

Silêncio.

A morena voltara a ler o livro, e Gina começou a tentar pegar no sono. Estava difícil.

- Herms... obrigada por se preocupar... Mas não estou fazendo nada de errado... Assisto as aulas, faço meus deveres, faço minhas refeições, e até comecei a treinar Quadribol com o time da Grifinória...

- Sim, você faz tudo isso, mas você não está como antes. Está agindo com meio entusiasmo em tudo... Harry também reparou Gina, só prefere não comentar... Não se parece com a Gina que conheci!

- E você não acha normal que seja assim Hermione?

- Não! – respondeu em tom indignado à amiga, alteando a voz. – Nós vencemos essa guerra, finalmente Voldemort se foi, para sempre! Metade da escola não tinha que estar em parte, de luto ainda!

- Não tinha? – Gina também alteou a voz. – Metade da escola precisa estar de luto ainda. É assim que as coisas acontecem. Não vai ser assim para sempre, eles só precisam do seu tempo.

Hermione suspirou, agora, ela contrariada.

- Está bem Gina – concordou fechando o livro. – Vamos dormir.

- Eu entendo que você esteja brava... Nós vencemos, como disse. O que não vê, é que o nosso sentimento até hoje, tem sido de vitória sim, alívio, felicidade por quem está vivo, e por quem vai nascer em um mundo melhor... Mas é difícil botar para fora a comemoração... Uma vez que todos perdemos pessoas extremamente queridas.

- Ah... – Hermione ia começar a protestar novamente.

- Até o fim do ano, tudo vai melhorar, mais ainda... Você vai ver – alegou Gina. – Acho só que está um pouco ansiosa, pois você esteve lá fora... O combatendo de frente, não esteve trancafiada aqui dentro... sem poder fazer nada, vendo seus amigos sendo torturados... Ouvindo sobre mortes e desaparecimentos. Achando a cada notícia, que o menino que sobreviveu, nossa única esperança, estava morto – impôs com autoridade. – Como eu disse, você não percebe, mas tudo está maravilhosamente bem na medida do possível.

A morena suspirou...

- Ok, talvez você tenha razão...





A mulher permanecia sentada no amplo banco de fronte ao jardim da escola. A vista era impressionante.

Já fazia dois meses que estava lecionando em Hogwarts, mas ainda não deixava de se impressionar com a beleza daquele lugar.

Conseguia divisar a orla da Floresta Proibida, magnifica por sua áurea misteriosa, o lago, que reluzia aos raios de sol, o jardim em si, bem cuidado.

- Olá... – ela ouviu uma voz grave.

Era Harry.

- Ah... Sr Potter – disse surpresa. – Sente-se – convidou instintivamente.

O garoto sorriu, em uma reação de igual instinto sentou-se ao lado da nova professora de Transfiguração.

Ficaram em silêncio por alguns segundos.

- Está tudo bem? – perguntou Harry, parecia querer quebrar o silêncio incomodo tanto quanto Melissa.

- Sim, sim...

- Hum...

- Só estou... Admirando um pouco os terrenos da escola... – começou um pouco insegura. – Pensando talvez, no que eu poderia ter vivido caso tivesse estudado aqui...

- Certo... – indagou o moreno. – Ah... a Sra estudou em que escola?

- Beuxbatoons.

Ele pareceu surpreso.

- Impressionante... A Sra não tem nenhum sotaque.

- Eu sou Inglesa... Tive de estudar lá pois meus pais se mudaram e fui morar com meus tios...

- Ah, entendo...

- Preferi voltar, uma vez que terminei os estudos... Mas, agora que estou lecionando aqui, é impossível não imaginar como teria sido...

- Não acho muito bom ficar pensando no que não viveu... – o garoto alegou levantando-se. – Eu passei muito por isso...

A mulher sorriu um pouco.

- É, acredito que não seja bom...

- Estou indo visitar um amigo querido – disse apontando para a cabana adiante. – Hagrid...

- O professor Hagrid? – ela comentou. – Ele me disse outro dia que vocês eram bem amigos.

- Sim somos... Como eu fui criado por trouxas... Não sabia de nada do mundo bruxo... Hagrid foi me auxiliar quando eu recebi a carta, criamos uma forte amizade imediatamente – concluiu sorrindo.

Melissa também sorriu.

- Ele parece uma ótima pessoa.

- Sim, ele é – disse começando a se distanciar. – Até mais Professora.

- Certo... Até mais Sr Potter.

A mulher ficou observando o garoto se afastar.

- Posso me sentar? – perguntou a menina ruiva enquanto a mulher dava um salto ligeiramente assustado do banco.

- Gina, você quer me matar do coração? – indagou enquanto encarava a menina.

A ruiva sentou-se rindo um pouco.

- Desculpe...

Também ficaram em silêncio por algum tempo.

- O que estava conversando com Harry? – Alguma coisa em seu tom incomodou Melissa.

- Ah, nada de mais... Por quê?

- Eu só fiquei curiosa.

- Estava o vigiando? – indagou em meio a um sorriso provocativo.

- Claro que não! – protestou a ruiva.

- Me vigiando? – deixou escapar.

A ruiva enrubesceu.

- Muito menos – tentou defender-se.

Silêncio.

- Então, o que faz aqui? – indagou a professora.

- Estou dando uma volta – respondeu simples.

- Hum...

Mais silêncio.

- Ah... não temos nos falado muito desde o início das aulas – começou Gina. – Eu gostaria de me certificar que está tudo bem entre a gente.

Melissa a encarou. Um pouco de surpresa emanava de seus olhos.

- Claro que está tudo bem – respondeu a professora. – Por que não estaria...?

- Hm... – Gina ponderou um pouco. – Acho que depois... ah... depois do que aconteceu... naquelas férias...  Com você dando aulas aqui... ah... talvez as coisas possam ficar meio estranhas.

- O que você sugere com estranhas? – perguntou Melissa em meio a um sorriso.

- Você está achando graça disso? – indagou a ruiva, o rosto enrubescendo.

- Não exatamente – respondeu recostando-se mais no banco. – Estou achando graça das suas palavras.

- O que tem as minhas palavras? – Parecia indignada.

Melissa suspirou.

- Gina, não quero tornar isso mais difícil do que já está sendo ok?

A garota permaneceu quieta.

- Não me importo de ser sua professora, posso deixar para lá o que aconteceu entre a gente, e apenas ter a sua companhia como aluna – disse Melissa, de uma vez. – Acho que podemos fazer isso.

- Ah... ok – concordou Gina.

Permaneceram caladas, observando alguns garotos do primeiro ano correndo pela margem do lago.

- Eu gostaria de ser sua amiga – informou Gina.

Melissa a fitou, mais uma vez, surpresa.

- Você acha isso possível? – indagou a professora.

- Não sei... Hagrid é nosso amigo... ele é um professor – continuou seu raciocínio. – Se é possível com ele, talvez seja possível com você, afinal, já te conhecia, assim como já conhecia o Hagrid.

Melissa sorriu.

- Certo – concordou a mulher. – Vamos tentar então.

Gina levantou-se sorrindo também.

- Está me achando ingênua? – indagou mais uma vez a ruiva.

- Ah... não... não é isso.

- Bom, acho que é melhor não saber o que é – terminou se afastando um pouco.

Melissa fechou os olhos, sentindo a brisa morna tocar seu rosto.

- Você virá ao jogo de Quadribol essa tarde? – perguntara Gina.

Melissa abriu vagarosamente os olhos. A menina permanecia no mesmo lugar.

- É hoje?

- Sim, hoje é o primeiro sábado de novembro... – respondeu rapidamente a ruiva. – Então sim, é hoje.

- Está preparada? – indagou a professora.

- Estou – respondeu segura. – Derrotar a Lufa-lufa vai ser moleza – terminou sorrindo.

- Estarei lá para ver a sua grande vitória então... – afirmou. – Ainda está como artilheira, não é?

- Sim – disse olhando à sua volta. – Harry ainda é o capitão do time, e um ótimo apanhador.

- Eu vi um treino de vocês – confessou Melissa.

- Eu sei que viu – informou Gina.

Agora Melissa enrubescera.

- Se vencermos haverá uma comemoração na torre... Você quer vir?

- Ah... – Melissa mais uma vez surpreendera-se, agora com o pedido. – Não sei se é apropriado... você sabe, professores participarem de comemorações de alunos...

- Não tem nada de mais – disse logo Gina. - Pare de ser careta, você não era assim – terminou sorrindo.

- É um pouco diferente agora...

- Não me decepciona – decretou Gina, enquanto se retirava.


 


 


O jogo fora simplesmente espetacular.

Uma das artilheiras da Grifinória precisara ser retirada de campo com poucos minutos de partida e isso beneficiara muito os Lufanos.

A Grifinória estava perdendo por uma diferença de noventa pontos após quase três horas de jogo, quando Harry pegara o pomo de ouro.


- Você conseguiu pegar a capa com o Harry? – indagou a ruiva para a melhor amiga quando a mesma a chamara para o dormitório feminino do sétimo ano.

- Sim – respondera já entregando-lhe o tecido. – Não vai mesmo me falar para que é? – insistiu Hermione enquanto a garota colocava a capa dentro do bolso das vestes.

- É só uma precaução – respondeu.

- Precaução de que? – perguntou mais uma vez.  – Não devia ter feito isso, ah, não devia t...

- Cala a boca Hermione – a cortou Gina enquanto encarava a porta entre aberta do dormitório. – Eu juro que não é nada demais.

- Você vai me contar depois?

- Hm... – gemeu baixinho.

- Você me prometeu que ia contar, foi o acordo – lembrou Hermione. – Eu nunca mais vou confiar em você Gina.

- Tudo bem, eu vou contar! – prometeu a garota, mais uma vez, enquanto se dirigia à porta.

- Você não vai trocar de roupa?

- Não tenho tempo, todos já estão lá embaixo comemorando – informou olhando pela fresta da porta. – Vamos!


 


Já se passava das duas da manhã, e a maioria dos alunos já tinham ido se deitar.

Alguns poucos boêmios continuavam tomando cerveja amanteigada e whisky de fogo em meio a calorosas conversas próximos a lareira.

- Acho melhor ir – avisou Melissa. – Eu provavelmente não deveria estar aqui... Imagina as três da manhã...

Rony a encarou sorridente.

- Puxa professora, até a Hermione já se esquecera da hora... – disse encarando a namorada que tomava alegremente sua cerveja amanteigada.

Todos a encararam.

- O que? – Hermione fitara Rony. – Obrigada por me lembrar Ronald, é melhor irmos nos deitar mesmo, não acha Gina?- disse pegando a amiga pelo braço.

- Ah...

- É mesmo, está tarde – completou Harry. – Mas acho que a Sra não terá problemas com isso – informou o garoto à Melissa.

- Espero que não... – disse a professora.

- Você pode ir à minha frente Hermione? – pediu Gina.

- Ah... tudo bem – concordou já se retirando. A expressão contrariada.

- Vamos? – indagou Harry à Rony.

- Ah, é uma pena, foi ótimo conversar com você professora, até mais – despediu-se Rony.
Junto com eles mais alguns garotos subiram.

Apenas  Serafim e Jake, dois garotos do sexto ano permaneceram na sala comunal. Ambos absortos em conversas sobre Quadribol e garotas.

Gina sentou-se em uma pequena mesinha próxima à lareira. Bebera um gole de seu whisky e permanecera encarando Melissa, que estava recostada no sofá.

- O que foi? – indagou a mulher.

- Sente-se aqui – pediu a ruiva.

- Eu preciso realmente ir – lembrou à menina enquanto se sentava, também bebericou seu whisky.

- Sabe, as festas eram um pouco mais animadas antigamente – comentou Gina quando observou os dois rapazes restantes se retirarem.

- Bom jogo Gina! – Jake se despediu já subindo os degraus.

A garota sorrira.

- Foi bom mesmo – lembrou a professora.

Silêncio.

- Obrigada por vir – agradeceu Gina.

- Eu não tive coragem de perguntar a McGonagall se era permitido...

- Não esquenta com isso – pediu mais uma vez. – Se não for permitido, ela não vai saber.

- E se aquele zelador e sua gata me virem saindo daqui...? – perguntou. – Você não tem como afirmar que ela não vai saber... Algum aluno pode comentar...

- Onde está o seu espírito aventureiro? – indagou a ruiva, divertida. – Não se preocupe... Ninguém vai comentar, e quanto a te verem... – Gina retirara do bolso a capa.

- O qu...?

- É uma capa de invisibilidade – informou entregando para a professora.

- Nossa, ela é tão... diferen...

Gina a cortou colocando um de seus dedos em sua boca, em um sinal de silêncio.

- Eu senti sua falta – desabafou.

A professora suspirou forte enquanto retirava a mão de Gina de perto de seus lábios.

Mais silêncio. Permaneceram se encarando.

- Eu também senti a sua falta – admitiu em seguida.

- Me desculpe por estar tão distante, eu só... não sei como reagir a isso – informou a ruiva. – Inclusive hoje! Tinha prometido a mim mesma que não ficaria distante de você nessa festa...

- Eu entendo... – disse sincera.

- Com tudo o que aconteceu... rever você foi realmente bom, mas... eu não sei... Eu realmente quero ser sua amiga... mas...

- Você não teve um caso com o Hagrid por exemplo – terminou sorrindo Melissa.

- É... – concordou rindo baixinho. – A nossa situação é totalmente diferente – continuou Gina aproximando-se mais. – Aquilo que tivemos... você foi a primeira pessoa que eu realmente quis e que me correspondeu. Me marcou demais.

- Eu sei...

- Eu quero te beijar...

- Ah...

- E eu sei que se eu fizer isso... vou querer te beijar sempre que te olhar... E isso é meio...

- É meio impossível – completou Melissa.

Mais silêncio.

- Eu fiquei na dúvida sobre esse emprego – admitiu Melissa. – Justamente por que sabia que precisaria te ver sempre, e na situação em que estaríamos, não sabia como seria...

- Você precisava desse emprego.

- Eu sabia que você estava com o Harry, e isso me deixou um pouco menos desconfortável para aceitar... mas hoje... é o que me deixa mais desconfortável com relação ao que sinto...

- Não fale nele – pediu Gina.

- Certo .

Gina levantou-se. Melissa também.

- Eu vou indo – avisou se afastando.

Gina a acompanhou até o buraco do retrato.

Antes de abri-lo Melissa colocara a capa.

Quando dera um passo a frente Gina segurou seu braço.

- Espera... – pediu entrando embaixo da capa também.

Ali era quente. As duas respiravam rápido.

- Eu preciso sentir mais uma vez... a orquídea... – disse a ruiva aproximando-se do pescoço da outra e respirando forte seu perfume. – Ainda está aqui, intacto... – murmurou em seu ouvido.

Melissa apenas a abraçou, sentindo os cabelos sedosos da menina.

- Preciso sentir a menta... – murmurou mais, correndo seus lábios até os de Melissa. Selando um beijo calmo e torturante.

Em seguida saiu de baixo da capa.

Melissa permanecera ali por alguns segundos.

Fora o tempo de Gina caminhar até as escadas, ainda olhando em direção à saída.

Quando a menina desaparecera pelos degraus, Melissa girou o retrato e se encaminhara a seus aposentos.


 


 


__________________________________________


 


N/A: Bom, eu sei que demorei séculos, e não tenho nenhuma moral... Só o que eu tenho a dizer é desculpem!
Andei meio sem ânimo para escrever além de não ter tempo por causa do trabalho e curso. De qualquer maneira agora eu vou tentar ter mais empenho.
Mas, tá aí o quarto capítulo, espero que gostem, se alguém ler né rsrs, depois de todo esse tempo sei que tem pessoas que realmente já desistiram. 














 


 


 

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Comentários (4)

  • elen amanda

    atualizaaaaa a fic esta muito boa :)

    2013-01-30
  • Van au début de sa vie

    A Hermione é chata assim mesmo nos livros! kkkkkE não vou demorar mais 4 meses, eu estou em um bom ritmo xD 

    2012-11-20
  • MiSyroff

    Aleluia irmãos! O milagre aconteceu! ashauhsuahsuhaushauhsAi Flor, mesmo ficando muito tempo sem escrever você não perdeu seu dom. E tinha esquecido o quanto a relação das duas era envolvente. Sério, não tem como não tocer pelas duas, querer elas juntas...E claro, falar pra Hermione parar de ser tão metida! Ahhhh, mesmo que tenha sido bom, ela é chata viu. A sua e a de Sweet Friend.Esperando que não demore mais 4 meses pra postar ;) Mas vou fazer você escrever ^^=* 

    2012-11-20
  • Hufflepuffs Bitch

    George voltou! Uhul! Eita, agora vai ferrar tudo, porque as duas vão querer ficar juntas e não vai dar... vish!Mas eu sei que vc vai dar um jeito de deixá-las juntas (e espero que não demore muito, hum). 

    2012-11-20
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