Capítulo I




Naquele dia acordou certo de que quebraria a promessa que havia feito a seu pai dois anos antes. Jurou que jamais repetiria que a amava.


 


Dois meses após a morte de seus pais, chegara ao limite de sua própria dor. E ela deveria saber disso.


 


Aguardou pacientemente que ela voltasse para o quarto, qualidade que ninguém sabia ele tinha, normalmente queria tudo no ato, entretanto o que estava para acontecer não era natural, e por isso, merecia suas melhores atitudes, os poucos atos nobres que lhe restavam.


 


No final tarde escutou passos na sala comunal que ambos dividiam, devido o cargo de monitores chefes, que exerciam.


 


Sentia-se nervoso como nunca havia sentido antes... era a sua primeira vez.


 


Bateu na porta do quarto dela.


 


Ela abriu, estranhou.


 


- Oi? Você quer entrar?


 


Sentiu que não poderia voltar atrás. Acenou com a cabeça, respondendo o questionamento da garota.


 


- E então, o que posso fazer por você? Perguntou ela, ainda desconfiada com a atitude do Príncipe dos Slytherins.


 


- Quero que você me escute, simplesmente.


 


O choque passou pelos olhos da castanha, enquanto ele tirava a máscara:


 


- Desde o primeiro dia que te vi na estação, quando tínhamos 11 anos, eu tenho feito de conta que você não me interessa, que só noto a sua insistência em ser irritante e sabe-tudo, o seu apoio e devoção à amizade que tem com Testa-Rachada e com Cenoura Ambulante, mas não é verdade. Você é a pessoa mais especial que já conheci, não apenas por ser linda, inteligente, meiga, mas por algo muito maior e mais profundo do que aparência e outras características. Não espero ser correspondido, afinal nada do que eu disser vai mudar os anos de convivência insuportável.


 


Então ele despiu-se da arrogância:


 


- Não sei como bati em seu quarto, nunca acreditei que reuniria toda a coragem necessária para isso.  Mas já que estou aqui, gostaria que soubesse que cada música que toca  é com você que eu gostaria de escutar, cada palavra que leio é com você que eu gostaria de repartir, você simplesmente já virou parte de minha alma, mesmo sem saber.


 


Era o pudor sendo desabotoado:


 


- Eu beijei várias tendo você em meu pensamento. Nunca fui nenhum santo, já dormi com outras desejando internamente poder um dia estar com você.


 


Retirava o medo:


 


- Claro que você deve achar que sou o pior, a encarnação do mal depois de Voldemort, mas quero que saibas que não sou nem melhor e nem pior do que ninguém, contudo fui criado para sempre ser e parecer melhor do que todo mundo. Neste momento, sou apenas alguém que esta aprendendo a lidar com a realidade, e encarando de frente o amor que sinto por você desde sempre.


 


A última peça caiu, deixando-o nu.


 


- Eu vim aqui com intenção única de deixá-la saber que é amada, deixá-la pensar a respeito, pois do pouco que conheço sobre o amor, ele não é retribuído de imediato apenas por gentileza, e eu realmente não espero por isso. Se um dia, qualquer dia, você quiser conversar a respeito, continuamos deste ponto. Bem, paramos aqui!


 


 


E saiu do quarto da Griffyndor, sentindo-se mais homem do que nunca.


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