Sweet Travel



- Desculpa se eu atrapalhei alguma coisa, mas eu preciso fazer um comunicado. Urgente.


- Ah, pode falar cara – disse Rony, com uma feição ligeiramente apreensiva. Rony e Hermione encaravam Harry enquanto este se sentava na outra cama e olhava os amigos.


- Eu não sei o que vão achar da idéia. Eu só queria que vocês me apoiassem. Principalmente quando for contar pra sua mãe, Rony – Harry estava se enrolando e o casal percebeu isso. Hermione logo o cortou.


- Olha, Harry, seja direto, OK. Está nos deixando nervosos – ela apertava as mãos enquanto dizia isso.


- Tá... tá bom. – Harry ficou um segundo em silêncio antes de despejar a novidade nos amigos. – Eu vou morar sozinho. No Largo Grimmauld.


Rony e Hermione ficaram brancos e logo Rony desatou a falar.


- Não, cara, você não pode fazer isso, tá. E a mamãe? E a gente? E a Gina? Você pode ficar aqui, o Jorge vai continuar na loja, você pode ficar com o quar...


- Rony, Rony. Calma, tá? Eu não vou me mudar amanhã. Vou ficar aqui um tempo até ajeitar tudo no Largo Grimmauld. Olha, o Sirius deixou aquela casa pra mim. É lá que vou morar. Pelo menos por enquanto. E quanto a sua família, eu vou estar em contato sempre. São minha família também. – Harry falava tudo isso de cabeça erguida e parecia resoluto. Hermione percebeu que ele não falou de Gina separadamente, mas não entendia o porquê.


- Harry – Hermione se curvou para frente e pegou nas mãos dele – Nós o ajudaremos no que precisar.


Harry sorriu tristemente agradecendo. Ele mesmo não gostara muito de tomar aquela decisão. Mas depois do que acontecera com a Gina, achava melhor não continuarem na mesma casa. Então ambos poderiam pensar melhor em suas vidas.


- Mas agora temos outro assunto importante, Harry. – Rony disse seriamente.


- O quê? – Harry o encarou surpreso


- Os pais de Hermione. – Harry instantaneamente lembrou do que Hermione havia feito antes de irem atrás das Horcruxes.


- Caramba, eu tinha esquecido – ele admitiu envergonhado. – Você sabe... hum... onde eles estão?


- Eles tinham uma casa lá em Melbourne. Mas eles queriam vende-la. Eles podem tê-la vendido e comprado outra em outro lugar. – Mione abaixou a cabeça quando disse isso e Harry suspeitou que seus olhos estavam cheios de lágrimas.


- Bom, então se preparem pra viajem. Vamos pra Austrália - Harry disse, sorrindo, levantando-se e abrindo os braços. Os três se abraçaram e Mione finalmente deixou suas lágrimas escaparem, sorrindo.


Harry voltou a se sentar na cama, enquanto Hermione continha as lágrimas.


- Então nós temos que ajeitar muitas coisas. – Ele disse seriamente – Eu tenho que pedir a Monstro pra tomar as medidas necessárias com relação a casa. E temos que saber onde ficaremos quando estivermos na Austrália.


- E temos que contar pra minha mãe – disse Rony, não muito animado – as duas novidades.


- É verdade! – Harry fez cara de desanimado também – Mas vamos lá. Monstrooo!!! – Harry falou alto.


----------------***----------------


Gina entrou na sala ainda com um nó na garganta, segurando a vontade de chorar. Seus olhos estavam muito vermelhos e o rosto inchado. Parecia-lhe que era impossível chorar mais, não sabia de onde vinham tantas lágrimas ainda. Sentou-se e pôs as mãos entre os cabelos. O que faria agora? Ficar em sua casa simplesmente, encarando Harry todos os dias sem saber se ele ainda gostava dela?


         Sua mãe a chamou para ajudá-la com o almoço e perguntou-lhe onde estavam os outros três.


         - Não sei mãe. Não sei de mais nada. – ela respondeu amargamente.


         Gina ajudou sua mãe em todos as afazeres de casa que a distraiam. Mas infelizmente a maioria deles era apenas manual e isso a deixava com os pensamentos livres para pensar em toda a situação que ocorrera. Olhando para os lados, Gina percebeu que já havia feito tudo que podia na casa, então decidiu ir para seu quarto. Não gostou muito, pois lá não haveria nada pra fazer e certamente voltaria a pensar em tudo. Subiu as escadas se arrastando nos próprios pés. Quando passava pela porta do quarto de Rony ouviu vozes baixas. O trio certamente estaria ali. Será que aprontando mais alguma coisa? Gina encostou-se a parede devagar, para tentar ouvir algo. Sabia que era errado, mas a curiosidade era mais forte que ela. Mas as vozes eram muito baixas, ela não conseguia entender mais do que alguns murmúrios. De repente a voz de Harry chamou “Monstro” num tom mais alto e houve um estalo, parecia que alguém havia aparatado ali. Diminuiu ao máximo a respiração e se colou junto a parede.


         - Monstro, como vai você? – Gina ouviu a voz de Harry, e percebeu que ele tentava não falar muito alto.


         - Monstro vai bem, meu senhor Harry Potter. Monstro estava à espera do chamado do seu senhor. – a voz do elfo preencheu o cômodo.


         - Que bom Monstro, porque vou precisar de você. – a voz de Harry parecia sem emoção.


         - Tudo o que meu senhor Harry Potter quiser, senhor.


         - Eu preciso que você comece a arrumar a antiga casa do Sirius, no largo Grimmauld. Eu vou morar lá. – Ao ouvir isso Gina esqueceu temporariamente de respirar. Sentiu uma pontada no peito, mas forçou-se a continuar a escutar.


         - Monstro faz com todo prazer, Harry Potter. Monstro fica feliz em ter um amo para servir novamente, senhor.


         - OK, então pode ir, Monstro. Se precisar eu chamo de novo. – houve outro estampido, indicando que o elfo se fora.


         Gina decidiu que já bastara pra ela. Continuou seu caminho, subindo as escadas lentamente. Chegou ao quarto, bateu a porta e se jogou na cama. E deixou-se entregar novamente às lágrimas.


----------------***----------------


         Após uma reverência que fez seu nariz encostar no chão Monstro desaparatou, com um estalo, para cumprir as ordens que recebera. Harry então voltou sua atenção ao casal à sua frente. Rony e Hermione o encaravam com um olhar misterioso. Rony parecia meio triste e Hermione tinha cara de quem o avaliava.


         - Então, temos que planejar uma viagem! – disse sem pestanejar. Hermione abriu um grande sorriso e Rony se curvou para frente, chegando mais próximo dele.


         - Hermione, você já foi até essa casa, com seus pais? – perguntou Harry, entrando logo no assunto.


         - Fui, quando tinha oito anos. Mas eu não me lembro muito bem de lá. – ela disse fazendo cara de quem se desculpa.


         - Por que temos que decidir primeiro como vamos viajar. – disse Harry no que rapidamente Hermione respondeu.


         - Pó de flu não há chance alguma, não conheço nenhum bruxo lá.


         - Isso só nos deixa com duas opções, não? Aparatar ou usar uma chave de portal – disse Rony, olhando de um para o outro com a testa vincada.


         Harry pensou nas hipóteses. Ambas tinham um problema potencial: em qual lugar apareceriam. Era possível que Hermione não lembrasse muito bem do lugar. Expos isso aos dois, no que em um fio de voz, Hermione sugeriu:


         - E se viajarmos de maneira trouxa? – olhou para Harry e Rony, para ver quais seriam suas reações. Harry se surpreendeu.


         - Avião, você quer dizer? – Rony não esboçava reação alguma enquanto questionava.


         - Acho melhor não. – Harry respondeu. – Vamos gastar muito tempo. Você realmente não se lembra de nenhum lugar onde possamos aparatar, Hermione?


         A garota fez cara de quem vasculhava cada pedaço de seu cérebro. E então seu rosto se iluminou.


         - Perto da casa há um hotel, podemos nos hospedar lá. E próximo ao hotel tem um loja de presentes e do lado da loja tem um beco escuro. Eu me lembro dele – disse ligeiramente sonhadora - Minha mãe me puxou pra lá uma vez, quando estávamos na rua, eu vi um homem maltratando um gato. Fiquei com muita raiva e de repente várias latas de lixo voaram sem explicação alguma pra cima do homem. Minha mãe se assustou e me puxou pra lá. Estranhamente, depois que eu parei de olhar pra ele as latas de lixo pararam. – Hermione riu e completou – Acho que foi minha primeira manifestação de magia.


Os meninos riram também imaginando a cena que Hermione descrevera.


- Bom então acho que nosso meio de viagem está decidido. Aparatação no beco perto da loja de presentes. E iremos nos hospedar no hotel ali próximo. – Rony resumiu.


- Teremos que usar Feitiço Indetectável de Extensão novamente. Não podemos sair do beco carregando malas. Vai chamar atenção – disse Harry.


- Não, não podemos. – disse Hermione – como vamos nos hospedar em um hotel sem bagagem?


- Ah, é mesmo. – respondeu fazendo careta – Mas, então, como faremos?


- Podemos usar o Feitiço de Extensão em mochilas. Ninguém vai suspeitar se carregarmos mochilas e não deixará de ser uma bagagem.


- É uma ótima idéia Rony! – disse Hermione – não concorda Harry?


- Sim, é ótima. – disse Harry, sorrindo – Então está tudo certo. Só falta uma coisa.


- O que? – questionou Rony


- Decidirmos quando vamos viajar. – responde Hermione e Harry confirmou.


- Temos que ter tempo pra comunicar a todos o que vamos fazer e onde estaremos e arrumar tudo que precisamos. Vocês acham que dois dias são suficientes? – Harry olhava os amigos.


- Acho melhor três. Podemos contar a todos hoje, no jantar e começar a arrumar as coisas. – disse Rony. Hermione concordou.


- OK, então. Está tudo certo. – Harry levantou-se – Então continuem o que estavam fazendo. – E dizendo isso, saiu do quarto.

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Comentários (2)

  • Kalyne Potter

    Amei, amei, amei o capítulo, tõ muito ansiosa para o próximo! Espero que Harry e Gia se ageitem logo! Posta logo please! Beijãao!

    2011-09-29
  • Gemeas Potter

    AAAAAAAAA Onde tá o próximo capítulo? aa, amei muito a sua fic! Muito perfeita! Não demora muito a postar o próximo capitulo!! bj

    2011-09-24
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