Dia 5 – Repare nele





Aquele dia tinha sido horrível.


–Eu não vou dormir sozinha – eu disia.


Era a noite, e eu e Potter tínhamos ido a sala do Dumbledore.


E ele ia chamar os pais de Lúcio.


Eu estava com medo.


– Tem meninas lá no dormitório Lílian – disse Sirius, de mal gosto.


– Eu não me dou bem com quase ninguém lá. – eu afirmei.


– Mais você sempre é escolhida para ser líder de tudo, claro que conhece. E é amiga de todas – disse Pedro.


– E se você dormir aqui no Salão Comunal? – perguntou Remo.


– Ótima idéia Remo! – disse Potter, animado


– Ainda vou continuar sozinha – eu disse.


– A gente vem dormir aqui – disse Pedro.


Sirius e Remo tossiram, forçadamente. E Sirius bateu no ombro de Pedro.


– O que foi cara? – ele disse


– Vamos lá em cima – disse Remo


– Porque? Vamos dormir aqui!


Sirius e Remo empurravam ele.


Eu olhava para eles e ria.


E olhei para Tiago.


Ele estava próximo de mim.


E eu estava traumatizada com o que aconteceu hoje.


– Vamos dormir? – disse Tiago.


Eu não esperava isso, do garoto mais cobiçado por todas as meninas da escola.


Ele no mínimo, teria tascado uns beijinhos meus.


– Como? – eu perguntei.


– É amanhã temos aula. – ele disse se acomodando em um dos sofás.


– Ok – eu sentei em um sofá.


– Já volto – ele disse, subindo as escadas do dormitório.


Eu o esperei sentada em um sofá.


E me deitei.


Esperaria todo o tempo do mundo pela companhia dele.


Eu fechei os olhos.


Eu escutei Potter chegar, mais permaneci com os olhos fechados.


Ele colocou o cobertor em mim.


E logo após, beijou meu rosto.


Depois disso, ele se deitou no sofá logo ao lado do meu.


 


No dia seguinte, acordamos com barulho de várias pessoas conversando.


Abri os olhos e encontrei muitos, todos voltados para mim.


Tiago acordou também.


– Será que é verdade?


– Os dois ficaram?


Os comentários eram os mesmos.


Eu olhei para Tiago, ele sorriu.


– Bom dia – ele sussurrou.


– Bom dia! – eu disse rindo.


Fora bem complicado chegar em meu dormitório e explicar as minhas “amigas” que eu tinha apenas dormido, e bem longe de Tiago.


A manhã de estudos pareceu entediante, enquanto meu pensamento estava só nas cavalheirisses de Tiago.


Na hora do almoço ele se sentou ao meu lado.


Como todos os Marotos.


Almoçamos, e como de costume, rimos muito.


Ao sair do Salão principal, e caminhar sozinha eu encontrei com Snape.


Não olhei para ele, e ele me puxou pelo braço.


– Porque você ia passar sem olhar para mim? – disse Snape.


– To tentando fazer o mesmo que você está fazendo! – eu afirmei.


Ele me soltou.


Quando eu olhei para a porta do salão, saia Lúcio.


Ele vinha na direção minha e de Snape.


– Oi Snape. – ele disse olhando para ele, e depois para mim – Olá Evans!


– Oi – respondemos juntos.


– Cara, o que você fez? Esse seu olho ta feio hem! – disse Snape olhando o rosto machucado de Lúcio.


– Pois é – Lúcio me encarou.


Atrás de mim surgiram duas pessoas.


Sirius e Tiago.


Tiago me abraçou pela cintura.


– Então é verdade – disse Snape com cara de nojo – vocês estão juntos...


– Quem falou isso? – eu perguntei tirando as mãos de Tiago de mim


– A escola toda Lily. Não se faça de sonsa. – ele disse.


Eu olhei para Potter, ele sabia disso.


Mas meu rosto se voltou para o de Snape novamente.


– Lúcio lhe contou porque não estava na ultima aula de ontem Snape? – perguntou Potter, acho que fora a única vez que eles falaram-se civilizadamente.


Snape olhou para Lúcio, e logo depois, novamente, para Potter.


– Não – ele perguntou com um tom de quero mais.


– Ele estava no Segundo Andar, no corredor do banheiro da Murta-Que-Geme.


– E o que há de mais nisso? – perguntou Snape.


– Evans estava lá também. Ela estava sozinha, e seu amigo – ele disse com nojo – a agarrou.


Snape olhou para Lúcio, que tossia.


– Prossiga.


– Eu cheguei lá, e sua melhor amiga estava com os botões da camisa todos arrebentados, prensada na parede e com uma das mãos de Lúcio apertando sua boca. Achou algo de mais?


O olhar de Snape encontrou o meu.


Ele viu o ódio e o medo que eu estava tendo dos amigos dele.


Ele entendeu.


Mas era tarde de mais.


Ele pertencia aquele grupo, aquela família.


Snape abaixou a cabeça e saiu.


Eu entendi o amor que ele tinha por mim.


Mas não bastava meu amor de amiga por ele.


Ele se tornou estranho.


Nem amigos podíamos ser mais.


Eu voltei para o Salão Comunal com Tiago e Sirius.


Bastava daquele assunto por hoje!

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