five

Ela abriu o colar novamente, fitando a foto dos dois. Aquela foto sempre lhe arrancava um sorriso. Um estrondo fez a casa estremecer e a garota estremeceu junto, com os olhos arregalados. Estava sozinha em casa, então desceu as escadas lentamente, ouvindo novamente um estrondo.

 

Lily olhou pela janela e arregalou os olhos. Três figuras encapuzadas se aproximavam de sua casa, causando o estrondo com suas varinhas, rindo muito alto. Ela saiu de casa pela porta dos fundos, seguindo para olhá-los.

 

-Olhem só, a sangue ruim saiu da toca... quer brincar, garota? – Uma voz disse em tom maldoso, fazendo-a arrepiar-se. Quem era aquela gente?

 

-Ela está sem fala, Bellatrix... – Lucius Malfoy tirou o capuz, surpreendendo a ruiva. – Sangues ruins tem dificuldades cerebrais ante a bruxos fortes como nós... – Lily sentiu raiva, muita raiva, e tocou o colar em um impulso. Apertou a varinha na mão.

 

-Olhe só, Lucius, a sangue ruim acha que pode nos enfrentar sozinha... coitadinha. – Bellatrix também tirou o capus, mostrando-se para Lily. Era uma mulher bonita, se não fosse o sorriso sarcástico que tinha nos lábios.

 

-O que vocês querem? – Lily perguntou agressiva e irritada. O que eles estavam fazendo ali?

 

-O que queremos aqui? Sangue ruim, como ousa falar com a gente? Crucio! – Bellatrix lançou a maldição e Lily sentiu uma dor excruciante em seu corpo, caindo ajoelhada no chão. Oh céus, oh céus, o que estava acontecendo?

 

Lily então conseguiu parar de gritar e levou alguns instantes para se recuperar. Bellatrix ria descontroladamente.

 

-Veja, veja Lucius! A maldição que o lorde nos passou funciona! – Ela batia palmas e ria, contente. Lily ergueu a cabeça para encarar os dois.

 

Era Grifinória e corajosa, mas não era idiota. Eles eram três e não tinha como enfrentá-los assim. E seus pais não estavam em perigo – estavam visitando sua tia e só voltariam em três dias.

 

Ela deu um sorriso e sentou-se no chão. Lucius notou aquilo.

 

-O que está fazendo, sangue ruim? Por que está sorrindo? – Ele ficou alarmado, o que abalou a sua pose confiante.

 

-Nada não, Malfoy – Lily disse e abriu o colar – Nada mesmo.

 

-Olha que bonitinha, ela quer nos matar com uma foto! – Bellatrix disse, vendo o que tinha dentro tal colar, mesmo longe dela. Lily riu e tocou a foto, sentindo uma sensação esquisita no estômago.

 

E, em seguida, em suas nádegas, e logo notou por que.

 

-Desculpe – Disse ao rapaz, que tossia levemente, já que ela estivera sentada sobre a sua barriga.

 

-Lily? O que que houve? – Ela ficou tímida, vendo-se na sala da mansão Potter, com James e seus pais. Sorriu para eles, corando. – Lily, sério, o que houve? Você está tremendo – Ele segurou as mãos dela e Sarah sorriu. Ele realmente amava-a.

 

-Eles me atacaram. Malfoy, a prima do Sirius e mais alguém que eu não consegui ver. Estão com aquele lorde – Os três Potters se levantaram de onde estavam sentados, olhando para a ruiva.

 

-E fizeram algo de ruim com você? – Alan se adiantou para a garota, que negou com a cabeça. James não se deixou enganar.

 

-Está mentindo. Me diga a verdade – James pediu e ela conteve uma lágrima.

 

-Eles me lançaram um feitiço... mas não foi nada demais, só... doeu – O rapaz podia sentir que ela estava amenizando o que sentira. Abraçou-a, sem que ela oferecesse resistência. Lily desatou o choro no ombro dele.

 

-Vamos para o ministério resolver isso. Fique aqui com ela, James – Alan disse, se dirigindo à lareira com Sarah.

 

-Meus pais, por favor – O casal parou o que fazia para olhá-la. – Os meus pais não estavam em casa, mas podem voltar... e aquelas pessoas podem voltar também. Por favor, podem deixá-los a salvo e avisá-los de que eu estou bem? – Sarah Potter assentiu com a cabeça e sorriu para a moça. Ela era tudo que podia ter imaginado para o seu filho.

 

Os dois se foram pela rede de Flu, e logo os dois estavam sozinhos. James sentou-se com Lily no sofá, amparando-a enquanto chorava. Ela então dormiu em seu peito, fazendo-o sorrir.

 

-Quem dera a situação fosse outra, ruiva – Disse e pegou-a no colo, levando-a para o seu quarto e cobrindo-a, sentado na borda de sua cama. Quando estava saindo do quarto, a voz dela chamou-o:

 

-James – A voz macia dizendo seu nome causou-lhe arrepios na nuca. Ele soube naquele momento que ouvi-la dizer seu nome o resto da vida, era a única coisa da qual precisava pela vida toda. – Fica aqui. Não me deixa sozinha. – James fechou a porta e voltou para perto dela.

 

Lily puxou-o para a cama, fazendo-o abraçá-la, acalmando seu tremor.

 

-Nunca mais, meu amor – James respondeu, passando a mão pelos cabelos dela. – Nunca mais.

 

Ela nunca se sentiu tão feliz de ouvir isso.

 

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