Revelações reprimidas



 


      Faltavam cinco minutos para as vinte horas e então Harry lembrou-se que teria de ir às masmorras para mais uma aula insuportável de oclumência com Snape. Despediu-se então de Rony e Hermione e seguiu rumo à escadaria principal. Depois de alguns minutos chegou à sala de Snape e bateu à porta ao entrar. Sanpe estava sentado diante de sua escrivaninha.


— Atrasado de novo, Potter  — falou Snape num tom de desdém.


— Professor, desculpe-me eu est...


— Cale-se!— e instantaneamente fez-se silêncio.


— Hoje, Potter — recomeçou Snape que o observava como se sentisse nojo dele — retomaremos nossas aulas de oclumência e, gostaria de pedir ao famoso Menino-Que-Sobreviveu que ele ao menos tente prestar atenção.


— Certo, professor — disse Harry que ainda o encarara.


    Passaram-se alguns segundos e então Snape levantou-se e recomeçou a falar:


— Está pronto, Potter? —  disse ele que já empunhava sua varinha.


— Estou — disse Harry num tom seguro.


— Quando eu contar até três: UM... DOIS... TRÊS!


    Um jato de luz azul saiu da varinha de Snape e acertou Harry, que, no momento seguinte, sentia uma dor crônica afetá-lo e viu-se caindo com os joelhos no chão. Começara a perceber que um pequeno filme de suas lembranças iniciava-se. Escutou a voz de Snape ao fundo, que dizia “feche sua mente, Potter”. Mas não conseguira. Viu-se no armário sob a escada, viu-se indo ao encontro de Hagrad em seu primeiro ano escolar, Viu-se com Rony, Hermione, Cho, Gina...


— Pare! — suplicou Harry.


— Você acha que o Lord das Trevas parará quando adentrar em sua mente, Potter?


   Harry gritou de dor e o filme recomeçara: agora ele estava na casa de Rony, no quarto e observava o amigo pôr o pijama, o observava de costas, observava as pernas de Rony que eram grandes e branquíssimas,  sentia um calor forte, Rony se virara e então... a dor cessou.


— Ora, ora, ora — falou Snape que sorria de tanto prazer — vejo que o Sr. Weasley lhe desperta muito mais que uma grande amizade.


— VOCÊ... FAÇA... NUNCA MAIS... ISSO — ofegou Harry que ainda não se levantara. Seu rosto ficando rubro de tanta raiva.


— Veremos — disse Snape que recomeçou: UM... DOIS... TRÊS!


Mas desta vez Harry foi mais astuto, gritara “Protego” bem a tempo e então um escudo semitransparente surgiu à sua frente. A luz azul que vinha em sua direção mudou de rota imediatamente, atingindo Snape que se protegera com os braços inutilmente.


Harry viu Sanpe franzino e pálido aparentando uns quinze anos, viu-o na aula de poções,  na sala comunal da Sonserina, viu-o defronte ao lago escondido atrás duma árvore, viu que ele observava alguém banhar-se, reconheceu o pai, Thiago e voltou sua atenção a Sanpe e deduzira que Snape sentia o mesmo calor, a mesma vontade que ele sentira quando observara Rony. De repente, um lampejo de luz vermelha atingira Harry que caíra com as costas nas escadas — Snape se levantara— seus cabelos negros esvoaçados, sua respiração ofegante e seus olhos amedrontados miravam Harry, então, sem quase abrir a boca para falar, Sanpe disse:


— Fora.


    Harry não respondeu, não o olhou nos olhos. Subiu demasiado apressado à escadaria das masmorras e seguiu rumo à Sala Comunal.


[CONTINUA...]


 


 

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