O Começo Do Destino



 


Capítulo 4 – O Começo Do Destino

O que Dumbledore disse a James naquela tarde só os dois sabem. Potter nunca fez questão de dizer a mais ninguém o que se passou na saleta do Professor naquele dia. E ninguém insistiu em perguntar.

Aquela tarde foi importantíssima tanto para ele quanto para Severus, que consolou Lily por horas, até que lembrou-se da voz insistente de seu professor de poções avisando aos alunos que justamente naquele dia haveria uma grande prova.

- Lil, acho que nós temos um problema. – Disse baixinho o garoto no sopé do ouvido de Lily.

A menina fungou e controlou o nó que se formava em sua garganta. Olhou para ele com aquelas enormes esmeraldas ainda marejadas e perguntou desanimada:

- Mais um, Sev? Qual?

Ele afagou os cabelos ruivos da garota para confortá-la, recostando a cabeça dela em seu ombro, criando uma corrente de afeto invisível entre os dois.

- Tem prova de poções hoje. Lembra? Vamos, quando o Slughorn se virar, eu troco o meu caldeirão com você. – Disse tentando levantá-la. E concluiu com um sorriso amarelo ao dizer: - Hoje você não tem condições de ser a melhor aluna da classe.

Lily deu o seu máximo para rir ao menos com o canto do lábio.

Balançou a cabeça positivamente para mostrar seu agradecimento e aceitou a ajuda de Severus para se levantar. Eles foram abraçados até a sala de poções. Justamente como no dia em que se conheceram.

--

Os dois andaram um bom tempo juntos naquele dia. E depois de alguns minutos já estavam abraçados, como dois namoradinhos.

Lily lembra-se de rir por dentro. “Até agora eu só tinha amigas.”. Severus, com certeza era o primeiro menino com quem conversava e podia perceber que a conversa fluía muito mais com ele do que com as meninas.

Severus, por outro lado, estava assustado. Ele também nunca tinha conversado com uma menina. Quanto mais uma trouxa.

Durante esses longos quarteirões, os dois conversaram sobre o sol e Lily falava coisas que Severus fingia entender. Eles, então, chegaram a um grande lago.

A água era esverdeada e as plantas em volta liberavam um cheiro fétido. Não era um lugar rico e não havia bancos perto das margens. Mas ambos deviam convir que aquele era um lugar calmo para uma conversa séria.

- O que você queria me contar? – Perguntou Severus sentado ao lado de Lily na beira do lago.

A menina ficou agitada. Chegara a hora. Ela perderia seu novo amigo ou seria admirada por ele pela vida toda. Deu uma última olhada para o amigo recém-conquistado e pediu baixinho:

- Não fuja, por favor.

Ele assentiu e ela se levantou. Foi até a beirada do lago e ficou alguns segundos calada. Quando Severus menos esperava, a grama em volta dos pés de Lily começava a crescer ela começou a flutuar.

Ele arregalou os olhos violentamente. Nunca se sentira tão feliz.

- Você! Você também é! Haha! Não acredito! – balbuciou o garoto mais feliz do que pudesse expressar.

- Eu também? Você também consegue fazer isso? – Foi como se um grande piano saísse de suas costas. Ela não era uma aberração, afinal. Mas algo ainda a intrigava. O que era ela afinal?

Ela não teve tempo de perguntar. Ambos estavam muito felizes e Severus fez o inevitável: comemorou abraçando fortemente a nova amiga, que retribuiu tão forte quanto. Ela o empurrou para o chão e, deitados num momento infantil, começou a fazer cócegas por todo o corpo do menino. Eles riam e ele se contorcia, até que pediu para que ela parasse.

Eles sentaram-se um ao lado do outro novamente. Lily não conseguia mais segurar a pergunta dentro de si:

- O que... nós somos, Sev?

Severus se surpreendeu. Ele não sabia como explicar algo que para ele era tão normal.Tentou o melhor que pode, ou seja, explicou exatamente da mesma forma que sua mãe explicara a ele:

- Nós, Lily, somos bruxos. – Ele percebeu um sorriso incrédulo no rosto da menina. – Eu não estou brincando... Como mais você flutuaria? – O semblante da garota mudou. Agora ele era sério, porém ainda um pouco confuso. – Minha mãe é uma grande bruxa!

- Existem muitos bruxos em Londres, Sev?

Ele instantaneamente se arrependeu de citar sua mãe. Ele sabia qual seria a próxima pergunta da garota depois que ele respondesse. Agora não dava mais para consertar.

- Existem alguns, mas a maioria dos bruxos da nossa idade está em alguma escola. Eu acho que vou para Hogwarts esse ano.

- Hogwarts?

Ele conseguira. Não teria que explicar a situação embaraçosa em que sua mãe se encontrava agora. Explicou aliviado:

- Hogwarts é a maior escola de Magia e Bruxaria que existe! Foi fundada pelos quatro maiores bruxos da história!

- Você acha que eu conseguiria entrar lá?

- É lógico que sim! Você tem um bom controle da sua mágica, demorou muito para você conseguir controlar a sua levitação?

E eles passaram o resto da tarde falando sobre magia. Até que o sol começou a se pôr. Eles ficaram em silêncio absoluto enquanto ele caía e logo depois do evento, foram para suas casas. Logicamente, Severus passou a noite pensando em Lily. E Lily... Bem... Ela sonhou a noite inteira com ele.

--

Quando os dois chegaram à sala de Poções, havia apenas uma mesa livre, e foi lá que Severus e Lily se aboletaram.

Mas ele mal conseguiu abrir seu livro. Malfoy o puxava pela gola.

- Agora, espertinho, você vai me fazer tirar dez nessa prova, ou eu conto pra essa sua namoradinha sangue-ruim quem que armou toda aquela confusão agora a pouco. – Disse irritado e em tom baixo, ainda segurando a gola da capa de Severus, que assentiu com a cabeça.

Ele andou até Lily e disse que Malfoy ameaçara enfeitiçá-lo na noite anterior ao NOM (só para que ele não se formasse) se Severus não o ajudasse com essa prova. Ela fez uma cara triste, mas entendeu. Ele percebeu.

- Fique com o meu livro, ele vai ajudar. – E empurrou seu livro surrado e todo escrito para ela. Pegou o livro da garota e deu-lhe um beijo na testa. Seguiu a te a mesa onde se sentavam Lucius e Tom e sentou-se na cadeira ao lado deste.

Não demorou muito para que Sirius e Lupin chegassem e puxassem assunto com Lily, que respondia friamente no começo, mas logo a fizeram rir e esquecer tudo o que James fizera naquele dia.

Severus observava de longe com o ódio se apoderando dele. Terminou rapidamente sua Poção Polissuco e a dos outros dois e esperou para que pudesse ir ver o que se passava com Lily e os dois marginais.

Encontrou os três já fora da sala e puxou Lupin pela capa.

- Se vocês acham que vão enfeitiçar a Lily para que ela perdoe aquele... Aquele Potter imbecil, esqueçam. Eu não vou deixar que ela se machuque novamente por causa dele. – Soltou-o e, sem ouvir a resposta, passou o braço pelo ombro de Lily e a arrastou corredor à frente.

Depois de alguns passos, ela perguntou:

- O que aconteceu, Sev? Por que está tão bravo?

- Você não se lembra que, há menos de uma hora, você estava tristíssima por causa daqueles idiotas?

- Mas eles vieram pra me avisar que o James só estava tentando irritar o Lucius!

- E você realmente acredita nisso? Lily, são os amigos dele! É lógico que eles mentiriam pra você ficar com ele. – Ela se entristeceu. Ele percebeu e tentou consertar - Quer dizer... Eles não iam achar ninguém melhor aqui, Lily. Me admira eles não estarem brigando entre si por você. – Um pequeno sorriso apareceu no canto de seu lábio e ao mesmo tempo ela baixou o rosto.  Ele segurou seu queixo, erguendo-o. – Eu não vou deixá-los te magoar mais. Prometo.

Ela sorriu por fora. Por dentro, ainda acreditava nas palavras de Lupin e Sirius. Estava dividida: não sabia se amava James por ser sempre tão engraçado e descontraído ou Severus por lhe proteger de tudo o que poderia machucá-la e estar sempre disposto a ajudá-la em qualquer que fosse a situação.

Estava chegando a hora para que ela se decidisse. Não ia ser fácil. Se ao menos ela pudesse pegar uma parte de cada um...

Seus pensamentos foram cortados pela voz de Severus.

- Vamos comer? Ainda não comi nada hoje.

Ela sorriu.

- Nem eu. Mas depois do cheiro dessa poção Polissuco, acho que não vou querer comer até semana que vem.

Os dois riram largamente e andaram juntos até o Grande Salão. Mas um olhar indiscreto não se desligou de Lily durante todo o tempo em que eles ficaram lá.

Era tempo de tomar grandes atitudes.

Fim do Quarto Capítulo


Capítulo 4O Começo Do Destino




O que Dumbledore disse a James naquela tarde só os dois sabem. Potter nunca fez questão de dizer a mais ninguém o que se passou na saleta do Professor naquele dia. E ninguém insistiu em perguntar.




Aquela tarde foi importantíssima tanto para ele quanto para Severus, que consolou Lily por horas, até que lembrou-se da voz insistente de seu professor de poções avisando aos alunos que justamente naquele dia haveria uma grande prova.




- Lil, acho que nós temos um problema. – Disse baixinho o garoto no sopé do ouvido de Lily.




A menina fungou e controlou o nó que se formava em sua garganta. Olhou para ele com aquelas enormes esmeraldas ainda marejadas e perguntou desanimada:




- Mais um, Sev? Qual?




Ele afagou os cabelos ruivos da garota para confortá-la, recostando a cabeça dela em seu ombro, criando uma corrente de afeto invisível entre os dois.




- Tem prova de poções hoje. Lembra? Vamos, quando o Slughorn se virar, eu troco o meu caldeirão com você. – Disse tentando levantá-la. E concluiu com um sorriso amarelo ao dizer: - Hoje você não tem condições de ser a melhor aluna da classe.




Lily deu o seu máximo para rir ao menos com o canto do lábio.




Balançou a cabeça positivamente para mostrar seu agradecimento e aceitou a ajuda de Severus para se levantar. Eles foram abraçados até a sala de poções. Justamente como no dia em que se conheceram.




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Os dois andaram um bom tempo juntos naquele dia. E depois de alguns minutos já estavam abraçados, como dois namoradinhos.




Lily lembra-se de rir por dentro. “Até agora eu só tinha amigas.”. Severus, com certeza era o primeiro menino com quem conversava e podia perceber que a conversa fluía muito mais com ele do que com as meninas.




Severus, por outro lado, estava assustado. Ele também nunca tinha conversado com uma menina. Quanto mais uma trouxa.




Durante esses longos quarteirões, os dois conversaram sobre o sol e Lily falava coisas que Severus fingia entender. Eles, então, chegaram a um grande lago.




A água era esverdeada e as plantas em volta liberavam um cheiro fétido. Não era um lugar rico e não havia bancos perto das margens. Mas ambos deviam convir que aquele era um lugar calmo para uma conversa séria.




- O que você queria me contar? – Perguntou Severus sentado ao lado de Lily na beira do lago.


A menina ficou agitada. Chegara a hora. Ela perderia seu novo amigo ou seria admirada por ele pela vida toda. Deu uma última olhada para o amigo recém-conquistado e pediu baixinho:




- Não fuja, por favor.




Ele assentiu e ela se levantou. Foi até a beirada do lago e ficou alguns segundos calada. Quando Severus menos esperava, a grama em volta dos pés de Lily começava a crescer ela começou a flutuar.




Ele arregalou os olhos violentamente. Nunca se sentira tão feliz.




- Você! Você também é! Haha! Não acredito! – balbuciou o garoto mais feliz do que pudesse expressar.




- Eu também? Você também consegue fazer isso? – Foi como se um grande piano saísse de suas costas. Ela não era uma aberração, afinal. Mas algo ainda a intrigava. O que era ela afinal?




Ela não teve tempo de perguntar. Ambos estavam muito felizes e Severus fez o inevitável: comemorou abraçando fortemente a nova amiga, que retribuiu tão forte quanto. Ela o empurrou para o chão e, deitados num momento infantil, começou a fazer cócegas por todo o corpo do menino. Eles riam e ele se contorcia, até que pediu para que ela parasse.




Eles sentaram-se um ao lado do outro novamente. Lily não conseguia mais segurar a pergunta dentro de si:




- O que... nós somos, Sev?




Severus se surpreendeu. Ele não sabia como explicar algo que para ele era tão normal.Tentou o melhor que pode, ou seja, explicou exatamente da mesma forma que sua mãe explicara a ele:




- Nós, Lily, somos bruxos. – Ele percebeu um sorriso incrédulo no rosto da menina. – Eu não estou brincando... Como mais você flutuaria? – O semblante da garota mudou. Agora ele era sério, porém ainda um pouco confuso. – Minha mãe é uma grande bruxa!




- Existem muitos bruxos em Londres, Sev?




Ele instantaneamente se arrependeu de citar sua mãe. Ele sabia qual seria a próxima pergunta da garota depois que ele respondesse. Agora não dava mais para consertar.




- Existem alguns, mas a maioria dos bruxos da nossa idade está em alguma escola. Eu acho que vou para Hogwarts esse ano.




- Hogwarts?




Ele conseguira. Não teria que explicar a situação embaraçosa em que sua mãe se encontrava agora. Explicou aliviado:




- Hogwarts é a maior escola de Magia e Bruxaria que existe! Foi fundada pelos quatro maiores bruxos da história!




- Você acha que eu conseguiria entrar lá?




- É lógico que sim! Você tem um bom controle da sua mágica, demorou muito para você conseguir controlar a sua levitação?




E eles passaram o resto da tarde falando sobre magia. Até que o sol começou a se pôr. Eles ficaram em silêncio absoluto enquanto ele caía e logo depois do evento, foram para suas casas. Logicamente, Severus passou a noite pensando em Lily. E Lily... Bem... Ela sonhou a noite inteira com ele.




--




Quando os dois chegaram à sala de Poções, havia apenas uma mesa livre, e foi lá que Severus e Lily se aboletaram.




Mas ele mal conseguiu abrir seu livro. Malfoy o puxava pela gola.




- Agora, espertinho, você vai me fazer tirar dez nessa prova, ou eu conto pra essa sua namoradinha sangue-ruim quem que armou toda aquela confusão agora a pouco. – Disse irritado e em tom baixo, ainda segurando a gola da capa de Severus, que assentiu com a cabeça.




Ele andou até Lily e disse que Malfoy ameaçara enfeitiçá-lo na noite anterior ao NOM (só para que ele não se formasse) se Severus não o ajudasse com essa prova. Ela fez uma cara triste, mas entendeu. Ele percebeu.




- Fique com o meu livro, ele vai ajudar. – E empurrou seu livro surrado e todo escrito para ela. Pegou o livro da garota e deu-lhe um beijo na testa. Seguiu a te a mesa onde se sentavam Lucius e Tom e sentou-se na cadeira ao lado deste.




Não demorou muito para que Sirius e Lupin chegassem e puxassem assunto com Lily, que respondia friamente no começo, mas logo a fizeram rir e esquecer tudo o que James fizera naquele dia.




Severus observava de longe com o ódio se apoderando dele. Terminou rapidamente sua Poção Polissuco e a dos outros dois e esperou para que pudesse ir ver o que se passava com Lily e os dois marginais.




Encontrou os três já fora da sala e puxou Lupin pela capa.




- Se vocês acham que vão enfeitiçar a Lily para que ela perdoe aquele... Aquele Potter imbecil, esqueçam. Eu não vou deixar que ela se machuque novamente por causa dele. – Soltou-o e, sem ouvir a resposta, passou o braço pelo ombro de Lily e a arrastou corredor à frente.




Depois de alguns passos, ela perguntou:




- O que aconteceu, Sev? Por que está tão bravo?




- Você não se lembra que, há menos de uma hora, você estava tristíssima por causa daqueles idiotas?




- Mas eles vieram pra me avisar que o James só estava tentando irritar o Lucius!




- E você realmente acredita nisso? Lily, são os amigos dele! É lógico que eles mentiriam pra você ficar com ele. – Ela se entristeceu. Ele percebeu e tentou consertar - Quer dizer... Eles não iam achar ninguém melhor aqui, Lily. Me admira eles não estarem brigando entre si por você. – Um pequeno sorriso apareceu no canto de seu lábio e ao mesmo tempo ela baixou o rosto.  Ele segurou seu queixo, erguendo-o. – Eu não vou deixá-los te magoar mais. Prometo.




Ela sorriu por fora. Por dentro, ainda acreditava nas palavras de Lupin e Sirius. Estava dividida: não sabia se amava James por ser sempre tão engraçado e descontraído ou Severus por lhe proteger de tudo o que poderia machucá-la e estar sempre disposto a ajudá-la em qualquer que fosse a situação.




Estava chegando a hora para que ela se decidisse. Não ia ser fácil. Se ao menos ela pudesse pegar uma parte de cada um...


Seus pensamentos foram cortados pela voz de Severus.




- Vamos comer? Ainda não comi nada hoje.




Ela sorriu.




- Nem eu. Mas depois do cheiro dessa poção Polissuco, acho que não vou querer comer até semana que vem.




Os dois riram largamente e andaram juntos até o Grande Salão. Mas um olhar indiscreto não se desligou de Lily durante todo o tempo em que eles ficaram lá.




Era tempo de tomar grandes atitudes.




Fim do Quarto Capítulo




 

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