Correio matinal



Capítulo 2: Correio matinal


 


 


Os três ruivos estavam sentados à mesa da cozinha. Hermione servia comida a Hugo, pois se deixasse que ele o fizesse, o chão da cozinha teria mais comida do que seu prato. Ele sempre deixava as coisas caírem no chão.


 


Ela se sentou ao lado do marido, que lia o Profeta Diário. Ele lia a parte esportiva, em especial dos jogos do Chudley Cannons, o time para qual sempre torceu. Hugo e Rose também gostavam de quadribol e torciam para o mesmo time que o pai. Rose sabia jogar desde os cinco anos, mas Hugo tinha medo de altura e só sabia as regras e lances na teoria. Ron ficou um pouco decepcionado pelo filho ter medo em voar, pois na verdade ele sempre sonhara que Hugo seria um ótimo jogador de quadribol e que entrasse para o time da escola, quando fosse para Hogwarts. Ele ficou um pouco espantado em saber que Hugo jogara futebol na escola, e pelo que viram em alguns jogos, ele era um bom artilheiro do time.


 


Rose jogava bem quadribol. Ela e os primos, sempre jogavam nas férias, quando passavam o dia na Toca. Eles haviam jogado no dia anterior, quando estiveram lá. Fizeram os times de sempre. Num deles, Rose e Albus artilheiros, Teddy como apanhador, Dominique a goleira e Lucy a batedora. No outro time, ficavam Molly e Victorie como as artilheiras, James apanhador, Louis batedor e Fred o goleiro. Há pouco tempo, Lily e Roxanne tomaram coragem e entraram para as partidas. Cada uma ficando como artilheira de um dos times.


 


Os pais dos jogadores estavam tão felizes e animados com o desempenho das crianças, que mandaram fazer dois uniformes para os times. Um era o time Weasley roxo e o outro Weasley vermelho. Cada um tinha o nome de uma das crianças bordado, além de um número, por ordem de nascimento. Rose era do time Weasley de cor roxa e seu número era o "07". Teddy não era da família, mas era tratado como tal. Ele era o time de Rose, e tinha o número "01" em seu uniforme, por ser o mais velho das crianças.


 


Os adultos e Hugo ficavam assistindo e comemorando os gols e lances, sentados na grama. A senhora Weasley sempre lhes preparava um lanche e todos acabavam fazendo um grande piquenique ali mesmo, depois que o jogo acabava.


 


- Papai, você vai trabalhar hoje? - Perguntou Hugo, enquanto comia sua torrada.


 


- Vou sim. - Disse Ron, virando a página do jornal.


 


Mesmo que as crianças estivessem de férias, e ela própria, Ron e os aurores estavam indo todos os dias para o Ministério, durante aquelas últimas semanas.


 


- Quando você vai ter férias? - O menino perguntou.


 


- A partir de sexta-feira. - Disse Ron baixando o jornal.  Parecia um pouco irritado. Talvez fosse pelas perdas nos jogos que o Chudley Cannons enfrentara nos últimos tempos.


 


- Vai levar um tempão ainda! - Exasperou-se Hugo.


 


- Hugo, amanhã já é terça-feira. - Disse Rose calmamente ao irmão. - Sem drama...


 


- Mas logo vai começar as aulas! - Hugo disse alarmado. - E nem fizemos nada legal nas férias!


 


Era verdade. Três semanas de férias e só tinham ido a Toca e a casa de Harry e Gina. Hugo queria muito ir a um jogo dos Chudley Cannons que seria na semana que seguinte, dar força ao time que passava por mais uma temporada de perdas.  Ron lhe dissera que se até lá estivesse de férias, o levaria. O menino estava ansioso para passar mais tempo com o pai, pois logo voltaria para a escola trouxa que ele frequentava. Rose havia se formado na escola primária em junho e agora aguardava para ir para Hogwarts.


 


- Podemos fazer um passeio. - Sugeriu Hermione, tentando alegrar o filho. - O que você acha Hugo?


 


- É... pode ser. - Disse o menino trsitonho, voltando sua atenção ao café da manhã.


 


- Nós vamos ao jogo, Hugo. - Disse Ron olhando para o filho. - Não se preocupe.


 


- Tá bom, então. - Falou o filho, parecendo um pouco mais feliz.


 


- Mãe, o correio chegou. - Avisou Rose, quando viu uma coruja entrando pela janela da cozinha, que estava aberta.


 


A ave pousou sobre um dos armários. Hermione se levantou e foi pegar a carta. Quando ela retirou a correspondência da perna da coruja, seu coração deu uma pequena guinada, ao reconhecer o envelope. Viu que a coruja já partira, saindo pela mesma janela pela qual entrou.


 


- Pra quem é a carta mãe? - Perguntou Rose.


 


Ela virou-se para filha com lágrimas nos olhos. Sempre que pensava em como seria esse momento, não imaginava que choraria.


 


- É pra você. - Respondeu tentando conter as lágrimas.


 


- Pra mim? - Perguntou a menina parecendo confusa. - De quem?


 


- Hogwarts. - Disse simplesmente, olhando para a filha.


 


Rose arregalou os olhos e Hermione lhe entregou a carta. Ela se sentou no lugar que antes ocupava, ao lado de Ron. O marido parecia atônito, enquanto Hugo, curioso.


 


A menina abriu a carta rapidamente e seus olhos percorreram o papel.


 


- É minha carta de Hogwarts! - Disse a ruiva depois de ler. - Nem acredito!


 


Ela sorria feliz.


 


- Meus parabéns filha! - Disse Hermione se levantando e abraçando a menina.


 


Anos e anos imaginando o dia que isso iria ocorrer. Antes parecia que levaria muitos anos ainda, mas onze anos se passaram muito rápido. Hermione estava realmente muito orgulhosa e feliz pela filha. Rose crescera ouvindo sobre Hogwarts e há um bom tempo, ficava contando quanto tempo levaria para finalmente ir para lá, conhecer o lugar que seus pais estudaram e viveram tantas coisas, as quais ela sempre ouviu muitas histórias.


 


Ela se virou para Ron, após o abraço. O marido estava estranho, parecia não estar prestando atenção no que estava acontecendo.


 


- Papai? - Chamou Rose. - Você não está feliz?


 


- Estou... claro que estou. - Disse ele virando-se para a menina.


 


Rose foi até ele e o abraçou, dando um beijo no rosto dele em seguida.


 


- Parabéns. - Disse ele parecendo infeliz, mas tentando disfarçar. Hermione o conhecia tempo demais para saber que havia algo de errado. Rose estava tão feliz, que não percebeu que o pai não estava compartilhando dessa alegria.


 


- Obrigada, pai. - Falou Rose sorrindo.


 


Ela foi até Hugo e o abraçou.


 


- Ei! Me larga! - Disse o menino, tentando se desvencilhar da irmã. Ela ainda o beijou, e o menino fez uma careta.


 


- Estou feliz! - Falou Rose, quando soltou o irmão. - Vou para Hogwarts!


 


Hugo limpava o lugar que a irmã o beijara no rosto, com as costas da mão.


 


- Vou escrever para o Albus, pra saber se a carta dele também chegou! - Disse a menina saindo quase correndo para o andar de cima.


 


- Com licença. - Disse Ron, se levantando e deixando o jornal sobre a mesa. - Tenho que me arrumar.


 


Ele saiu da cozinha, indo para o andar de cima.


 


Hermione olhou para o filho, que agora voltara a tomar o café-da-manhã. Ron estava estranho demais. Ela imaginou que ele ficaria feliz quando Rose recebesse a carta de Hogwarts. Ficou sentada à mesa da cozinha, pensando no que poderia ter deixado Ron daquele jeito.


 


- Filho, vou lá ver se seu pai precisa de ajuda. - Disse ela tentando parecer natural. Ia saber o que estava acontecendo.  - Continue ai comendo, já volto.


 


Ela saiu e foi para o segundo andar, atrás do marido. Foi direto para o quarto deles e encontrou Ron lá, sentado na beirada da cama, olhando para a janela, com olhar perdido. Nas mãos, o que parecia ser um álbum de fotografias.


 


- Ron?


 


O marido se virou para ela.


 


- O que aconteceu? - Ela perguntou, se sentando ao lado dele. Reconheceu o álbum nas mãos do marido, era o que continha fotos de Rose pequena. O álbum estava aberto na foto do primeiro aniversário de Rose. Na imagem, Rose estava caminhando pelo quintal da Toca, que fora o local onde foi realizada a festa do seu aniversário.


 


- Não aconteceu nada. – Ele respondeu secamente.


 


- Então por que você está com essa cara? - Perguntou ela.  - Não adianta negar... a carta de Rose deixou você chateado...


 


- Ela vai embora... - Disse ele voltando a olhar para a paisagem, que estava lá fora.


 


Hermione compreendeu. Suspirou e colocou a mão sobre o ombro dele.


 


- Ron, ela não vai embora...


 


- Claro que vai! - Disse ele se pondo de pé e colocando o álbum sobre a cama, ao lado dela. - Depois que ela começar a escola, só a veremos nas férias e nos feriados!


 


Ron fez uma breve pausa, passou a mão sobre seus cabelos ruivos, em seguida falou:


 


- Ela é tão... menina ainda!


 


Ela se levantou e foi até a porta, a fechando para que pudessem conversar mais a vontade. Depois se voltou ao marido, que parecia nervoso.


 


- Ron, ela cresceu... - Ela disse com um aperto no coração. Não queria demonstrar que estava triste em imaginar que dali a um mês, Rose estaria indo para Hogwarts. - Já é uma pré-adolescente.


 


- Eu sei. - O ruivo disse a fitando. - Mas não queria que tivesse acontecido tão rápido...


 


- Amor, não aconteceu tão rápido assim... ela já tem onze anos. - Hermione disse chegando mais perto dele e acariciando o rosto do marido.


 


- Como será daqui pra frente, Hermione? - Ele perguntou, tinha os olhos vermelhos.


 


- Nossa filha vai para Hogwarts, assim como nós fomos... mas ela terá um percurso escolar muito melhor que Harry, Gina, nós e os outros tivemos... - Hermione disse com a mão sobre o peito dele. Podia sentir seu coração, batendo acelerado. - Não haverá Voldemort para atrapalhar.


 


- Eu sei... mas é difícil. - Ele disse e a abraçou em seguida.


 


- Ela ficará bem lá. Lembre-se que Albus estará no mesmo ano que ela, e com sorte, na mesma casa. - Ela disse o fitando com carinho, depois do abraço. - Ainda haverá todos os primos! Victoire é a mais velha, é monitora, sempre tomou conta dos mais novos em Hogwarts, ela ficará de olho em Rose por nós.


 


- Você tem razão. - Ron disse e a abraçou. - Como sempre...


 


Durante o abraço tentou passar mais confiança ao marido. Ela também estava triste.  Pousou o olhar sobre a fotografia que aparecia na página aberta do álbum. Sua ruivinha, feliz, andava cambaleante em seu primeiro aniversário, totalmente dependente dela e de Ron. Chorava quando se machucava. Chamava por eles quando acordava chorando no meio da noite. Sob suas mãos ela era alimentada, acariciada e carregada. Os anos se passaram. Rose crescera e fazia quase tudo sozinha. Não mais os chamava por causa de pesadelos ou chorava por tombos.  Agora sua filha estava deixando a vida de menina, em casa com eles, para uma vida de adolescente, na escola, bem longe dali.


***

(N/A): Desculpa pela demora! Mas a faculdade está ocupando muito o meu tempo. Mas a boa notícia é que o próximo capítulo (o último), está quase pronto e sairá no próximo final de semana. Sábado ou domingo eu postarei. Prometo!

Espero que gostem desse capítulo. Obrigada a todos que comentaram!

Beijos e até o próximo capítulo! 

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Comentários (4)

  • TheLuber

    Prabéns pela suas fics, são uma das melhores da F&B!!!!

    2011-10-16
  • pottermaniaca21

    adoreeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeei

    2011-10-02
  • Pacoalina

    adorei!

    2011-09-11
  • Pam Granger

    Nossaaaaaa... para variar super lindo o capítulo!! A emoção da Hermione quando viu que era a carta de Hogwarts ficou muito bacana, mas o mais lindo foi ver o Ronny sofrendo por saber que a filha irá ficar muito tempo longe de casa e aceitar que o tempo passou e ela cresceu. Último capítulo quase pronto? Não sei se fico feliz por saber que em breve lerei mais um bom capítulo ou se fico triste porque está acabando... 

    2011-09-11
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