Duas Pessoas Comuns



CAPÍTULO 1 - Duas Pessoas Comuns




Ronald Weasley olhava para um grande relógio pendurado na parede de seu escritório. Era um escritório pequeno, com espaço apenas para a sua mesa, a sua cadeira, a cadeira do cliente e um armário de metal. Além desses móveis só havia aquele grande relógio pendurado na parede. As horas pareciam não passar e ele parecia não ter nada a fazer. E realmente não tinha. Ronald, um dia, mesmo que não pareça pelo tamanho do seu atual escritório, fora um grande advogado, conhecido em toda Inglaterra. Mas toda a sua fama, sucesso e credibilidade foram destruídas pelo seu sócio, Draco Malfoy. Draco havia desviado todo o dinheiro da empresa de advocacia, fugindo para algum lugar, deixando Ronald em estado de falência.



Não que um dia Rony tivesse confiado em Draco, ele nunca se dera bem com o colega de faculdade, mas quando Draco apareceu propondo uma sociedade, entrando ele mesmo com o dinheiro, Rony não pôde recusar. Tinha uma esposa, uma filha para sustentar e enormes dívidas. Três anos depois de ter se formado não conseguira um bom emprego, apenas poucos clientes com os quais conseguia apenas suprir as necessidades básicas da sua família.



No início ele estranhou que Draco pedisse justamente a ele uma sociedade, mas logo pôde entender: Rony tinha vários amigos advogados, Draco era antipático e conservava inimigos e além do mais, Draco necessitava de um otário para fazer parte daquele barco que ele pretendia afundar. Agora, Rony era obrigado a trabalhar em uma empresa de um grande amigo, Harry Potter. A Potter's Lawyers chegou a ser concorrente da Malfoy e Weasley, mas Rony e Harry mantiveram a sua amizade, afinal se conheciam desde crianças. Harry dera o emprego para Rony apenas por pena do amigo, pois a empresa tinha advogados mais que suficiente. Harry não tinha um lugar nem ao menos para colocar o escritório do amigo. O suposto escritório onde Rony trabalhava na verdade era o lugar onde ficavam os arquivos antigos da companhia. Harry também não teve coragem de pagar Rony por comissão, assim, Rony ganhava o mesmo salário de quem trabalhava o dia todo. Rony não queria aceitar esse tipo de trabalho, mas teve que faze-lo, pensar mais uma vez na família.



A família de Rony, com a qual ele tanto se importava era Parvati, sua esposa e Joanne, sua filha de 9 anos. Parvati e Rony eram casados há precisamente 9 anos e 6 meses. Eles foram obrigados a se casar por causa da gravidez de Parvati e era por isso que eles se mantinham casados até hoje. Foi só uma noite, que teve conseqüências para o resto da vida de ambos. Nenhum deles era feliz no casamento. Parvati era uma mulher rancorosa que sempre culpava Rony por ter perdido sua juventude e seus sonhos para cuidar de uma criança. "Eu não fiz nossa filha sozinho" - ele dizia deixando Parvati mais irritada. A situação atual do casamento era apenas de tolerância. "Não me perturbe e eu não te perturbo, em nome da nossa filha".



Assim que terminou o horário de seu expediente Rony pegou seu terno e sua maleta preta. A rotina tomara conta de sua vida. Ele sabia que assim que saísse iria se despedir da secretária que falava as escondidas com o amante no telefone da empresa. Sabia que a porta do seu carro não iria querer fechar e que teria que escutar as reclamações de sua esposa sobre a filha, ou então, fofocas da vizinhança. Nos últimos dias ele andava rezando à Deus para que algo diferente e emocionante acontecesse em sua vida, como nos tempos da juventude em que ele e Harry entravam escondidos em festas VIPs, se fazendo passar por alguém famoso, ou então, quando eles eram crianças e roubavam frutas no quintal de um vizinho rabugento.



Ele queria emoções diferentes, mas já estava quase perdendo a esperança, quase...





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Hermione Granger terminou de decorar mais uma canção. Trabalhar no Klark's Bar se tornava cada vez mais estressante. Ela começara a trabalhar lá como cantora apenas para se sustentar. Mas ela odiava cantar. Todos diziam que ela tinha uma linda voz, mas ela se sentia muito envergonhada em subir em um palco e falar de sentimentos. "Mas tudo isso" - ela pensava - "Vai ter valido a pena quando eu terminar a minha faculdade de Psicologia".



Ser psicóloga era o sonho de Hermione desde pequena, entender a mente humana e ajudá-la. Saber as teorias de Freud, usar óculos para parecer inteligente e escrever livros que ficariam famosos em todo o mundo. Ela era jovem e sabia que poderia ter tudo o que desejasse desde que lutasse por isso. Sonhar era o seu combustível, o que a fazia acordar toda manhã, o que a fazia estudar, estudar mais e depois ir trabalhar.



O dinheiro que ganhava cantando não era muito, mas como tinha conseguido uma bolsa de 90% de desconto e seus pais pagavam as contas de seu pequeno apartamento, tudo o que ela ganhava era para ela apenas e para seus livros. Às vezes, ela deixava de comprar coisas para casa e até mesmo para ela, apenas para comprar livros. Ela só percebeu que deveria controlar suas finanças quando ficou sem shampoo e condicionador em casa.



A vida amorosa de Hermione era bem mais complicada do que a sua vida, porque sempre, ela era enganada nos seus relacionamentos. Não apenas por traições, mas mentiras, de todo o tipo, mentiras banais que acabavam se acumulando e causando um grande estrago. A única vez que ouve outra mulher envolvida foi no seu último namoro, ou pior, noivado. O homem era um canalha, só ela não enxergava, estava perdidamente apaixonada. Seus pais, amigos e parentes a alertaram, mas ela não quis ouvir, até mesmo seu irmão de 10 aninhos quis avisa-la, mas ela não deu ouvidos a ninguém. Defendeu o crápula até o dia em que ele a dispensou por uma mulher com 20 anos a mais do que ele e com uma conta bancária muito maior do que a dela. Esse romance foi a gota d'água. Nunca mais confiou em nenhum homem e fez uma promessa a si mesma, uma lei que ela decretou para seu próprio bem: "Eu nunca irei me apaixonar. Meu coração é frio, de vidro e pedra, impenetrável".



Ela achava que podia mandar no coração, pura ilusão, no fundo da alma ela sabia disso. E também sabia que precisava de alguém para amar e para ama-la. Enquanto isso, ela estudava e trabalhava, o suficiente para manter a sua mente ocupada e não ouvir as reclamações do coração. Interiormente, a única coisa que ela desejava era um homem sincero que a amasse de verdade, que sonhasse com ela toda noite, que respeitasse a sua liberdade e que fosse loiro. O último desejo era um capricho apenas, mas ela tinha uma terrível propensão para cair aos pés de qualquer homem loiro que visse.



O grande desejo de Hermione era controlar o seu destino, usando a lógica e fazendo planos teoricamente, perfeitos. Mas não era assim, não era mesmo...





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Nota da Autora: Finalmente, consegui uma escrever uma fic em que eu uso R/Hr, meu shipper do coração, até agora eu estou adorando! Nessa fic eu tentei imaginar como seriam os personagens da Rowling no mundo real, sendo trouxas. Harry, um vencedor, Draco, um trapaceiro, Hermione, uma menina inteligente e cheia de sonhos e Rony, bem, eu sempre achei que o Rony tinha o jeito clássico de um "perdedor", que no final da história dá a volta por cima. Pois bem, se vocês gostaram (ou não), COMENTEM! Por favor, eu estou precisando de um incentivo!

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