A Verdade



Capítulo 2 - A Verdade


 


Alexandra e sua mãe estavam na cozinha comendo o maravilhoso bolo que as duas haviam feito no dia anterior para celebrar a data de seu aniversário, alguns amigos da escola tinham vindo, junto com a família Potter, a família Weasley, sua tia e sua prima (seu tio não pudera vir), e claro seu segundo melhor amigo: Joe. Como sempre o menino estava abatido, seus pais eram muito cruéis com ele, mas para Alex e James eles eram só um pouco bravos, já que era assim que Joe queria que eles pensassem. Mas no dia anterior seus amigos chegaram meio estranhos, e Alex ficou logo emburrada.


- É meu aniversário, vocês não podem ficar com essas caras!


James olhou em volta para se certificar de que ninguém iria escutá-los e falou


- Mas com 11 anos nós vamos para Hogwarts, e você não vai estar lá!


Alex compreendeu a cara fechada dos amigos, com 11 anos era quando se recebia a carta que convidaria a criança a entrar na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, Alex não achava que tinha algum poder mágico, e não poderia perguntar para sua mãe já que ela não acreditaria. Joe e James eram bruxos, seus pais eram bruxos e seus avós também, e logo eles receberiam a carta que levaria eles para longe em setembro e só os traria de volta na terceira semana de Junho, então eles estavam encarando isso como a última festa de aniversário juntos, já que o aniversário de James era no dia 27 de Março e o de Joe era dia 31 de Outubro, eles não poderiam mais comemorar os aniversários juntos.


- Mas ano que vem eu vou esperar receber uma caixa de Feijõezinhos de todos os sabores e também várias Bombas de Bosta! – Falou a menina animada, de alguma forma, ela sentia que não iria deixar os amigos – e eu não vou deixar vocês, eu vou comprar uma coruja e vou fazer ela mandar cartas pra vocês todos os dias, afinal, um trio não funciona se não tiver três pessoas!


- Mas ai nós viraríamos uma dupla – falou Joe, mas após o olhar magoado da menina ele falou – com mais uma porque você vai ter sua coruja e vai mandar cartas para a gente sempre!


Depois disso eles encerraram o assunto já que outras crianças estavam chegando e Elizabeth insistia que ela tinha que receber todos.


E agora estavam ela e a mãe na cozinha comendo o bolo que sobrou, na verdade a mãe não sabia como havia sobrado tanto bolo já que estava uma delícia, mas a verdade é que Alex havia escondido o bolo na metade da festa para que não comessem mais, o mistério era saber como ela havia alcançado o topo do armário com 1,30 de altura, mas a menina não se importava muito.


- Alex, atenda a porta por favor – Falou Liz.


A mulher esperava a qualquer momento uma coruja bater na janela, ela andava muito apreensiva com esse começo de verão, era quando as cartas começavam a ser entregues, e ela não queria que a verdade viesse a tona desse jeito.


- Haaam, mamãe?! – falou a menina voltando a cozinha com uma expressão curiosa -(hum?) Porque tem um gigante na nossa porta?


Nessa hora um homem realmente enorme e gordo apareceu atrás de sua filha na porta, ela deixou os pratos caírem e se espatifarem no chão, e sua filha olhava espantada para a reação da mãe, era brincadeira sobre o gigante, a menina só achava ele um pouco alto demais, devia estar no Guinnes Book ou coisa parecida, não esperava essa reação da mãe.


- Quem é você? – o gigante olhava espantado para a mulher a sua frente, aquela não era a mãe da menininha que atendera a porta – Onde está a mãe dessa pequena?


- E-eu sou a mãe dela – a mulher tremia, estava acontecendo, o que vinha tentando evitar a 11 anos estava se concretizando.


- Não é não, você não é Elizabeth! – o gigante agora olhava com raiva a mulher – fale quem é você estranha, eu sei que a pequena Lizzie nunca largaria sua filha com uma estranha.


Ela não sabia o que fazer, precisava conversar com Hagrid primeiro, não podia deixar sua filha ouvir aquela conversa, fez a primeira coisa que tinha em sua cabeça, sabia que funcionaria.


- Black – olhou para o cachorro grande e preto ao lado de sua filha – Leve Alex para passear, sim?!


O cachorro começou a empurrar a menina, como se tivesse sido treinado para isso, mas não foi.


- Ei! EEEEI, pare com isso, quem é esse mamãe, e porque ele diz que você não é minha mãe?! – O cachorro continuava empurrando a menina e ela tinha lágrimas nos olhos – É mentira não é?


- É minha filha, é sim, agora por favor, saia de casa, quando for pra voltar eu te chamo.


A menina estava chocada, se ela havia sido expulsa de casa era porque o assunto era sério, e se fosse verdade que ela fosse adotada, sabia que não parecia com a mãe, já que esta era loira e de olhos azuis, e ela era morena de olhos castanhos–acinzentados, segundo sua mãe ela se parecia com seu pai, e se não houvesse um pai, e se sua mãe tivesse inventado? A menina saiu chorando de casa, correu para o único lugar que tinha em sua mente, a casa dos Potter, mas não notou que quase fez um carro colidir contra uma árvore ao passar correndo no meio da rua, nem que as poças de água, da chuva de verão recente, estavam se separando para que ela não escorregasse, a menina não notara que ela era diferente.


Chegando a frente da casa dos Potter no final da rua a menina viu o senhor Potter saindo para trabalhar, mas correu até ele antes que ele abrisse o portão da casa.


- Tio, posso falar com o James? – a menina tinha lágrimas escorrendo pelas bochechas rosadas pela corrida, Harry nunca vira a pequena chorar, nem quando caia.


- P-pode, você está bem Alex, o que aconteceu?


Mas a menina já não ouvia, corria para dentro da casa e todos os brinquedos da filha mais nova espalhados pelo chão iam saindo da frente dela, Harry ao ver isso ficou surpreso, logo atrás da menina ia o cachorro pulando os brinquedos que voltavam ao lugar normal. "Então ela é uma bruxa? Preciso ir falar com a Liz! James vai adorar isso!" Harry era o chefe da seção dos Aurores, não teria problema se ele chegasse atrasado.


- JAMES! – gritou a menina pulando em cima do garoto que estava sentado em sua cama lendo um livro sobre animagia que havia pedido para Joe no dia anterior – EU SOU ADOTADAAA!


James olhou espantado para a menina, chorava muito, mais do que já havia visto em toda a sua vida. E pela primeira vez, James Sirius Potter não sabia o que fazer.




Liz agora oferecia uma xícara de chá para um intrigado Hagrid, que a observava com muita atenção, aquela história estava muito estranha. A campainha voltou a tocar e a mulher foi atender.


- Liz, Alex chegou chorando lá em casa, posso saber o que está acontecendo? E tem uma coisa com ela, que eu acho que você deveri... – O homem olhou um pouco mais atrás da cara espantada da mulher e viu um gigante muito familiar sentado no sofá da sala de estar da casa – Hagrid! Você por aqui, foi por isso mesmo que eu vim, achava mesmo que a pequena Alex tinha poderes mágicos!


Mas a cara de Hagrid era um pouco diferente, era estranha, como se ele suspeitasse que houvesse algo errado, mas ao virar-se já era tarde demais.


- Expelliarmus! - A mulher pegou a varinha do outro e respondendo a cara espantada falou – Você é chefe do departamento dos Aurores Harry, não devia ser tão descuidado.


- Mas o que está acontecendo aqui? – Harry encarava a mulher que agora tinha uma feição muito cansada, como se aparentasse ter 10 anos a mais da idade que aparentava.


- Sente-se por favor, eu pretendia contar essa história para você mais tarde, mas já que você está aqui, tudo bem. – A mulher deu de ombros como se não tivesse escolha, e realmente não tinha.


- AGORA ME DIGA ONDE ESTÁ LIZZIE E SUA... – A língua de Hagrid havia enrolado, ele não podia prosseguir com a frase.


- Não esqueça do Feitiço Fidellius Hagrid, eu sou a fiel do segredo. Sente-se Harry, eu não vou te machucar, só não te devolvo sua varinha para que você não ME machuque até eu terminar a história.


E com um toque de sua varinha na tempora, a mulher começou a se transformar, ficou uns centímetros mais baixa, longos cabelos castanhos e lisos caiam por suas costas e seus olhos mel brilhavam tristemente, parecia velha, com uns 60 anos, mas na verdade tinha 56 e era para ter uma aparência mais conservada. O olhar espantado de Harry passou para raiva, muita raiva, com um pingo de angustia no meio.


- Você esteve aqui, o tempo todo, como fui idiota, então? Casou denovo com um velho milionário e teve a menina foi? Sem se importar em nos chamar para o casamento? COMO NÃO NOS CHAMOU PARA O CASAMENTO, TINHA VERGONHA DE FAZER JURAS DE AMOR PARA OUTRA PESSOA? SABENDO QUE O CASAMENTO SERIA UMA MENTIRA ASSIM COMO O ÚLTIMO?


Na menção da ultima frase Liz não agüentou, deu um tapa na cara de Harry que estava vermelho e muito irado.


- Cale a boca moleque, não fale o que não sabe, não seja estúpido! – Ela havia falado com uma calma incrível relacionado a raiva que estava sentindo no momento – Você já ouviu falar do feitiço Foetus Derigescere Harry?


A fúria que havia dentro dele não o deixava abrir a boca, seria capas de pular no pescoço da mulher para matá-la ali mesmo, mesmo que não tivesse sua varinha.


- Pois bem, vou lhe explicar que feitiço é esse – E olhando melhor a expressão do homem falou – E nem pense em pular em cima de mim ou me interromper. – Com um suspiro cansado a mulher falou – O feitiço Foetus Derigescere é um feitiço usado na família Acatauassú há muito tempo, nos animais deles na verdade, o feitiço 'congela' os filhotes do animal por alguns anos no estado em que estão, quando o feitiço acaba, os filhotes voltam a crescer novamente, esse feitiço foi usado muito na minha família para fazer com que os animais fossem dados apenas um a cada integrante da família.


- E o que me interessa um feitiço inútil desses?


- Bom, ele nunca havia sido testado em humanos antes. Mas foi um risco que eu tive que correr, afinal, ter um filho no ápice da guerra era simplesmente loucura, veja o que aconteceu com Remus e Tonks – Agora ela tinha total atenção de Harry – E depois que Sirius morreu eu não tinha mais escolha, ele havia me pedido isso, e já até havia combinado com Dumbledore. E foi assim que aconteceu, uma semana após a morte de Sirius, Dumbledore e Madame Pomfrey realizaram o feitiço em mim, e milagrosamente deu certo, mas o feitiço era realmente poderoso, e mesmo após a morte de Albus ele não fora anulado. Foi quando Ginny descobriu que estava grávida de James que eu me toquei também, que meu ventre não estava mais gelado,sólido, como nos outros anos – após limpar uma lágrima teimosa ela continuou – agora eu estava quente, a criança finalmente voltara a crescer, e eu te contei Harry, contei a você, Ginny, Ron e Mione e todos os Weasley.


- Como assim? Você não nos contou nada – Ele agora tinha um olhar de mágoa, um olhar machucado.


- Aaah, contei sim, e o melhor, você e Ginny iriam ser os padrinhos – agora a mulher se controlava para não soluçar – E então James Sirius Potter nasceu, e 3 meses depois Alexandra Adhara Black também, Sirius havia escolhido o nome da menina, Alexandra por gostar do nome e Adhara por ser um nome de uma estrela da mesma constelação da estrela que originou seu nome. Mas após o batizado de Alexandra eu vi que eu não podia mais continuar com isso, ela continuava viva, Joana não tinha morrido na batalha, na verdade ela nem tinha manchado suas mãos lá, foi muita ignorância minha achar que Voldemort a mandaria para a batalha final. Ela falou comigo, tocou no delicado rosto de Alex e eu soube que seria perigoso demais deixá-la exposta. Então eu me escondi, apaguei a memória de todos os que tinham conhecimento de Alex e da minha gravidez, com exceção de Hagrid e Minerva, mas eu criei um feitiço Fidellius, já que nosso amigo aqui sempre deixa escapar uma coisinha – piscou para o gigante que estava corado apesar das lágrimas –, e virei fiel do segredo, mas eu não queria deixar Alex longe da família, porque é isso que você é pra mim Harry, família, e você sabe – agora o homem também chorava – então quando vi Alex brincando e sorrindo marotamente com aquele garotinho de cabelos despenteados no parque sabia que tinha dado certo, eles virariam amigos, e grandes amigos. Mas eu passei esses anos todos rezando para Merlim que ela fosse um aborto, mas eu sabia que era impossível, com sangue dos Black e dos Acatauassú ela seria uma grande bruxa, mas mesmo assim eu ignorei os sinais, quando ela queria seu cabelo liso para as festas ele mágicamente aparecia liso, quando ela queria pegar alguma coisa que não estava ao seu alcance essa coisa simplesmente voava para a mão dela, eu ignorei tudo isso, mas quando Hagrid chegou aqui em casa um pouco mais cedo eu sabia que era a hora, agora todos vão ter que descobrir, não posso impedir a menina de ir para Hogwarts, é o futuro dela, e sei que ela será uma grande bruxa, que nem o pai.


Elizabeth despencou no sofá se sentindo extremamente leve, tanto tempo guardando segredo, vivendo escondida, e agora finalmente poderia viver normalmente. Não precisava dizer para a filha que Pinky e Dinky, seus elfos, eram robôs programados por ela mesma para fazer tudo o que elas pedissem, não precisava mais trabalhar num escritório resolvendo casos de pessoas que ela nem conhecia, não precisava mais andar de carro nem ir encher o tanque, não precisava mais mentir para a filha quando ela perguntasse o que era aquela vassoura diferente das outras no armário. Ela simplesmente não precisava mais mentir.


Harry olhava atônito para a mulher sentada na cadeira, era ela mesma, o que 18 anos não haviam feito com ela? Antes, era uma mulher saudável e enérgica de 38 anos que comemorava o final da guerra, mesmo com 38 anos ela não parecia ter tudo isso, ela tinha cara de 25, era muito bem conservada. Não, agora tinha 56 anos e parecia cansada, mas aliviada por tirar um grande peso de suas costas.


- Bem, na verdade eu vim aqui para entregar a carta a pequena Alex, mas não esperava chorar tanto assim Liz, me desculpe por mais cedo.


- Ah, tudo bem Hagrid – e olhando para o afilhado ela abriu os braços e deu aquele sorriso jovial e alegre que Elizabeth Black sempre iria ter – Que tal um abraço na sua madrinha?


 


 


N/A: Bem, isso é o mais emotivo que eu consigo fazer, então não esperem chorar nessa fic.


Aqui vão umas dúvidas/curiosidades:


Sobre o feitiço Foetus Deigescere: O nome vem do latim (como o nome de muitos dos feitiços criados pela J.K). Foetus significa embrião ou feto de um animal (como ela fala, o feitiço foi criado para ser usado em animais) e Derigescere significa congelar, ou seja, congelar o feto na barriga da mãe, é meio lombra, mas foi assim que eu achei que se encaixava mais na descrição do feitiço :D


Quanto ao nome Adhara: Eu falei que o nome Adhara era devido há uma estrela da mesma constelação que a estrela Sirius, isso é verdade, a constelação de chama Canis Major, não estou te fazendo de idiota, J.K Rowling diz isso e o Wikipedia também :B

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