Capítulo um: Gina




Harry Potter e a história continua...


Verdades ou Mentiras?


Capítulo um: Gina


Dezenove anos se passaram desde aquele ocorrido, da morte de talvez, o bruxo mais temido de toda a história. A cicatriz nunca mais o incomodara. Harry tinha uma vida, a qual sempre sonhara, casara, tivera três belos filhos, o mais velho era muito parecido com o seu pai exceto pelos cabelos, tinham a mesma cor dos de Gina. Alvo, o do meio, era uma versão menor dele além de ser o único de seus herdeiros que possuia os olhos da mãe, Lílian. Fora também este o nome que dera a sua filha menor, exatamente como uma homenagem a sua prória mãe. Na aparência ela era uma pequena Gina, tinha os olhos como amêndoas iguaizinhos aos da mãe, os cabelos eram compridos e numa tonalidade de vermelho vivo assim como os de sua esposa.


Naquele instante ele, Gina, Rony e Hermione estavam na estação King’s Cross despedindo-se dos filhos e afilhados, no caso de Harry, que seguiam para mais um ano letivo em Hogwarts, sendo o primeiro de alguns deles.Esperaram até que o trem partisse e então deixaram a estação em uma deliciosa conversa, alegres eles iam relembrando velhas histórias, suas próprias aventuras no castelo onde por sete anos puderam chamar de lar. Harry seguia abraçando Gina enquanto ao seu lado Hermione se divertia com as piadas hilárias de Rony. Tudo parecia uma calmaria dantes nunca vista. Quando estavam bem próximos do carro Harry disse:


— Hei Rony, lembra no segundo ano quando Dobby tentou me proteger e fechou a passagem para Hogwarts?


— É lembro sim, e aí tivémos que pegar o carro do papai... perdi a minha varinha aquele dia —comentou Rony com um ar intristecido.


—Não foi só a varinha que perdemos — falou Harry, talvez com esperança de vê-lo novamente, mesmo tendo plena certeza de que não poderia. Foi então que seus pensamentos mudaram de diretriz seguindo para a pedra e tudo relacionado a ela como um flashback de tudo o que acontecera dezenove anos atrás. Não estava mais pensando nos filhos e sim nos ocorridos da época: a pedra escorregando de seus dedos dormentes, seus pais retornando como algo maior do que um fantasma, no entanto menor do que um humano,Sírius e Lupin desaparecendo como fantasmas do tempo. Será que alguém nesse tempo todo decorrido poderia ter finalmente encontrado a pedra? Ou algum animal que habita a Floresta Proibida havia destruído a pedra? As respostas ele não tinha. Tinha somente o remorso de não ter trazido Dobby para alguns momentos, ter se desculpado com ele. Dobby que tanto cuidara dele, que tanto o amara assim como tantos que havia perdido naquela noite e em outras tantas enquanto houvera aquela guerra cruel. Absorto nesses tristes pensamentos Harry nem percebera que Gina segurava sua mão com força como se soubesse exatamente o que lhe viera à cabeça. Foi então que Hermione meio que o compreendendo disse:


— Harry, Dobby foi um ótimo elfo, tê-lo trazido não o faria se sentir bem, o lugar dele não era aqui, tenho certeza que você fez tudo o que podia por ele. Você foi fantástico cavando a sepultura com as próprias mãos, lembra o que Grampo lhe disse naquele dia?


—Que eu era um bruxo incomum.


— Sim, realmente não é qualquer bruxo que tem um coração como o seu.


— É Harry você fez o que poderia ser feito—concordou Rony.


— Não fiz o bastante!!! Deveria ter pedido desculpas, se não fosse por minha causa ele não teria sido morto Rony!!


— Preciso encontrar a pedra!


— Harry... — falou Hermione muito sem jeito—há dezenove anos você concordou com Dubledore em deixar a pedra escondida... talvez você não deveria procurá-la.


— É... ou talvez não... talvez eu estivesse enganado.


— Por favor, deixe como está Harry!!— implorou Hermione


— Pedra? Que pedra?— perguntaram as duas crianças mais novas.


— Nada que seja para a idade de vocês—respondeu Rony sério. Muito desapontadas—lembrando os próprios garotos quando menores — as crianças mudaram de assunto.


Nisso eles pararam de conversar, haviam chegado ao seu destino, casa do Largo Grimmauld. Após a queda de Voldemort, Harry e sua família passaram a viver na antiga casa dos Black. A mansão continuava com toda a proteção dada pelos antigos habitantes dela, além disso, o carro de Rony, fabricado por Arthur, tinha a possibilidade de ficar invisível. Atualmente o senhor Weasley trabalhava criando carros bruxos parecidos com os dos trouxas, mas com algumas habilidades exclusivas. A fábrica crescera e ele resolvera deixar o Ministério da Magia.


Realmente nesses dezenove anos muitas coisas aconteceram na família Weasley, Jorge, apesar da ausência do irmão, continuou com a loja no Beco Diagonal. Percy após a reconciliação e a mudança de ministro voltou a trabalhar lá, casou e teve filhos, dentre todos os Weasley foi o que morava o mais perto possível do pai. Gui e Fleur permaneciam juntos e Carlinhos voltara para a Romênia, contudo prometera regressar no Natal.


Rony estacionou o carro em frente ao número doze do Largo Grimmauld invisível aos trouxas e então segurando as crianças eles desaparataram sobre o último degrau da casa. Logo que chegaram foram recebidos por Monstro, o elfo doméstico da família.


— Olá senhor Potter—exclamou Monstro abrindo um largo sorriso—o que desejam para o jantar?


—Nada de especial, Monstro.


—Que tal um banquete igual ao de Hogwarts?Assim os senhores poderão apreciar o mesmo que seus filhos—desde a morte de Você-Sabe-Quem. Monstro mudara muito, sua atitude com sangues ruins e traidores do sangue melhorou muito, estava sendo aboslutamente gentil, talvez o elfo finalmente entendera que antigos costumes precisavam ser mudados, era tempo de mudanças.


— Seria ótimo Monstro—responderam em coro.


—Um jantar como o do castelo não seria má opção para matar a fome—brandou Rony.


— Rony!—berrou Hermione naquele conhecido tom de desaprovação—Harry e Gina riram.


Eles se sentaram e passaram todo o jantar discutindo sobre a possível casa dos filhos em Hogwarts. Estavam muito ansiosos para receber notícias.


—Espero que Rosa vá para a Grifinória


—Acho que vou apoiá-la em qualquer uma delas.


—Penso o mesmo com Alvo—acrescentou Gina


—Acredito que todas as casas têm virtudes que selecionam bruxos extraordinários. Sabedoria, mente aberta, grande espírito, corações indômitos, ousadia, cavalherismo, coragem, justiça, lealdade, paciência, sinceridade, perseverança e astúcia não fazem deles excelentes bruxos?


—É o Harry tem razão—exprimiu Rony meio à contra gosto.


Lílian e Hugo convencidos de que o momento era um tanto mais oportuno retomaram o assunto da pedra.


—Papai—chamou Lílian—que pedra era aquela sobre a qual vocês estavam discutindo no caminho? Pode nos contar o que ela faz de mágico?— nesse instante ele percebeu que os olhos da menina brilhavam de curiosidade, queria contar, mas não podia, não era seguro.


— Sei que vocês estão muito curiosos, mas há coisas que devemos tomar conhecimento exatamente na hora certa. O que não é agora—retorquiu Harry.


— Isso mesmo, Hugo, Lílian. Haverá um dia que poderão conhecer o que há por trás de tudo isso, porém esse dia não é hoje—Rony olhou com admiração para Hermione e a beijou sussurrando em seu ouvido’’sabia que eu te adoro?’’ e ela respondeu’’sabia Ronald Weasley, sempre soube’’


Gina aproveitou o momento e encostou a cabeça no ombro de Harry, e então, ele, olhou para aqueles belos olhos e pôde concluir como era a pessoa mais feliz do planeta.


O resto do jantar ocorreu tudo bem, a comida estava deliciosa, a companhia melhor ainda, no entanto já era tarde da noite e os Weasley precisavam voltar para sua casa em Godric’s Hollow. Então todos se acomodaram próximos à lareira da sala de estar, Rony se despediu, pegou um pouco do pó de flu e foi o primeiro a partir, Hugo e Hermione fizeram o mesmo.


Após a partida dos Weasley, a família Potter ainda permaneceu por algumas horas na sala papeando sobre assuntos diversos, assim que a penumbra dera lugar a crescente escuridão noturna, desejaram boa noite à Monstro, subiram as gigantescas escadas da casa, colocaram Lílian na cama, e, por fim, seguiram para o antigo quarto de Sirius agora ocupado pelo casal.As paredes forradas com seda cinza-prateado ainda guarneciam a remota decoração do quarto, as fotos de motos trouxas,Sirius e seus três melhores amigos ainda sorrindo debilmente para todos como se jamais houvesse tido uma traição entre eles e as grandes flâmulas com os adornos da Grifinória. Por mais que ele e Gina tivessem tentado várias vezes remover parte do conteúdo do cômodo nada pôde ser removido, o Feitiço Adesivo Permanente de Sirius era realmente impenetrável.


Harry entrou primeiro, Gina logo após dele, antes de começar a falar a mulher deu uma espiada por entre a porta para certificar que ninguém os pudesse ouvir, então com um aceno da varinha trancou-a e murmurou abaffiato. Harry olhou para ela meio sem entender, mesmo assim fez um aceno de cabeça para que ela prosseguisse.


—Harry... —começou ela—há dezenove anos tenho algo para te contar, não tive coragem de dizer, fui covarde—nos olhos dela começavam a escorrer pequenas lágrimas. Harry as enxugou com delicadeza—e ela, um pouco mais calma continuou.


—Quando você terminou comigo, dizendo que era melhor pra mim se acontecesse daquela forma, eu percebi que tinha algo a esconder, sabia por meio da Ordem que havia jeitos de descobrir os pensamentos dos outros, então naquele ano fui inúmeras vezes à biblioteca, e por fim, acabei descobrindo como funcionava a arte de ler mentes.


— Legimência—completou Harry.


—Sim, descobri como usá-la, pratiquei algumas vezes, muitas delas não consegui decifrar nada, devo dizer que me frustei no começo, no entanto não desisti,precisava saber o que você me escondia,sabia que não era só a minha proteção que você queria, havia a missão também.


Harry parecia incrédulo, nunca pensara que Gina um dia quisesse ler seus pensamentos, não ela, não poderia, ele sempre confiara nela. Sentia-se vunerável. Percebeu que ela parara de falar e olhava intensamente para os seus olhos verdes. Então ela murmurou fazendo uma força sobrenatural para não cair em prantos:


— Harry... eu nunca quis invadir sua privacidade... eu só queria saber se..se..se você iria ficar bem... me desculpe.


—Gina—começou ele, abriu os lábios e tornou a fechá-los. Não sabia exatamente o que falar, queria consolá-la, mas se sentia tão injustiçado, traído. A verdade triste e crua é que nunca tivera tato para lidar com Gina, sem querer acabava ferindo os sentimentos dela. Claro que ela queria o seu bem, disso ele não duvidava, afinal Gina sempre provou isso, desde que o conhecera para ser exato. Tomou coragem e continuou:


—Eu te amo mais do que tudo, mas às vezes, bom para ser bem sincero, quase sempre, eu não sei como agir com relação a você. Posso ter enfrentado Dragões, Comensais da Morte e até Voldemort, porém continuo sendo estupidamente incapaz de lidar com garotas—ele fez uma pausa... procurando as palavras corretas, no entanto ela fora mais rápida. Antes que ousasse abrir a boca ela já o interrompera:


—O que adianta você dizer que me ama se não me compreende?! HARRY, ISSO NÃO TEM NADA A VER COM LIDAR COM GAROTAS!!!Sempre soube que nesse ponto você era igual ao Rony, todavia achei que você, apesar de tudo, me entendesse!!Ou você acha que eu não queria você pra mim?Que não queria acompanhar você em sua jornada, mesmo que não me permitisse?Sim, Harry, quando terminou comigo eu pensei em implorar para que permanecesse junto de mim,mas naquela hora eu parei de pensar em mim e passei a pensar no todo, sabia que era o que deveria fazer, além de ser o seu desejo primordial. Permiti que você fosse, entretanto nunca deixei de te amar. Foi só por isso que vasculhei sua mente, porque queria ter certeza que estava bem.


—E você acha que sair caçando pensamentos me faria sentir feliz?Por que você não aproveitou e jogou na minha cara, assim como Snape ou Dumbledore, que eu sou um péssimo Oclumente?!Como você acredita que eu me sinta?Que talvez eu gostasse de o ver torturando as pessoas, matando-as?


Enfurecido Harry desfez o feitiço, arrumou as malas com um rápido aceno de varinha, se despediu da filha, sem ao menos dar um último olhar a sua esposa. Sua raiva era tanta que talvez fosse melhor assim, não queria se arrepender. Quando chegou ao limite da casa, desaparatou.

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