Prólogo




       
O que você faria se estivesse perdida da França...
...sem saber falar Francês?
Um café?


Apontei para o café com esperança de que o balconista fosse entender a mensagem. Ele levantou a sobrancelha, em questionamento.

- Pur sucre – eu disse, na minha melhor imitação de francês. Para o meu desespero, isso era a única coisa que eu sabia falar em francês e eu aposto que seu eu falasse algo em inglês me ignorariam.


O atendente disse alguma coisa em francês que me desanimou, principalmente pelo fato de eu não ter entendido nem uma palavra.


Eu não iria arriscar falar em inglês, porque geralmente ignoram que fala com o sotaque britânico. Tentei mais uma vez.


Apontei para o café da mulher que estava ao meu lado, apontei para o dinheiro que estava na minha mão e repeti:


- Pur sucre.


Ele se limitou a levantar uma sobrancelha e balançar a cabeça negativamente, e eu me forcei a bufar.


Droga. Eu sabia que não deveria ter vindo com Marlene para França sem saber falar Francês.


E eu sabia que não ia ser uma boa idéia pedir para ela me esperar em algum lugar enquanto eu ia comprar uma roupa em uma loja, ela nunca espera!


Agora cá estou eu, Emmeline Vance perdida na frança e sabendo falar só uma sentença no meu francês-totalmente-falho.


Controlei minha enorme vontade de bater a minha cabeça no balcão e suspirei, olhando para o lado de fora. O pequeno café onde eu me encontrava tomava espaço numa rua movimentada, onde eu podia ver turistas, modelos, peruas e todo tipo de gente.


Menos a Marlene.


Porque meu celular não funciona? Isso é tão injusto. Eu simplesmente não acredito que isto está acontecendo comigo.


Me dirigi lá para fora onde ficavam as mesinhas e fiquei observando o movimento. Muitas pessoas me encararam de volta, como se eu fosse doida.


Mas o que eu podia fazer? Eu estava perdida!


Ah, isso deve ser a lei do karma. Eu devo ter pregado chiclete na cruz na minha reencarnação passada, porque UAU. Resolveu aparecer tudo agora. Estou perdida, em plena França, sem celular/sem tradutor/sem Marlene.


Porque será que as pessoas não ajudam os necessitados? Será que minha cara de ‘eu estou totalmente ferrada’ não é muito convincente? Onde está a solidariedade dessas pessoas?


Droga, e eu mal consigo distinguir quem está falando inglês nessa muvuca e quem não está. Porque eles tinham que andar tão colados uns nos outros e falar tão embolado?


Eu é quem não vou arriscar falar inglês aqui, de novo. Eu me lembro perfeitamente da primeira infeliz vez que eu fui me aventurar a falar em inglês na França – quanto eu tinha nove anos e vim com minha mãe.


As crianças CORRERAM atrás de mim e ameaçaram me bater! Digo, pelo menos os gritos não pareciam muito amigáveis e como eu não entendia nada preferi não arriscar.


Por Deus! O que ensinam para essas crianças nos dias de hoje? Onde está o ideal de paz e amor? O que aconteceu com ‘crianças são o futuro da humanidade’? Que futuro mais violento que é esse, hein?


Droga, porque essa rixa França/Inglaterra, mesmo? É pior do que rixa dos times em copa do mundo, francamente.


Quanto estes franceses forem para Inglaterra eles vão se ver comigo, também. Serão cruelmente ignorados e se possível passarei informação errada para eles, hum.


Ok, eu não vou fazer isso. Dorcas é historiadora e ela sempre me explicou essa imagem baseada em senso comum que todo mundo tinha entre a rixa França/Inglaterra.


O que não me impede de dar informação errada para as pessoas, é claro.


Ok, eu não iria sacanear nenhum francês, o que não me impedia de deixar de falar inglês na França, uma vez que eu fui cruelmente traumatizada por crianças malvadas de nove anos.


Nem um sinal de Marlene no meio desse tanto de gente, o que me desanimou profundamente. Eu quero só ver como é que eu vou fazer para voltar para o meu hotel de nome estranho.


Eles deviam colocar nomes mais fáceis.


Acho que se eu ver uma foto do meu hotel eu vou saber distinguí-lo.


Com esta idéia na cabeça atravessei a rua e fui comprar um mapa de uma espécie de barraca que havia do outro lado da rua. Parecia um guia de pontos turísticos, e tinha várias imagens e mapas da região central, onde por uma acaso eu estava perdida.


Não troquei nenhuma palavra com o vendedor, que mesmo assim foi simpático comigo – pelo menos parecia. Peguei o mapa e paguei, e ele me lembrou de outra sentença que eu conhecia o significado: Bonjuor.


Entrei na cafeteria de novo e fui fazer uma última tentativa de falar francês e conseguir um café. Não deveria estar tão difícil para ele me entender, aposto que está me ignorando.


Ok ok, lá vou eu de novo com minha cisma conspiratória sobre a rixa.


Quando o atendente me olhou ele revirou os olhos e suspirou, o que foi muito mal educado mas eu fui assim mesmo. Apontei para o café, para o dinheiro na minha mão e disse: ‘Pur Sucre’.


Ele não entendeu... de novo.


Acho que eu realmente devia desistir.


O lugar estavam mais cheio agora e os vários atendentes se revezavam entre o balcão e as pessoas que estava nas cadeiras, para servi-las. Eu devo ter feito cara de criança prestes a chorar, porque logo eu ouvi alguém se dirigindo para mim.


Bem, pelo menos eu achei isso.


- Bonjuor – o homem começou e eu me perdi no resto da frase. Ele olhava para mim mas eu suspeitei fielmente que não era comigo, porque eu realmente me surpreendi. Ele era alto e tinha um porte perfeito, possuía cabelos castanhos e seus olhos um pouco puxados eram realmente um charme.


Eu realmente pude me dar o luxo de me perder na frase, uma vez que eu não entenderia mesmo.


Distingui no meio do turbilhão de palavras a frase ‘Pur sucre’ e mais um monte de blábláblá. É realmente horrível quando alguém fala com você e você não consegue aprender nem uma palavra.


Ok, eu não ia conseguir continuar na minha maratona-não-fale-inglês-na-França.


- Desculpe, eu não posso te entender! Eu estou perdida, custei a comprar um mapa sozinha e ainda não consigo pedir um café com açúcar! Um café com açúcar! Será possível? Onde está Marlene... – e comecei a falar igual uma pobre na chuva, desabafando para o pobre coitado na minha frente.


Um silêncio absurdo perturbou a cafeteria mas não importa, ninguém tinha entendido mesmo.


- Você está bem? – posso morrer agora?


Porque de todas – todas! – as pessoas o sexy-french tinha que ser a que entendia o que eu estava falando? Hein? Hein?


Porque meu karma é tão injusto comigo? Porque todos os franceses são bonitos? E golfinho é diminuitivo de quê, meu Deus, de golfo?


Eu devia parar com as perguntas retóricas.


- Desculpe, eu... – engasguei com a saliva, enquanto ele ainda me olhava, curioso. Droga, ele não era francês? Isso é tão injusto. Porque os bonitos sempre nos olham quando estamos fazendo coisas nada bonitas?


Como desabafar sua vida triste ou engasgar com saliva?


- Desculpe. Estou bem sim, obrigada – disse, tentando fingir que o meu rosto não estava completamente vermelho e que eu não protagonizei essa cena no café, na maior cara de pau – eu só estava tentando pedir um café, mas eu fiquei perdida e...


- Essa parte eu peguei – ele riu falando em seu sotaque francês, o que aumentou meu sentimento de derrota. Eu deveria parar de falar com estranhos.  Ele chamou o atendente e começou a falar algo em francês, e logo este estava trazendo um copo de café que me entregou.


- Muito obrigado, você não sabe como eu precisava disso – eu disse, bebendo o café quente que desceu queimando a minha garganta, tentando ao máximo me esquecer a minha extrema vontade de pular dentro de um buraco.


- Não há de quê – ele piscou para mim. – Agora me diga, onde você está hospedada? Eu posso te ajudar, também estou num hotel aqui perto e...


Ok, meu karma nem é tão ruim assim, no final das contas.




n/taly: OMG! Eu, euzinha betando uma fic da Chel, em primeiro lugar, Chel linda, é uma honra betar essa fic ela é tão fofa.
Agora quanto ao prólogo, preciso mesmo dizer que é um chuchu, Emme relaxa amiga aproveita para xingar todos eles em inglês, eles não vão entender mesmo hihihi, brincadeira, não xinga não, vai na paz e amor mesmo ahha e aproveita o french bonitão, senão eu aproveito hahahh. Beijos, 
Talita.
ps: Acho bom comentarem.
 


N/autora: Uhul! Prólogo de pur sucre aí, gentem. Own, ela ficou tão linda. Ela iria de início ser capítulo único, mas eu empolguei com a história e vai virar uma fic um pouco maiorzinha, capiche? Espero que estejam gostando, ela é muito cuti cuti e eu amo a Emme *__*
Mesmo não sendo short ela continua sendo parte das séries de inverno (Winter Series) que começou com Snow. Espero que tenham gostado e o capítulo um não demora, juro.
Entãao é isso, beijos beijos.
Obrigada por lerem, aguardem atualizações!
Chel Prongs

PS:
Momento propaganda
Visitem minhas outras fics *-* Quem gostou desse pedaço de pur sucre vai, com certeza, gostar da ''O buquê da noiva e suas propriedades inexplicáveis''. 


 

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