Beco Diagonal



Capítulo 3 - Beco Diagonal


 


Elizabeth entrou na casa dos Potter e foi direto para o quarto do filho mais velho, sabia que sua filha estaria lá, esses dois a lembravam tanto de Sirius e James. Ela agora não chorava mais, estava feliz, finalmente ela poderia voltar a ser Elizabeth Black, nada de trabalhar em um escritório de advocacia chato, nem de escutar reclamações de seu chefe toda hora. Ela queria voltar a ser Auror, uma tão boa quanto era antigamente. Ao abrir a porta encontrou a filha chorando abraçada a um travesseiro com James afagando seus cabelos, isso lhe quebrou o coração, nunca tinha visto a filha chorar tanto, ela raramente chorava. Ajoelhou-se ao lado da cama, ignorando a cara feia de James, e falou:


- Ei minha princesa, porque está chorando?


- Eu não sou sua princesa sua mentirosa – a menina levantou a cara do travesseiro bruscamente – VOCÊ MENTIU PRA MIM TODO ESSE TEMPO, EU ERA ADOTADA E VOCÊ NÃO ME FALOU!


A mãe se impressionou com o que ela falava, achava que ela tinha descoberto que era bruxa,e não que pensava que era adotada, não pode evitar de sorrir, mas antes da menina retrucar falou:


- Você não é adotada minha querida.


- Então porque você é loira de cabelos lisos e olhos azuis e eu morena de cabelos ondulados e olhos escuros?


- Ah, isso! – e com um sorriso tocou a varinha na têmpora novamente, sabia que se aparecesse com sua aparência normal assustaria a filha – e agora? Nos parecemos mais?


As duas crianças olhavam incrédulas para a mulher agachada na frente deles, "ela é uma bruxa também" pensavam. Alex não sabia mais o que pensar, estava tudo tão confuso, se sua mãe era bruxa ela devia ser bruxa também, mas porque a mãe dela havia mudado a aparência?


- Bom filhinha, eu acho que você já sabe que eu sou uma bruxa, e você também é uma, e nosso sobrenome não é Johnson, e sim Black. Mas a noticia boa é que você vai para a escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts dia primeiro de Setembro assim como James e Joe.


O sorriso já mal cabia no rosto da menina tamanha era a sua felicidade, mas alguma coisa ainda incomodava a menina. Porque havia vivido uma mentira por tanto tempo?


- Mas mamãe – o sorriso havia murchado de sua cara e ela tinha agora uma feição preocupada – Porque nós vivíamos com o sobrenome Johnson? E porque você ficava disfarçada?


- Bem... – ela não queria responder isso, era a pergunta que temia, mas ela sabia que a filha entenderia que ela não poderia contar toda a verdade – Estivemos escondidas. De uma bruxa muito má que estava nos perseguindo, seu nome é Joanna, mas as pessoas chamam ela de Persephone.


James ficou surpreso, já ouvira o pai comentar várias vezes em casa sobre essa bruxa, causava problemas a anos, matava trouxas e bruxos nascidos trouxas, mas ninguém nunca conseguia pegá-la, ela era muito discreta e seus ataques não eram frequentes.


- Mas porque ela estava atrás de vocês tia?


- Não é hora para contar isso, vocês não vão conseguir entender agora.


- Mas, porque chamam ela de Persephone mãe? Essa não é a mulher do Deus que guarda o submundo?


- Sim querida, a Deusa Persephone é a mulher do Deus Hades, um Deus muito maligno. Por isso que a chamam assim, dizem que ela é tão má que poderia ser comparada a Hades, mas como é mulher a chamam de Persephone, que é tão má quanto o marido.


- Papai já comentou dela.


- Aaah sim, ela tem causado problemas desde que vocês nasceram. É tão má quanto Voldemort. – Nesse momento uma sombra passou no olhar da mulher, que só foi notado pela filha, havia algo mais naquela história, mas Alex achava que não era a melhor hora para perguntar.


 




 


 


Alex estava deitada em sua cama encarando o teto, em um mês tanta coisa havia acontecido, sua mãe havia lhe contado que seu pai havia sido assassinado em uma batalha no ministério da magia, sua mãe voltara a trabalhar nesse mesmo lugar como Auror, seu chefe era Harry, que era seu padrinho, juntamente com Ginny, e, teoricamente, agora eles eram todos uma grande família feliz. Mas ela achava isso muito estranho, não que não gostasse de ter uma grande família e de ser bruxa, ela adorava essa parte, mas alguma coisa ainda a perturbava, porque essa tal de Joanna perseguia ela e sua mãe? O cachorro ao seu lado se mexeu.


- Acordou preguiçoso?


O cachorro olhava para ela com uma cara preocupada, realmente, um cachorro bem diferente era Black, ele não poderia ir para Hogwarts, já que lá os alunos só poderiam tem um sapo, uma coruja ou um gato de estimação como dizia na carta, por isso sua mãe havia lhe dado uma pequena coruja preta, Coisa, ela e James a chamavam de coisa no começo e acabou pegando chamá-la assim. Alex levantou e foi até seu malão, a única coisa que tinha (alem da coruja) para o ano letivo em Hogwarts, já havia colocado várias roupas, um álbum de fotos antigas que tinha ganhado na semana passada e um livro sobre feitiços de corte e costura, ela não queria usar o uniforme, havia decidido que iria customizá-lo para que ficasse de seu agrado, claro que os professores não iriam gostar, mas ela não ligava.


- Entra! – falou após ouvir batidas na porta.


- Alex, vamos logo, nós vamos comprar nosso material hoje! – James tinha um sorriso extremamente empolgado, mas ao ver a cara de tédio da menina falou – Joe vai estar lá, e nós vamos comprar nossas varinhas!


- VARINHAS! – exclamou a menina com olhos brilhando – Eu quero muito uma varinha, vamos poder fazer todos os tipos de feitiços!


- HAHA, bom saber que você também quer ver o Joe.


- Mas é claro que eu também quero vê-lo, afinal ele não fala com agente desde a festa. Por que será?


Mas antes que o menino pudesse responder alguém gritou para eles andarem rápido no andar de baixo, e lá se foram eles, viajar pela rede Flu, Alex não gostava muito da idéia de ser engolida por chamas verdes, mas não tinha outro jeito mais rápido, eles se dirigiram a casa dos Potter e quando Alex ia falar 'Beco Diagonal' para que as chamas levassem ela para lá Harry falou:


- Peraí! Fale direito, quando eu falei errado acabei parando na Travessa do Tranco, e lá não é nada legal para uma criança de 11 anos.


E com um sorriso maroto e uma piscada Alex falou:


- Pelo menos vocês já sabem onde me achar se eu me perder. Beco Diagonal!


E ela começou a descer, mas ainda pode ouvir sua mãe falando "Olhe isso, arrogante igualzinha ao pai!", saiu direto na lareira da Floreios e Borrões, e nem esperou o resto das pessoas saírem, ignorou o chamado de James e foi correndo os olhos pelas estantes abarrotadas de livros com os mais diversos títulos como: Hipogrifos Galopantes de Finensa Bustbun, ou Por que Marte Está Brilhando Hoje? de Gundsy Humpford, sem contar que os sobrenomes dos autores eram mais estranhos do que os normais, assim como os nomes.


Alex andava pelas prateleiras e pegava vários livros, já havia pegado: Por Traz da Porta do Ministério de Jay Judhsu, O que Fazer com seu Cabelo Hoje? de Madame Mondfirc, As Peças Mais Engraçadas do Século de Melvin Gutfrom, Pragas e ContraPragas de Vindicto Viridiano Feitiços Para Aprontar de Jedstuf Kimsil. E no segundo andar ela conseguiu pegar dois livros, um de capa toda preta com letras douradas escrito: Animagia de Jashen MacBaldwon e um com a capa verde escuro com letras também douradas escrito: O que há na mente das pessoas? Leglimencia & Oclumencia de Niskin Dunburn, antes de ser expulsa por um funcionário da loja.


- Mamãe, posso comprar esses livros?


A mãe olhou espantada para a filha, sabia que ela gostava de ler, mas tantos livros assim.... "Bom, ela deve estar curiosa sobre o mundo mágico", e ao ler o primeiro livro da pilha (As Peças Mais Engraçadas do Século de Melvin Gutfrom) se acalmou, deve ter pegado vários livros sobre azarações, essa com certeza seria igual ao pai, e com um suspiro entregou os livros para pagar junto com os outros que era iria usar no ano letivo. Tinha dinheiro suficiente no banco e na semana seguinte ela já voltaria a trabalhar como Auror.


- E agora, para onde vamos? – Perguntou James.


- Que tal irmos para a loja do Jorge? – Falou Ron criando um brilho no olhar.


- Claro que não! – Exclamou Hermione – Temos que comprar os conjuntos de ingredientes básicos para poções. E ainda temos que comprar suas varinhas no Olivaras.


- Isso, vamos para as varinhas! – Falou a menina puxando o braço da mãe, quando ia começar a correr ela olhou para trás – Onde fica a loja de varinhas?


Todos foram rindo na direção da farmácia, ignorando os protestos de Alex, e após tudo comprado eles foram para o Olivaras, o senhor agora tinha um aprendiz, seu neto, já que o filho havia sido morto por Voldemort na 2ª Guerra.


- Ora, ora, estava esperando o mais velho dos Potter – falou o velho para James, assim que viu os novos visitantes na loja – e essa menina a seu lado, suponho que seja uma Black pela sua aparência – E ao olhar para Elizabeth falou – Aah sim, senhorita Acatauassú, suponho que tenha se tornado senhora Black, não?


Alex estranhara o nome de solteira da mãe, com certeza não era Britânico, e pela cara de James o nome devia ser estranho até para bruxos.


- Está certo Olivaras – falou a mulher com um sorriso bondoso – e esta aqui é minha filha Alexandra, a última dos Black.


- Pois muito bem, muito bem. Você será o primeiro senhor Potter – falou o senhor puxando o braço do menino para frente da bancada. – Estique o braço da varinha, sim!


James esticou o braço direito e prontamente a fita métrica começou a medi-lo, e ficou assim por um tempo, até que o velho, que até então estava pegando caixas nas estantes, falou:


– Já chega! – A fita caiu no chão - Experimente esta.


E os dois ficaram assim durante uns 20 minutos, James mal tocava na varinha e a mesma era tirada de sua mão. Até que uma finalmente soltou fagulhas vermelhas e douradas e o velho exclamou:


- Excelente senhor Potter, excelente, uma varinha feita dos mesmos materiais de que foi feita a varinha de seu avô! 22cm, Mogno, Corda de coração de Dragão, bem flexível e excelente para transfiguração. Muito bem, a senhorita agora.


Alex aproximou-se acanhada.


- O braço da varinha esticado por favor.


Alex olhou confusa para a mãe que sussurrou "o que você usa para escrever", e a menina esticou o braço esquerdo tremulo. A fita métrica começara a medi-la enquanto o velho e o jovem pegavam várias caixas nas prateleiras.


- Muito bem – a fita caiu novamente – Aqui, tome esta.


Ela ficou uns bons 30 minutos tocando varinhas sem que nada acontecesse, até que o jovem parou no meio da fileira e olhou curioso.


- Vovô! – O avô se aproximara e observava a varinha.


- Pois bem, essa pode ser a varinha.


Ele pegou a varinha e entregou a menina. Ela teve um gostoso formigamento no braço e fagulhas coloridas explodiram da ponta da varinha.


- Mas muito bem, maravilhoso – e antes que alguém pudesse perguntar ele falou – Interessante que logo você, descendente de antiga família Acatauassú, uma família antiga do Sul da América ficasse com essa varinha. Sabe senhorita, eu fabriquei essa varinha junto com um amigo Pajé que eu tinha pelo Brasil, 18 cm, é feita de Pernambuco, pêlo da cauda de Testrálio, flexível e muito boa tanto para feitiços quanto transfiguração. E, bem, de acordo com a cultura indígena dos Brasileiros, os Pajés eram ótimos em adivinhação, os poucos que restaram cultivam a prática em suas tribos, e esse Pajé me perguntou se poderia colocar um pelo da cauda de um Testrálio na varinha, pois ele previu que seu dono seria marcado pela morte.- E após ver a cara de espanto de Elizabeth complementou - Mas ele mesmo foi marcado pela morte, já que para conseguir um pelo do rabo de um Testrálio ele tem que ter enfrentado a morte. Então é interessante, já que uma pessoa que foi marcada pela morte – Então ele olhou para Harry – é tão próxima a você.


Todos estavam atônitos, Alex e James achava que era uma brincadeira, afinal ele estava realmente idoso, ele podia muito bem estar caduco, por isso mesmo tinha seu neto para ajudar na loja. Mas os adultos sabiam a o que ele se referia, mas não havia notícias de outras pessoas que houvessem sobrevivido a morte, assim como Harry, "se bem que" pensava Elizabeth "Os indígenas, apesar de bruxos, não são muito ligados ao mundo mágico fora de seu país." E após sacudir a cabeça negativamente "Mas uma coisa dessas seria notícia em todo mundo bruxo, assim como fora com Harry".


Após o clima estranho, eles trocaram umas poucas palavras com os dois e se foram, Elizabeth ainda estava um pouco chocada, a história fazia sentido, mas sua filha sendo marcada pela morte, era ridículo isso.


Agora os 7 tomavam sorvete na Florean Fortescue, quando Alex viu um Joe cabisbaixo, já ia correndo para o menino quando viu que a mãe dele o puxava pelo braço pela rua. Tentou disfarçar mas James seguiu o olhar da menina, e antes que Alex pudesse avisar ele saiu correndo gritando, e ela correu atrás.


- JOOOOE, EI, JOE!


- JAMES, PERAÍ, VOLTA AQUI!


Mas o menino havia parado, e sua mãe encarava as crianças correndo pela rua com um desagrado e nojo incrível.


- Hey Joe! Você nunca mais foi nos ver, por que? – James levantou os olhos ao ver a cara do amigo – Ah, olá s-senhora mãe do Joe.


- James - você – não pode – sair – correndo – desse jeito! – A menina estava arfando, e depois de uns 5 segundos voltou a falar – Desculpe Joe, desculpe senhora mãe do Joe.


Eles não sabiam o sobrenome de Joe, o menino sempre evitara a pergunta e eles acharam melhor deixar quieto, afinal, um sobrenome não os impediria de serem amigos, mas agora vendo a mãe dele eles entediam um pouco o porque dele não querer que seus amigos soubessem de seu sobrenome.


A mulher crispou os lábios e deu um puxão no braço do filho.


- Vamos moleque! – Falou rudemente.


Ao longe os adultos observavam a cena.


- Mas quem é aquela, deve ser a mãe dele, não?


- Aquela parece Daphne Greengrass – disse Hermione – Era da gangue de Pansy Parkinson no colégio, não sabia que ela tinha casado, muito menos que tinha um filho. Pelo que eu sei só a irmã dela casou, Astória, ela se casou com o Malfoy.


Os dois voltaram cabisbaixos para a mesa, queriam muito conversar com o amigo, mas sabia que não seria possível.


- Agente ainda pode falar com ele semana que vem, no trem. – falou a menina cabisbaixa, a mãe do amigo devia ser realmente cruel.


 


 


N/A: Bom, mais um capítulo, eu sei que tá extremamente chato, mas esse começo é extremamente importante para que a história realmente comece.


Aqui vão umas dúvidas/curiosidades:


Sobre o nome Acatauassú: eu achei esse sobrenome em um site, fui no Google e procurei: 'sobrenomes indigenas' porque eu realmente queria botar Brasil no meio da história, ficou meio viajado, mas a história já fala de mágica, então...


Sobre Joanna/Persephone: Se alguém tiver um nome melhor pra mulher eu agradeço, não idéia melhor para o nome dela, e acabei botando Persephone, mulher de Hades e blá-blá-blá. E nada contra Joannas, foi só o primeiro nome que veio em minha cabeça :B

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