O diário de G e R



Capitulo 6 – O diário de G e R.


 


  Harry acordou antes mesmo do sol nascer, queria ter bastante tempo para ler sem ser interrompido.


  Como era sábado, provavelmente Hermione obrigaria ele e o resto dos Marotos e Marotas a fazer os deveres, o treino da Grifinória começava hoje, então, com certeza era melhor começar a ler logo, já que tempo lhe faltaria. Sono era o que tinha de sobra.


  Fez tudo quase despencando. Trocou de roupa bocejando sem parar, pegou a capa da invisibilidade e o Mapa do Maroto cambaleando, e por ultimo o diário e a varinha em cima da mesinha.


  Deu uma ultima olhadela no quarto, antes de fechar a porta num baque surdo. Desceu, silencioso, as escadas do dormitório, e quando chegou ao Salão Comunal, vestiu a capa e abriu o mapa dizendo “juro solenemente não fazer nada de bom”, e passou pelo retrato da Mulher Gorda, que reclamou por alguém estar passando tão cedo.


  Passou rápido pelos corredores de Hogwarts, pelo menos, o mais rápido que a capa permitia. Não precisava da capa, literalmente, pois já estava de manhã, não era um toque de recolher, mas o que um aluno faria acordado aquela hora? Seria suspeito demais.


  Quando chegou no sétimo andar e parou em frente a uma parede, retirou a capa tomando cuidado para ninguém vê-lo. Passou três vezes em frente a parede, imaginando o Salão Comunal da Griffinória, mas aonde mais ninguém, a não ser ele, poderia entrar.


  Uma porta dourada surgiu de repente, e sem pestanejar Harry passou e a fechou atrás de si.


  Suspirando cansado, andou até a poltrona vermelha próxima da lareira. Quando sentou, abriu o livro na terceira pagina. Tinha a letra de Godric.


 


  Já está feito. Fizemos o Ritual da União, nome que Salazar deu, já que o ritual foi criado por nós mesmos. Foi engraçada a sensação de unir nossa magia.


  Uma luz vermelha saiu de mim, uma azul de Rô, uma verde de Salazar e uma amarela de Hel. Elas uniram-se numa só, formando uma cor branca, neutra, mas poderosa. Nossos poderes unidos receberam o nome de Magia Branca, primeiramente por causa da cor que recebera, e segundamente por nós quatro sermos Bruxos da Luz.


  Nós tínhamos que colocar essa magia em algum lugar, não podia ser um lugar qualquer. Qualquer um poderia achar... Então eu sugeri uma varinha. Afinal, quem iria guardar algo numa varinha? É algo que somente um bruxo pode usar, o portador dela.


  Como todos sabem, varinhas são enterradas com os portadores dela. A varinha escolhe o bruxo, ninguém usaria a varinha de outro bruxo.


  Por fim, fizemos como eu sugeri, escondemos, ou melhor, guardamos a Magia Branca em uma varinha. Foi uma coisa bonita de se ver, a varinha brilhou dourada e branca.


  Mas para Helga, ainda era arriscado. E se alguém roubar a varinha?, tinha dito ela. Salazar, eu sei, que coisa não ser Rowena a dar a idéia não é?, sugeriu que criássemos três espelhos. Em que, somente quando estiverem juntos, descobririam onde a varinha estava.


 


  A pagina acabava ai. Mas virando a página seguinte, as letras  não apareciam. Por quê? Está na ordem certa, pensou Harry. A não ser...


  Começou a remexer nas folhas soltas. Algumas delas tinha que ter algum escrito... Ará! Ali, estava. Uma folha solta, letra de Godric, certamente a continuação da outra.


  Usando rapidamente um feitiço, fez a folha grudar ao livro novamente. Continuou a ler...


 


  Estávamos prestes a criar os três espelhos, quando Rowena arfou de repente. Ela empalideceu e cambaleou. A segurei antes de caísse e perguntei se estava tudo bem.


  Ela respirou fundo, pegando um pouco de corzinha pois ficara branca, e disse que tivera uma visão. Não uma visão qualquer, como se ela tivesse visões quaisquer...


  Então ela nos explicou direito o que vira. Envolvia os três espelhos. Salazar sugerira criar os três espelhos para quem juntasse pudesse descobrir a localização da varinha, mas de acordo com a visão de Rowena somente uma pessoa poderia descobrir exatamente onde estava a Magia Branca.


  Qualquer pessoa que juntasse veria somente o que o espelho mostrasse. Sua imagem.


  Mas somente o Herdeiro de nossos poderes, veria o lugar certo da varinha. Somente ele, conseguiria usar a Magia Branca.


 


  Harry suspirou pesadamente. Ele era o Herdeiro, somente ele poderia usar a magia. Tinha que continuar a ler, a página seguinte tinha a letra de Rowena.


 


  Herdeiro. Eu o vi. Meu dom, minha clarividência mostrou a mim. Mas era diferente de todas as minhas visões...


Era completamente estranho. O Herdeiro da Magia Branca estava em uma guerra, uma guerra contra as Trevas. Parecia que eu estava lá, no momento.


  O Herdeiro é o que irá derrotar as Trevas, acho que isso descreve bem minha visão.


Será necessário que ele junte os espelhos o mais rápido possível, e depois. Treinar duro. Treinar sua nova magia.


  Após explicar tudo isso para God, Sal e Hel, criamos os três espelhos.


  O primeiro espelho foi criado por Helga. Esprit, o espelho da mente. Quando se olhar no espelho, você verá seus maiores medos, essas foram as palavras dela.


 O segundo espelho foi criado por Salazar. Coeur, o espelho do coração. Vai mostrar-lhe seu maior desejo, aquele que seu coração mais quer, de acordo com Sal.


  E o ultimo e terceiro espelho foi criado por Godric. Âme, o espelho da alma. Quando você se olhar no espelho verá a essência de sua alma. Achei boa a criação de God.


  Quando colocamos todos os três juntos, eles brilharam branco, mas não nos mostraram a varinha. Por mais que ela estivesse em nossas mãos.


 


  Harry ergueu uma sobrancelha. Estava tão envolvido na historia, era como se os quatro fundadores estivessem ali. Ficou intrigado com essa ultima frase de Rowena.


  Quer dizer, por que não apareceria a varinha? Foram eles que colocaram os poderes lá, era para eles verem. Mesmo que estivesse na cara de um deles, não mostra...


  Bom. Virou a página.


 


  Isso ta ficando estranho. Fizemos o ritual, juntamos nossa magia, criamos Coeur, Esprit e Âme, mas quando fomos testar eles só brilharam uma luz branca, e não mostrou mais nada. E olha que a varinha da Magia Branca estava na minha mão.


  Rô, inteligente como sempre, nos explicou que somente o Escolhido, ou Herdeiro, poderia ver onde estava a varinha. Tínhamos criado os espelhos para isso, mostrar os desejos, os medos e as almas, mas mostraria a varinha somente, e somente, para o Herdeiro.


Pois é, acho que quando escondermos a varinha é bom não esquecermos onde está, se não, tchau, tchau Magia Branca.


 


  Ok, pensou Harry, sem pressão, não é? Quer dizer, só eu posso usar a tal magia, só eu posso saber onde ela está, só eu posso derrotar as Trevas. Literalmente, sem pressão.


  Afundou um pouco na poltrona. Quando soube que era o Herdeiro, ficou confuso. Agora, está mais confuso ainda, se é que isso é possível. Não era uma confusão ‘eu não to entendendo nada’, esta mais para uma confusão ‘o que faço agora?’.


  O diário ainda tinha mais algumas páginas, mais algumas coisas. Ele procurou entre as folhas soltas, até achar uma que tivesse algo escrito. Quando achou, fez a mesma coisa que fizera com a outra, grudou-a com um feitiço e começou a lê-la.


 


  Faz uma semana que juntamos e formamos a Magia Branca. God tratrou de esconder a varinha em que guardamos a Magia. Fiquei impressionada, ninguém jamais vai achá-la.


  Quer dizer... Espero que o Escolhido ache. Ele irá derrotar todas as Trevas do mundo. Tenho certeza.


  Com minha clarividência, pude ver seu rosto. De uns dias para cá, venho me esforçando em ver ele. Não pude de deixar ficar impressionada... Era tão... Bonito, tão parecido conosco.


  Seus cabelos pretos como a noite, iguais aos meus, mas revoltados iguais aos de God. Os olhos verdes-vivos que brilham na escuridão. Seu sorriso era lindo, igual ao de Hel, gentil e amável. E os olhos verdes, iguais aos meus também, tinha uma expressão travessa, ou quase zombeteira, como Sal.


  Claro que foi com várias visões que vi isso, mas pude ver e estava bom.


  Não havia dúvidas, ele era o Herdeiro. Era parecido demais com nós quatro, tanto fisicamente quando psicologicamente.


 


  A página acabava ali. Harry piscou algumas vezes tentando não arrancar sua cabeça, que estava lotada de pensamentos.


  Essa descrição era exatamente a dele. Os olhos verdes, os cabelos pretos... Com certeza era ele.


  Virou a página após olhar no relógio que tinha na parede, ainda tinha algum tempo. E o que tinha na página seguinte o assustou.


  Era um desenho. Praticamente uma foto, de tão perfeita.


  Harry estava ali desenhado.


  Os cabelos muito revoltados e pintados de negro com a tinta. Os traços do rosto eram os mesmos que os seus, como se olhar em um espelho. Os olhos, perfeitamente desenhados, estavam numa tinta verde muito viva, que se assemelhava perfeitamente a cor dos seus. Esse no desenho não usava óculos, de forma que ele pode imaginar como ele ficaria sem eles.


         E continuou ali. Virando as páginas, lendo. Ali tinha basicamente o resto da vida de Godric e Rowena. Alguns dias faziam coisas normais, noutros coisas que ele via hoje em dia. Por exemplo, em um dia, Godric explicou ter criado o Quadribol com Salazar. Em outro, Rowena falou ter inventado a aparatação. Entre várias outras coisas.


         Entretanto, nunca chegava a localização da sala dos fundadores. E, para seu desespero, o diário acabou com a frase “Viveremos eternamente, entre os conhecimentos e as linhas do tempo”.


         Não tinha a localização da sala!


         Virou as páginas furiosamente muitas vezes, mas nenhuma mostrava a localização como diziam os fundadores.  


         Com raiva, deixou o livro cair do chão e atirou-se no sofá de barriga para baixo, analisando o livro de baixo.


         Queria saber logo onde ficava a sala dos fundadores!


         E, para sua imensa surpresa, as páginas do livro começaram a espichar. Não!, o livro começou a aumentar, como se desdobrassem uma folha de papel. E, quando parou, era um mapa. Um mapa de Hogwarts.


         Seria igual ao Mapa do Maroto, pois também tinha as pessoas se movendo, mas tinha várias outras salas que no outro não tinha. E, para sua profunda e extrema alegria, a dos fundadores estava entre elas.


         Era só seguir por um corredor no... Vigésimo andar?! Mas não existia vigésimo andar! Franzindo a testa, leu melhor, e ficou surpreso.


         Todo este tempo que leu aqui na Sala Precisa era a passagem para a sala. Não exatamente...


         Ele tinha que sair e imaginar uma sala com escadas que levassem ao vigésimo andar, e seguir as escadas. Lá, encontraria uma porta e poderia entrar na “Sala dos Fundadores”.


         Finalmente, poderia ver. Já estava pra sair da sala e imaginar a Sala Precisa com as escadas, mas olhar pela janela despertou seu interesse.


         Olhando no relógio da parede viu que eram nove horas e estava atrasado para o treino de Quadribol, e, pior: ele era o capitão!


         Bom, teria que visitar a sala depois.


         Mas, com certeza absoluta, o mais rápido e secretamente possível.


         E saiu correndo para o campo de Quadribol, que não pode deixar de dar um sorrinho ao pensar que Salazar e Godric que invetaram ele.

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