Ollivia Jones



Pior do que ser atacado pela sociedade secreta mais temida da escola era ter uma crise incomum como a minha enquanto você é atacado pela sociedade secreta mais temida da escola.


Quando essas crises acontecem a minha visão fica bastante embaçada e não vejo quase nada, as únicas coisas que vi foi uma multidão rindo, uma garota paralisada ao meu lado, ela seria até que bastante bonita se não fosse o fato de estar tentando me humilhar em público, e depois uma tremenda correria e pânico.


Cada pedaço do meu corpo se contorce e eu meio que tenho uma descarga elétrica, o corredor tremia, as garotas foram arremessadas longe e a multidão se dispersou, a dor era como sempre gélida, como se eu estivesse em um cubo de gelo, e eu tinha que fazer aquilo parar o mais rápido possível antes que ficasse pior, eu podia sentir a enorme e anormal quantidade de vento que circulava em torno de mim e sabia que a multidão só estava aumentando, tentava me agarrar a qualquer exemplo de força minha, e então eu gritei,  foi um berro épico, daqueles que o país inteiro ouve, e a dor passou, eu estava ali, encolhido em um corredor com uma garota desmaiada ao meu lado e um enorme número de alunos olhando abismados pra mim, como se a minha vida social ali já não fosse boa o suficiente, pelo menos foi uma crise bem mais leve que a que tive no banheiro da antiga escola.


_ Riddle, Riddle, o que foi isso ? – A Diretora havia chegado ali, estava tentando acordar a garota que tentou roubar minha varinha e me olhava indignada enquanto dois monitores, um da Grifinória outro da Lufa-Lufa tentavam inutilmente me levantar.


_ Desculpa Professora mas não é algo que eu escolho fazer.


_ Ah sim, uma crise, sua mãe comentou comigo, levem-no para a Ala Hospitalar, a Madame DeptPoof deve ter algo pra ele.


_ Eu ainda consigo andar se não se importarem – eles não haviam nascido parar carregar pessoas pois eles provavelmente estavam com um tremendo medo de me tocarem porque eles praticamente me arrastavam pelas vestes e os convenci a me deixarem andar só precisavam me guiar até a Ala Hospitalar, eu não tinha ideia de onde ficava, ainda mais naquele estado.


 


_ Pelas ceroulas de Merlin o que houve com esse garoto ? Qual seu nome querido ? – a Madame DeptPoof estava alarmada mas parecia bem calma.


_ Riddle, Arthur Riddle, a Professora Minerva já estava à par das minhas crises, creio que a Sra. também já deva sabe como proceder.


_ Ah, claro claro Riddle, providenciarei o chá que a sua mãe nos recomendou, só um minuto. – Ela saiu apressada, os dois monitores continuavam ali, haviam sentado em um leito perto do meu.


_ Você escolheu uma péssima hora para dar uma dessas tais crises, justo quando você estava conhecendo as acromântulas... – Eu o interrompi, era o maior dos dois que falava comigo, pelo visto havia tomado bastante coragem para isso pois ele não parecia valente como seus músculos sugeriam.


_ Eu não escolho quando isso acontece, não tem como prever uma dessas.


_ Mesmo assim, elas vão ficar furiosas com você e não é nada bom ter alguma daquelas garotas como inimiga, ainda mais a...


_ Sra. DeptPoof, Sra. DeptPoof, por Merlin onde esta mulher se meteu ? – A Professora Minerva entrou carregando a garota. – Aonde diabos está aquela enfermeira ?


_ Ela foi buscar algum chá, se não me engano professora. – Esse era o mais magrinho, o que nem ousava olhar pra mim com medo de seus olhos explodirem ou algo do gênero.


 _ Ah sim, certo, preciso dar um jeito naquele corredor, venham comigo, e Sr. Riddle, tente não explodir nesta ala do castelo até alguém voltar. – A Professora saiu antes que eu resmungasse que não era uma explosão voluntária e fiquei ali a sós com a minha “vítima”.


Eu já estava me sentindo melhor, só estavam meio cansado e preocupado com a garota, afinal, a culpa também foi minha, se eu tivesse aprendido a controlar essas crises a garota estaria bem então eu tinha que checar o estado dela.


Me aproximei devagar do seu leito, afinal, se ela estivesse acordada e ainda estivesse com sua varinha ia provavelmente tentar me matar, mas logo vi que estava desacordada então me aproximei mais, notei que tinha cabelos negros lindos, e um rosto também muito bonito, uma pena que eu não pudesse ver seus olhos, fiquei curioso sobre a cor deles, mas não podiam estragar a beleza daquele rosto, eu assumo que ela não é nenhuma Miss Feitiço, mas que era bonita isso com certeza ela era, me atrevi a tocar sua bochecha, ela não reagiu, mas eu pude notar que respirava, e quando eu vi a mim mesmo se aproximando demasiadamente de seu rosto as portas da enfermaria abriram e eu dei um salto pra trás.


_ Arre, que isso ? – Disse ao ver Madame DeptPoof entrando com um jarro transparente cheio de um líquido rosa berrante.


_ O que estava fazendo Riddle, tentando terminar de matar a garota é ? Venha para o seu leito jovem, tome um pouco de chá enquanto dou um jeito na garota.


_ Não, eu só estava... estava... De que é esse chá ? – Ela havia me entregado uma xícara com o tal chá mas aquilo tinha cheiro de esgoto trouxa misturado com meias velhas de um bruxo, o gosto não poderia ser melhor.


_ Chá de uma planta raríssima que a sua mãe tem a bondade de cultivar para ocasiões como essa, uma pena que a garota tenha recebido a maioria da sua descarga, ela vai ter que tomar disso também.


Foi o prazo de colocar o chá na boca e eu senti uma extrema ânsia de vômito, mas uma melhora notável.


_ Minha mãe nunca me deu isso, tenho certeza.


_ Ah, claro que sim, não seja tolo, ela fazia você beber isso enquanto ainda estava desacordado.


_ Então está explicado... E a garota, qual o nome dela ?


Uma explosão de meninas invadiu a Ala Hospitalar e correram direto na direção da menina, algumas estavam com os cabelos imundos e embaraçados, outras estavam mais ajeitadas mas todas pareciam ter sofrido um pouco da minha explosão.


_ O que aconteceu com a Ollivia Sra. DeptPoof ? Ela vai ficar bem ? E esse aí ? Ah mas eu mato esse garoto insolente... – Pela voz era a mesma que me levitou, a líder do grupo, mas antes que ela avançasse o suficiente a mim, Sra. DeptPoof conjurou um protego entre nós e a garota foi arremessada para trás.


_ Olha, eu não tenho culpa que a minha crise veio no pior momento possível, eu estou tão preocupado com a garota quanto você.


_ Sr. Riddle e Sra. Weasley, por favor, acalmem-se, a Sra. Jones precisa de descanso, gostaria que retirasse essas garotas da minha sala.


_ Sim Sra. mas saiba Riddle, isso não acaba aqui. – Ameaçadora, a garota, levou as demais pra fora em um instante e eu sabia que estaria ferrado mas no momento eu pensava se a Jones ficaria bem.


_ Qual o nome dela Sra. DeptPoof ?


_ Jones, Ollivia Jones, uma excelente aluna, uma pena que tenha se misturado com essas bagunceiras, mandam alunos dos primeiros anos aqui semanalmente.


A garota começou a reagir ao chá que a Sra. DeptPoof enfiava garganta abaixo nela e não demorou a começar a acordar, mas antes que a turbulência de acromântulas passasse entrou mais uma menina na ala hospitalar, o que me surpreendeu foi que era uma Sonserina.


_ Onde está a Liv ? Liv, ai meu Deus, ela está bem ? – A garota parecia mais preocupada com o bem da sua amiga do que com o meu mal, o que era um avanço.


_ Não se preocupe Fencz, ela ficará boa em questão de minutos e por favor, não tente estrangular o Sr. Riddle.


_ Eu não tentaria isso, conheço seu histórico Riddle,  sei muito bem que não fez por querer, e afinal, aquelas malditas acromântulas bem que mereceram, pena que afetou mais a Liv, morro de vontade de ver alguém fazer isso com aquela Weasley, uma encrenqueira sem escrúpulos se quer saber.


_ Ah, bem, obrigado ? Então Fencz, você também está no quinto ano não é ? Você não me é estranha, mas, como assim meu histórico ?


_ Sim sim, estou no quinto ano, Camila Fencz, prazer, sabe, os boatos correram que alguém viria da América para Hogwarts e que não era bem um aluno comum, então eu pesquisei, tenho amigos na sua antiga escola e me informaram que você causou certos danos na sua antiga escola mas que seus pais explicaram tudo na direção e você continuou lá até que te consideraram perigoso o suficiente para te expulsarem, acho que isso foi depois de você explodir um banheiro... – ela era irônica, engraçada e não estava com raiva de mim, seria mais uma para a lista de amizades ? – de qualquer maneira a Liv está reagindo mais agora, duvido que vá ficar com raiva de você, ela só faz parte daquele grupinho porque aquelas garotas asquerosas a enganaram.


Ollivia já estava bem melhor agora, conseguiu se levantar e havia recuperado a consciência, estava começando a colocar os pensamentos em ordem quando notou Camila ali, não demoraria a notar a minha presença. Consegui finalmente ver seus olhos, eram verdes, lindos e deixavam o rosto dela mais bonito ainda.


_ O que eu estou fazendo na Ala Hospitalar ? Eu me lembro de... de tentar apanhar a varinha do novato, eu disse pra Rose que não devíamos mexer com el... com você, pelas barbas de Merlin o que estamos fazendo aqui ? – Confusa ela ? Acho que não...


_ Bem, eu tenho certas crises sabe, e você deu o azar de estar bastante próxima quando esta ocorreu então você meio que, desmaiou. – Tentei parecer o bonzinho da história, acho que não consegui pois a Liv estava com ódio estampado em seu rosto.


_ Eu sabia, eu sabia, que raiva daquela garota, eu disse a ela que você era diferente, que não seria legal mexer com você e tudo que ela me disse foi que era uma tradição, que não podíamos deixar você passar, eu vou matar aquela Weasley, e ela ainda me coloca para desarmar você, justo eu, a última que iria querer fazer algum mal a você... Esta seria uma boa hora para se ter um dragão, daria ela como petisco...


_ Acalme-se Liv, vamos dar um jeito nisso, vou deixar você descansar, tenho aula agora e não acho que deva faltar, os NOMs vem aí, e além do mais tenho que deixar vocês dois para se acertarem, até mais. – Camila saiu apressada da Ala Hospitalar, e a Sra. DeptPoof foi procurar... acho que alguma coisa relacionada a trasgos, fiquei sozinho com a Ollivia e estava envergonhado o suficiente para nem me atrever a olhar para ela.


_ Então Riddle, acho que te devo um pedido de desculpas, se não tivéssemos tentado te envergonhar nada disso teria acontecido, ou pelo menos não com tamanha intensidade.


_ Imagina, eu que devo um pedido de desculpas a você, por ter feito você vir parar aqui. – Eu estava me sentindo estranho de novo, estava com o estômago embrulhado, mas não podia vomitar ali, na frente da garota, segurei a onda.


_ Sabe, a Camila me disse que você parece ser legal, pelo visto fez amizade com o Scorpius, adoro ele, me ajudou de todas as maneiras possíveis contra as acromântulas mas no fim elas venceram.


_ Você fala com rancor, o que elas te fizeram de tão ruim ? – Notei que não deveria ter feito a pergunta assim que a ultima palavra saiu da minha boca.


_ Não é um assunto agradável.  – Para o iminente alívio de Liv, a Sra. DeptPoof entrou na sala às pressas com um time inteiro de quadribol seguindo-a e trazendo um aluno com o braço extremamente torto.


_ Ah, você Riddle, já está se sentindo bem, pode voltar para o dormitório, nada de aulas hoje, não quero forçar a barra para você, Malfoy, Herkus, podem colocar o menino no leito ali na janela, braço quebrado, era só o que falta, conserto este garoto em dois minuto, esperem só eu achar a poção certa.


Eu pretendia sair dali o mais rápido possível, mas Scorpius me chamou em um canto.


_ Desculpa não ter ajudado, fiquei sabendo agora a pouco no treino e acabei lançando um balaço no braço do Gibbs, está se sentindo bem ?


_ Sim, bem melhor, e não se preocupe, o que aconteceu comigo não era proveniente de ajuda, aconteceria com ou sem as acromântulas.


_ Vá descansar um pouco, daqui a pouco apareço lá nos dormitórios também, só preciso assistir algumas aulas, se cuida, não saia por aí explodindo mais garotas. – E com essa última piada ele saiu, não pude evitar olhar para Ollivia antes de sair, acenei disfarçadamente para ela, ela retribuiu e eu me senti melhor, ia ter a tarde toda para fazer nada e tentaria chegar nos dormitórios o mais rápido possível para evitar qualquer pergunta ou piada desagradável, eu só não sabia ainda o que estava me aguardando.

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