Capítulo II



 



A castanha ficou parada olhando a porta se fechar enquanto o loiro saía. Ficou horas processando as palavras que escutou. Naquele dia não mais saiu de seu quarto. Não saberia o que dizer se o visse novamente. Tinha esperança de acordar e notar que havia imaginado a cena. Draco Malfoy jamais se declararia, ainda mais para uma sangue-ruim.


O dia seguinte passou tranquilamente, estava quase convicta de que realmente tinha sido um sonho.


No terceiro dia, após o “sonho”, uma chuva torrencial caía, um céu cinza pesado, tão familiar, que Hermione resolveu ficar na cama até tarde... as aulas poderiam transcorrer normalmente sem a sabe-tudo, um dia... apenas um dia... sonhou novamente com certo loiro se declarando e quando acordou teve certeza de que era um sonho, afinal sempre lera tantas histórias que sua imaginação com certeza transbordava de tão fértil!


Escutou batidas à porta quando abriu, ela sorriu, já imaginava quem era.


- Bom dia Harry!


- Boa noite Hermione Granger, que história é essa de não sair do quarto hoje, não aparecer nas aulas, não comer?


- Ah Senhor Potter, não sabia que tinha uma filha tão grande já! Disse a castanha.


Ele riu.


- Mione, sarcasmo não combina com você!


 Foi então Malfoy apareceu:


- Combina sim Potter. Boa noite Hermione!


Do mesmo jeito que apareceu na sala comunal dos monitores-chefe, saiu.


- Do que ele te chamou? Perguntou Harry à Hermione.


Hermione com a cabeça nas nuvens, resolver terminar a conversa.


- Hãã? De sangue-ruim?! Podemos ir jantar estou morrendo de fome! Vamos.


Harry não pode notar o sorriso de Hermione enquanto caminhavam pelos corredores escuros a caminho do Salão Principal. Não havia sido um sonho.


Os dias passaram com demasiada rapidez, o 7º ano terminando, as provas, a formatura... Mas, todas as noites enquanto era embalada pelos braços de Morpheu, relembrava cada palavra do Sonserino. Quem sabe se um dia as esqueceria!


Fora ao baile, sozinha. Dançou com todos os formandos, inclusive com Malfoy. Contudo, não tocou em uma palavra do ocorrido.


Quando estava saindo da festa, passou por ele, pouco depois ela o avistou ainda caminhando sem rumo, sentiu o coração bater um pouco mais forte, mas tratou de se recompor e continuar a volta ao quarto, sua última noite em Hogwarts! Eles não se viram depois disso, durante muito, muito tempo...


Passaram-se três longos e intermináveis anos.


Passou a guerra, a busca pelas horcruxes, a queda do Lord das Trevas, o triunfo do bem sob o mal. Todos choravam os mortos, e ao mesmo tempo celebravam a vida. E mais um pouco ela esperou.


Buscou os pais na Austrália, recuperou suas memórias, desculpou-se por ser intransigente como filha e alegrou-se por ter sido compreendida, era tudo pelo bem maior.


Voltou a Toca, acompanhou os funerais, segurou Harry Potter e Ronald Weasley com toda a sua força e seu amor. Certamente, o elo mais forte do trio dourado era ela.


Dias depois soube através dos jornais que ele administrava os negócios da família. E mais uma vez seu coração vacilou batendo mais forte.


No final de uma tarde de domingo, chamou os amigos:


- Harry, Rony, eu preciso há muito tempo tomar algumas decisões, e gostaria muito, que independentemente delas, eu contasse com o apoio dos dois, afinal, sou apenas metade de uma pessoa sem os dois ao meu lado. E nada do que aconteça vai mudar esse sentimento.


Os garotos estranharam as palavras da castanha, mas assentiram.


- Por você Mione, qualquer coisa!


- Vou gravar isso Ron!


- Você irá para a Itália conosco? Lembra as férias que sonhávamos?! Perguntou Harry.


- Não, vocês irão, e levaram Gina e Luna, e vão me prometer que apaixonarão e tratem de aproveitar cada segundo disso.


- Hermione Granger você está nos assustando!


- Calma meninos, pretendo fazer o mesmo, só não estarei com vocês!


Aparatou em casa, tomou um longo banho e começou a pesquisar por onde andava não mais o garoto sonserino, agora era Sr. Malfoy. E pela primeira vez em anos a dúvida tomou conta dela, realmente nunca tivera esperança de sobreviver a guerra, sabia que o “lado do bem” venceria, mas jamais imaginou que estaria neste mundo para comemorar, e não fora atrás dele antes porque realmente não podia condenar Draco Malfoy a um destino que não era o dele: morrer lutando ao lado de Harry Potter. Isto era escolha dela.


 Não fazia idéia de como ele estava, até que leu a notícia em um dos jornais antigos espalhados pelo quarto: estava noivo de Astória Greengrass. Ela já devia imaginar. O mundo não pararia enquanto ela estivesse na Guerra, e o amor não a esperou. Já não sabia como agir.


Pela primeira vez em anos, chorou, não de arrependimento, sabia que tinha feito sua escolha e jamais julgaria Malfoy pela dele, porque cada um sabe da sua própria dor e renúncia (Paulo Coelho).


 


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Merece continuação???


Um final trágico, triste, alegre, cômico??? Hein hein?!


 


Bjinhos


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