Capítulo 2.



Hermione Granger acordou no meio da madrugada e ele estava lá. Sentado no peitoril de uma das suas janelas, braços cruzados, um pé tocando o seu carpete. Ele se inclinou um pouco para frente e lhe lançou um olhar estranho e intenso.


 


Blaise Zabini estava a encarando à luz da lua, observando seu sono e parecendo super confortável. Como se fizesse isso todas as noites.


 


Talvez ele faça – ela pensou com um arrepio.


 


Hermione sentou-se num pulo, puxando todos os cobertores e apertando-os contra o peito. Em seguida, tateou embaixo do travesseiro à procura da varinha.


 


- O que você está fazendo aqui? – sua voz soou assustada e mecânica.


 


- Só estou me certificando se está tudo bem. Pensei que talvez... Você precisasse de algo.


 


- Eu estou bem, claro que estou bem, Zabini – Hermione rosnou enquanto afastava alguns cachos rebeldes de seu rosto – O que você está fazendo aqui? – ela repetiu se perguntando o porquê de estar sendo tão idiota e praticamente conversando com ele, quando devia lançar logo uma azaração bem no meio daquela cara presunçosa.


 


Porque se você quer realmente evitar alguém, de verdade, você precisa saber até onde essa pessoa é capaz de ir... Para chegar até você.


 


Ele descruzou os braços e pulou pra dentro do quarto. Ela apertou a varinha entre os dedos.


 


- Tem certeza de que você não precisa de nada?


 


Não, ela não precisava de mais nada. Nem fazia mais questão de saber até onde ele queria chegar com aquilo. Hermione estava à beira de um ataque histérico. Ela descobriu que estava morrendo de medo daquele ser nojento. Podia sentir todos os músculos de seu corpo retesando-se. Mas se ele a tocasse ela o faria se arrepender de ter nascido. Ah, faria. Sua voz saiu um tanto esganiçada enquanto brandia a varinha no ar:


 


- Dê o fora daqui.


 


- Tem certeza, Hermione?


 


- Dê o fora daqui! – ela repetiu, sentindo todos os pêlos de seu corpo arrepiarem ao ouvir seu nome saindo dos lábios dele.


 


- Como queira – ele disse virando-se, enquanto ela se livrava dos cobertores e levantava rápido da cama, finalmente saindo de seu estado de torpor.


 


Porque isso não podia ficar assim. Ele invadira sua casa. Merecia e devia ser punido. Os aurors precisavam ser acionados, ela precisava…


 


- Zabini.


 


Ele se voltou com um sorriso no rosto. Isso a deixou nervosa. De repente lembrou-se que usava somente uma camisola e enrubesceu. O sorriso dele aumentou ao notar que ela estava cada vez mais vermelha.


 


- Sim? – ele disse.


 


Maldito, arrogante, nojento.


 


- Feche as janelas quando sair.


 


O sorriso se esvaiu e no instante seguinte ele a perscrutava com seus olhos brilhantes e surpresos. Ela sentiu-se quente.


 


E então ele encolheu os ombros. Entediado. Desinteressado. Olhando-a como se fosse bocejar.


 


- Que seja – ele disse.


 


Zabini se movia lentamente e ela pôde ouvir as janelas batendo e seus passos suaves no telhado. Por um segundo um pensamento invadiu sua cabeça: seria o toque dele tão quente quanto seu olhar? 


 


Hermione se xingava de louca, quando ouviu o crack. Ele aparatou.


 


Depois de um minuto, ela se lembrou de respirar.

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