Em Plena Comunhão



N/A- Mais um capítulo que eu tinha na cabeça há 2 ou 3 meses, desde que escrevi a minha primeira fanfiction.
Também é um dos capítulos que imagino com música, no caso "I Don't Wanna Miss a Thing" (Aerosmith).

AVISO - Capítulo impróprio para crianças, por insinuações sexuais. Não lhe chamaria NC-17, mas é melhor prevenir do que remediar.



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Mary voltou para a Casa dos Gritos depois do seu primeiro dia de aulas. Estava feliz. Chagara atrasada na escola, mas isso não a impedira de ter um dia maravilhoso.

A sua felicidade era apenas assombrada pela preocupação com Lupin. Não conseguia parar de pensar nele, em como ele estaria depois daquela noite terrível. Foi por isso que, assim que terminou as aulas, ela voltou para o local onde o havia deixado.

Lupin dormia, ainda, deitado na cama de dossel, com o ar mais sereno do mundo. Mary se aproximou e se deixou invadir por um imenso amor, pensando em como nada se comparava à beleza de ver o ser amado adormecido. Ficou ali, olhando para ele, durante um tempo que ela própria não saberia dizer o quando durou. Poderiam ter sido dois minutos ou duas horas. Realmente, não saberia dizer.

Queria entrar na mente dele, invadir os seus sonhos e se perder neles para sempre... Deu por si beijando os lábios quietos do homem que tanto amava e que acordou com aquele beijo tão doce. Olhou para ela e sorriu, feliz por vê-la do seu lado.

- Como é que você está? - Ela perguntou, sorrindo também, passando a mão pelos cabelos dele.

Lupin replicou, sem desviar o olhar dos olhos dela nem perder o sorriso:

- Nada como um bom sono e acordar com um beijo da minha bruxinha professora para me fortalecer. Como foi o seu primeiro dia de trabalho?

- Maravilhoso. - Ela respondeu. - Mas não parei de pensar em você nem por um minuto. Estava louca para voltar aqui e lhe ver.

O coração de Mary batia cada vez mais forte e ela se deixou cair na cama, pousando a cabeça no peito de Lupin e escutando o coração dele bater no mesmo ritmo descompassado que o dela.

Ele passou um braço por cima dela e suspirou. Mary lhe trazia uma paz tão grande... ele se sentia impregnado de amor... e de desejo. O corpo dela junto do seu o levava para sonhos tantas vezes sonhados, mas que ele jamais tivera coragem de tornar realidade. Sonhara tanto, até mesmo acordado, em beijar aquele corpo alvo, em se perder nas suas curvas, em torná-la inteiramente sua... em ser inteiramente seu... Mas não tinha coragem. Tinha tanto medo de decepcioná-la, de desagradá-la... Não era mais uma criança, mas se sentia um verdadeiro adolescente desajeitado, sem saber o que fazer, como agir... Jamais tivera uma mulher em seus braços do jeito que desejava ter Mary... tinha medo de nem saber como fazer as coisas... e, pensando mais ainda, não seria uma falta de respeito para com ela?

Constrangido por todos esses pensamentos e pelo desejo que não o deixava em paz, ele a afastou de si, balbuciando:

- Mary... por favor... É melhor a gente parar por aqui, senão...

Ela o olhou nos olhos, com ar confuso:

- "Senão", o quê? - Inquiriu, franzindo as sobrancelhas.

Lupin desviou os olhos e murmurou, em voz sumida:

- Senão, eu vou acabar fazendo o que não quero.

- Não quer?! - Ela repetiu, sentindo um peso enorme invadindo o seu coração. Ele não a queria? Mas como? Ele dizia que a amava, mas não a queria...

- Não posso. - Ele corrigiu, se sentindo cada vez mais constrangido e se sentando na cama, voltado de costas para ela.

- Remo! - Exclamou Mary. - Remo, olhe para mim!

Ele não obedeceu, mas ela não se deu por achada. Sempre fora teimosa, sempre gostara de mostrar o seu ponto de vista e, apesar de começar a entender o que se passava na cabeça de Lupin, não podia deixá-lo pensar assim. Respirou fundo, se sentindo um pouco mais calma e confiante e continuou:

- Remo, nós somos adultos, nos amamos, estamos juntos... é natural... e eu sonhei tanto com isso... - A sua voz se tornou trêmula e Mary não conseguiu dizer mais nada.

Lupin não se voltou para ela. Continuou de costas, pensando no quanto achava que ela estava certa, no quanto ele também tinha sonhado com aquilo, mas... Tinha medo... Tinha tanto medo de fazer alguma coisa errada e acabar estragando tudo...

Finalmente, se virou para ela, abrindo a boca para lhe pedir um tempo... mas não saiu qualquer som. A sua boca se abriu mais ainda ao deparar com Mary... completamente nua. Era tudo aquilo que ele imaginara nos seus sonhos mais inconfessáveis. Engoliu em seco, sem saber o que dizer ou o que fazer. Deu um pulo e se levantou da cama, mas sem desviar o olhar de cima de Mary.

Ela tremia... não de frio, mas de nervoso e de medo. Tinha reunido toda a sua coragem para tirar a roupa e agora... agora tremia, nervosa e amedrontada, temendo que Lupin pensasse mal dela, não gostasse do seu corpo, a rejeitasse... Ele não avançava... Certamente, pensava ela, os seus piores receios estavam se confirmando: ele a achava feia, gorda, desengonçada, branquela... Ele a achava atirada de mais... Ele ia rejeitá-la! Era horrível demais!

Cheia de vergonha e medo de perdê-lo, Mary se deixou cair na cama e se cobriu com um lençol, murmurando, enquanto tentava a custo conter uma lágrima teimosa:

- Desculpe... Por favor, Remo, me perdoe. Não pense mal de mim, por favor! Você deve estar me achando uma vaca sem-vergonha! Por favor, me perdoe...

As suas palavras foram abafadas por um beijo. Lupin não agüentara mais. Jamais a acharia uma "vaca sem-vergonha" e nem podia suportar a ideia de que ela pensasse uma coisa dessas. Afinal de contas, tudo o que ela havia dito antes fazia todo o sentido: eles eram dois adultos, estavam juntos, se amavam... e tinham sonhado tanto com aquele momento...

Tomou-a nos braços e a beijou com todo o ardor; percorreu o pescoço dela com seus beijos e, naquele final de tarde, todos os seus sonhos se tornaram realidade. Ah, e a realidade era tão melhor do que os sonhos... Nem nos sonhos mais íntimos e secretos de ambos eles haviam imaginado algo tão perfeito.

Naquele momento, os dois tiveram certeza: eram um só, em plena comunhão de corpos e almas. Aquele amor era a salvação para as suas vidas condenadas.

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