Two



-Está com problemas, Granger?


 

Merlim, me abana! Por favor! Por tudo que é mais sagrado, me diz que eu estou tendo alucinações. Me diz que eu coloquei acidentalmente drogas alucinógenas de alto nível no meu suco habitual matinal que eu tomo todos os dias. Me diz que isso é um sonho, e que dentro de cinco segundos eu vou acordar enrolada na minha coberta. Ou melhor, pesadelo. Me diz que eu tenho alguma éspecie de deficiência mental.

Só não me diga, que essa voz misteriosa (e sensual) que eu acabei de ouvir, pertence ao meu inimigo, Draco Malfoy.
 

Virei-me, de repente. 


Por um minuto, senti minhas pernas sacolejarem. Já estava díficil tentar manter o equílibrio naqueles saltos, mas depois que eu o fitei essa era uma missão completamente impossível. Tive que me apoiar na parede para simplesmente não desabar. Eu tinha plena ciência dos meus olhos se arregalando e da minha boca se abrindo. Das minhas mãos tremendo e do meu coração acelerando. Mas ainda assim, eu não conseguia acreditar.


Ele estava parado diante de mim. Perto demais para o meu gosto, para falar a verdade. E vocês não tem noção do quanto isso era apavorante. Os cabelos dele estavam bagunçados - propositalmente, embora parecesse bem natural-, o que lhe concedia um ar bem despojado e jovial. Os olhos, cobertos por uma camada espessa de cílios louros, tinham o mesmo tom de cinza impenetrável, frios e profundos, enquanto a bolinha preta, adversamente ao tom, insistia em conservar um brilho intenso. O nariz continuava fino, simétrico. As linhas que traçavam o maxilar tinham uma tênue desigualdade que ressaltavam os lábios meio sem cor, que estavam repuxados em um pseudo-sorriso sarcástico. A barba já estava começando a dar índicios de que tinha que ser feita. Os trajes eram formais, elegantes, e completamente pretos, com exceção da camisa branca. Lhe cabiam perfeitamente, e eram tão típicos que ele poderia mesclar-se na multidão sem ser reconhecido. Ele parecia mais forte e sexy por trás daqueles trajes, mas esse era um pensamento, que eu definitivamente me proíbi de ter.
 

Além disso, eu conseguia ver meu reflexo em sua íris. Os olhos dele estavam completamente voltados para mim. Eles pareciam apreciar o meu pavor por aquele encontro. Já fazia algum tempo que eu não o via.

E ele aparentava ter mudado. Mais bonito, mais perverso. Argh, podemos acrescentar perigoso como adjetivo também, afinal estavamos falando de um ex-comensal. 


-M-Malfoy???? -Indaguei, ainda certa de que haveria uma remota possibilidade de eu estar tendo horrendas alucinações.


Ele se apoiou despojadamente na parede branco gelo, concedendo-me um daqueles sorrisos debochados da maldita coleção rídicula de sorrisos eu-sou-muito-foda que ele tem.


-Não, meu espírito. Voltei do além pra te infernizar, sangue-ruim. -Ele me ridicularizou. Fiquei bastante ofendida por ele ter insultado a minha falta de noção da realidade, mas é óbvio que eu não poderia deixar isso transparecer. Não na frente dele.


Revirei os olhos, como quem diz: Que saco estar aqui na sua presença.


-Há, há, há. Muito engraçado. Estou me contorcendo no chão de rir, loiro-aguado. -Devolvi, convicta de que a resposta sarcástica tinha sido realmente à altura da afirmação ironica dele. 


Tinha que começar a vasculhar minha seção de xingos e escárnios. Já fazia um bom tempo que eu não via o Malfoy. Por isso tanta surpresa quando fitei sua patética cara de ... loiro-aguado. Não nos vemos ou mantemos uma éspecie de diálogo desde aquele triste episódio do Fogo Maldito na Sala Precisa, em que Harry salvou sua vida. Definitivamente, algo que nós dois preferimos esquecer. Passo horas tentando eliminar esse dia da minha mente. Tudo bem, foi um dia histórico, a queda de Você-Sabe-Quem, de uma vez por todas. Mas ainda assim, foi um dia cheio de riscos e aflições. Ainda mais por ter sido também o momento que eu e o Ron quase assumimos nosso amor verdadeiro. Se ele não fosse tão covarde, e já tivesse me pedido em namoro, eu provavelmente não estaria tão depressiva hoje, odiando meu aniversário como se ele fosse o sinônimo de uma câmara de tortura. Não estaria olhando para o convencido do Malfoy. Aliás, voltando a ele. Fazia muito tempo que não conversávamos e como o fato de que nossas conversas eram sempre compostas por ironias e xingamentos,  achei que nós dois não sentíamos nem um pouco falta desses encontros. Ainda não conseguia entender o que diabos Malfoy,- o cara mais orgulhoso e egocêntrico do Universo, que mais valoriza essas merdas de sangue-ruim e sangue-puro-, estava fazendo numa festa de alguém que ele supostamente sente uma repulsa avassaladora. 


Entretanto, se eu estava realmente diante dele, e ele realmente não era uma das minhas alucinações, eu tinha que me preparar para confrontá-lo, e ganhar o confronto (evidente). 


-Bem que você gostaria que eu viesse te assombrar né, Granger?? -Ironizou ele, sorrindo com malícia para mim, e desviando os olhos cinza para outras partes do meu corpo, que não eram só o meu lindo rosto.

Esboçei uma expressão de repulsa bem acentuada, me afastando alguns centímetros dele. 


-Só nos seus sonhos, idiota. O que você está fazendo aqui? -Não me controlei. Era algo que eu definitivamente precisava saber.


Ele riu baixinho, de canto de lábio, como se eu fosse alguma éspecie de piada particular dele. Nem preciso falar o quanto aquilo me irritou profundamente. Até porque era díficil encontrar alguma coisa nele que não me irritasse. Mas se fosse escolher, acho que falaria que era o maldito cabelo loiro-aguado, que ele nem disfarçava o quando bagunçava, de propósito, numa técnica que ele achava - só ACHAVA - que seduzia. Não que eu ficasse reparando no Malfoy, ou em suas estratégias de sedução. Era só meio impossível não perceber essa qualidade dele. DEFEITO, eu quis dizer.


-Vim pro seu aniversário, não é óbvio? -Perguntou, os olhos forjando tanta sinceridade, que até parecia que as intenções dele em estar no meu Aniversário só poderiam ser as melhores. Ok, até parece. Ele já estava me tratando, e achando que eu não percebia que era assim, como se eu fosse uma idiota. 


-E quem foi o infeliz que te convidou?!!! - Com certeza, não Rony e Harry. O único responsável que poderia ter uma ideia tão incrivelmente estúpida na mente, de convidar o sonserino mais prepotente do Universo, para a minha festa surpresa, só poderia ser uma certa criatura de cabelos laranja, extremamente sonhadora. - Não vai me dizer que a Gina... Por Merlim, eu vou matá-la agora, agora mesmo!!! - Só poderia ser ela. Meus olhos começaram a brilhar de ódio, algo impossível de se esconder. Não entendia porque motivo estúpido Gina poderia ter convidado o Malfoy. Talvez fosse porque ela realmente achasse que ele não viesse à comparecer. Mas de qualquer forma, ainda não era um motivo para ter convidado aquela criatura arrogante. Cerrei os punhos, precipitando-me para ir afrontar Ginny, quase correndo dali, mas Malfoy, segurou o meu braço me trazendo de volta para o lugar que eu estava.


-Eeei, eeei, calminha, Granger. -Ele parecia se controlar para não gargalhar da minha ira. Lançei um olhar de nojo para onde os dedos dele se chocavam brutalmente com a minha pele, fazendo-a formigar. Ele despressionou os dedos do meu braço, deslizando um pouco por outras regiões da pele antes de completar o toque. -Não foi a Weasley que me convidou.


-Não????? - Inquiri, com uma incredulidade evidente.


-Não.


-Então quem mais poderia ter essa ideia horrorosa de trazer um infeliz para minha festa de aniversário??!!! -Minha raiva era tanta, ainda mais por minha pele ainda estar formigando onde aquele idiota tinha tocado, que não me contive, e a voz saiu quase num grito. Por sorte, não havia ninguém olhando para nós ainda.


-Tsc, tsc, tsc, como se você ligasse para essa festa... - Debochou Malfoy, fugindo de responder a pergunta, como se quisesse intencionalmente proteger quem quer que tivesse o convidado. E fazia bem com isso, pois eu provavelmente assassinaria a pessoa que o convidou. -Deu pra ver na cara que você ODIOU a surpresa, sangue-ruim.


Eu tinha a certeza de que ele tinha o propósito de me afetar com a afirmação. As sobrancelhas estavam no alto, numa mescla de sarcasmo e certeza, que me deixavam, de alguma forma, aflita. Tentei desviar um pouco o olhar do dele, mas era díficil me concentrar em outra coisa que não fosse aquela cor dos olhos dele. 


Cinza.

Aquela cor tão inútil e apagada. 


Tá bom, eu estou mentindo.

O cinza ficava perfeitamente destribuido dentro da íris dele, com aquela camada perolada e brilhante de azul, que demonstrava sempre a certeza que ele tinha das coisas, e o fato de que absolutamente nada conseguia afetá-lo. 


Mas ainda assim para mim, era algo extremamente desprezível.

Enquanto eu estava perdida (descrevendo os olhos idiotas dele), lembrei que ainda devia uma réplica. 


-Nada a ver! Como se um tosco como você pudesse saber 0, 0001% do que eu sinto! E você não respondeu a minha pergunta! Quem te convidou para essa festa???? -Eu quis saber, disfarçando o quanto o fato dele ter desvendado o quanto eu me sentia desconfortável com aquela festa me incomodava. Malfoy estava hesitando a minha pergunta.
Parecia considerar se deveria responder ou não. Mas eu não era alguém paciente. - Vamos, responda Malfoy! -Resolvi apressar as coisas, exigente.


-Tudo bem, você venceu, Granger... -Hahá, eu sou foda! . - Ninguém me convidou. -Admitiu, abaixando a cabeça alguns centímetros. - Vim por conta própria. 


Bom, nesse momento eu soube que meus lábios tinham se separado tanto um do outro que em breve uma mosca, ou alguma outra coisa muito feia iria entrar na minha boca. E com tanta raiva que o sangue que corria abaixo da pele do meu rosto poderia estar bem vísivel a olhos humanos.


-O quê?! -Exclamei, inconformada e indiganda. - Você tem realmente a coragem de admitir na minha cara que está de penetra na minha própria festa??????? -Por um momento, senti um ímpeto incontrolável de pegar a minha linda mãozinha e direcionar diretamente para a cara dele. Mas não valia a pena me sujar com esse garoto. Então me contentei em apenas bufar com raiva.


-Aham. -Ele assentiu. Eu não saberia dizer se está ficando maluca, mas havia algo de pervertido no jeito que me olhava. -Mas por um bom motivo.


-Um bom motivo? -Quase gargalhei. -Eu sempre soube que você era retardado, mas nunca achei que fosse ser a esse ponto... Mas não se culpe, no fim a culpa é dos seus pais, que te criaram e fizeram você ficar com tantas falhas na cabeça. -Os olhos do Malfoy me fixaram, um tanto perversos, e por um momento achei que ele iria simplesmente colocar as mãos ao redor do meu pescoço e me sufocar. Eu tinha o acertado em seu pior ponto fraco. Sabia que ele odiava quando falavam de seus pais.

De acordo com os boatos sobre a família Malfoy, o pai,  estava condenado à perder sua alma aos Dementadores, a mãe, aterrorizada demais com a possibilidade de perder o marido, começara a ficar com distúrbios psiquicos, e o filho - ou o certo individuo à minha frente - pelo que eu soube, estava sobre um duro interrogatório do ministério. Sabia disso por que havia começado a trabalhar num cargo não muito alto do Ministério à algumas semanas. 


-Não ofenda os meus pais. Eu não sou retardado, garota estúpida. Eu disse que vim por um bom motivo. Se não fosse bom, eu não perderia o meu tempo. - Confesso que pensei que ele ficaria mais violento com os meus insultos. É como se uma parte diabolicazinha de mim quisesse que ele ficasse irritado, e começasse a me sacudir pelos ombros, então eu daria nele um soco daqueles à la Terceiro Ano, e ele provavelmente seria expulso da festa. Mas ele parecia deterninado em estar ali. Era como se ele tivesse realmente uma necessidade de ficar. 


-E que motivo de tão importante seria esse, Malfoy, para você pegar toda a cara de pau que existe no mundo, e vir de penetra no aniversário da garota que você mais odeia no mundo? -Cruzei os braços. Realmente, agora que parara para pensar, devia ser alguma coisa muito instigante. ele ficou apenas analisando a minha postura por alguns segundos. Não estava mais com o ar raivoso que ficara quando eu insultei os seus pais. Mantinha uma postura mais relaxada agora, e a bolinha preta do orbe ficava passeando numa analise à mim. 


-Você. -Ele disse, de repente. A voz se misturando com uma rajada de vento que bateu no meu rosto. Foi mais um murmúrio entrecortado do que qualquer coisa, mas eu pude entender completamente a palavras. E quase vasculhei no dicionário da minha mente todos os sentidos que aquela palavra poderia ter. Mas só tinha um. E bem aterrorizante. Malfoy percebeu o meu olhar assustado, e pareceu gostar disso, aproximando-se alguns centímetros de mim. -Hermione. -Ele me chamou pelo primeiro nome, com a voz rouca e arrastada, e tenho que confessar que havia algo de provocante naquilo. Provocante, mas assustador. Quer dizer, Malfoy estava realmente insinuando que...Que eu...

Então tudo se estabeleceu num feixe de compreensão. Era óbvio que ele não queria dizer aquilo com aquele significado. E se afastou proporcionalmente os centímetros que ele se aproximara.
 

-Aaaah, entendi, você quis dizer que a garota que você mais odeia no mundo sou eu. Bem, isso é óbvio, eu até ressaltei como indireta caso você não tenha percebido. E é recíproco, comensal idiota. - Ele pareceu achar meu o discurso esclarecedor extremamente enjoativo, revirando os olhos na metade do mesmo. Ignorou o insulto, e aproximou-se novamente de mim, que apesar de disfarçar muito bem, estava confusa e apavorada. 


-Você entendeu errado, sangue-ruim. 


-Como entendi errado??


-O motivo de eu ter vindo até essa festa, com toda a cara de pau que existe no mundo, de penetra, é por causa de você.


Ok, isso já estava começando a ficar perigoso. Ele com certeza estava fazendo algum tipo de joguinho comigo. Ou queria rir da minha cara, ou...Queria rir da minha cara. Não tinha mais nenhum tipo de sentido lógico para isso.
 

E mesmo assim eu não conseguia evitar de ficar assustada.


E arrepiada.


-Eu ? SHUAISHAUISHUI ah, já sei, você está querendo tirar uma com a minha cara, né, Malfoy? Ou simplesmente pensou em vir para estragar esse aniversário? Em qualquer uma dessas, você pode tirar o cavalinho da chuva, porque eu não vou me afetar com o que você diz, e se quiser estragar a festa, pode fazer, você vai estar me fazendo um fav...


-Hmmm, então quer dizer que eu acertei? Essa festa realmente é um pesar para você?


Refleti por alguns segundos se devia ou não dar àquela resposta a Malfoy. O máximo que poderia acontecer, seria ele dar uma de egocêntrico, mas isso não faria diferença já que ele é assim por natureza mesmo.


-Não que seja da sua conta, comensal, mas é sim, você acertou. Tudo que eu menos queria era uma festa surpresa estúpida. 


-Sim.. E mesmo não sendo da minha conta, você pode dizer por quê? Normalmente, as pessoas ficam felizes com festas surpresas.


Balançei os ombros. Meus cabelos meio lisos, e bagunçados, batendo neles.


-Eu não, Malfoy... Eu sou diferente. -Exemplifiquei. Ainda não sabia porque estava tendo aquela conversa com ele. Era uma conversa, vejamos...Racional, até. E isso era muito estranho. Eu não fazia ideia do motivo que estava me fazendo manter um diálogo com o meu arqui-inimigo.


-Eu sei que você é. -Rebateu Draco, de uma forma que se pode dizer, no mínimo, instigante. -Mas ainda não me respondeu porque...


-Não respondi, e não pretendo responder. Você ainda não respondeu o motivo de estar aqui, de verdade. -Eu parecia até uma justiceira em pró de mim própria com essa afirmação. Ou uma criança mimada, pois meus braços cruzados não favoreciam muito a minha posição.


-É claro que respondi. -Ele se manifestou. Quando eu já ia contra-argumentar, o loiro-aguado pareceu determinado a mudar de assunto, me cortando com a mão, como se pedisse meu silêncio. Não sei o que diabos me deu mais eu obedeci. Com certeza, havia alguma coisa no meu suco matinal. Eu estava acatando os pedidos do Malfoy, um idiota, ex-comensal, que estava de penetra no meu aniversário! Mas ainda assim, queria ouvir o que ele iria falar, porque aquele cinza sob o meu todo já estava começando a incomodar, e era tão intenso que sentia que se ele continuasse me olhando daquele jeito, eu provavelmente derreteria. No bom sentido, lógico. No sentido de me desintegrar e não de suspirar -argh - por ele. - Sabe Granger, eu realmente acho que você não é a maior sabe-tudo que existe no mundo. -Malfoy afirmou, levando mais uma vez a maldita mão para bagunçar mais o maldito cabelo que malditamente já estava bagunçado.


Franzi a testa, estranhando, porque não achava que ele iria dizer isso, mas havia sido uma tentativa de afronta, e por isso eu tinha que revidá-la. 


Desdenhei, dando de ombros e bufando sonoramente.


-Para isso eu tenho apenas uma palavra: Foda-se. -Falei, sem medo algum, olhando para ele da mesma forma penetrante que ele fazia. 


-Você não deixou eu terminar. -Interferiu, mostrando um dos sorrisos irritantes e sarcásticos (esse era meio torto, mostrando um pouquinho dos dentes) da coleção infindável.


Olhei para ele como quem diz: ¬¬'    ...

Continua então.

Mesmo que eu não quisesse ouvir mais o que quer que ele tivesse para dizer. Como se algo que pudesse sair da boca dele pudesse ser prestativa, tsc, tsc, tsc.
 

-...


Ele notou que eu já estava me impacientando de esperar a explicação.


-Eu disse que você não é a maior sabe tudo que existe, porque ainda existe uma única coisa que você não sabe. - Esclareceu. Foi de uma forma tão séria, que eu realmente considerei como...Educada. Não que um Malfoy pudesse ser educado. Ainda mais comigo. Mas não era nem metade do que eu imaginava.


E ainda assim, aquilo que ele me disse começou a me incomodar. Eu não sabia de muitas coisas, de fato, mas com certeza sabia muito mais do que o Malfoy ousava sonhar. Eu dedicara uma vida inteira lendo livros e aderindo conhecimentos novos, que eu guardava na memória como se fossem coláveis. Uma imensurável curiosidade de saber o que poderia ser aquela coisa, que sem dúvida, ele achava que eu não sabia, começou a me deixar irriquieta.
 

-O quê é? - Perguntei, amarga, tentando não mostrar a minha vontade de obter a resposta logo.
 

Malfoy permaneceu sorrindo. Para falar a verdade, o sorriso alargou, como se o que tivesse ouvido, combinado com o desespero curioso do meu timbre, fosse exatamente o que ele desejava.
 

Estremeci, ansiosa. 

 

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