Capítulo 2 - A Toca



Harry subiu as escadas íngremes que levavam ao quarto de Gina. Abrindo a porta, viu Hermione e Gina com uma mascara de pepino no rosto. Ele assustou-se e deu um pulo para trás, largando a maçaneta ruidosamente. Gina virou-se e viu Harry:

– AAAAHHH! – Gina gritou – SAI, SAI, SAI, HARRY, SAAAI! – e bateu a porta na cara dele.

Harry ficou estático na porta. Vagarosamente, ainda surpreso, desceu as escadas para a sala e sentou-se para conversar com Rony.

– E aí, Rony, como vai?

– Eu vou bem. Tô ficando com a Lilá...

– Ah, você tá ficando com a... O QUE? Você ainda tá ficando com essa garota?

– Tô, porque?

– Você sabe muito bem que Hermione gosta de você!

– Não gosta nada! Se gostasse, não tinha que brado meu nariz!

– Mas... primeiro: ela não quebrou seu nariz!

– Só deixou desfigurado...

– Segundo: ela fez isso por ciúmes de você, sua anta!

– Até parec...

– Oi, Harry – disse Hermione sem graça.

– Desculpa eu ter batido a porta na sua cara – riu Gina – É que eu esqueci de trancar pra ninguém entrar.

Um silêncio constrangido pairou na sala até que Rony o quebrou:

– Bom, Harry, eu quero te mostrar o novo bagulho que Fred e Jorge inventaram, vamos lá no quarto deles.

Harry e Rony levantaram e foram para o quarto dos gêmeos, deixando Gina e Hermione na sala.

– Pô, olha como eles são, a gente desce pra conversar com eles e eles deixam a gente aqui plantada com cara de tacho – disse Gina com raiva.

– Hermione! – disse a Sra. Weasley entrando – Que bom que você chegou!

– Ah, cheguei faz meia hora – respondeu Hermione sorrindo.

– Ah, filha, desculpe, é que vamos ter visitas e estou um pouco ocupada, por isso não falei com você antes.

– Quem vem aqui, mãe? – perguntou Gina franzindo a testa.

– A Tonks, querida.

– Ai, que bom, ela é tão legal – exclamou Hermione.

– Vamos lá em cima se arrumar pra quando ela chegar! – disse Gina puxando Hermione pela mão.

– Ah, essas meninas...– disse a Sra. Weasley rindo.



***



Hermione e Gina estavam muito ansiosas, aguardando a chegada de Tonks. Enquanto elas esperavam, Harry, Rony, Fred e Jorge davam altas gargalhadas no andar de cima:

– Calem a boca, seus maricas! – disse Molly se irritando com a barulheira que os meninos faziam.

– Pega leve, coroa! – disse Jorge rindo.

– O que voc...

– Mas que baderna é essa? – perguntou Tonks chegando com Sirius e Lupin.

– Oh, me desculpem pela gritaria, mas esses garotos não ajudam, só atrapalham – respondeu Molly já rouca.

Gina e Hermione entraram correndo na cozinha e foram cumprimentar Tonks, Sirius e Lupin.

– Molly, onde está Artur? – perguntou Lupin.

– Quase me esqueci; ele está na sala da Ordem esperando vocês dois lá.

– Vai ter reunião? – perguntou Sirius.

– Não; vamos apenas discutir aquele assunto que Alvo nos passou, que ele presume que vai acontecer! – sussurrou Molly.

Depois do jantar, os meninos subiram para o quarto de Rony para conversar enquanto Molly, Artur, Sirius, Lupin e Tonks conversavam baixinho sobre um assunto que parecia muito importante.

– O que vocês acham que eles devem estar conversando? – perguntou Hermione.

– Sei lá, meus pais andam estranhos por esses dias – disse Fred preocupado.

– Bem, posso ter ouvido mal, mas eu ouvi eles dizerem não sei o que “a guerra final está próxima” – falou Rony assustado.

– Guerra? Final? Isso me assusta – comentou Gina.

– Você ouviu bem, Rony? – perguntou Harry perplexo.

– Acho que s...– Rony foi interrompido por sua mãe.

– Vamos, hora de dormir! – falou Molly.

– Aaahhh...

– Nem “ah” nem “oh”. Rony, Hermione, vocês vão lá embaixo e peguem os colchonetes.

Rony não acreditou no que sua mãe acabara de pedir. Ele não queria ficar perto de Hermione nem que a vaca tussisse, pois ele ainda sentia muita raiva de Hermione por ela ter quebrado seu nariz.

– O que vocês dois estão esperando? – perguntou Molly indignada com a lerdeza dos dois.

Rony e Hermione desceram calados, sem se olharem. Quando chegaram ao quarto para pegar o colchonete, Rony perguntou:

– Hermione, faz tempo que eu quero te perguntar. Por que você me bateu no trem aquele dia?

Hermione ficou sem reação, pois não esperava que Rony fosse lhe perguntar sobre aquele dia.

– É que... bom... ah, me desculpa, Rony, sinceramente eu não queria te bater... me desculpa – falou a menina nervosa.

– Você me pede desculpa e ainda diz que não queria me bater? – disse Rony começando a se alterar.

– Eu tive meus motivos! – disse Hermione com lágrimas nos olhos.

– E que motivos são esses? – questionou Rony quase berrando.

– Você vai saber um dia!

– Mas...

– Só quero saber uma coisa, você me desculpa? – interrompeu-o Hermione.

– Desculpo – retrucou Rony.

Hermione ficou tão feliz que correu para Rony e abraçou-o. quando percebeu o que fizera, afastou-se mais vermelha que um tomate.

– Vamos... vamos levar logo os colchonetes! – ela falou sem graça.

Quando chegaram no começo da escada, se depararam com Fred e Jorge:

– Que demora, hein! – exclamou Fred.

– Aposto que estavam se beijando! – falou Jorge com um ar misterioso.

– Nada disso, só estávamos conversando! – falou Rony, vermelho.

– Tá, tô acreditando – continuou Jorge.

– Deixa eles aí, Rony, vem! – resmungou Hermione com raiva.

Chegando no quarto, viram Gina e Harry conversando animadamente sobre algo aparentemente muito interessante.

– Pô, porque vocês demoraram? – perguntou Gina desconfiada.

– Porque não estávamos encontrando – respondeu Rony sem jeito.

– Mentira! – disse Jorge aparatando com Fred dentro do quarto.

– Rony e Hermione se beijaram! – riu Fred.

– Mentira, isso é mentira! – berrou Hermione.

– Não precisa ficar nervosa, Mione! – disse Jorge também rindo.

– Eu não est...

– Posso saber porque vocês não estão na cama? – a Sra. Weasley entrou furiosa no quarto.

– Fomos! – responderam os gêmeos em uníssono e desaparataram.

– Quando voltar, quero vocês dormindo!

Foi uma noite longa e uma preocupação invadiu a cabeça de Harry. Porque o Profeta Diário não mencionara nada sobre Voldemort? Estariam escondendo alguma coisa? Será que Rony ouvira direito? Não conseguiu dormir, pois só em pensar nessas perguntas sem respostas, lhe dava calafrios.

Todos já haviam descido quando Harry e Rony acordaram.

– Por-por-porque não nos acordaram? – bocejou Rony.

– Não sei, vamos descer pra ver – respondeu Harry.

Quando chegaram na cozinha, todos estavam com uma cara fúnebre. Assim que Harry abriu a boca para perguntar o que acontecera, ele viu a manchete do Profeta Diário: “Morre um funcionário do Ministério da Magia. Todos acreditam ter sido Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado”.

Harry aproximou-se e pegou o jornal para ler:

“Oliver Taylor, 35 anos, funcionário do Departamento de Defesa Contra as Artes das Trevas, foi assassinado na noite passada quando se preparava para deixar sua sala. O prédio do Ministério já estava vazio e só quando os outros funcionários chegaram esta manhã, o corpo foi encontrado com a Marca Negra pairando sobre ele”.

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