Capitulo 7 – Baile!



Capitulo 7 – Baile!


 


PARTE I


 


Em vez de se dirigirem diretamente para o salão comunal da grifinória onde certamente estaria acontecendo uma festa em comemoração a realização da primeira tarefa do Torneio Tribruxo, os quatro desviaram o caminho dentro do castelo e seguiram rumo a Torre do Corujal, pois Hermione lembrara o moreno subitamente de que seria melhor que ele escrevesse para o padrinho descrevendo o que havia acontecido durante a primeira tarefa.


 


Harry meramente sorriu de lado e concordou uma vez que ele já esperava por aquilo, embora ele próprio estivesse pensando naquela possibilidade.


 


- Sabe Harry, agora que o meu irmãozinho já acordou para a vida, nós vamos poder contar para ele o que estamos fazendo e ele vai poder participar dos nossos encontros secretos? – perguntou Gina enquanto eles percorriam os corredores silenciosos, o moreno nem mesmo tentou impedir a pergunta da ruiva, pois estivera analisando todo o castelo com seus poderes e não percebera ninguém muito próximo de onde eles estavam, nem mesmo algum tipo de animal ou fantasma se encontrava naquela parte do castelo.


 


- Que encontros? – perguntou Rony olhando com desconfiança e curiosidade ao mesmo tempo para o moreno de olhos verdes.


 


- Podemos sim Gina. – disse Harry sorrindo para a garota que corou levemente. – Mas vamos contar apenas amanhã de manhã depois que ele tomar aquela poção.


 


- Ah, é mesmo. – concordou a ruiva lembrando-se que a poção iria impedir que qualquer pessoa pudesse descobrir o que eles estavam fazendo.


 


- Do que diabos vocês estão falando? – perguntou Rony exasperado enquanto olhava da irmã para Hermione e da morena para Harry.


 


- Amanhã, Ronald. – disse Harry em tom simples enquanto viravam um corredor a direita e em seguida subiam por um lance de escadas.


 


- Mas sobre as suspeitas de Sirius nós podemos falar, certo? – perguntou Hermione olhando de soslaio para Harry quando perguntou.


 


- Sobre isso nós podemos conversar sim. – disse Harry e no restante do caminho ele e as duas garotas passaram contando para o ruivo tudo o que Sirius havia dito ao moreno através da lareira da Sala Comunal da Grifinória.


 


Como Harry esperava o amigo ficou completamente chocado em saber que um bruxo que fora um comensal da morte estava dirigindo uma escola de Magia e Bruxaria, mas quando eles chegaram a entrada do corujal o ruivo estava convencido da verdade.


 


- Se encaixa corretamente com o que nós já sabíamos, Harry! – disse Rony com a voz ansiosa e empolgada. – Você se lembra do que o Malfoy disse na viagem de trem quando estávamos vindo para Hogwarts esse ano? Que o papaizinho comensal dele era amigo íntimo de Igor Karkaroff, o diretor de Durmstrang? Então fica claro onde foi que eles se conheceram. Provavelmente estavam correndo mascarados no dia da final da Copa Mundial.


 


- É, mas se foi mesmo o tal Karkaroff que colocou o nome do Harry no Cálice de Fogo ele deve estar se sentindo um verdadeiro imbecil agora, vocês não acham? Afinal não deu certo, não é mesmo. Você passou pela primeira tarefa sem nem mesmo um arranhão. – exclamou Gina em tom satisfeito e orgulhoso.


 


Harry sorriu levemente enquanto se dirigia até um dos cantos do corujal e pegava pena e pergaminho que Hermione fez questão de lhe estender, em seguida o moreno começou a escrever rapidamente uma carta para o padrinho dizendo que havia conseguido sobreviver e passar ileso pelo enorme dragão, no decorrer da carta ele detalhou com o máximo de detalhes que conseguiu o embate dele contra o dragão e a maneira como conseguira enganá-lo.


 


- Você me empresta a sua coruja, Rony? - perguntou Harry assim que terminou de escrever a carta para o padrinho e a lacrara.


 


- Claro Harry, mas por que você não vai usar a Edwiges? – perguntou Rony olhando surpreso para o moreno.


 


- Primeiro porque ela chama muita atenção e o Ministério está atrás do Sirius, o Ministro deve estar desconfiado que eu possa saber onde ele está depois da maneira como eu e Hermione defendemos o meu padrinho no final do ano letivo passado. – comentou Harry vagamente enquanto segurava firmemente a pequena coruja que parecia demasiado excitada com a possibilidade de fazer uma viagem e entregar uma carta, a pequena coruja estava tentando voar das mãos do moreno enquanto piava de maneira contínua, então o moreno amarrou casualmente a carta na pata esquerda da coruja, em seguida ele se aproximou da janela e soltou a corujinha que voou velozmente pelo ar. – E em segundo lugar porque Edwiges está brava comigo.


 


Não era de todo verdade, mas a desculpa servia para aquele momento, afinal ele iria precisar de Edwiges para uma outra entrega ainda aquela noite.


 


- Sabe Harry, acho que não pode ser possível que as outras duas tarefas do torneio sejam tão perigosas como essa primeira. Acho muito difícil de ser. – disse Rony enquanto observava sua coruja ganhando os céus rapidamente e desaparecendo de vista em poucos segundos. – Sabe de uma coisa? Acho que você poderia vencer esse torneio amigo, estou falando bastante sério, você foi muito bem na tarefa de hoje...


 


Harry nem mesmo se preocupou em responder ao amigo, afinal sabia que ele estava dizendo aquilo pelo único motivo de tentar compensar o comportamento que ele vinha tendo nas últimas semanas, então o moreno encostou-se a parede do corujal e voltou seus olhos para os amigos enquanto cruzava os braços e olhava para eles.


 


- O Harry tem um longo caminho a percorrer até o final do torneio. – disse Hermione em tom sério, o que fez o moreno apenas concordar de leve com a cabeça. – Se essa foi apenas a primeira tarefa, não quero nem mesmo pensar nas próximas.


 


- Você é um verdadeiro raio luminoso de sol, não é mesmo? – resmungou Rony enquanto olhava para a amiga que continuava olhando para os dois com a postura séria. – Você e a Professora Sibila deveriam se reunir qualquer dia desses.


 


- A Hermione tem razão, Rony. – disse Gina saindo em defesa de sua amiga e olhando friamente para o irmão.


 


- Bem, que seja, é melhor nós descermos para a festa que certamente estão armando no Salão Comunal, afinal conhecendo Fred e George, eles já devem ter pilhado bastante comida das cozinhas. – disse Rony em tom mais animado enquanto se dirigia para a entrada para o corujal, logo Harry e as garotas estavam seguindo o ruivo.


 


Eles seguiram conversando animadamente durante todo o percurso até a Torre da Grifinória, a ruiva e Rony comentavam de maneira empolgada os lances da primeira tarefa, os irmãos Weasley narravam a maneira como cada um dos campeões havia se comportado e como haviam passado pelos seus próprios dragões.


 


Quando chegaram em frente ao retrato da Mulher Gorda, Hermione apressou-se a dizer a senha e quando o buraco do retrato ficou visível eles atravessaram o local e depararam-se com o salão comunal da grifinória explodindo em vivas e gritos ensurdecedores penetraram nos ouvidos dos quatros amigos no momento em que o quadro fechou-se as costas deles.


 


Cada móvel dentro do Salão Comunal dos leões estava repleto com montanhas de todos os tipos de bolos e garrafões de suco de abóbora e de garrafas de cerveja amanteigada, em um canto do salão Lino Jordan e os gêmeos haviam soltado alguns dos famosos Fogos Fabulosos do Doutor Filibusteiro Sem Fumaça Nem Calor, fazendo com que o ar do salão comunal estivesse completamente denso de estrelas e faíscas.


 


Alguém, provavelmente Dino Thomas que todos sabiam era muito bom em desenhos, havia pendurado diversas bandeirinhas farpadas novinhas em folha, a maioria das bandeirinhas mostrava o moreno de olhos verdes voando em cima da Firebolt em volta do Rabo Córneo Húngaro, embora fosse possível ver alguns onde Cedrico Diggory estava com os cabelos em chamas, o moreno também viu um em que Fleur Delacour tentava apagar o fogo de sua saia e um outro em que Vitor Krum fugia de um jato de chamas.


 


Harry, Rony e as duas garotas dirigiram-se até um dos locais que estavam recheados com comida suficiente para matar a fome de um pequeno exército e então se serviram rapidamente, o moreno de olhos verdes quase esquecera-se da sensação de se sentir faminto, depois de se servir o moreno sentou-se em um local ao canto da sala comunal acompanhado por Rony, Hermione e Gina que também haviam se servido de comida e bebida.


 


- Caramba, isso aqui é bem pesado. – disse Fred Weasley depois de ter se aproximado do local onde o quarteto estava sentado e ter pegado o ovo de ouro em suas mãos e o levantando no ar. – Vamos lá Harry, abra! Vamos ver o que tem aí dentro.


 


- Ele precisa decifrar a pista do ovo sozinho. – disse Hermione rapidamente recebendo alguns olhares nada amigáveis. – São as regras do Torneio...


 


- Ninguém além de você está ligando para as regras do torneio, Hermione. – zombou Rony sendo apoiado pelo outros grifinórios.


 


- Isso mesmo, abre logo o ovo, Harry. – disseram Fred e George juntos dessa vez, em seguida vários colegas da grifinória começaram a pedir que ele abrisse o ovo.


 


Harry meramente sorriu enviesado perguntando-se mentalmente se eles iriam desejar que ele fizesse aquilo se soubessem o que aconteceria, mas o moreno ocultou seu sorriso enquanto pensava em uma boa maneira para se recusar a fazer aquilo, mas nada lhe ocorreu naquele momento, afinal se ele não quisesse abrir o ovo de ouro todos iriam pensar que ele estava sendo arrogante ou qualquer outra coisa dessas, então resolveu deixar que os amigos descobrissem o que havia dentro do ovo de ouro da maneira mais difícil.


 


Quando Fred Weasley lhe entregou o ovo de ouro que estivera segurando entre as mãos, o moreno de olhos verdes enfiou suas unhas no pequeno suco que corria toda a volta do ovo de ouro e em seguida forçou o ovo a se abrir, o interior do ovo estava completamente oco e vazio, mas no instante em que Harry o abriu, um som terrivelmente alto e agourento encheu o Salão Comunal da Grifinória, o moreno quase havia se esquecido daquele barulho insuportável, aquilo era quase duas ou três vezes pior do que ouvira da Orquestra Fantasma na festa de aniversario de morte de Nick Quase Sem Cabeça, e olhe que os componentes da orquestra tocavam uma espécie de serrote musical.


 


- Pelo amor de Merlin, fecha isso! – berrou Fred Weasley enquanto colocava ambas as mãos em seus ouvidos tentando abafar um pouco do som.


 


- Que coisa de louco é essa? – exclamou Simas Finnighan enquanto encarava chocado o ovo que Harry acabara de fechar novamente com um forte estalo seco, todos parecia querer dizer a mesma coisa. – Isso aí parecia um Espírito Agourento. Será que você vai ter de passar por um deles na próxima tarefa, Harry?


 


- Parecia mais alguém que estava sendo torturado pela maldição da dor! – murmurou Neville com a voz tremula, o garoto havia ficado extremamente pálido e havia largado os pasteizinhos que tinha na mão no chão, Harry sabia muito bem o motivo do amigo se encontrar daquela maneira. – Acho que você vai precisar enfrentar a Maldição Cruciatus, Harry!


 


- Deixe de ser idiota, Neville, a Maldição Cruciatus é ilegal. – exclamou George enquanto dava um leve tapa na nuca do garoto. – Eles não iriam usar a Maldição Cruciatus contra os campeões do torneio. Me parecia mais o Percy cantando. Quem sabe você vai ter que atacar ele quando estiver debaixo do chuveiro, Harry.


 


- Você quer uma tortinha de geléia, Mione? – Fred Weasley ofereceu para a garota que olhou com ar de dúvida para o prato que o garoto estava lhe estendendo, mas o gêmeo apenas sorriu antes de murmurar rapidamente. – Pode se servir, nós não fizemos nada com elas. É com os cremes de caramelo que você precisa se cuidar...


 


Neville havia acabado de encher a boca com os cremes de caramelo e arregalou os olhos enquanto se engasgava e se apressava a cuspir fora o que havia posto na boca, o que fez com que Fred e George caíssem na risada.


 


- Era só uma brincadeira, Neville. – apressou-se a dizer Fred de maneira sorridente para o garoto que respirava com golpes fortes.


 


- Você pegou toda essa comida na cozinha, Fred? – perguntou Hermione depois que tinha apanhado uma das tortinhas de geléia.


 


- Foi sim. – concordou o ruivo sorrindo para a garota, em seguida o ruivo imitou uma voz de falsete de elfo doméstico e começou a dizer. – “O que pudermos lhe arranjar, meu senhor, qualquer coisa!” Eles são realmente muito prestativos. Eles nos arranjariam um boi assado se disséssemos que estávamos com muita fome.


 


- Como é que vocês entram lá na cozinha? – perguntou Hermione com uma voz soando inocentemente desinteressada, o que fez Harry balançar a cabeça lembrando-se que até mesmo as mulheres mais boazinhas podiam ser enganadoras quando queriam muito alguma coisa, e Hermione certamente estava mais do que determinada com o projeto dela.


 


- É bastante fácil Hermione, tem uma porta escondida atrás da pintura de uma fruteira. É só fazer cosquinhas na pêra, então ela vai rir e... – Fred Weasley parou de falar de repente enquanto olhava para a garota de maneira desconfiada. – Porque?


 


- Por nada não. – respondeu Hermione depressa demais para o gosto do ruivo que estreitou ainda mais os olhos.


 


- Você vai tentar liderar alguma espécie de greve com os elfos domésticos, não é mesmo? – perguntou Fred olhando divertido para a garota que se negou a responder o comentário. – Vai desistir dos folhetos e começar a incitar os caras a se revoltarem?


 


Alguns grifinórios riram com as perguntas divertidas e sarcásticas de Fred Weasley, mas Hermione manteve-se firme e nem mesmo respondeu.


 


Rony tinha se levantado de onde estavam e tinha ido para o outro lado do salão comunal para buscar um pouco mais de comida para ele próprio, mas Harry e Gina ainda permaneciam ao lado de Hermione, a ruiva olhava bastante interessada a conversa entre o irmão e a amiga enquanto que Harry apenas sorria levemente para a expressão no rosto do gêmeo Weasley.


 


- Olha Hermione, não me vá perturbar os elfos domésticos dizendo que eles precisar pedir roupas e salários! – disse Fred Weasley seriamente em tom de aviso. – Você vai acabar desviando os caros do preparo da nossa comida!


 


Naquele exato instante Neville Longbottom provocou uma enorme distração para os grifinórios quando simplesmente se transformou em um canário.


 


- Ah... Me desculpe por isso, Neville. – gritou George abafando as risadas que haviam preenchido todo o Salão Comunal.


 


- Sinto muito também Neville, foram os cremes de caramelo que nós enfeitiçamos. – disse Fred abafando a própria risada.


 


Depois de mais de um minuto inteiro, o canário no qual Neville havia se transformado começou a se sacudir e logo as penas começaram a cair, quando finalmente todas as penas do canário caíram o garoto reapareceu exatamente como era antes de se transfigurar, em seguida não se agüentando o garoto também se uniu as gargalhadas que ecoavam pelo Salão Comunal, o incluía o moreno de olhos verdes que já sabia o que aconteceria.


 


- Cremes de Canários! – disse Fred em tom de anuncio para os alunos que estavam mais do que excitados com o que haviam visto. – Meu irmão gêmeo George e eu inventamos essa belezinha, apenas sete cicles cada. Uma verdadeira pechincha.


 


Nesse momento o moreno lembrou-se da carta que ele ainda pretendia enviar naquela mesma noite e então levantou-se e pediu licença para os amigos e para Gina antes de se dirigir rapidamente em direção as escadas do dormitório masculino levando consigo o ovo de ouro.


 


Chegando ao interior do dormitório masculino do quarto ano, Harry dirigiu-se diretamente até sua cama e depois de abrir seu malão colocou cuidadosamente o ovo de ouro no interior da mala sabendo que o objeto iria permanecer ali dentro por algum bom tempo.


 


O moreno pegou sua mochila em cima da mesinha de cabeceira e imediatamente retirou um vidrinho de tinta, uma pena e um pedaço de pergaminho, logo depois Harry sentou-se em sua cama e ajeitando o pergaminho começou a escrever a carta que iria enviar diretamente para a casa dos Weasley, mais especificamente para Molly Weasley.


 


Harry pensou muito bem na maneira como deveria escrever aquela carta, afinal de contas sabia muito bem que os Weasley tinham um enorme orgulho e Arthur e Molly dificilmente aceitariam o pedido dele sem uma boa desculpa para aquilo.


 


O moreno levou quase dez minutos para redigir a carta que enviaria aos Weasley, afinal precisava escrever com um pouco de cuidado para que não acabasse ofendendo Molly ou Arthur e ao mesmo tempo colocar um ar mais causal na carta, no final ficou satisfeito com o resultado, afinal de contas dificilmente conseguiria escrever algo melhor do que aquilo em tão pouco tempo como o que ele levara para escrever aquela carta.


 


No momento seguinte o moreno levantou-se da cama e enrolou o pergaminho selando-a com o selo que ele normalmente utilizava em Hogwarts, naquele exato instante um borrão branco atravessou a janela do quarto dos garotos e pousou em cima da cama do moreno de olhos verdes que ficou olhando intensamente para sua coruja.


 


- Como vai Edwiges? – murmurou o moreno aproximando-se da coruja branca e começando a acariciar as penas da coruja que piou levemente antes de fechar os olhos âmbar. – Então eu já fui perdoado, não é mesmo?


 


Em resposta a pergunta murmurada do moreno, Edwiges piou alegremente antes de bicar de maneira carinhosa a mão de seu dono.


 


- Que tal fazer uma viagem um pouco longa, Edwiges? – perguntou Harry e a coruja piou em assentimento. – Fico feliz com isso, gostaria que você levasse essa carta diretamente a Molly Weasley, está bem?


 


Edwiges apenas piou novamente como se estivesse concordando e logo depois que o moreno amarrou o pergaminho em uma das patas dela, a coruja levantou vôo rapidamente e saiu como um borrão através da janela.


 


Harry ficou observando sua coruja desaparecer na noite antes de se virar e caminhar em direção a porta do dormitório e logo depois descer novamente ao Salão Comunal da Grifinória onde a festa rolava mais solta do que nunca.


 


Quando chegou ao salão e sentou-se ao lado de Gina em um sofá confortável o moreno percebeu que Rony aprecia estar se corroendo de curiosidade por dentro devido a algum motivo, percebeu a expressão contrariada de Gina e a levemente culpada que Hermione demonstrava e sem precisar pensar soube exatamente o que tinha acontecido.


 


- O que aconteceu aqui? – perguntou Harry em tom despreocupadamente inocente enquanto pegava uma garrafa de cerveja amanteigada.


 


- Olha Harry, a culpa é toda minha. – disse Hermione desabafando sob o olhar cuidadoso do amigo. – O Rony ficou falando tanto e insistindo em saber o que nós iríamos fazer que eu disse para ele que estávamos nos encontrando a alguns dias para treinarmos.


 


- Não fique bravo com ela Harry, a culpa é minha. – Rony sussurrou erguendo os olhos e olhando para o amigo.


 


O moreno apenas analisou o que ouvira, a amiga e o ruivo haviam falado aquilo em voz baixa para que ninguém escutasse e Harry nem mesmo precisava fazer uma analise mental dos estudantes que estavam no Salão Comunal para saber se algum deles havia por acaso algo que não deveria, afinal os estudantes estavam mais animados do que nunca enquanto dançavam e se divertiam com as brincadeiras de Fred e George Weasley.


 


- Esse assunto morre aqui, não digam mais nada sobre isso fora da Sala Precisa. – murmurou o moreno em tom firme e sério, sabia que alguém provavelmente acabaria ouvindo o que não devia se eles continuassem a comentar daquela maneira o que estavam fazendo. – Rony, amanhã de manhã eu vou te acordar e então você ficará sabendo de tudo.


 


- Tudo bem. – concordou o ruivo rapidamente e o moreno apenas assentiu com a cabeça antes de voltar os olhos para Hermione que também concordou silenciosamente com o que Harry havia dito naquele momento.


 


Os estudantes aproveitaram em muito a festa no salão comunal, inclusive o moreno resolveu esquecer seus problemas para espairecer e se divertir durante aquela comemoração. Em conseqüência disso, era quase uma hora da manhã quando ele e Rony finalmente foram para o dormitório masculino do quarto ano na companhia de Neville, Simas e Dino.


 


Harry havia se despedido das garotas ao pé das escadas para o dormitório feminino por volta da meia noite, mas ele e os outros ainda tinham permanecido até um pouco mais tarde na festa de comemoração dos leões.


 


Antes de fechar o cortinado em volta de sua cama, Harry pegou a miniatura do Rabo Córneo Húngaro em sua mão e a colocou em cima de sua mesinha de cabeceira onde o dragãozinho bocejou fracamente enquanto se enroscava e fechava os olhos. O último pensamento coerente que o moreno de olhos verdes teve antes de adormecer foi que Hagrid realmente tinha uma certa razão sobre os dragões, afinal eles eram bastante legais...


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O jantar já havia sido servido naquele momento na casa dos Weasley em Ottery Saint Capolle, Molly Weasley terminava de comer e em seguida levantou-se da mesa que estava posta apenas para ela e para o marido aquele dia, afinal quatro dos filhos do casal encontrava-se naquele momento em Hogwarts, Carlinhos vivia na Romênia desde que começara a trabalhar no Refugio de Dragões, já Guilherme que era o filho mais velho encontrava-se naquele momento no Egito onde trabalhava na filial do Baco Gringottes que existia no país.


 


O único filho que poderia estar naquele momento jantando em casa era Percival Weasley que havia se formado no ano anterior e que agora trabalhava no Ministério da Magia, no Departamento de Cooperação Internacional em Magia, mas Percy precisara trabalhar até mais tarde naquele dia com o chefe Bartolomeu Crouch e por isso naquele dia o garoto passaria a noite no povoado de Hogsmeade em uma hospedaria.


 


Molly levantou-se da mesa e recolheu o prato e os talheres que estivera usando e se encaminhou até a pia onde imediatamente executou um feitiço de limpeza fazendo o esfregão começar a limpar o prato, em poucos segundos tudo estava limpo e seco, então a ruiva voltou para a mesa onde sentou-se enquanto ficava observando o marido terminar de jantar.


 


- Como foi hoje no trabalho, Arthur? – perguntou Molly depois de alguns minutos que ficou apenas pensativa.


 


- Foi um dia e tanto, Molly querida. – murmurou Arthur logo depois de mastigar a comida que tinha na boca. – Precisamos fazer algumas batidas em alguns lugares, mais um funcionário foi designado para nos ajudar a partir de hoje. Tivemos muita sorte em apreender os objetos hoje e Mundugus Fletcher quase me pegou desprevenido hoje, não sei exatamente o que ele quis fazer, mas aquele contrabandistazinho não se deu bem...


 


- Mundungus nunca aprende, odeio lembrar que eu e ele somos parentes. – murmurou a Senhora Weasley em tom desgostoso.


 


Nesse momento Arthur terminou de comer e colocou os talheres dentro de seu prato e recostou-se melhor contra a cadeira da mesa, em seguida o bruxo pegou um bule de chá que sua mulher havia preparado e encheu uma xícara que estava ao lado, em seguida tomou um longo gole da bebida para então suspirar satisfeito.


 


- Encontraram alguma coisa suspeita, Arthur? – perguntou Molly um pouco curiosa enquanto olhava para o marido, afinal as coisas que haviam acontecido na Copa Mundial de Quadribol ainda estavam frescas na memória da bruxa.


 


- Encontramos apenas algumas moedas trouxas que foram enfeitiçadas para desaparecerem do bolso dos trouxas, além de um jogo de chá que se move e morde quem se aproxima. – disse Arthur enquanto franzia a testa enquanto se lembrava dos acontecidos, mas de repente o bruxo bocejou levemente, afinal o dia fora extremamente cansativo. – Algumas outras ocorrências mais graves também aconteceram, mas esses casos foram designados para os aurores. Mortlhake foi preso novamente depois de ter sido pego com alguns objetos nem um pouco amigáveis, os aurores levaram ele para interrogatório, teve também um outro caso que foi parar com a Comissão de Feitiços Experimentais. Eu ainda fico indignado com os bruxos que enfeitiçam objetos apenas para aborrecer e perturbar os trouxas. Ainda bem que esses trouxas vão até os últimos limites para fingir que a magia não existe realmente, mesmo ela estando debaixo dos narizes deles.


 


- Eu odeio todo esse silêncio aqui dentro de casa. – disse a Senhora Weasley depois de alguns minutos em que ela havia se levantado novamente e pegado o prato que o marido havia utilizado e o lavou na pia antes de secá-lo e guardar dentro de um armário.


 


- Sinto falta de Guilherme e de Carlinhos. – murmurou Arthur em tom pensativo enquanto pensava nos filhos que moravam em outros países.


 


- Por falar em Carlinhos, chegou uma carta dele pouco antes de você chegar, Arthur. – disse a Senhora Weasley lembrando-se apenas naquele momento da carta que chegara mais cedo e em seguida enfiou a mão dentro do avental que estava usando e retirou um pergaminho levemente amassado e o entregou ao marido que sorriu para a esposa antes de desenrolar o papel e começar a ler silenciosamente o que estava escrito no papel.


 


 


Queridos mamãe e papai,


Como prometido estou enviando uma carta logo após o final da primeira tarefa do torneio tribruxo.


Como sei que estava tremendamente preocupada com o que poderia acontecer com o Harry, eu não vou enrolar e vou direto ao que a interessa.


ELE ESTÁ VIVO E MUITO BEM!


Então não precisa mais se desesperar mamãe, porque ele se saiu muito bem, na verdade nem mesmo se arranhou durante a prova.


Devo dizer que fiquei sinceramente impressionado com a habilidade do Harry em cima de uma vassoura, mesmo não sendo uma partida de quadribol ele simplesmente arrasou com o dragão que enfrentou e olha que ele ficou com o mais feroz e poderoso dos quatro dragões que estavam designados para os campeões.


Ele pegou o Rabo Córneo Húngaro, mas até parecia que ele estava enfrentando uma formiga, pois simplesmente enganou o dragão. Fiquei realmente surpreso pela demonstração de habilidade mágica dele, utilizou um feitiço de desilusão que é bastante complicado de se executar, além de conseguir transfigurar uma pequena pedra em um boneco do tamanho de uma pessoa. Foi simplesmente sensacional de se ver e isso não é tudo...


Acreditem se quiserem, mas o Harry está liderando o Torneio Tribruxo com uma diferença de quatro pontos para Vitor Krum.


Bem, no mais eu acredito que é somente isso por agora, além do fato de eu estar morrendo de saudades de vocês dois. Assim que sair daqui e tiver um tempo passo aí em casa, pelo menos para comer alguma coisa e ver vocês. Amo você mamãe, amo você pai.


Com carinho,


Carlos Weasley.


 


 


- Fico feliz em saber que o Harry conseguiu se safar na primeira tarefa. – disse Arthur exibindo um enorme sorriso em sua face, havia se esquecido completamente que aquele era o dia da primeira tarefa do torneio tribruxo.


 


- Eu ainda não sei como eles podem permitir que um menino de quatorze anos compita em um torneio desses. – resmungou Molly sem se contar, ainda estava inconformada com o que acontecera com o moreno.


 


- Molly, você sabe muito bem que o Cálice de Fogo é um objeto contratual mágico que não pode ser quebrado. – disse Arthur em tom resignado enquanto colocava a carta em cima da mesa, ele e a esposa já haviam discutido aquele assunto antes. – Nem Harry e nem mesmo o Ministério da Magia pode fazer algo contra isso, o Harry não tinha escolha além de competir no torneio, ser escolhido pelo Cálice de Fogo é como fazer um voto perpétuo.


 


- Eu sei disso, Arthur. – suspirou Molly em tom baixo e triste enquanto limpava discretamente uma lágrima que havia ameaçado rolar pelos olhos dela. – É só que não me conformo com o que está acontecendo no...


 


Molly foi interrompida por uma coruja que adentrou a cozinha da casa dos Weasley através da janela e pousou em cima da mesa bem em frente onde a matriarca do Weasley estava sentada confortavelmente enquanto conversava com o marido.


 


- O que a coruja do Harry faz aqui? – perguntou Arthur surpreso enquanto observava a coruja branca estender a pata em direção a sua esposa e então o bruxo pode finalmente ver uma carta firmemente amarrada a pata direita de Edwiges.


 


- Uma carta do Harry, Edwiges? – perguntou Molly em tom de voz curioso enquanto desamarrava a carta da pata da coruja que piou alegremente antes de alçar vôo rapidamente antes mesmo que a mulher tivesse a chance de dizer mais alguma coisa, em seguida a mulher olhou para o marido que aprecia tão intrigado e curioso com a carta de Harry quanto ela própria estava naquele momento. – Porque será que o Harry nos escreveu?


 


- Não faço nenhuma idéia, Molly. – murmurou Arthur em tom baixo enquanto observava a maneira como sua esposa quebrava o selo de Hogwarts da carta e em seguida desenrolava o pergaminho com cuidado, em seguida a matriarca dos Weasley suspirou ao confirmar que era realmente uma carta de Harry para eles e então começou a ler em voz alta.


 


 


Senhor e Senhora Weasley


Sei que pode parecer um pouco estranho eu estar escrevendo assim tão de repente e de maneira inesperada, mas vou tentar ser o mais claro e direto possível e espero sinceramente que aceitem o que eu tenho a propor.


Sei querer eu acabei ouvindo uma conversa entre dois professores ontem a noite, eles estavam comentando sobre o Baile de Inverno que vai acontecer no mês que vem, como é a tradição em todo Torneio Tribruxo e antes que um de vocês se pergunte o que isso pode ter haver com vocês, eu vou explicar.


Assim que os professores derem o aviso do Baile de Inverno, eu pretendo convidar a Gina para ir comigo.


Isso mesmo, vou convidar a filha de vocês para ser minha acompanhante, sei que devem estar se questionando porque motivo eu convidaria justamente a filha de vocês. Bem, vou ser sincero quanto a isso... EU ESTOU COMPLETAMENTE APAIXONADO PELA FILHA DE VOCES. Isso mesmo que vocês leram, estou apaixonado pela Gina...


Talvez possa parecer um pouco estranho eu dizer isso assim de repente quando mesmo durante as férias em que eu estive na casa de vocês eu não demonstrei nenhum sentimento por ela, mas a verdade é que eu evitei ao máximo deixar qualquer coisa transparecer porque ainda estava um pouco confuso com os meus sentimentos, mas eles ficaram claros depois que eu cheguei em Hogwarts e quase matei um idiota do quinto ano que estava “secando” a Gina, precisei me segurar para não socar a cara do corvinal, naquele momento as coisas ficaram claras para mim.


É claro que eu também sei que ainda somos novos demais para iniciar um relacionamento sério ou qualquer tipo de relacionamento que não seja a amizade, mas eu quero que os Senhores saibam que eu amo a filha de vocês e se ela quiser pretendo assumir um relacionamento mais para frente, no entanto, eu pretendo levá-la a esse baile e agora voltamos ao motivo de eu ter escrito essa carta em primeiro lugar...


Eu sei que a Gina vai escrever para a Senhora Weasley pedindo um vestido para o baile, sendo que como ela está em seu terceiro ano não havia vestes de gala nos materiais escolares dela desse ano, essa é a principal razão de minha carta.


Sei que os Senhores não tem muito dinheiro e não podem se dar ao luxo de comprar algo muito caro para a ruiva, principalmente em se tratando de um vestido para um baile, mas sei também que Gina jamais iria pedir nada muito extravagante, principalmente porque ela sabe a situação financeira em que vocês vivem...


Mas eu conheço aquela ruiva muito bem, sei que ela deseja muito mais do que deixa transparecer. Posso ver nos olhos dela o que ela realmente gostaria de possuir e não tem condições de comprar ou não fala nada porque sabe que vocês não poderiam proporcionar aquilo para ela, então ela se mantém em silêncio para não preocupar nenhum de vocês dois...


Por isso eu gostaria encarecidamente que vocês aceitem uma pequena quantia em dinheiro que será enviada pelo correio direto de Gringottes, esse dinheiro eu gostaria que os senhores aceitassem, não por vocês, porque eu sei que são orgulhosos demais e jamais aceitariam dinheiro emprestado, mesmo que eu estivesse disposto a transferir metade do meu dinheiro para vocês, por isso eu peço que aceitem o dinheiro por Gina...


Eu gostaria de proporcionar esse pequeno sonho para ela, sei que ela quer um vestido bonito, assim como sei que ela gosta de coisas belas. Novamente peço a vocês que aceitem o dinheiro para a confecção de um vestido para a ruiva, deixo a critério da Senhora Weasley se ela vai preferir escolher um vestido já pronto ou se ela prefere comprar o tecido e ela mesma confeccionar o vestido para a Gina...


Isso não é nenhum tipo de caridade ou qualquer coisa parecida, muito pelo contrário, esse é um presente meu para a Gina.


Espero sinceramente que não interpretem mal esse meu gesto, eu somente quero ver aquela ruivinha feliz porque eu a amo muito...


Abraços,


Harry Tiago Potter.


Ps: Gostaria que vocês não comentassem sobre isso com mais ninguém, nem mesmo com Alvo Dumbledore.


 


 


Um silêncio aturdido seguiu-se logo após Molly Weasley ter terminado de ler a carta de Harry Potter em voz alta, ela e o marido pareciam sem saber o que dizer por alguns instantes, até que a matriarca dos Weasley murmurou.


 


- Ele disse que ama a nossa menininha. – disse Molly Weasley em tom surpreso enquanto erguia os olhos e olhava para o marido que estava tão chocado e desnorteado quanto ela própria estava se sentindo naquele momento.


 


- Eu acho que não ouvi direito. – murmurou Arthur atônito demais para dizer qualquer outra coisa, mas o torpor estava passando lentamente.


 


- Ouviu direito sim Arthur. – disse Molly abrindo um pequeno sorriso nos lábios. – Está escrito aqui, ele disse claramente que está apaixonado por nossa filinha e que pretende levá-la ao Baile de Inverno que haverá em Hogwarts por causa do Torneio Tribruxo.


 


- Ele não seria capaz de brincar com nossa menina, não é mesmo Molly? – perguntou Arthur Weasley em tom preocupado enquanto olhava de frente para a esposa.


 


- É claro que não Arthur, você conhece o Harry, ele jamais faria esse tipo de coisa. – disse Molly olhando espantada para o marido.


 


- É, tem razão, ele jamais seria capaz de brincar com alguém dessa maneira. – concordou Arthur baixinho enquanto continuava a encarar a esposa firmemente. – Aceite o dinheiro que ele vai mandar Molly, nossa princesinha merece ter um vestido bonito para esse baile, não vamos deixar o orgulho nos impedir de ver nossos filhos felizes.


 


- Tem razão Arthur. – concordou Molly apesar de não gostar muito do fato de aceitar dinheiro de alguém. – Nossa menininha merece tudo de bom e do melhor.


 


- É uma pena Edwiges ter ido embora, senão você poderia enviar uma resposta agora mesmo. – disse Arthur pensativamente.


 


- Acho que não precisamos mandar nenhuma resposta Arthur, se nós não fossemos aceitar o dinheiro sim teríamos de enviar uma resposta ao Harry. – disse Molly firmemente e recebendo um aceno afirmativo do marido.


 


- Eu acho que vou subir Molly, estou morto de cansaço... – disse Arthur depois de alguns minutos em que o casal ficou em silêncio, a mulher concordou com a cabeça antes de se levantar também e beijar rapidamente o marido.


 


- Eu só vou terminar de arrumar aqui embaixo e também já vou subir. – disse Molly rapidamente indo em direção a cozinha enquanto Arthur se dirigia para as escadas e subia para o segundo andar daquela casa.


 


Enquanto terminava de arrumar as coisas em seus devidos lugares Molly Weasley tinha um sorriso pequeno embora feliz em sua face, a mulher lembrava-se claramente de sua filha lhe dizendo que um dia iria conquistar o amor de Harry Potter, naquela época a pequena garota tinha pouco mais de sete anos e era tão romântica e sonhadora. Quem diria que aquilo poderia vir a se tornar realidade algum dia?


 


Do fundo do coração da Senhora Weasley, ela sabia que as palavras contidas naquela carta enviada por Harry eram mais do que palavras, a mulher sentia que o garoto havia colocado o coração naquelas declarações, sentia que o garoto realmente amava sua filha com todo o coração e que faria de tudo para protegê-la de todos.


 


Com esses pensamentos e com um sorriso nos lábios Molly Weasley dirigiu-se em direção as escadas alguns minutos mais tarde, ela subiu para o segundo andar da casa logo depois de trancar toda a casa magicamente e foi em direção ao quarto onde ela sabia que o marido a estava esperando, com um sorriso nos lábios ela entrou no quarto.


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Como acontecia todos os dias desde que voltara para aquele tempo, no dia seguinte a realização da Primeira Tarefa do Toreio Tribruxo onde enfrentou o Rabo Córneo Húngaro, Harry acordou antes das cinco horas da manhã e depois de verificar cada uma de suas proteções mentais e as memórias que ele possuía daquele tempo o moreno se levantou e dirigiu-se ao banheiro onde tomou um banho gelado que o fez acordar completamente.


 


Harry entrou de novo no interior do dormitório com uma toalha enrolada a sua cintura e dirigiu-se até sua cama onde pegou uma muda de roupa e vestiu-se em completo silêncio, o uniforme era uma porcaria, mas Harry sabia que precisaria usar aquelas vestes por algum tempo antes de poder voltar a usar qualquer tipo de roupa novamente.


 


No momento em que Neville despertou e começou a se levantar e trocar de roupa rapidamente, o moreno pegou a sua varinha e a colocou no cós de sua calca antes de pegar os materiais escolares que iria precisar para aquele dia de aulas e os colocar dentro de sua mochila que ele pendurou no ombro antes de se dirigir até a cama de Rony.


 


Com um sorriso levemente sádico nos lábios, sorriso que foi percebido por Neville que chegou a estremecer, o moreno de olhos verdes dirigiu-se sorrateiramente até a cama de Rony enquanto lançava alguns feitiços de silêncio nas camas dos colegas e no interior do dormitório masculino do quarto ano, afinal não queria que ninguém acordasse e descobrisse o que eles estavam fazendo despertos naquele horário da madrugada.


 


Apenas pela maneira como estava deitado, o moreno de olhos verdes percebeu que Ronald Weasley dormia um sono tranqüilo e calmante, tinha estampado nos lábios um sorriso enorme que denunciava que o sonho que estava tendo era muito bom e Harry podia muito bem imaginar que tipo de sonhos Rony estava tendo naquele momento.


 


Harry apontou a varinha diretamente para o rosto do amigo e em seguida murmurou o Feitiço Aguamenti fazendo um jato de água gelada disparar de sua varinha e acertar diretamente em Rony que deu um berro ensurdecedor antes de cair da cama.


 


- Estou me afogando... Socorro! – gritou Rony de maneira histérica fazendo o moreno de olhos verdes gargalhar fortemente assim como Neville que tinha sentado na própria cama e segurava a barriga de tanto rir, somente então Rony pareceu se dar conta que não estava sonhando e que também não estivera a ponto de se afogar, olhando para o amigo somou dois mais dois e descobriu exatamente o que havia acontecido ali, mas em vez de ficar com raiva o ruivo se juntou as gargalhadas dos amigos. – Poxa Harry, você podia ter me acordado de outra maneira...


 


- Porque? Assim foi mais engraçado, não é mesmo Neville? – perguntou Harry ainda rindo e olhando para o garoto na outra cama.


 


- Com certeza assim foi mais engraçado. – concordou Neville quando conseguiu se controlar do acesso de risos ao mesmo tempo em que o ruivo levantava-se do chão e olhava para o relógio arregalando os olhos quando viu as horas.


 


- Inferno Sangrento! – berrou Rony com a voz completamente alterada enquanto se virava para o melhor amigo. – Posso saber porque demônios você me acordou as cinco horas da manhã, Harry Potter?


 


- Ora, achei que você estava interessado em saber o que nós estivemos fazendo nos nossos encontros secretos... – disse Harry despreocupadamente enquanto olhava para a varinha em sua mão direita e a grava entre seus dedos, em seguida olhou para o amigo intensamente antes de dizer. – Mas se você não está interessado, tudo bem, pode voltar a dormir que eu e Neville vamos nos encontrar com os outros para mais um dia de treinamento.


 


- Não, quer dizer, é claro que eu quero saber o que vocês estão fazendo e também quero participar, mas precisava ser tão cedo? – perguntou Rony em tom levemente choroso enquanto bocejava audivelmente em frente a Harry.


 


- O quanto antes melhor Rony, afinal depois nós temos aulas. – explicou Harry em tom simples enquanto dava de ombros e se levantava de onde estivera sentado. – Eu e o Neville já estamos prontos, só falta você se arrumar para irmos.


 


- Ok. – concordou Rony bocejando novamente antes de pegar uma muda de roupa e começar a se trocar rapidamente.


 


- Ah, leve outra muda de roupa com você e também seus materiais escolares das aulas de hoje. – recomendou Harry em tom sério de voz enquanto esperava pelo melhor amigo na entrada do dormitório masculino. – Nós vamos direto para o Salão Principal depois, se voltarmos para cá antes de ir para o café, perdemos muito tempo.


 


- Tudo bem. – disse Rony pegando sua mochila e colocando os livros que precisaria aquele dia antes de pendurar a mochila em seus ombros e pegar sua varinha que estava em cima da mesinha de cabeceira e colocá-la no cós de sua calça jeans. – Ei, como é possível que ninguém tenha ouvido e acordado com os berros que eu dei aqui agora a pouco.


 


- Feitiço Silenciador. – respondeu Harry apontando a varinha para as camas dos colegas e murmurando o contra-feitiço, o moreno fez a mesma coisa com o dormitório antes de sair do local e descer as escadas que davam acesso ao Salão Comunal acompanhado por Rony e Neville, em seguida dirigiram-se diretamente para o buraco do retrato.


 


- Não vamos esperar os outros? – perguntou Neville em tom curioso, afinal desde que haviam começado aquele treinamento, eles sempre iam para a Sala Precisa acompanhados pelas garotas e as vezes pelos gêmeos.


 


- Eles já foram. – comentou Harry vagamente enquanto saía corredor afora e era seguido pelos outros dois garotos.


 


Quando Rony quis saber exatamente para onde eles estavam indo o moreno disse para ele ficar em silêncio, no restante do caminho nenhum deles ousou sequer abrir a boca, o moreno sabia que qualquer palavra dita nos corredores da escola poderia chegar aos ouvidos de Dumbledore, afinal os quadros e os fantasmas tinham os ouvidos bons até demais para o gosto do moreno, por isso ele preferia se locomover em silêncio.


 


Como Harry esperava quando eles chegaram no corredor do sétimo andar encontraram o corredor completamente vazio, o que queria dizer que os outros já se encontravam no interior da Sala Precisa, por isso adiantou-se rapidamente e passou três vezes em frente a parede.


 


Em um primeiro momento Rony achou que seu melhor amigo estava pirado andando daquela maneira, mas para seu completo assombro uma porta começou a surgir de dentro da parede e logo uma porta de madeira de carvalho estava a frente deles, o ruivo viu Harry girar a maçaneta e abrir a porta deixando espaço suficiente para uma pessoa entrar, então o moreno entrou rapidamente e quando Rony hesitou levemente Neville o empurrou com firmeza até que o ruivo viu-se no interior de uma espaçosa sala de treinamento.


 


Neville entrou logo depois de Rony e fechou e trancou a porta da Sala Precisa enquanto o ruivo continuava encarando abismado o interior do local onde havia adentrado. Ele podia ver algo que lembrava muito uma biblioteca, mas que tinha um espaço enorme no meio como se fosse um tatame, uma piscina de pelo menos cinqüenta metros encontrava-se no centro do aposento, mas o que mais chamou a atenção do Weasley foram sem dúvida nenhuma os estranhos aparelhos que ele distinguiu do outro lado da sala.


 


- Mas o que é aquilo? – perguntou Rony espantado enquanto olhava para os aparelhos estranhos e que ele nunca havia visto em sua vida, mas sua atenção já tinha sido desviada para as pessoas que encontravam-se próximas a piscina.


 


Ele já sabia que Gina e Hermione estavam envolvidas naquele tal treinamento que eles estavam fazendo, descobrira que Neville também estava no meio naquela manhã, mas jamais poderia ter imaginado que seus irmãos Fred e George também estariam fazendo parte daquele treinamento, muito menos a Di-Lua Lovegood.


 


- O nome dela é Luna, Ronald. – grunhiu Harry que estava em frente ao amigo e estivera observando os pensamentos do melhor amigo.


 


- O que...? Como...? – gaguejou Rony arregalando os olhos enquanto olhava abismado para o melhor amigo.


 


- Isso não é importante agora. – disse Harry em tom simples enquanto encarava o amigo. – Mas não quero ouvir você chamando a Luna dessa maneira, entendeu?


 


- Tudo bem. – concordou o ruivo espantado por saber que seu melhor amigo podia ler sua mente ou pelo menos ele acreditava que se tratava daquilo.


 


- Ótimo, antes de começarmos eu quero que você beba essa poção. – disse Harry retirando um frasco de dentro de suas vestes e a estendendo para o ruivo que a pegou meio hesitante enquanto olhava desconfiado para o liquido esverdeado.


 


- O que é isso? – perguntou Rony mais desconfiado do que nunca enquanto retirava a tampa do frasco e cheirava a poção descobrindo que o cheiro até que era agradável.


 


- Uma poção. – respondeu Harry em tom de voz sarcástico fazendo Rony ficar levemente vermelho por causa da pergunta idiota.


 


- Eu quis dizer o que essa poção faz? – perguntou Rony novamente dessa vez encarando o amigo diretamente nos olhos.


 


- Ela vai ajudar a proteger sua mente. – respondeu Harry simplesmente olhando para Rony com uma sobrancelha arqueada, o ruivo entendeu aquilo como uma espécie de prova para saber se ele realmente confiava em seu amigo, por isso Rony guardou todas as dúvidas que tinha em sua mente antes de virar o frasco em sua boca e beber a poção em um único gole, mas antes que Rony sequer se tocasse do que estava acontecendo um feixe de luz azulada o acertou no peito e em seguida o envolveu completamente.


 


- O que foi isso? – perguntou Rony surpreso depois que a luz intensamente azul simplesmente desapareceu.


 


- Como eu disse, essa poção junto com esse feitiço vai proteger sua mente contra qualquer um que tentar descobrir algo sobre o que estamos fazendo. – explicou Harry em tom calmo e baixo. – Quero que você entenda que não poderá contar nada do que estamos fazendo para ninguém, nem mesmo seus pais...


 


- Mas porque não? – perguntou Rony cortando a frase do amigo e olhando chocado para ele, afinal porque ele não poderia contar nada a seus pais?


 


- Depois eu explico com mais calma, agora nós vamos começar a treinar. – disse Harry se encaminhando para perto da piscina onde os outros já estavam nadando, inclusive Neville que tinha se juntado aos outros depois que adentrara a Sala Precisa, em seguida Harry perguntou olhando para o amigo. – Ah, você sabe nadar, não sabe Rony?


 


- É claro que sim. – respondeu Rony em tom de voz clara como se Harry o houvesse ofendido com aquela pergunta.


 


- Ótimo, caia dentro então. – disse Harry sorrindo zombeteiramente enquanto terminava de retirar as suas roupas, mas antes de saltar para dentro da água o moreno virou-se novamente para o amigo dizendo. – Cinqüenta voltas, Rony.


 


O ruivo ficou olhando embasbacado para o amigo que já havia caído dentro da piscina e logo estava atravessando a piscina, então Rony balançou a cabeça e também retirou suas vestes antes de saltar para dentro da piscina onde começou a dar fortes braçadas.


 


Depois de quase meia hora o ruivo finalmente conseguiu terminar as cinqüenta voltas na piscina, mas quando saiu de dentro precisou respirar longas golfadas de ar antes de poder se levantar e se dirigir par aonde o melhor amigo e os outros estavam, o ruivo observou como eles usavam aqueles estranhos aparelhos para correr ou levantar algo que ele achou que fosse algum tipo de peso enquanto outros estavam pedalando.


 


- Finalmente Roniquinho. – zombou Fred olhando para o irmão que se aproximava como se estivesse se arrastando.


 


- É, pensamos que teríamos de ir lá dentro tirar você. – disse George em tom de deboche e ele e o seu gêmeo caíram na risada.


 


- Calem a boca. – rosnou Rony em tom fraco enquanto se aproximava de onde os outros estavam e se escorava em uma barra de aço de um dos aparelhos e olhou para Harry. – Como vocês conseguem se manter em pé depois de nadar tanto? Meus braços estão dormentes e eu mal consigo andar direito, tudo o que eu queria agora era dormir.


 


- Você se acostuma. – disse Harry em tom calmo enquanto parava de correr na esteira em que estivera e se aproximava do amigo dizendo. – Hoje eu vou dispensar você dessa parte do treinamento, mas amanhã você não vai conseguir escapar. Venha aqui um momento.


 


Harry levou o amigo até o local onde ficava a pequena biblioteca que tinha dentro da Sala Precisa em que eles treinavam, então se concentrou e desejou que uma penseira aparecesse a sua frente, mal o moreno formulou tal pensamento e o objeto simplesmente se materializou exatamente no centro do tatame onde eles treinariam os feitiços.


 


- Você quer respostas para as suas perguntas, mas eu não tenho muito tempo para respondê-las agora, por isso eu vou deixar você ver a memória da conversa que eu tive com os outros e talvez você entenda melhor as coisas. – disse Harry enquanto levava a varinha até a têmpora e retirava dois fios prateados que ele depositou em seguida no interior da bacia antes de se voltar para o ruivo. – Sabe como usar uma penseira, Rony?


 


- Sei a teoria. – respondeu Rony dando de ombros, afinal qualquer bruxo de sangue puro já havia ouvido falar das penseiras e de como utilizá-las.


 


- Ótimo, então pode mergulhar fundo. – disse Harry com um sorriso no canto dos lábios enquanto voltava para os aparelhos de musculação ao mesmo tempo em que Rony mergulhava no interior da bacia.


 


Durante os quarenta minutos seguintes Harry e os amigos permaneceram treinando nos aparelhos de musculação, mas mesmo depois que o tempo que o próprio Harry havia estimado para eles fazerem os exercícios e os outros terem parado e se esticado no chão começando a se alongarem da maneira que o moreno os ensinara, o próprio Harry continuou se exercitando no aparelho de corrida aumentando a velocidade para quinze quilômetros por hora.


 


Enquanto os amigos de Harry treinavam nos aparelhos de musculação, Rony estivera vendo a memória do moreno de olhos verdes da conversa que ele havia tido com seus irmãos e os outros que estavam dentro daquela sala naquele momento. Rony ouviu cada comentário de Harry, cada pergunta feita pelos outros, cada explicação que seu melhor amigo deu e principalmente o fato de que ele não confiava mais em Dumbledore, o que o deixou completamente chocado, mais até mesmo do que o lance sobre uma guerra e a volta de Você-Sabe-Quem.


 


Harry continuou a malhar fortemente e somente parou no momento em que Rony saiu de dentro da penseria, então o moreno desligou o aparelho e saiu do mesmo e começou a se alongar rapidamente enquanto observava a expressão aturdida do amigo que se sentara no chão depois de sair de dentro da penseira.


 


- Isso tudo é mesmo verdade? – perguntou Rony com uma voz estranhamente calma e baixa contrastando com a expressão séria que surgira no rosto do ruivo.


 


- Tudo verdade. – concordou Harry em tom neutro enquanto se ajeitava melhor e se colocava de pé depois de terminar de se alongar, os outros integrantes da Sala Precisa estavam prestando total atenção as palavras que eram ditas.


 


- Se você não confia no Dumbledore, eu também não confio mais. – disse Rony com uma expressão levemente tensa no rosto enquanto se levantava do chão e se aproximava do amigo. – Se vai haver mesmo uma guerra, então pode contar comigo.


 


- Foi o que pensei. – murmurou Harry balançando a cabeça enquanto um sorriso aparecia nos lábios do moreno de olhos verdes.


 


- Sem sentimentalismos. – gritou Fred pondo-se de pé no mesmo instante e fazendo Harry revirar os olhos em desdém.


 


- Já chega de moleza. – disse Harry em tom frio e escondendo o sorriso que tinha surgido em seus lábios naquele momento. – A partir de hoje, depois de cada treinamento físico pela manhã nós iniciaremos o treinamento mental de vocês. Em primeiro lugar vocês irão aprender a Arte da Oclumência e somente quando dominarem essa técnica, poderão partir para Arte da Legilimência ou Leitura da Mente...


 


- O que é oclumência? – perguntou Rony em tom levemente confuso enquanto encarava o melhor amigo.


 


- Como eu já expliquei par a Gina, a oclumência pode ser considerado o poder de bloquear a própria mente contra invasão externa. Ser um bruxo capacitado em oclumência significa que você pode impedir que outros bruxos possam ver lembranças ou pensamentos ao tentarem penetrar na mente de vocês, através de um feitiço chamado Legilimens. – explicou Harry em tom neutro e simples enquanto olhava calmamente para os amigos, mesmo enquanto falava o moreno de olhos verdes prestava atenção em cada uma das reações de seus amigos as suas palavras. – A Arte da Oclumência é considerada pela maioria dos bruxos como um instrumento das trevas, pois um bom oclumente é capaz de se proteger de invasões mundanas a sua mente, conseguindo inclusive repelir os efeitos de poções como a Veritasserum que é a Poção da Verdade, as Poções do Amor e inclusive a Maldição Imperius. Hoje em dia existem muitos poucos bruxos que são verdadeiramente bons nesse assunto, afinal de contas se liberar das emoções apesar de parecer fácil, é extremamente difícil e complicado, por isso começaremos a trabalhar nisso imediatamente.


 


Durante o restante do tempo em que o grupo de adolescentes permaneceu no interior da Sala Precisa, eles focaram apenas no treinamento mental, mas é claro que nenhum dos garotos ou garotas conseguiu proteger a mente contra a forte invasão mental que Harry utilizava contra eles. Enquanto treinava aquela arte com os amigos o moreno lembrou-se de suas próprias aulas com Severo Snape e teve de concordar com o Professor de Poções na maneira com que ele utilizara para tentar ensiná-lo, o único problema era que Harry odiava Snape profundamente e jamais conseguiria se dar bem naquele tipo de aula daquela maneira, por isso havia fracassado miseravelmente.


 


Depois que o moreno de olhos verdes deu por fim aquele dia de treinamento, o grupo dispersou-se na entrada da Sala Precisa e seguiram por diferentes caminhos até o Salão Principal para tomarem o café da manhã, naquele dia o moreno seguiu com seus dois melhores amigos e mal chegou ao salão para tomar o café da manhã e já sentiu os olhares de centenas de bruxos em cima deles, afinal aquela era a primeira vez em quase um mês que os três estavam juntos novamente...


 


Mas o moreno apenas ignorou os olhares enquanto se sentava a mesa da grifinória e se concentrava no café da manhã e nas duas mentes poderosas que invadiam a sua vendo apenas o que ele deixava que os dois bruxos vissem.


 


Harry somente queria imaginar a cara de Dumbledore e Snape no dia em que eles descobrissem que estavam sendo enganados por um adolescente, somente esse pensamento foi capaz de deixar a manhã de Harry bem mais animada, o moreno estava tão feliz que estava sorrindo alegremente quando se dirigiu para as aulas daquele dia...


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PARTE II


 


 


Os dias que se seguiram aquela quarta-feira foram extremamente puxados para Harry e seus amigos, mas principalmente para Rony Weasley que ainda estava começando os treinamentos e não conseguia acompanhar o ritmo que os outros já haviam estabelecido e inclusive o ruivo estava com um físico pior do que Neville estivera quando eles haviam começado aquela cessão diária de treinamentos mais de duas semanas antes.


 


Cada vez que eles terminavam a cessão de treinamentos físicos o moreno precisava dar uma Poção Revitalizante para o ruivo que parecia que morreria a qualquer momento sempre que terminava a cessão de musculação.


 


Por isso no final de semana o moreno de olhos verdes pegou pesado com o ruivo e fez com que ele treinasse por muito mais tempo do que os outros, tanto no sábado como no domingo, afinal o moreno sabia que o amigo precisava pegar um ritmo físico para poder acompanhar os outros ou então ele ficaria muito para trás visto que Harry já estava aumentando o ritmo dos treinamentos tornando-o mais puxado e intenso.


 


Os dois perderam praticamente todo o final de semana dentro da Sala Precisa treinando exaustivamente, mas no final valeu a pena e quando chegou a parte da noite quando eles se reuniram novamente na Sala Precisa para a parte do treinamento mágico onde eles veriam o primeiro livro que ele pedira para que todos o tivessem na ponta da língua, Rony já estava bem melhor fisicamente e Harry tinha certeza que ele não ficaria muito mais para trás e a partir daquele dia as coisas aconteceriam de maneira natural.


 


Harry havia dito para Rony que eles iriam treinar a parte mágica também e mostrou o próprio monte de livros que seriam do ruivo para ele ler, felizmente o ruivo havia encontrado tempo o suficiente para ler o livro de Defesa Contra as Artes das Trevas do primeiro ano.


 


Naquele livro eles encontraram apenas um repertorio incansável de feitiços de defesa e de ataque para serem utilizados caso encontrassem algumas determinadas criaturas das trevas ou não, na verdade eles não encontraram verdadeiros desafios naqueles feitiços uma vez que todos eles já tinham estudado aquela matéria antes, mas Harry não havia passado aquela parte do treinamento por causa dos feitiços, ele havia feito os amigos lerem os livros porque eles eram bastante instrutivos e o conhecimento podia ser uma arma extremamente poderosa.


 


Enquanto se levantava da cama naquela segunda-feira depois do primeiro domingo de treinamento mágico que ele e os amigos haviam tido o moreno de olhos verdes subitamente lembrou-se da saída que ele fizera no sábado depois do almoço.


 


Flashback


 


Harry acabara de sair do Salão Principal depois de ter almoçado em completo silêncio, ele apenas murmurou uma desculpa qualquer para os amigos antes de dizer que precisava dar uma volta sozinho e que o amigo o encontrasse as três horas dentro da Sala Precisa como eles haviam combinado para continuar o treinamento físico do ruivo.


 


O moreno retirou o Mapa do Maroto de dentro de suas vestes assim que virou o corredor a esquerda, afinal não estava muito interessado em ser descoberto saindo da escola escondido de tudo e de todos os professores e estudantes.


 


- Juro solenemente que não pretendo fazer nada de bom. – murmurou Harry apontando sua varinha para o pergaminho velho e amarelado e imediatamente linha e mais linhas começaram a se formar no papel que logo transformou-se em um perfeito mapa de Hogwarts, o moreno observou os caminhos que poderiam levá-lo para fora do castelo e os encontrou quase todos ocupados, exceto aquele que ele sabia que havia desabado dois anos atrás, olhando com mais cuidado lembrou-se de uma passagem secreta próximo das masmorras do castelo que levaria ele direto até o norte da Floresta Proibida, exatamente as margens do povoado de Hogsmeade, aquela passagem secreta não estava demarcada no Mapa do Maroto e o moreno duvidava que mais alguém soubesse sobre ela, ele próprio a descobrira apenas em seu último ano em Hogwarts enquanto estava em uma detenção com o Zalador Argus Filch. – Vamos as masmorras então.


 


O moreno caminhou rapidamente pelos corredores do castelo sempre verificando o Mapa do Maroto e utilizando seus poderes para rastrear qualquer um que pudesse estar por perto, mas seu caminho foi levemente tranqüilo até as masmorras, apenas teve de escapar do próprio zelador e de sua gata irritante por uma vez.


 


Harry passou rapidamente pelo local onde ficava a Sala de Poções e dirigiu-se diretamente para uma das antigas masmorras que estava abandonada a algum tempo, o moreno adentrou fundo naqueles aposentos úmidos e escuros até que encontrou o corredor que estivera buscando, passando a caminhar um pouco mais apressadamente e depois de verificar a posição de cada um dos professores dentro do castelo e se certificar de que estava sozinho o moreno foi até uma tapeçaria de aparência desgastada e a afastou da parede revelando uma pequena porta de madeira acinzentada com entalhes de uma cobra no centro.


 


- Salazar Slytherin. – sibilou o moreno de olhos verdes na língua das cobras fazendo um clique alto soar um segundo antes da porta simplesmente se abrir revelando um corredor escuro e levemente úmido.


 


Harry havia cogitado a possibilidade daquele local ter sido enfeitiçado pelo próprio Voldemort, mas descartara essa idéia pelo simples fato do Lorde das Trevas nunca ter usado aquela passagem secreta para invadir Hogwarts, afinal por meio dela Voldemort poderia invadir Hogwarts e quando finalmente alguém descobrisse sobre isso já seria tarde demais para evitar o domínio do Lorde das Trevas e então ele poderia ter seu tão adorado castelo para ele.


 


Então o moreno havia percebido que aquele local deveria ter sido feito pelo próprio fundador da casa das serpentes, afinal era uma maneira de sair de Hogwarts sem que qualquer outro descobrisse e um dia se ele quisesse poderia invadir Hogwarts para tomá-la totalmente para si próprio, o que o moreno sabia que não acontecera apenas pelo fato de Godric Griffyndor ter encontrado Salazar Slytherin em uma batalha fora de Hogwarts e o ter matado logo depois.


 


Balançando a cabeça e jogando seus pensamentos para as profundezas de sua mente o moreno adentrou o túnel escuro e em seguida fechou a porta enquanto sacava sua varinha e murmurava o feitiço de iluminação que passou a mostrar o caminho a sua frente.


 


Harry finalmente conseguiu atravessar o túnel depois de quase vinte minutos caminhando pelo interior escuro e sombrio, mesmo com um pouco de dificuldade o moreno conseguiu sair pelo final da passagem secreta que era embaixo de uma enorme rocha, do lado de fora era impossível de saber que havia uma entrada naquele local, apenas quem a conhecia poderia encontrar a abertura para entrar na passagem.


 


Depois que o moreno percebeu a leve sujeira que havia em suas roupas ele apontou a varinha para si próprio e murmurou um feitiço de limpeza antes de usar um feitiço de transfiguração para modificar suas roupas e transfigurando um sobretudo verde musgo com capuz por cima de suas roupas, afinal não estava nem um pouco interessado em ser reconhecido por alguém estando fora de Hogwarts, principalmente naquele momento.


 


Harry também sabia que o Ministério da Magia jamais conseguiria detectar que fora ele quem estivera utilizando magia a poucos instantes atrás, afinal ele estava próximo a uma escola bruxa onde encontravam-se mais de mil e duzentos estudantes, além de menos de cem metros estar o inicio do povoado bruxo de Hogsmeade.


 


Haviam muitos bruxos ao redor deles para que eles pudessem sequer pensar em se tratar de um estudante utilizando magia, quanto pior aparatando, que foi exatamente o que o moreno de olhos verdes fez no momento seguinte.


 


Ele apareceu em um beco do outro lado da rua de onde ficava o Caldeirão Furado, em seguida Harry saiu do beco escuro e atravessou a rua encaminhando-se em direção de onde ficava a entrada para o Caldeirão Furado que estava da mesma maneira que ele se lembrava da época em que estivera naquele local.


 


O Caldeirão Furado continuava sendo um barzinho repleto de sujeira e mal cuidado, o moreno sabia que muitas pessoas nem mesmo reparavam que aquele bar existia, as pessoas passavam apressadas pela frente do bar e nem sequer olhava em direção do bar, os trouxas nem mesmo se fixavam no Caldeirão Furado, eles olhavam da livraria que ficava de um dos lados do bar até a loja de discos que encontrava-se do outro lado do Caldeirão Furado, o moreno nem mesmo precisou se concentrar para saber que havia um feitiço que repelia os trouxas naquele local.


 


Ignorando completamente esse pequeno fato Harry adentrou o interior do bar encontrando-o exatamente como se lembrava de antes das coisas mudarem radicalmente no mundo da magia, o Caldeirão Furado estava muito escuro e parecia um local miserável, o moreno de olhos verdes observou algumas bruxas velhas sentadas em uma das mesas no canto do bar enquanto bebiam algo que lembrava muito a pequenos cálices de xerez, estreitando os olhos para uma delas que fumavam um longo cachimbo o moreno lembrou-se vagamente de já tê-las visto naquele mesmo local em algum lugar de seu passado, mas balançou a cabeça e começou a se encaminhar rapidamente para os fundos do bar.


 


Havia alguns homens mal vestidos sentados em outra mesa próximos ao balcão onde Tom estava limpando o balcão e olhando esperancosamente para o moreno, que percebeu que ele esperava que fosse um novo cliente, mas Harry apenas ignorou a expectativa do bruxo e seguiu para os fundos do bar em silêncio.


 


Quando o moreno chegou na parede de tijolos aproximou-se rapidamente enquanto contava os tijolos e batia a ponta de sua varinha em cada um deles, mal o moreno terminou de tocar os tijolos e um deles começou a estremecer e em seguida torceu ficando de lado, então no centro apareceu um pequeno buraco que foi se alargando cada fez mais, pouco mais de um segundo depois o moreno se viu novamente diante daquele tão conhecido arco que era maior inclusive do que seu amigo meio gigante Hagrid, o arco abria-se para a rua de pedras irregulares que serpenteava e desaparecia de vista fazendo uma curva, estava de volta no tão conhecido Beco Diagonal.


 


Enquanto Harry atravessava o arco e entrava nas ruas do beco diagonal o arco pelo qual havia acabado de passar começou a se fechar e solidificar-se até se tornar novamente um muro de tijolos maciços. O sol estava alto naquele momento, mesmo que o dia estivesse levemente frio desde que o mês de novembro estava chegando ao fim.


 


A loja mais próxima de Harry era uma de caldeirões para poções, como ele bem lembrava havia de todos os tipos e de todos os tamanhos, um misto de saudade e nostalgia infiltrou-se por dentro do moreno ao tempo em que observava as mercadorias e as lojas enquanto andava pela rua mais movimentada que ele já vira em sua vida.


 


O Beco Diagonal do futuro era completamente diferente daquele local que parecia exalar magia por todos os poros, aquele mesmo beco fora completamente destruído em um ataque efetuado por Voldemort e seus comensais da morte e quando ele fora reconstruído depois da guerra, tudo fora modificado e alterado, o Beco Diagonal nunca mais voltou a ser o mesmo, pelo menos não para o moreno de olhos verdes que nunca mais sentiu satisfação ao entrar naquelas ruas repletas de lojas de todos os tipos de coisas.


 


Quando o moreno passou em frente a Loja de Quadribol viu um exemplar de sua Firebolt, um sorriso discreto curvou os lábios de Harry ao pensar na possibilidade de voltar a voar o mais rápido possível, ele faria questão de voar nem que fosse dentro da Sala Precisa.


 


Um sorriso friamente perverso curvou os lábios de Harry no momento em que divisou o enorme edifício braço que erguia-se imperiosamente acima das lojinhas mais próximas, estava na hora de dar o primeiro embate verdadeiro desde que “voltara” e os duendes do Banco Gringottes iriam se arrepender se não lhe respondessem sinceramente suas questões porque ele conhecia as respostas para aquelas perguntas.


 


Um sorriso ainda maior curvou os lábios de Harry quando ele divisou o duende imponente que estava usando um uniforme vermelho e dourado que estava parado em frente as portas de bronze especialmente polidas.


 


Enquanto o moreno subia os degraus de pedra branca até a entrada do banco, observou exatamente como era o duende, ele tinha uma cara espessa, escura e de aparência inteligente, tinha uma barba que se afinava em ponta, as mãos e os pés eram muito compridos. O duende cumprimentou o moreno com uma reverência quando ele adentrou pelas portas de bronze e em seguida encontrou um outro par de portas onde havia gravado a frase que ele tão bem conhecia.


 


 


Entrem, estranhos, mas prestem atenção,


Ao que espera o pecado da ambição,


Porque os que tiram o que não ganharam


Terão é que pagar muito caro,


Assim, se procuram sob o nosso chão,


Um tesouro que nunca enterraram,


Ladrão, você foi avisado,


Cuidado, pois vai encontrar mais do que procurou.


 


 


Harry sorriu de maneira sombria enquanto passava pelas portas de prata e entrava em um enorme salão onde dois duendes se curvaram em reverências antes de abrirem espaço para que ele passasse e entrasse no saguão de mármore polido.


 


O moreno observou a estrutura do banco naquele momento em que ficou parado por um segundo em frente ao saguão, havia cerca de cem duendes sentados em diversos baquinhos altos atrás de longos balcões, eles examinavam diferentes pedras preciosas com óculos muito parecidos com o que os joalheiros normalmente utilizavam, ao redor do salão haviam centenas de portas, eram demais para se contar e ainda tinha outros quantos duendes acompanhando as pessoas que entravam e saíam por essas mesmas portas.


 


Depois de analisar detalhadamente e da melhor maneira que conseguiu cada um dos bruxos presentes no interior do banco o moreno percebeu que não seria seguro falar sobre o que queria tendo Lucius Malfoy e outros bruxos puros sangues ouvindo sua conversa, por isso dirigiu-se até o duende mais distante da entrada que estava desocupado.


 


- Boa tarde. – cumprimentou para o duende que encontrava-se mais ao fundo do banco sendo um dos últimos no balcão. – Eu gostaria de retirar algum dinheiro do meu cofre, mas antes eu quero falar com o presidente desse banco.


 


- E posso saber o que o Senhor teria para falar com Rankock, Senhor Potter? – perguntou o duende de maneira firme e olhando carrancudo para Harry, o moreno nem mesmo comentou o fato do duende saber quem ele era exatamente, afinal de contas conhecia a magia que vinha dos duendes e sabia que descobrir disfarces era a principal habilidade daqueles baixinhos.


 


- Assuntos de negócios. – respondeu Harry em tom firme e determinado não deixando nenhuma margem para outras perguntas.


 


- Por aqui, Senhor Potter. – murmurou o duende em tom pensativo depois de ter ficado encarando Harry por mais de dois minutos, o moreno nem mesmo piscou porque sabia exatamente o que o duende estava tentando fazer, a magia deles era muito mais aperfeiçoada do que a dos bruxos e eles possuíam um talento natural para a legilimência.


 


O moreno seguiu o duende em silêncio por uma porta que encontrava-se praticamente camuflada logo atrás dos balcões onde os duendes estavam atendendo os bruxos, quando chegou a uma ante-sala o duende pediu para que o moreno esperasse por alguns instantes enquanto o próprio duende bateu em uma porta de madeira envernizada que havia do outro lado do aposento, depois de ouvir uma ordem de que poderia entrar o duende que atendera Harry adentrou na sala e ficou pó cerca de dois minutos em seu interior antes de sair novamente.


 


- Pode entrar Senhor Potter, o Mestre Rankock irá recebê-lo. – disse o duende fazendo uma curvatura de leve antes de se dirigir para a mesma porta pela qual haviam entrado naquele local, o moreno olhou com a sobrancelha erguida para a porta onde o duende havia saído antes de se virar e ir diretamente para a porta envernizada e entrar no aposento.


 


O interior da sala do presidente do banco era imensamente maior do que qualquer outra que Harry já tenha visto antes, incluindo a do próprio Ministro da Magia. Todo o aposento parecia refulgir a riqueza dos duendes, os móveis eram peças antigas e provavelmente bem caras também, mas o moreno concentrou-se mais na figura do presidente do Gringottes, o presidente do banco estava exatamente como ele lembrava-se, a mesma barba esbranquiçada e os mesmos olhos ferozes e negros, lembrou-se do dia em que estivera no Gringottes para receber sua verdadeira herança e o vira pela primeira vez, lhe parecera alguém bem perspicaz.


 


- Keltar disse que estava querendo conversar comigo, Senhor Potter. – disse Rankock com uma voz séria enquanto olhava para o moreno de olhos verdes que estava parado observando a sala, Harry nunca havia estado no interior daquele aposento e o achava fascinante. – Eu poderia saber em que eu poderia lhe ser útil, Senhor Potter?


 


- Eu vim tratar da minha herança, Senhor Hankock. – disse Harry encarando o duende diretamente nos olhos enquanto se concentrava no que viera fazer naquele local. – Quero meu verdadeiro cofre imediatamente.


 


- Eu não sei do que está falando, Senhor Potter. – disse Rankock com um cenho franzido de preocupação naquele instante, mas Harry abriu um pequeno sorriso desdenhoso enquanto abaixava o capuz que levava cobrindo seu rosto e então olhava diretamente para o duende, fazendo com que o mesmo pudesse observar seus olhos verdes e ferozes.


 


- Eu não esperava precisar passar por isso, Rankock. – murmurou Harry em tom sério e frio enquanto olhava para o duende.


 


- Isso o que Senhor Potter? – perguntou novamente o presidente do Gringottes olhando levemente preocupado para o moreno.


 


- Eu tenho certeza de que você sabe muito bem sobre o que eu estou falando, Rankock. – grunhiu Harry deixando que sua voz ficasse mais séria e gélida, adquirindo uma leve entonação mortal, fechando os olhos Harry conjurou de maneira não-verbal um feitiço de proteção ao redor da sala que protegeria aquela conversa tornando-a particular enquanto ele estivesse ali dentro, quando o moreno voltou a falar sua voz saiu praticamente em um rosnado baixo e ameaçador. – Sei muito bem o que vocês fizera e a mando de quem o fizeram, então não me venha com essa preocupação falsa de merda porque comigo não funciona.


 


- Eu não sei do que... – começou a falar Rankock novamente, mas foi cortado bruscamente pela voz seca do moreno.


 


- Sei muito bem que Lílian e Tiago Potter construíram uma das maiores fortunas desse planeta antes de morrerem, assim como sei também que ainda tenho um outro cofre que pertence a Família Potter a gerações, então não venha me dizer que aquele tesouro de merda dentro do cofre que vocês disseram que era meu seja uma das maiores fortunas do mundo. – o duende arregalou os olhos com as palavras do garoto a sua frente.


 


- Senhor Potter, eu não... – tentou falar novamente o duende, ele estava fazendo o possível para parecer inocente, mas o garoto já tinha completo conhecimento daqueles detalhes para se deixar enganar por um rosto confuso.


 


- Eu também sei que Lílian e Tiago Potter eram sócios de várias empresas trouxas e bruxas, além de serem donas de metade das propriedades do Beco Diagonal, sendo que em sua maioria elas estão alugadas, assim como sei que eles possuíam algumas empresas no mundo trouxa. – a voz de Harry trovejava ameaçadora naquela sala fazendo o presidente do banco se remexer levemente desconfortável em sua cadeira.


 


- Olha Senhor Potter... – o presidente do Gringottes foi novamente interrompido pelo moreno de olhos verdes que ergueu sua mão direita apontando-a para o duende que imediatamente começou a flutuar antes de ser prensado contra a parede diretamente a suas costas, naquele momento Rankock estava com os olhos esbugalhados de medo.


 


- Escute aqui Rankock, já cansei de ouvir você negar o que fez. – disse Harry em tom gélido sem nem mesmo se mover do local onde estava, mas sua mão continuava apontada para o duende que fazia força para se soltar do feitiço. – Sei muito bem que Dumbledore fez um acordo com vocês para que vocês ficassem com minha fortuna, aposto como ele ofereceu trinta por cento de toda a fortuna dos Potter para vocês.


 


- Como...? – perguntou Rankock chocado com as palavras do garoto, mas calando-se em seguida ao perceber que estava se entregando.


 


- Agora sim estamos chegando em algum lugar. - disse Harry abrindo um sorrido divertidamente perverso nos lábios, sorriso que assustou o presidente do Gringottes que estava tentando a todo custo se libertar daquela estranha “força” que o estava prendendo, mas nem utilizando toda sua habilidade mental ou a magia que conhecia ele estava obtendo êxito em se soltar daquele forte pressão. – Como eu disse, sei muito bem a proposta que o velhote do Dumbledore fez para você, mas fique sabendo que ele nunca poderá se apossar do cofre dos Potter, simplesmente porque ele não tem a chave e nem nunca ira encontrá-la.


 


- Como sabe que ele não a encontrará ou quem sabe até mesmo já a encontrou? – perguntou Rankock olhando pela primeira vez com curiosidade para o bruxo parado a sua frente, afina não eram muitos bruxos que podiam fazer magia sem varinha daquela maneira, ainda mais um bruxo de quatorze anos de idade.


 


- Ele nunca vai encontrar a chave simplesmente porque ela já está comigo. – respondeu Harry em tom frio olhando desdenhosamente para o duende, em pensamento o moreno desdenhou dos duendes, afinal nunca descobriram a maneira como os Potter adentravam em seus cofres, eles jamais precisaram de um chave, pois a única maneira de entrar nos cofres da família era utilizando o próprio sangue de um verdadeiro Potter. Agora, ou você me diz quais são os meus cofres e manda um outro duende me levar até eles ou então eu vou fazer churrasco de duende antes de entrar com um processo contra o Baco Gringottes para conseguir minha fortuna de volta, com um ótimo bônus adicional da multa que vocês terão de me pagar por terem compactuado na tentativa de roubar minha fortuna. Ou então eu poderia por a baixo todo esse banco e então pegar todas as fortunas existentes em todos os cofres das famílias bruxas...


 


Nesse momento os olhos verdes de Harry escureceram a tal ponto de ficarem completamente negros, um negro selvagem e bestial que assustou Rankock de tal maneira que ele começou a literalmente tremer de medo, mas nada o preparou para a sensação seguinte quando uma aura negra começou a circular o corpo do garoto a sua frente, a primeira coisa que veio a mente do presidente do banco foi que aquele garoto era demoníaco, somente aquela aparência macabra seria capaz de matar qualquer um de susto, mas então toda a sala de Rankock começou a tremer fortemente, ele viu sua mesa se mover sozinha devido a intensidade do poder que o garoto deixava a mostra, então tudo parou e voltou ao normal, até mesmo o garoto já não tinha mais a aura o circulando e os olhos haviam voltado para o habitual verde esmeralda.


 


- Tudo bem, eu confesso. – gritou Rankock com a voz tremendo e no momento seguinte ele sentiu-se livre da magia que o estava prendendo a parede e então caiu pesadamente no chão, olhou para suas mãos e percebeu que elas estavam tremendo. – Dumbledore nos procurou logo depois que seus pais foram atacados por Voldemort e me ofereceu esse acordo, confesso que estava muito tentado a aceitar logo de cara, mas relutei por algum tempo, mas no final ele acabou me convencendo de que seria muito lucrativo e proveitoso para todos nós. Você não ficaria desamparado e teria um cofre com uma pequena fortuna para suas necessidades, eu ficaria com trinta por cento de todo o total que existe em seus cofres e Dumbledore ficaria com o restante.


 


- Dumbledore nunca conseguiria se apossar dos meus cofres, nem ninguém jamais poderia adentrar neles, apenas um verdadeiro Potter ter permissão de fazer isso. – disse Harry calmamente enquanto olhava para o duende sentado no chão.


 


- Isso agora não importa mais. – disse Rankock levantando-se do chão e se sentando novamente em sua cadeira.


 


- Vamos fazer da seguinte maneira Rankock, eu vou começar a usar meus verdadeiros cofres a partir de agora, mas você não vai falar para ninguém que eu vim até aqui e reclamei a posse deles. – disse Harry em tom sério olhando para o presidente do banco que nesse momento o encarava sem compreender o que ele queria dizer. – Deixe aquele antigo cofre ainda em aberto que eu vou utilizá-lo sempre que precisar, mas não mencione para ninguém sobre o Cofre da Família Potter, deixe que Dumbledore pense que ainda pode tomar posse do que é meu, quero que ele descubra a verdade apenas quando for tarde demais. Além do mais, eu garanto a você que vou triplicar minha fortuna dentro desse banco e com isso você irá lucrar uma verdadeira fortuna...


 


- Se você quer dessa maneira... – murmurou Rankock balançando a cabeça em assentimento antes de bater em um sino pequeno que havia em sua mesa, em menos de dez segundos um outro duende adentrou a sala do presidente do Gringottes. – Darius, leve o Senhor Harry Potter até os cofres da Família Potter.


 


- Sim senhor. – assentiu o duende que havia acabado de entrar fazendo uma reverência para o presidente do banco antes de fazer outra para o moreno de olhos verdes antes de apontar para a porta. – Por aqui, Senhor Potter.


 


- Nos vemos Rankock. – murmurou Harry balançando a cabeça em direção ao presidente do Gringottes antes de sair pela porta seguindo o outro duende chamado Darius.


 


Chegaram em frente a uma outra porta semi-oculta que o duende abriu e ficou segurando enquanto esperava o moreno de olhos verdes passar, encontrando-se em seguida com uma longa passagem estreita de pedra que era iluminada por archotes chamejantes, mas Harry também percebeu que aquela não era uma das entradas habituais que os outros duendes utilizavam para levar os bruxos até seus devidos cofres.


 


A passagem estreita tinha uma descida levemente íngreme acabando em variados e pequenos trilhos, mal entraram no local e Darius assobiou fortemente e então um vagonete disparou dos trilhos em direção de onde o duende se encontrava, Harry não precisou de mais nenhum incentivo para embarcar em cima do vagonete depois que o pequeno duende subiu a bordo.


 


Mal aquele vagonete começou a se movimentar e ele adquiriu alta velocidade passando por um labirinto de passagens cheias de curvas que mal davam para serem divisadas pelo moreno de olhos verdes, mas ele conseguiu memorizar o caminho mesmo não conseguindo observar todos os detalhes do local, conforme eles andavam pelos trilhos o ar ficava cada vez mais frio, então de repente eles mergulharam bem fundo nas passagens subterrâneas depois de terem passado por um enorme lago repleto de rochas pontiagudas no teto.


 


De repente o vagonete começou a diminuir de velocidade até que finalmente parou ao lado de uma porta estreita na passagem, em seguida o duende saltou para a passagem sendo seguido imediatamente por Harry que observou a maneira como o duende adentrava pela passagem e parava exatamente no local onde ficava o final da mesma e onde começava um escuridão sem fim, nem mesmo Harry usando seus poderes de rastreamento conseguiu divisar alguma coisa no meio de toda aquela escuridão a frente deles.


 


- Os cofres da Família Potter ficam logo a frente, meu senhor. – Darius disse com a voz baixa enquanto se virava para olhar para a figura do moreno de olhos verdes que devolveu um olhar intensamente frio ao duende. – Nós não temos permissão para passar daqui, a partir desse momento o Senhor precisa seguir sozinho. Estarei esperando pelo Senhor.


 


Harry murmurou um agradecimento em tom praticamente inaudível enquanto começava a caminhar pela passagem e adentrava a escuridão a sua frente, como já estivera ali dentro uma vez não se preocupou muito com o que encontraria, pois sabia que a porta de entrada do cofre estava a cerca de quinze metros a sua frente, lembrava-se muito bem da primeira vez que fora até aquele local, estava completamente receoso com o que encontraria e descobriria naquele lugar, embora naquela vez ainda estivesse surpreso por ter descoberto que tinha tanto dinheiro e nem mesmo sabia, o que o deixara com um ódio mortal de Dumbledore depois que ficara sabendo o acordo que o velhote havia proposto aos duendes do Gringottes.


 


Conforme o moreno andava pela escuridão alguns archotes começaram a se acender através do corredor, em um flash lembrou-se do pulo de susto que dera quando o primeiro archote se acendera quando visitara seu cofre pela primeira vez a tanto tempo atrás, mas mesmo com as tochas acesas não era possível se enxergar muita coisa naquela escuridão.


 


Como sabia o que o esperava o moreno não precisava ser tão cuidadoso enquanto caminhava mesmo com o túnel estar cheio de pedras com cortes estranhamente toscos e desnivelados, a superfície era levemente irregular, conforme o moreno avançava ele precisou virar em uma espécie de curva para a esquerda, mais archotes acendiam-se conforme Harry andava enquanto todos aqueles archotes que Harry deixara para trás se apagavam logo depois dele ter passado por eles, o corredor era levemente úmido e o ar era rarefeito devido a profundidade em que se encontravam nas profundezas da terra embaixo de Londres.


 


Alguns passos depois Harry entrou em um grande e amplo salão de pedra, mas mal pode observar o que havia ao redor do local, pois os dois archotes as suas costas se apagaram e mais nada acendeu-se a sua frente, o moreno sabia que não adiantava ele tentar utilizar magia para ver alguma coisa, pois a magia não funcionaria naquele local.


 


- Eu sou Harry Tiago Potter, filho de Lílian e Tiago Potter. – proclamou Harry em voz alta e firme fazendo com que uma claridade instantânea surgisse ao redor do enorme salão, as pedras eram batidas e haviam figuras entalhadas em cada uma delas, mas o moreno não se prendeu a nenhuma delas visto que já as conhecia de cor e então segui diretamente para a porta vermelha escarlate que havia no fundo do salão.


 


Havia uma serpente prateada entalhada na porta vermelha escarlate, o moreno se aproximou da porta de madeira envelhecida e então retirou uma pequena faca de caça que ele havia transfigurado ainda em Hogwarts e cortou sua mão esquerda de um lado a outro na palma, em seguida encostou a palma da mão exatamente na boca da cobra.


 


No momento seguinte foi como se duas presas extremamente afiadas houvessem se fincado na mão de Harry e estivessem sugando-o avidamente, o moreno sabia que aquele era um pequeno efeito colateral que precisava sofrer para ser reconhecido como o verdadeiro herdeiro da família Potter, Harry sabia que naquele momento ele estava sendo radiografado não apenas no sangue, mas também nas profundezas de sua alma.


 


Durou pouco mais do que alguns segundos, mas para o moreno passou-se como se fosse uma hora inteira devido ao desgaste que aquela ação lhe causara, por isso quando finalmente sua mão foi “liberada” pelas presas da cobra o moreno caiu sentado no chão enquanto respirava com um pouco de dificuldade, lembrava-se muito bem daquela sensação, parecia inclusive que havia sido no dia anterior que ele sentira aquela mesma vertigem.


 


Mas a atenção do moreno voltou-se para a porta de madeira quando ela começou a brilhar fortemente chegando ao ponto de Harry precisar fechar os olhos devido a intensidade da luz, mas quando passou ele pode ver finalmente a entrada para um gigantesco salão circular, o moreno lembrava-se muito bem do interior daquele local.


 


Sorrindo Harry levantou-se do chão e atravessou a porta que fechou-se as suas costas, mas o moreno não estava se importando muito com aquele fato naquele momento, na verdade estava com um sorriso estampado nos lábios por poder finalmente ver aquele tesouro novamente, até mesmo parecia que ele o estava vendo pela primeira vez, embora tecnicamente falando ele realmente estivesse entrando no Cofre dos Potter pela primeira vez em sua vida.


 


O salão era completamente circular e era feito de pedra maciça, embora diferentemente das pedras que existiam no corredor até ali aquelas eram muito bem recortadas e inclusive envernizadas pelo que ele sabia, apresentando assim uma superfície incrivelmente lisa.


 


A iluminação brilhante havia simplesmente desaparecido e o que iluminava o enorme cofre eram dezenas de archotes espalhados por todos os lados do imenso aposento, havia tochas também no alto das paredes e próximos ao teto.


 


Haviam várias portas espalhadas pelas laterais das paredes, a maioria delas era de madeira maciça e possuíam alguns desenhos entalhados em sua superfície, mas três portas destacavam-se, pois cada uma era feita por um metal diferente, uma delas era de bronze, outra de ouro e ainda havia uma terceira de prata.


 


Harry sabia exatamente o que encontrar nessas três portas, cada uma delas representava uma das moedas utilizadas pelos bruxos e o moreno nem mesmo precisava abrir aquelas portas para saber que cada uma delas era do tamanho do campo de quadribol que havia em Hogwarts e que estavam repletos de moedas, montanhas e mais montanhas completamente empilhadas e enfileiradas, cada uma daquelas salas continha uma fortuna praticamente incalculável.


 


O moreno começou a caminhar para a esquerda da Sala Circular que lembrava a Harry a sala de mesmo formato que havia no Departamento de Mistérios do Ministério da Magia, o moreno adorava aquele ar de mistério e suspense que havia naquele local, a primeira porta que o moreno passou tinha um livro entrelaçado com um pergaminho entalhado na madeira da porta, o moreno empurrou a porta que abriu-se com um leve rangido revelando seu interior para Harry.


 


A sala que revelou-se diante de Harry era de tamanho retangular, o chão daquele aposento era de um granito intensamente liso e polido embora fosse negro como a noite, as paredes e o teto aparentavam serem feitas de ouro puro, pois emitiam um brilho muito fugaz. O lado direito da sala estava completamente tomado de prateleiras de madeira envernizada e pintada em vermelho escuro, cada uma dessas prateleiras continhas diversas pastas de cores e tamanhos diferentes, algumas outras estantes possuíam algo que lembrava muito os livros, mas que o moreno sabia serem cadernetas de contabilidade.


 


Enquanto o moreno adentrava o aposento olhou de relance para dois quadros do lado frontal da parede onde estavam retratados duas pessoas em tamanho real, o casal encontrava-se um ao lado do outro sendo que havia uma outra tapeçaria em verde e prata do lado esquerdo dos quadros, por um segundo o moreno desviou seus olhos encarando as duas pessoas no quadro.


 


O primeiro dos quadros representava uma mulher que era belíssima e tinha os cabelos loiros que brilhavam como se estivesse debaixo de um sol imponente e chamejante, os olhos dela eram de um azul límpido e quase transparente enquanto um sorriso quente e acolhedor iluminava as feições da mulher, os olhos azuis demonstravam uma bondade sem fim e as roupas eram antigas denunciando que ela tinha vivido a aproximadamente mil anos atrás, mas o moreno de olhos verdes podia sentir o poder que exalava daquela mulher inclusive sendo apenas um quadro, havia uma leve aura amarelada circulando o corpo da bruxa mostrando claramente que ela não era nem um pouco indefesa, havia também uma adaga esverdeada presa em sua cintura. Sob a moldura do quadro era possível divisar o nome da mulher: Isabella.


 


Aquele era um nome bonito e imponente, pensou Harry. Aquela era sua antepassada, uma das primeiras para falar a verdade, visto que sua família tinha mudado o nome para poderem viver em paz sem o perigo de serem caçados pelos inimigos. Harry também sabia que a Arvore Genealógica de sua família começava com aquele casal justamente por causa do enorme poder que seu ancestral possuía, ainda mais porque tinha sido filho de trouxas e jamais admitiria aquilo em voz alta para ninguém, com exceção da própria mulher.


 


O quadro do homem era imponente, os cabelos negros caiam de forma majestosamente autoritária até a altura dos ombros dele e os olhos de um azul cobalto que Harry nunca havia visto antes a não ser naquele quadro possuíam a profundidade do mar, as feições daquele homem eram duras e frias deixando incomodado qualquer um que recebesse o escrutínio daquele bruxo, havia um cinismo e uma astúcia sem igual no semblante daquele homem, mas aqueles olhos frios escondiam o incrível mago que ele fora um dia.


 


No quadro ele estava trajando uma armadura prateada com detalhes em verde intenso, sobre os ombros tinha uma capa verde musgo pela parte de fora e preta pela parte interior, na cintura dele o moreno viu uma espada embainhada, uma adaga de cabo curto e também uma varinha enegrecida, todas elas colocadas em um cinto de couro negro. A aura verde escura que circulava o bruxo mostrava que ele com certeza fora um dos maiores bruxos não apenas de sua época, como de todos os tempos. Mesmo com todos os defeitos e deslizes que aquele bruxo cometera em sua vida, Harry tinha orgulho de saber que era descendente daquele homem.


 


O moreno desviou seus olhos dos dois quadros e da tapeçaria de sua família e se dirigindo para onde encontravam-se os documentos, aquela sala era especialmente feita para portar todos os documentos referentes a Família Potter, desde certidões de nascimento, que o moreno sabia serem as que estavam nas estantes do lado direito da sala, documentos trouxas que os membros da família que haviam morrido por ventura tivessem adquirido, mas aquela sala era principalmente para guardar qualquer documento referente as empresas que pertenciam aos Potter, desde contratos de aluguéis, escrituras de imóveis ou propriedades que agora pertenciam única e exclusivamente a Harry, que era o último Potter que ainda estava vivo.


 


O moreno ignorou os documentos referentes aos membros de sua família que já estavam mortos e dirigiu-se para as estantes onde encontravam-se todos os documentos e papéis referentes as propriedades e empresas que ele possuía, Harry sabia que os documentos de seus pais encontravam-se naquele local, mas não tinha tempo para sentimentalismos naquele momento, por isso decidiu se concentrar no que era mais importante naquele instante.


 


Depois de vasculhar por alguns minutos o moreno encontrou as escrituras que estivera procurando, duas propriedades que pertenciam integralmente aos Potter, a primeira se tratava de uma loja no Beco Diagonal que naquele momento era de um boticário, mas que o moreno sabia que fecharia até a metade do ano seguinte, a segunda escritura pertencia a um enorme castelo na Escócia do qual ele era dono e do qual pretendia fazer uso muito em breve.


 


Ali também encontravam-se as escrituras do local onde ficava o Hospital Saint Mungus que o moreno tinha conhecimento de que fora doado por um de seus antepassados, embora ele não pudesse reaver aquele local para ele próprio, ele tinha o direito legal de gerenciar as doações e todo o capital financeiro que entrava e saía dos setores do hospital, que o moreno havia descoberto certa vez que era um pouco corrupto, sendo que um pouco da verba anual que o hospital recebia era desviada pelo atual administrador que era ninguém menos do que Lucius Malfoy, mas em breve o moreno daria um jeito naquela situação.


 


Harry sabia que era dono inclusive de algumas lojas da Travessa do Tranco, mesmo que nada daquilo estivesse realmente associado ao nome da Família Potter, todas as lojas tinham contratos com uma empresa imobiliária bruxa, que por algum acaso pertencia a eles, embora o nome da família realmente não entrasse em nenhum contrato.


 


Não tendo mais nada para fazer no interior daquela sala o moreno de olhos verdes dirigiu-se para a saída e em seguida adentrou na porta seguinte que tinha jóias entalhadas na porta, o local era simplesmente impressionante, mesmo já tendo estado inúmeras outras vezes naquela mesma sala o moreno sempre se surpreendia com o lugar.


 


Balcões e mais balcões repletos de jóias estavam espalhados por toda a sala que tinha o tamanho do Salão Principal de Hogwarts, o moreno já havia estado antes naquele local e por isso conhecia cada uma das jóias que estavam ali dentro, desde o balcão que tinha apenas anéis de todos os tipos até o balcão que estava repleto de colares e gargantilhas. Mas Harry ignorou as preciosidades que tinham naqueles balcões, um dia ele levaria Gina até aquele cofre para que ela escolhesse algumas jóias para ela, ou então ele mesmo as daria para a ruiva, uma por dia, pensou Harry com um sorriso sonhador nos lábios ou poderia muito bem mandar fazer outras jóias para Gina, afinal dinheiro ele tinha de sobra e jamais precisaria se preocupar com isso.


 


Balançando a cabeça e saindo de seus devaneios o moreno dirigiu-se diretamente até os fundos daquela sala onde estava uma das coisas que ele fora procurar aquele dia, uma espécie de balcão negro estava em uma espécie de um pequeno altar.


 


Quando se aproximou o moreno pode observar melhor o que havia em cima daquele balcão, os objetos que ele sabia que Alvo Dumbledore tanto cobiçava e que procurava incansavelmente a tantos anos, além é claro das Relíquias da Morte que o diretor também caçava e procurava, Harry sabia que Dumbledore somente não sabia onde a Pedra da Morte estava, por que a Varinha já estava com ele e o diretor sabia da Capa que estava com Harry.


 


Em sua frente Harry via alguns objetos que ele próprio utilizara no futuro, naquele balcão encontravam-se uma varinha enegrecida, uma luva de duelo feita de couro de dragão enegrecida com uma serpente prateada e dourada afixada em suas costas, uma adaga e uma espada completavam o quadro. As armas de seu antepassado, faltava apenas a armadura que ele utilizara durante sua vida e isso o moreno sabia que encontrava-se na sala de arsenal.


 


Harry pegou apenas a varinha enegrecida das armas que estavam em cima do balcão, afinal ele pretendia fazer uma pequena excursão durante suas férias escolares e não poderia usar magia com sua varinha normal, em breve o moreno também iria voltar ao Gringottes para pegar o restante daquelas armas.


 


O moreno saiu daquela sala logo depois de ter depositado a varinha enegrecida em um dos bolsos no interior do sobretudo que ele havia conjurado por cima de suas roupas, então Harry entrou na sala onde havia um monte pequeno de livros entalhado na porta de madeira.


 


Quando entrou naquela sala o moreno encontrou o aposento que tinha o dobro do tamanho do Salão Principal de Hogwarts, aquele aposento estava repleto de estantes cheias de livros, ali encontrava-se uma verdadeira biblioteca, cem vezes maior que a que existia em Hogwarts, o moreno sabia que aquela era a maior biblioteca particular do mundo, mas principalmente por que os livros que haviam no interior daquela sala eram raros e antigos, muitos daqueles exemplares vinham inclusive da época do próprio Merlin.


 


Harry retirou uma moeda de bronze que encontrava-se no seu bolso e então murmurou um feitiço de transfiguração transformando a moeda em uma mochila preta muito parecida com a mochila que ele havia transfigurado quando estava copiando os livros que haviam na Seção Restrita da Biblioteca de Hogwarts.


 


Harry lera aquela biblioteca de um lado ao outro, conhecia cada um daqueles livros e os assuntos que a maioria deles tratava, embora houvesse alguns que ele descartara depois de perceber que o assunto não o interessava, por isso dirigiu-se para as estantes que ele sabia onde estavam os volumes que ele queria levar.


 


Entre os principais exemplares que o moreno pegou antes de sair daquela biblioteca estavam os mais importantes como: “Oclumência – Uma Arte Obscura”, “Os Poderes da Mente – Os Maiores Mistérios da Oclumência e da Legilimência”, “A Arte da Legilimência”, “Protegendo Sua Mente” e “Aparatando em Todas as Situações”.


 


Aqueles eram os exemplares que ele estava precisando para que seus amigos pudessem aprender oclumência e legilimência com mais eficácia e mais rápido, além é claro do moreno ter pegado alguns outros livros que abordavam o mesmo assunto sendo que esses eram para aqueles que eram iniciantes na arte da mente.


 


Sem querer ficar muito mais tempo no interior daquela biblioteca o moreno saiu da sala e dirigiu-se a seguinte porta dentro da Sala Circular e encontrando entalhado na porta de madeira um escudo com duas espadas cruzadas.


 


Como o moreno não estava muito interessado em pegar nenhuma daquelas armas ainda passou direto até a ultima porta que existia naquele cofre, a porta tinha entalhado algumas pedras de diferentes cores e tamanhos deixando claro que aquela sala servia como uma espécie de estoque para metais preciosos e de imenso valor.


 


O moreno abriu a porta e adentrou aquela sala encontrando um local três vezes maior que a Sala Comunal da Grifinória, aquela sala estava repleta de metais preciosos de todos os tipos e tamanhos, desde safiras, rubis, ouro, prata, diamantes, e muitos outros metais preciosos, cada um deles estava separado em pilhas enormes e em grande quantidade. Rapidamente Harry dirigiu-se até o monte de pedra de safira e pegou uma de tamanho levemente razoável, afinal não queria nada extravagante para dar de presente a ruiva.


 


Antes de sair o moreno lembrou-se que precisava de um pouco de dinheiro bruxo e por isso adentrou na sala de porta dourada onde encontravam-se os galeões e então encheu dois saquinhos com moedas, aquele dinheiro era suficiente para cinco anos escolares em Hogwarts, mas ele pretendia usar o dinheiro em breve.


 


Logo depois disso Harry saiu da Sala Circular entrando novamente no corredor que o levara até seu cofre, o moreno ouviu um barulho seco e quando virou-se novamente percebeu que a porta do cofre havia se fechado novamente.


 


Com a mochila firmemente presa em seu ombro o moreno encaminhou-se novamente pelo corredor escuro fazendo com que os archotes se acendessem e se apagassem novamente, quando chegou ao fim da passagem sinuosa e estreita encontrou Darius esperando pacientemente por ele, sem dizer nem mesmo uma palavra o moreno subiu no vagonete e sentou-se sendo logo seguido pelo duende que logo pôs o carrinho em movimento.


 


Dessa vez eles subiram pelos trilhos pelo mesmo caminho em que haviam vindo, o carrinho sacolejava por ravinas subterrâneas e depois de algum tempo o vagonete foi diminuindo a velocidade até que parou exatamente no mesmo lugar de onde eles haviam partido, naquele momento Harry sorriu internamente ao comparar aquela viagem com um brinquedo trouxa chamado Montanha Russa, embora ele secretamente admitisse que aquele percurso com o carrinho do Gringottes fosse mais perigoso e divertido do que o Parque de Diversões.


 


- Ah Darius... – chamou Harry logo depois que eles desembarcaram de dentro do vagonete, em seguida o moreno perguntou com uma inocência capaz de enganar até mesmo o pior dos bruxos. – Eu gostaria de ter uma conta em algum banco trouxa, como eu faço para transferir uma quantia de dinheiro para um dos bancos dos trouxas?


 


- Vou encaminhá-lo até um de nossos caixas Senhor Potter, ele saberá o que fazer. – respondeu Darius enquanto se encaminhava para a porta, mas antes que o duende tivesse aberto a porta o moreno de olhos verdes já havia colocado o capuz sobre sua cabeça para esconder seu rosto, em seguida o moreno seguiu o duende até um dos caixas mais afastados do banco que olhou-os de maneira intrigada, Sarius em seguida murmurou quase em um sussurro para que mais ninguém além deles ouvisse. – O Senhor Potter deseja utilizar dinheiro trouxa sem precisar vir até aqui para trocar, ele quer abrir uma conta em um dos bancos dos trouxas.


 


- Certo. – respondeu o outro duende e então olhou para Harry enquanto apontava para a cadeira a frente da mesa indicando que o moreno se sentasse enquanto esperava que as papeladas fossem feitas. – Vai demorar apenas alguns minutos, Senhor Potter.


 


Realmente, em poucos minutos Harry já tinha assinado alguns papéis que ele sabia que seriam encaminhados até um banco trouxa que era afiliado ao Gringottes, aquele era o mais importante banco do mundo trouxa e eles tinham cedes na maioria dos países do mundo, Harry também conseguiu uma espécie de cheque no valor de quinhentos galeões que ele pretendia enviar o quanto antes para a Senhora Weasley poder comprar o vestido da ruiva, quando saiu do Gringottes o moreno tinha um cartão de crédito trouxa e uma seqüência de números de cinco contas bancárias diferentes que o duende havia aberto a pedido do moreno, cada uma daquelas contas tinha uma quantia de cem mil libras e Harry pretendia multiplicar aquele valor por cem em muito pouco tempo, no máximo até o final daquele ano escolar.


 


- As moedas de ouro são os galeões. – o moreno ouviu uma mulher explicando para um garotinho de pouco mais de quatro anos que estava segurando algumas moedas em suas pequenas mãozinhas. – Dezessete sicles de prata fazem um galeão de ouro e nove nucles fazem um sicle, é bastante simples meu filho...


 


O moreno não ouviu mais, pois estava atravessando o beco diagonal diretamente para a loja onde vendiam ingredientes para poções, no interior daquela loja o moreno comprou diversas ervas e produtos que precisaria nas próximas semanas, o que incluía um pouco de guelricho, afinal ele não queria precisar roubar da sala de Snape.


 


O atendente da loja bem que ficou desconfiado do moreno e do que ele estava comprando, afinal os ingredientes para poções que ele havia comprado eram variados e não faziam muito sentido se fossem utilizados juntos, mas o moreno nem mesmo se dignou a prestar atenção nas desconfianças do bruxo e depois de pagar pelos ingredientes o moreno colocou tudo dentro de sua mochila e depois de colocá-la novamente em seu ombro o moreno saiu da loja.


 


Cerca de quinze minutos depois o moreno encontrava-se dentro de uma loja especializada em eletrônica em um shopping trouxa de Londres, Harry havia acabado de comprar um notebook para ele e naquele momento o técnico da loja estava instalando os programas necessários para que o aparelho funcionasse com a internet.


 


Assim que recebeu o aparelho do técnico da loja o moreno dirigiu-se para a saída do shopping e quando chegou a um beco próximo ele retirou o aparelho eletrônico da caixa que viera junto e então passou a executar alguns feitiços no aparelho.


 


Aqueles eram feitiços que haviam sido inventados no futuro e que permitiam o uso dos aparelhos eletrônicos trouxas nos lugares com magia concentrada, inclusive em Hogwarts, aqueles feitiços foram muito úteis no futuro antes dos aparelhos começarem a serem inventados já com as proteções necessárias.


 


Naquele momento Harry aparatou de novo para a entrada da Floresta Proibida e em seguida encaminhou-se para a entrada da passagem secreta logo depois de verificar se não havia ninguém por perto, em menos de meia hora o moreno de olhos verdes já se encontrava dentro da Sala Precisa auxiliando o amigo no treinamento.


 


Fim do Flashback.


 


Harry saiu de seus devaneios depois de sair do chuveiro e ter se vestido, naquele momento ele desceu as escadas do dormitório encontrando-se com Hermione na Sala Comunal da Grifinória, a garota estava esperando Gina para elas irem para a Sala Precisa para o treinamento daquela segunda-feira, o moreno cumprimentou a amiga antes de sair da sala comunal e seguir sozinho para o corredor do sétimo andar e depois adentrar a sala precisa.


 


Mais de duas horas depois o moreno abriu novamente a porta e saiu sendo logo seguido pelos amigos que estavam exaustos, pois o moreno havia aumentado o ritmo de treinamento e todos eles estavam mais do que exaustos naquele momento.


 


Naquele dia enquanto encaminhavam-se para o Salão Principal para tomarem o café da manhã o moreno propositalmente caminhou ao lado de Gina forçando os outros a seguirem caminhos separados, mas Harry somente parou de andar e encarou a ruiva depois de estarem completamente sozinhos no meio de um dos corredores do castelo.


 


- Hum... Gina, eu gostaria de falar com você sobre uma coisa... – começou o moreno e sentiu a garganta secar de repente enquanto falava, ele precisou respirar fundo enquanto se amaldiçoava mentalmente.


 


- Pode falar Harry. – murmurou Gina olhando para o moreno com um pouco de curiosidade na face, principalmente ao ver a hesitação dele.


 


- Bem... – começou Harry encarando a ruiva diretamente enquanto sentia que seu estômago despencava até seus pés, nem mesmo quando tomara coragem para convidar Cho Chang par ao baile da outra vez o moreno sentira-se tão estranho, o moreno percebeu o olhar da ruiva que o encarava com uma expressão intrigada e curiosa, por isso as palavras soaram anormalmente baixas. – Você quer ir ao baile de inverno comigo?


 


- Desculpe Harry, mas eu não ouvi direito... – murmurou Gina com uma estranha expressão no rosto enquanto encarava o moreno de olhos verdes.


 


- Eu queria saber se você não gostaria de ir ao baile de inverno comigo? – perguntou Harry enquanto sentia que seu rosto tingia-se de um tom levemente róseo, algo que não acontecia a muito tempo, por isso se amaldiçoou novamente pelo deslize.


 


- Ah! – exclamou Gina também ficando levemente vermelha enquanto abaixava de leve os olhos. – Eu adoraria ir com você ao baile Harry.


 


- Sério? – exclamou Harry abrindo um sorriso nos lábios antes de perceber que praticamente havia gritado aquelas palavras. – Quero dizer, que ótimo Gina.


 


- Ah, Harry?... – chamou Gina depois que os dois andaram alguns minutos em silêncio pelos corredores do castelo.


 


- Sim, Gina? – questionou o moreno olhando de relance para a ruiva que estava com a cabeça levemente tombada em curiosidade.


 


- Para que baile exatamente você me convidou? – perguntou Gina em um tom estranhamente calmo e somente naquele instante o moreno lembrou-se que os estudantes ainda não estavam sabendo nada sobre o baile de inverno, pelo menos não a maioria deles.


 


- Bem, é o Baile de Inverno. Ele é uma tradição do Torneio Tribruxo, esqueci que os professores ainda não avisaram os alunos sobre ele, mas acho que McGonagall vai comentar algo nas aulas dela essa semana. – respondeu o moreno sabendo muito bem que a diretora da Grifinória iria brindar os estudantes com aquela notícia.


 


- Tudo bem então. – disse Gina com o rosto tão vermelho quanto um tomate enquanto voltava a olhar para frente.


 


Pouco depois eles chegaram ao Salão Principal e enquanto Harry se sentava ao lado de Rony e Hermione, a ruiva dirigia-se até onde suas amigas se encontravam. Durante todo o café da manhã o moreno permaneceu completamente absorto em seus pensamentos, afinal não podia acreditar que ficara envergonhado enquanto convidava Gina para o baile, não podia ficar envergonhado depois de tudo o que já fizera em sua vida, mas o moreno também sabia que quando o assunto envolvia sua ruiva, ele nunca podia saber exatamente o que esperar.


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PARTE III


 


 


Os dias que seguiram o pedido de Harry para que Gina fosse ao baile de inverno com ele passaram de maneira lenta e bastante entediante na opinião do moreno, não havia muita coisa nova para eles fazerem, apenas os treinamentos que ele aumentava de intensidade e rigor conforme os dias estavam passando.


 


Para Harry as aulas eram massantes e chatas, mas ele fazia o possível para aparentar estar prestando total atenção nos professores, afinal não queria dar muita bandeira de que ele já tinha conhecimento de toda aquela matéria.


 


O início de dezembro daquele ano foi marcado pela chuva forte e pela neve granulada que desabou em Hogwarts antecipando o inverno daquele final de ano, o castelo de Hogwarts possuía muitas correntes de ar, mas as paredes grossas e as centenas de lareiras espalhadas pelo castelo davam um ar quase ameno ao interior de Hogwarts, o moreno sabia que dentro do navio de Durmstrang também deveria ser aquecido através de magia, embora por fora parecesse que eles estivessem sofrendo com os fortes ventos já que as velas negras do navio eram enfunadas contra o céu escuro. As carruagens de Beauxbatons também deveriam ser aquecidas por dentro através de magia, pois sempre que ele passava próximo a elas e havia alguma janela aberta, podia ver uma das alunas sentada confortavelmente em uma poltrona em frente a uma lareira acesa e em nenhuma dessas vezes ele viu alguma delas reclamar de frio.


 


Os cavalos alados de Madame Máxime nunca pareceram mais bem abastecidos e tratados do que naquele momento, Harry sabia que Hagrid fazia questão de manter os cavalos da diretora de Beauxbatons bem abastecidos do uísque que eles bebiam, diversos vapores subiam em espirais do cocho onde os cavalos estavam acomodados deixando muitos alunos mais tontos do que se tivessem bebido uma garrafa inteira de uísque de fogo.


 


Naquele momento Harry e os dois melhores amigos encontravam-se em mais uma das aulas de Trato das Criaturas Mágicas, eles continuavam cuidando religiosamente dos explosivins que naquela altura já estavam bem perigosos.


 


- Ainda não tenho certeza absoluta se eles hibernam ou não. – disse Hagrid caminhando entre a classe que em sua maioria estava tremendo de frio enquanto estavam próximos a horta de abóboras que naquele momento era varrida pelos fortes ventos. – Então achei que deveríamos tentar ver se os bichinhos querem tirar uma soneca. Por isso, a tarefa de vocês de hoje será colocar os explosivins dentro dessas caixas.


 


Os explosivins haviam digladiado muito uns contra os outros e agora restava apenas cerca de dez daqueles animais, cada um deles agora chegava a quase um metro e oitenta centímetros de comprimento. A carapaça grossa e cinzenta, as perninhas curtas que estavam em movimentos, as caudas flamejantes que expeliam fogo, os enormes ferrões e os sugadores se somavam para tornarem os explosivins as coisas mais ferozes e repugnantes que a maioria dos alunos daquela classe já haviam visto, exceto o moreno de olhos verdes que já havia visto coisas ainda mais ferozes e repugnantes do que aqueles meros explosivins. O restante da classe olhava de maneira desanimada para as enormes caixas que o meio gigante havia trazido, a maioria delas estavam forradas com almofadas e cobertores macios.


 


- Vamos levá-los para as caixas, depois tampá-las e então veremos o que acontece. – disse Hagrid em um tom estranhamente animado.


 


Mas aconteceu o que o moreno de olhos verdes já esperava, os explosivins não gostavam de hibernarem e gostavam menos ainda de serem enfiados a força em caixas forradas com almofadas e com uma tampa por cima, os animais começaram a se rebelar contra os alunos e então logo Hagrid começou a gritar com eles.


 


- Não entrem em pânico, não entrem em pânico! – gritava o Professor de Trato das Criaturas Mágicas enquanto os bichos flamejantes se desembestavam pela horta de abóboras que agora estava juncada com os restos das caixas em chamas.


 


Harry não se agüentou e riu de maneira discreta quando viu a maioria da turma sendo liderada por Malfoy, Crabbe e Goyle que tinham fugido para a cabana do Guarda Caça da escola entrando pela porta dos fundos e se fechando lá dentro. Do lado de fora ficaram apenas o moreno juntamente com Rony e Hermione, acompanhados de mais três outros alunos da grifinória, o restante da classe estava barricada na cabana de Hagrid.


 


Os seis estudantes tinham ficado do lado de fora para tentar ajudar o Professor a recolher os animais, depois de muito tempo eles finalmente conseguiram dominar e prender nove dos dez explosivins, embora alguns deles estivessem com vários cortes e algumas queimaduras pelo corpo quando faltava apenas mais um para ser capturado.


 


- Por Merlin, não vão assustá-lo! – disse Hagrid em um tom levemente alto enquanto Rony e Hermione utilizavam as próprias varinhas para soltarem fagulhas contra o explosivin que estava avançando de maneira ameaçadora em direção aos dois estudantes, o ferrão que havia nas costas do bicho estava mais ereto do que nunca. – Tentem passar a corda pelo ferrão para ele não poder atacar os outros explosivins...


 


- Ah Hagrid, nós não iríamos querer uma coisa dessas! – gritou Rony em tom zombeteiro e zangado enquanto ele e Hermione continuavam recuando levemente contra a parede da cabana de Hagrid ainda tentando manterem o explosivin afastado com as fagulhas.


 


- Ora, ora, ora... – murmurou uma voz estranhamente enojada próximo de onde eles estavam. – Isso me parece realmente divertido.


 


A repórter do Profeta Diário, Rita Skeeter, estava debruçada na cerca do jardim de Hagrid enquanto apreciava a enorme confusão que acontecia nos jardins da cabana do meio gigante, Skeeter estava usando uma grossa capa carmim com uma gola de peles e trazia a sua bolsa de crocodilo embaixo do braço.


 


No momento em que Hagrid saltou em cima da enorme fera que estava acuando Rony e Hermione cada vez mais contra a parede da cabana, Harry lançou a corda diretamente no ferrão do animal fazendo um jorro de fogo disparar de sua cauda de maneira involuntária e queimando os pés de abóbora que estavam mais próximos a eles.


 


- Quem é a Senhora? – perguntou Hagrid mal olhando para a jornalista enquanto ajustava a corda no ferrão que Harry havia lançado.


 


- Eu sou Rita Skeeter, repórter do Profeta Diário. – respondeu a mulher loira sorrindo ligeiramente falsa para Hagrid e fazendo um dente de ouro brilhar entre o sorriso da jornalista. – Estava apenas apreciando sua aula...


 


- Pensei ter ouvido Dumbledore dizendo que a senhora não podia mais entrar na escola. O que faz aqui? – perguntou Hagrid erguendo ligeiramente as sobrancelhas espessas enquanto saía de cima do explosivin que encontrava-se levemente achatado naquele momento, em seguida o meio gigante passou a arrastar o animal para junto dos outros bichos.


 


A repórter do Profeta Diário pareceu fazer de conta que não havia ouvido o que Hagrid havia acabado de dizer enquanto se adiantava.


 


- Como é o nome dessas criaturas fascinantes? – perguntou Rita Skeeter com um sorriso ainda maior em sua face.


 


- Explosivins. – resmungou o meio gigante enquanto terminava de ajeitar o bicho ao lado de seus outros companheiros.


 


- Sério? – perguntou Skeeter fingindo de tal maneira que ela realmente parecia muito interessada no assunto, o que fez Harry revirar os olhos de maneira entediada. – Nunca ouvi falar de um animal desses antes. E de onde é que eles vêm?


 


A vermelhidão que surgiu no rosto do meio gigante vindo por baixo da barba enormemente desgrenhada e negra de Hagrid fez com que o moreno suspirasse baixinho, afinal sabia exatamente de onde é que o amigo tirara aqueles animais. Olhando de relance para os dois melhores amigos o moreno percebeu que na mente deles formulara-se aquela pergunta: Onde fora que Hagrid arranjara aqueles bichos repugnantes?


 


- Eles são bastante interessantes, não é mesmo? – disse Hermione apressada enquanto se virava para Harry. – Não é mesmo Harry?


 


- Ah, são sim Hermione. – respondeu Harry em tom neutro enquanto encarava a amiga com intensidade nos olhos. – Muito interessantes.


 


- Ah, você está aqui, Harry. – exclamou Rita Skeeter como se somente naquele momento estivesse vendo o moreno que apenas arqueou a sobrancelha em desdém enquanto olhava para a repórter que começou a perguntar. – Então, você gosta da aula de Trato das Criaturas Mágicas? Uma de suas matérias preferidas?


 


- Sim. – respondeu Harry simplesmente e acabou ganhando um enorme sorriso do meio gigante enquanto Rony olhava assombrado para o amigo.


 


- Que beleza. – exclamou Rita Skeeter parecendo animada antes de perguntar se virando para o meio gigante que ainda sorria animadamente para Harry. – Realmente uma beleza. Está ensinando TCM a muito tempo?


 


Como o moreno se lembrava muito bem, Rita Skeeter fez aquela pergunta enquanto os olhos da jornalista percorriam os alunos naquele local, desde o rosto de Dino Thomas que havia recebido um corte enorme e feio no rosto, para em seguida passar por Lilá Brown, cujas vestes estavam bastante chamuscadas, para Simas Finnighan que estava cuidando dos vários dedos que ele tivera queimados, além dela olhar também para as janelas da cabana de Hagrid onde a maior parte da turma encontrava-se com o nariz praticamente colado das vidraças apenas esperando para ver se já era seguro eles saírem da cabana.


 


- Esse é o meu segundo ano como professor. – respondeu Hagrid em tom baixo enquanto olhava curiosamente para a jornalista.


 


- Isso é muito bom... E o senhor não gostaria de dar uma entrevista ao Profeta? – perguntou Skeeter em tom falsamente cordial enquanto os olhos dela brilhavam. – Talvez contar sua experiência com criaturas mágicas? O Profeta publica uma coluna zoológica todas as quartas-feiras como o senhor com certeza já sabe. Nós poderíamos falar desses... Hum... Estouradins?


 


- Explosivins. – corrigiu Hagrid de maneira apressada enquanto pensava no que ela acabara de lhe dizer. – Bem... Claro, porque não?


 


Harry sabia que aquilo não seria uma coisa muito boa, mas não havia muita coisa que ele pudesse fazer para demover Hagrid de suas convicções e o moreno já havia aprendido que certas coisas as pessoas precisavam enfrentar por si próprias para que elas aprendessem a crescer, por isso mesmo ele já havia se decidido a não interferir no “relacionamento” que havia entre Rony e Hermione, sabia que eles teriam de descobrir o que sentiam um pelo outro sozinhos.


 


O moreno apenas observou em silêncio enquanto observava Hagrid e Skeeter marcarem de se encontrarem no bar Três Vassouras para uma longa entrevista mais para o final de semana, nesse momento a sineta indicando o final de aula soou.


 


- Bem, preciso ir agora. Tchau Harry. – gritou Rita Skeeter alegremente olhando para Harry enquanto o moreno se afastava da cabana de Hagrid acompanhado por Rony e Hermione. – Até sexta-feira a noite então Hagrid!


 


- A Skeeter vai distorcer tudo o que ele disser nessa entrevista. – disse Harry calmamente enquanto caminhavam pelos gramados em direção ao castelo.


 


- Desde que Hagrid não tenha importado aqueles explosivins ilegalmente ou algo do gênero. – disse Hermione levemente desesperada, naquele momento Hermione e Rony entreolharam-se e olharam para Harry que retribuiu, afinal aquela era exatamente o tipo de coisa que o meio gigante seria capaz de fazer.


 


- O Hagrid já se meteu em um monte de confusão antes de hoje e o diretor Dumbledore nunca o despediu. – disse Rony baixinho tentando acreditar em suas próprias palavras. – O pior que pode acontecer é Hagrid ter de se livrar daqueles bichos. Ops, desculpe... Eu disse o pior? Eu quis dizer a melhor coisa que pode acontecer.


 


Harry acompanhou as gargalhadas de Rony e Hermione de maneira comedida enquanto caminhavam em direção ao castelo onde pretendiam almoçar.


 


O almoço daquele dia aconteceu extremamente animado, de vez em quando Harry se pegava observando certa ruiva de olhos azuis que quando percebia o olhar do moreno ficava levemente encabulada embora sorrisse para o garoto antes de desviar os olhos, o moreno sabia que Gina ainda não havia comentado com ninguém sobre o convite que ele fizera a ela, afinal mais ninguém ainda sabia sobre o Baile de Inverno e ele tinha certeza que McGonagall logo daria o ar da graça jogando aquela bomba sobre a maioria dos adolescentes, pelo menos os garotos.


 


A aula de adivinhação daquela tarde foi extremamente divertida na opinião de Harry, eles ainda estavam fazendo os mapas e as predições.


 


Durante o tempo em que Harry e Rony estiveram brigados, o ruivo havia feito algumas previsões terríveis e horrendas para o moreno, enquanto Harry apenas fazia sua parte prevendo uma morte mais dolorosa do que a outra para si próprio, o moreno não gostava da Professora Trelawney, mas ao todo a respeitava por saber que nem tudo o que ela predizia era um completo absurdo ou uma perda de tempo deles, mas Rony ao seu lado não tinha o mesmo respeito e enquanto a Professora de Adivinhação explicava as variadas maneiras com que Plutão era capaz de desorganizar a vida diária o ruivo murmurava algumas piadas no ouvido de Harry que precisava ocultar uma risadinha ou outra, embora o Weasley não fizesse o menor esforço para tal coisa.


 


- Seria de se pensar que alguns de nós – Sibilia disse em certa altura, a voz dela ecoando como um sussurro místico que não ocultava o óbvio aborrecimento que ela sentia enquanto olhava de maneira bastante significativa para o moreno de olhos verdes. – seriam um pouquinho menos frívolos se tivessem visto o que eu vi quando consultei a minha bola de cristal durante a noite de ontem. Eu estava sentada e bordando, muito absorta no meu trabalho, quando fui tomada por um impulso de consultar a bola de cristal. Levantei-me e me sentei diante da bola e contemplei suas profundezas cristalinas... E o que vocês acham que eu vi olhando para mim?


 


- Uma morcega velha com os óculos maiores do que a própria cara? – perguntou Rony em um cochicho audível apenas para que Harry ouvisse, o moreno precisou fazer um pouco de esforço para não cair na risada naquele momento.


 


- A morte meu queridos, a morte olhava para mim da bola de cristal. – disse Sibila fazendo com que Lilá e Parvati levassem as mãos em frente a boca enquanto faziam cara de horror olhando para a professora, em seguida Sibila continuou falando enquanto acenava com a cabeça de maneira impressionante. - Exatamente meus queridos. Ela está se aproximando de nós, cada vez mais enquanto descreve círculos no céu como se fosse um urubu, cada vez mais baixo e próximo. Sempre mais baixa enquanto desce sobre o castelo...


 


Enquanto falava a Professora de Adivinhação olhou diretamente para Harry que apenas devolveu o olhar calmamente enquanto pensava que de algum modo Sibila estava mais do que certa em suas predições, a morte se aproximava mesmo deles, mais especificamente de Cedrico que “morreria” no cemitério no final da terceira tarefa do torneio tribruxo. Morreria porque o moreno não permitiria que aquilo acontecesse, nem que precisasse jogar sujo durante a terceira tarefa e precisasse atacar Cedrico, afinal era melhor alguém o odiando do que morto.


 


- Teria sido bem mais impressionante se ela já não tivesse anunciado isso várias outras vezes. – comentou Harry enquanto desciam da escada que ficava sob a sala de Sibila onde puderam finalmente respirarem um pouco de ar fresco.


 


- Olha Harry, se você fosse cair duro todas as vezes que ela disse que você iria morrer, então você seria um verdadeiro milagre... – comentou Rony sarcasticamente fazendo o moreno rir de leve enquanto seguiam pelo corredor em direção a biblioteca onde o ruivo imaginava que Hermione estaria, em seguida os olhos de Rony brilharem divertidos quando ele sugeriu com a voz levemente maldosa. – Talvez você seja um fantasma super-concentrado. Então você poderia dividir um boxe no banheiro feminino do segundo andar com a Murta-Que-Geme...


 


- Cala a boca, Rony. – rosnou Harry em tom baixo e frio não gostando muito da piada, naquele momento eles passaram pelo fantasma do Barão Sangrento que seguia em direção contrária a deles com um olhar sinistramente fixo nos enormes olhos abertos.


 


- Caramba, esse cara me dá arrepios. – comentou Rony estremecendo levemente o que fez o moreno rir divertido enquanto pensava na história que aquele fantasma tinha, era realmente uma história triste a dele. – Pelo menos a Morcega Velha não passou dever de casa. Espero que a Professora Vector tenha passado um monte de dever para Hermione, eu adoro ficar a toa quando ela está ocupada fazendo as tarefas.


 


Hermione não se encontrava na biblioteca quando eles chegaram ao aposento, a única pessoa que encontrava-se lá dentro naquele momento era Vitor Krum, que Harry sabia que estava apenas esperando para ver se Hermione iria aparecer na biblioteca.


 


Rony acabou se colocando atrás de algumas estantes enquanto olhava fixamente para Vitor Krum e discutia em tom baixo com Harry querendo a opinião do moreno se ele deveria ou não ir lá pedir um autografo para o búlgaro, Harry apenas dava de ombros as perguntas incessantes do ruivo, que silenciou-se quando percebeu que um grupo de seus ou setes garotas estava rodando entre as estantes ao lado da deles enquanto discutiam exatamente a mesma coisa, o que fez com que Rony simplesmente desistisse da idéia.


 


- Onde foi que Hermione se meteu, hein? – perguntou Rony rispidamente enquanto voltavam para o Salão Comunal depois de terem vasculhado alguns outros corredores do castelo, o moreno sabia exatamente onde a amiga estivera aquele dia, mas permaneceu em silêncio enquanto paravam em frente ao quadro da Mulher Gorda.


 


- Não faço nem idéia. Asnice. – murmurou Harry em tom levemente preocupado enquanto o quadro da Mulher Gorda começava a girar para frente abrindo a passagem para o Salão Comunal dos leões, mas então o ruído de alguém correndo chegou até onde eles estavam que se viraram para se depararem com a figura da amiga ofegando por respirar.


 


- Puxa vida Harry, você já viu as cozinhas do castelo, são imensas e fantásticas... – exclamou Hermione ofegando enquanto o quadro da Mulher Gorda olhava para a garota com as sobrancelhas erguidas em curiosidade.


 


- Vamos entrar e então você nos conta o que aconteceu. – sugeriu Harry antes que a garota resolvesse arrastá-los para a cozinha do castelo como acontecera da outra vez.


 


Eles entraram pelo buraco do retrato e dirigiram-se até um sofá vazio no canto do salão comunal, Gina já encontrava-se dentro do salão naquele momento e ela olhava para Harry diretamente perguntando silenciosamente se ela poderia se aproximar ou se o assunto era particular, o moreno apenas sorriu para a garota e assentiu para ela que sorriu de volta enquanto se levantava e despedia-se dos próprios amigos e se aproximava de onde eles estavam.


 


- Oi para vocês. – disse Gina quando chegou perto deles e então sentou-se ao lado de Harry e de frente para Hermione.


 


Então Hermione começou a falar sobre o que havia acontecido aquele dia, para onde ela fora aquele dia depois das aulas da tarde e o que ela estivera fazendo, quando começou a falar sobre os elfos domésticos, Rony a interrompeu.


 


- Hermione. – exclamou Rony um pouco exaltado enquanto encarava a amiga com algo que mesclava ao horror. – Você não está tentando nos pegar a laço para aquela história do fale outra vez, não é mesmo?


 


- Não Rony, não estou! – apressou-se a dizer Hermione com o tom de voz levemente chateado. – E não é fale, Rony...


 


- Ah não? Então você mudou o nome? – perguntou Rony franzindo levemente as sobrancelhas. – Que é que nós somos agora então? A Frente de Liberação dos Elfos Domésticos? Olha Hermione, se você está pretendendo nos levar para invadir a cozinha para tentar fazer os elfos pararem de trabalhar, não vou fazer isso não...


 


- Não estou lhe pedindo nada disso. – exclamou Hermione de maneira impaciente enquanto olhava aborrecida para o ruivo. – Depois das aulas eu desci para tentar conversar com eles, mas eles não parecem muito receptivos...


 


- Você precisa entender que a servidão está no sangue deles, Hermione. – disse Rony em tom de voz exasperado enquanto olhava para a garota que bufou indignada com a atitude do ruivo e então recostou-se no sofá e cruzou os braços.


 


- Sabe, antes de eu saber onde ficava a cozinha sempre fiquei muito impressionada com a capacidade de Fred e George de conseguirem pegar comida das cozinhas, mas não é nem um pouco difícil. Os elfos mal esperam para dar comida para você. – disse Gina baixinho e dessa vez foi ela quem recebeu um olhar mal humorado de Hermione.


 


O moreno deixou um sorriso escapar de seus lábios enquanto olhava para a enorme carranca que tinha se formado no rosto de Hermione, eles ficaram conversando por mais algum tempo antes de subirem para os seus respectivos dormitórios.


 


Quando Harry encontrava-se devidamente deitado em sua cama ele fechou o cortinado ao redor de si e então puxou o notebook que havia comprado no sábado anterior, em seguida o abriu e ligou. Em poucos segundos uma página abria-se na tela e então Harry entrou em um programa que lhe dava acesso a internet sem fio, cortesia de um pequeno feitiço que permitia que ele tivesse acesso a rede mesmo não tendo nenhum cabo para fazer a conexão.


 


Como estava pré-programado a página da internet abriu-se diretamente em um site de apostas, o moreno nem mesmo precisou verificar os resultados das apostas que fizera, pois conhecia os resultados dos jogos de cabeça, nas noites anteriores desde o dia em que comprara aquele notebook o moreno vinha acessando a internet todas as noites e fazendo apostas em sites de apostas, tanto legais quanto clandestinos.


 


Ele utilizava cada uma de suas contas bancárias para fazer as devidas apostas, sempre utilizando sites e apostas diferentes, nunca apostando um valor muito alto para não acabar chamando a atenção para si próprio. Como jogava em variados e diferentes sites o que o moreno ganhava por semana era como se ele tivesse feito uma grande aposta e vencido, Harry verificou os valores de seus ganhos e verificou se eles já haviam sido depositados em suas contas bancárias, depois de ver que todos os valores estavam devidamente depositados e corretos o moreno fez outras apostas nos mesmos sites, principalmente aqueles que faziam apostas em cima dos jogos da Liga dos Campeões de futebol, afinal aqueles clássicos rendiam valores um pouco maiores.


 


Assim que terminou de fazer as apostas daquele dia o moreno deu uma rápida verificada em seu saldo atual nas contas bancárias dos trouxas e descobriu que seu dinheiro tinha triplicado apenas naquela semana, em seguida Harry desligou o notebook e o escondeu dentro de seu malão, então o moreno fechou os olhos e esperou que o sono o pegasse.


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Foi apenas na quinta-feira daquela semana que aconteceu o que Harry esperava e sabia que aconteceria, Minerva McGonagall anunciou o Baile de Inverno para os alunos do quarto ano causando um alvoroço imediato.


 


- Potter! Weasley! – a voz irritadiça da Professora McGonagall estalou como se fosse um chicote pela sala de aula de Transformação daquela quinta-feira, os dois garotos cuja atenção fora chamada levaram um susto, embora o moreno já esperasse que a professora chamasse sua atenção. – Querem prestar atenção em mim, por favor?


 


A aula já estava chegando ao final naquele dia, eles já haviam terminado a tarefa que a Professora McGonagall havia passado para eles, naquela aula eles tiveram de tentar transformar as galinhas da guine em porquinhos da índia, os animais já encontravam-se devidamente trancados em uma grande gaiola sobre a escrivaninha da professor embora um dos porquinhos da índia ainda estivesse com algumas penas, eles também já tinham copiado do quadro-negro o dever de casa para aquele final de semana que era: “Descreva, com exemplos, como os Feitiços de Transformação devem ser adaptados ao se fazerem trocas cruzadas entre espécies”.


 


A sineta anunciando o final daquela aula deveria tocar a qualquer minuto, o ruivo havia se inclinado para cochichar algo sobre uma aluna que tinha o rosto cheio de acne quando a Professora McGonagall olhou diretamente para os dois.


 


- Agora que Potter e Weasley tiveram a bondade de parar de cochichar e prestarem atenção em mim... – disse McGonagall lançando um olhar severo aos dois garotos que a encaravam de volta, o ruivo tão vermelho quanto um tomate e Harry com apenas um leve sorriso nos lábios. – Tenho um aviso para dar a todos vocês. O Baile de Inverno está bastante próximo, ele é uma tradição do Torneio Tribruxo e uma oportunidade para convivermos socialmente com os nossos hospedes estrangeiros. Agora, quero lembrar que o Baile somente será freqüentado pelos alunos do quarto ano em diante, embora vocês possam convidar um estudante mais novo caso desejem...


 


Naquele instante Lilá Brown deixou escapar uma risadinha levemente aguda enquanto Parvati Patil dava-lhe uma cutucada com o cotovelo nas costelas com força, a própria Parvati contraia furiosamente o rosto enquanto ela própria tentava não rir feito uma boba naquele instante, as duas garotas viraram a cabeça e olharam juntas exatamente para o local onde Harry estava sentado no fundo da classe de transfiguração, a professora fingiu que não as tinha visto e ouvido fazendo Rony soltar um bufo indignado pela injustiça daquela ação visto que a Professora Minerva havia chamado a atenção deles dois poucos segundos antes.


 


- O traje para o baile é a rigor... – continuou a Professora de Transfiguração olhando para os alunos. – O Baile acontecerá no salão Principal de Hogwarts e começará as oito horas da noite terminando a meia-noite, no dia de Natal. Então...


 


Nesse momento a Professora Minerva McGonagall fez uma pausa em suas palavras para olhar deliberadamente os alunos do quarto ano com os olhos fixamente neles, em seguida ela olhou para Harry falando.


 


- O Baile de Inverno naturalmente é uma oportunidade para todos nós nos... Hum... Bem, para todo nós nos soltarmos. – continuou McGonagall em tom desaprovador enquanto ouvia as risadinhas que Lilá Brown continuava deixando escapar através dos lábios enquanto tampava a boca com a mão para tentar abafar o som.


 


- Você consegue imaginar a Professora McGonagall se soltando, Harry? – perguntou Rony em um tom de voz baixo.


 


- Não. – respondeu o moreno imediatamente e precisou ocultar um sorriso divertido ao imaginar sua professora severa e de cabelos amarrados naquele coque perfeito se soltando de alguma maneira, não havia a menor possibilidade daquilo acontecer algum dia.


 


- Mas é claro que isto não significa que nós vamos relaxar os nossos padrões de comportamento que se espera dos estudantes de Hogwarts. – continuou McGonagall em tom ríspido e sério enquanto continuava encarando os alunos. – Eu vou ficar seriamente desapontada se por algum acaso ou de qualquer maneira, um aluno da Grifinória envergonhar a escola.


 


Naquele instante a sineta anunciando o final da aula tocou e então foram ouvidos os costumeiros ruídos de estudantes guardando seus materiais nas mochilas e em seguida atirando-as por cima dos próprios ombros.


 


- Potter, gostaria de lhe falar uma palavrinha, por favor. – chamou McGonagall em voz alta sobrepondo-se ao barulho em geral. O moreno dirigiu-se calmamente até a frente da mesa da professora que esperou que toda a turma tivesse saído da sala antes de se dirigir a Harry. – Potter, os campeões e seus pares...


 


- Que pares, Professora? – perguntou Harry assumindo um tom sério enquanto encarava McGonagall que tinha os olhos estreitos em direção do moreno como se estivesse tentando entender se ele estava querendo ser engraçado.


 


- Os pares para o Baile de Inverno, Potter. – explicou McGonagall em tom frio enquanto olhava para Harry. – Os pares de dança. Tradicionalmente, os campeões do Torneio Tribruxo abrem o baile juntamente com seus pares...


 


- Eu vou precisar dançar em frente a toda a escola? – perguntou Harry em um tom levemente curioso enquanto olhava para a professora.


 


- É a tradição. – respondeu afirmativamente a Professora McGonagall com firmeza. – Você é um dos campeões de Hogwarts e vai fazer o que se espera de você como representante de sua escola. Portanto, providencie um par, Senhor Potter.


 


- Sim Senhora. – anuiu Harry em tom calmo antes de se virar e sair da sala de transfiguração naquele momento e dirigir-se para o Salão Principal para o jantar.


 


As semanas seguintes ao aviso da Professora McGonagall sobre o Baile de Inverno foram alvoroçadas e loucas, as garotas riam sem parar pelos corredores, as amigas contavam umas as outras sobre quem convidara quem e as fofocas corriam soltas por todo o castelo.


 


Nunca tanta gente antes havia se inscrito para passar o natal dentro de Hogwarts como naquele ano, Harry sempre se inscrevia porque a sua única alternativa seria voltar para a rua dos Alfeneiros para passar com seus tios, mas naquele ano o castelo permaneceria cheio de estudantes que queriam participar do baile.


 


Todos os alunos do quarto ano para cima haviam se inscrito para permanecerem aquele ano, cada um daqueles estudantes parecia mais obcecado do que o outro para o tal baile, as garotas pareciam mais do que agitadas naqueles dias que antecederam o tão aguardado baile de inverno, a maioria delas soltava risadinhas e cochichavam pelos corredores, muitas riam alto quando alguns garotos passavam por elas, principalmente se Harry estivesse no meio, muitas garotas comparavam informações sobre o que iriam utilizar na noite do baile, outras sobre seus pares...


 


- Eu não entendo porque essas garotas precisam andar em bandos. – grunhiu Rony para Harry quando eles encontraram uma dúzia de garotas que passou por eles rindo e olhando feito bobas para o moreno. – Como é que eu vou conseguir convidar uma delas para o baile? Quem é mesmo que você convidou, Harry?


 


- Isso será uma surpresa, meu caro Ronald. – disse Harry em tom baixo e levemente divertido, pelo menos ele não ficaria na ansiedade para convidar uma garota daquela vez, tinha se antecipado aquela agitação toda.


 


- Como se você fosse ter alguma dificuldade para convidar quem quer que você queira. – disse Rony em tom maliciosamente divertido. – Você é um dos campeões do torneio. Acabou de derrotar um Rabo Córneo Húngaro, além é claro de você ser quem é, aposto que as garotas estão fazendo fila para ir com você ao baile.


 


Harry quase gemeu de frustração quando uma terceiranista da lufa-lufa e de cabelos crespos que Harry nunca nem mesmo havia falado com ela convidou-o descaradamente para ir com ele no baile, mas diferente da outra vez em que ele sabia que tinha magoado a pobre garota, dessa vez Harry foi um pouco mais gentil.


 


- Sinto muito Byrne, mas eu já tenho companhia. – disse Harry sorrindo de leve para a menina enquanto deixava uma expressão culpada transparecer em seu rosto, a menina pareceu um pouco magoada com aquela informação, mas ficou surpresa mesmo por Harry Potter saber seu nome e esqueceu a negativa que recebeu.


 


Depois desse episódio o moreno precisou agüentar algumas piadas de Dino, Simas e Rony durante as aulas de História da Magia daquele dia.


 


Como Harry lembrara-se no dia seguinte mais duas garotas o convidaram para ir ao baile, uma do segundo ano e a outra do quinto, a do quinto era bem uns vinte centímetros maior do que ele, mas ele sorriu para as duas dizendo que já tinha par, as garotas pareceram decepcionadas, mas acabaram aceitando.


 


- Essa era bem jeitosinha, Harry. – disse Rony logo depois tentando parecer sincero logo depois que parou de rir.


 


Harry nem se preocupou em devolver as gozações, afinal realmente não se importava mais com o assédio que recebia, mas lembrou-se das palavras de Hermione a respeito das garotas apenas darem bola para Vitor Krum porque ele era famoso, o moreno sabia que a maioria daquelas garotas o assediavam apenas porque ele tinha uma fama muito grande.


 


Mas naqueles dias que antecederam o Baile de Inverno depois de terem realizado a primeira prova do torneio, o moreno percebeu uma mudança brusca de atitude da maioria dos estudantes de Hogwarts, com exceção dos sonserinos.


 


Os comentários desagradáveis tinham diminuído mais da metade durante aqueles dias, algo que Harry sabia ser obra de Cedrico Digorry que havia pedido aos colegas de casa para deixarem o moreno em paz depois da dica que Harry havia dado ao lufa-lufano sobre os dragões, Harry sabia que aquilo era um gesto de gratidão do colega de escola, mas realmente não se importava muito com aquele falatório todo.


 


Os distintivos do “Apóie Cedrico Digorry” e “Potter Fede” tinham diminuído drasticamente pela escola, mas o que não mudara fora Draco Malfoy que continuava a citar o artigo de Rita Skeeter como se fosse uma bíblia sempre que Harry estava por perto, mas cada vez menos pessoas riam da história que já estava ficando ultrapassada, afinal até mesmo as gozações perdiam a graça se eram repetidas muitas vezes.


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A última aula de Trato das Criaturas Mágicas daquele trimestre letivo foi mais calma do que as anteriores, pois para o enorme alívio da maioria dos estudantes Hagrid havia desistido do contato direto com os explosivins e os alunos apenas tiveram que simplesmente se abrigar nos fundos da cabana do meio gigante, sentados a uma mesa de cavalete para poderem preparar uma seleção fresca e saudável de alimentos para que eles pudessem tratar dos bichos ferozes, embora muitos alunos tenham feito aquilo de cara amarrada.


 


Rony e Hermione aproveitaram a aula calma e se sentaram próximo do Professor de Trato das Criaturas Mágicas para perguntarem como havia ocorrido a entrevista dele com a jornalista do Profeta Diário, Harry também se sentara próximo ao amigo e escutou atentamente as palavras de Hagrid, palavras que ele já conhecia.


 


- Em verdade, ela não parecia estar muito interessada em Criaturas Mágicas. – contou Hagrid em voz baixa enquanto observava os outros alunos distraídos preparando a seleção de alimentos para os explosivins, em seguida Hagrid continuou falando em voz ainda mais baixa. – Aquela jornalista queria apenas que eu falasse sobre você e sua vida, Harry. Bem, eu acabei contando que somos amigos desde que fui buscá-lo na casa dos Dursley quando você tinha apenas onze anos. “Nunca teve que ralhar com ele durante esses quatro anos?” Essa foi a primeira coisa que ela me perguntou depois disso. “Nunca fez nenhuma travessura ou bagunça em sua aula?” Eu respondi a verdade dizendo que não, que você era um dos meus melhores alunos, mas parece que ela não gostou nem um pouco da resposta que obteve de mim. Acredito que ela queria que eu dissesse que você era um terror e que dava muita dor de cabeça nas aulas, Harry.


 


- É óbvio que ela gostaria que eu fosse um encrenqueiro. – disse Harry em tom de descaso enquanto dava de ombros e atirava alguns pedaços de fígado de dragão em uma tigela grande de metal e em seguida apanhava sua faca de metal para poder continuar a cortar a carne. – Ela não pode continuar a escrever que sou um heróizinho trágico e perturbado, vai acabar ficando entediante e monótono, sem contar que será bastante repetitivo.


 


- Ela precisa de um ângulo novo para escrever. – disse Rony de maneira sensata enquanto continuava descascando os ovos de salamandra. – Aposto como ela queria que você dissesse que Harry era um delinqüente maluco e doido, Hagrid!


 


- Mas ele não é! – exclamou Hagrid parecendo completamente chocado com o que Rony acabara de dizer.


 


- A Skeeter deveria entrevistar o Professor Snape. – disse Harry em tom levemente sério e frio enquanto continuava a executar a tarefa que estivera fazendo. – Ele teria dado o relatório completo sobre mim sem nem mesmo pestanejar. – “Potter tem transgredido limites desde o dia em que chegou a esta escola... Ele recebe privilégios que os outros alunos não possuem... Potter é um encrenqueiro assim como o pai dele foi...


 


- Ele disse isso, não é mesmo? – perguntou Hagrid ao mesmo tempo em que Hermione e Rony davam risada. – Tudo bem, você pode até ter atropelado algumas regras de vez em quando, mas sinceramente Harry, você é um bom garoto, não é?


 


- Eu sou um menino mau, Hagrid. – disse Harry sorrindo levemente enquanto voltava os olhos para Hagrid que retribuiu o sorriso acreditando que o garoto estivesse brincando, mas o moreno de olhos verdes estivera falando muito sério.


 


- Mudando de assunto, você vai a esse tal baile no dia de natal, Hagrid? – perguntou Rony olhando para o professor.


 


- Pensei em dar uma passada por lá. – respondeu Hagrid meio impaciente com o assunto, mas Harry sabia que o meio gigante estava meio nervoso, pois iria convidar a diretora de Beauxbatouns para o baile de inverno. – Vai ser legal, eu acho. Mas você vai abrir o baile, não é verdade Harry? Quem é que você vai levar?


 


- Isso será uma surpresa meu caro amigo. – respondeu Harry em tom levemente enigmático enquanto curvava os lábios em um sorriso presunçoso.


 


- Ele não quis dizer nem mesmo para nós, Hagrid. – comentou Rony entre curioso e irritado com o melhor amigo.


 


- Deixa o Harry em paz, Rony. – murmurou Hermione em tom levemente impaciente enquanto olhava aborrecida para o ruivo que não entendeu o motivo e simplesmente deu de ombros olhando curioso para a amiga.


 


A sineta indicando o final da aula tocou novamente e os estudantes mais do que rapidamente levantaram-se e recolheram o material antes de saírem da cabana de Hagrid, o trio de amigos foi o último a sair do local e dirigir-se para a próxima aula.


 


Aquela era a última semana de aula daquele trimestre e ela foi ficando cada vez mais animada à medida em que os dias passavam.


 


Os treinamentos que Harry estava aplicando nos amigos avançava cada vez mais, eles já haviam revisado um terço dos livros escolares que o moreno de olhos verdes havia implementado para aquele ano de treinamento. Os que mais haviam avançado eram Gina e Hermione que pareciam aprender com muito mais facilidade do que os outros, mas mesmo assim Harry percebia a melhora visível e diária que acontecia com os outros amigos, a parte física do treinamento estava ficando cada vez mais puxado e intenso, mas depois dos primeiros dias de treinamento ninguém mais reclamava, nem mesmo Rony que havia iniciado o treinamento por último.


 


Nem mesmo nos dias que antecederam o Baile de Inverno o moreno relaxou nos treinamentos, seus amigos encontravam-se religiosamente todos os dias treinando logo pela manhã, assim como Harry escapava e se dirigia para a Sala Precisa para treinar sozinho.


 


Naqueles dias muitos boatos também rondaram pela escola, boatos sobre o tão falado Baile de Inverno, haviam alguns boatos extremamente fantasiosos como o fato do diretor Dumbledore ter comprado cerca de oitocentos barris de quentão de Madame Rosmerta, embora quase nenhum estudante acreditasse nessa possibilidade. Outro boato que corria fervorosamente por Hogwarts e que parecia ser verdadeiro era o fato de Alvo Dumbledore ter contratado a banda As Esquisitonas, uma banda muito famosa.


 


Quando ouvira novamente aquele boato naquela manhã o moreno de olhos verdes lembrara-se que na época em que cursara o quarto ano pela primeira vez ele nem mesmo sabia quem ou o que eram as Esquisitonas, afinal naquela época nunca havia tido contato com a Radio Bruxa, mas mesmo assim havia deduzido naquela época que se tratava de um grupo musical muito famoso devido a excitação e euforia que cresciam entre os estudantes que tinham passado a vida ouvindo a RRB que era nada mais do que a Rede Radiofônica dos Bruxos.


 


Ao mesmo tempo em que a euforia pelo baile atingia os estudantes, alguns professores como o pequeno Professor Fillius Flitwick haviam desistido de tentar ensinar a maioria dos alunos alguma coisa em relação a matéria quando a cabeça da maioria deles estava tão visivelmente longe da matéria, por isso o Professor de Feitiços havia deixado os alunos fazerem jogos durante a aula daquela quarta-feira, o Professor passara a maior parte do tempo da aula de feitiços questionando Harry sobre o feitiço convocatório que ele havia utilizado durante a primeira tarefa do torneio tribruxo, além do perfeito feitiço de desilusão que o moreno havia realizado, o professor também dera dicas ao moreno sobre algumas diferentes maneiras de se aperfeiçoar o feitiço convocatório e o de desilusão, embora Harry já soubesse aquelas coisas preferiu fingir que estava ouvindo tudo aquilo pela primeira vez naquele momento.


 


A Professora Sprout também maneirara nas atividades escolares naqueles dias antes do natal e do Baile de Inverno, em vez de iniciar uma nova matéria a professora apenas fizera os alunos citarem as características das plantas que eles haviam estudado até aquele momento durante todo aquele ano letivo.


 


Mas nem todos os professores foram tão generosos como Flitwick, Hagrid e Sprout, afinal nada mesmo poderia jamais desviar a atenção do Professor Binns, por exemplo, ele continuou a dar a aula sobre a revolta dos duendes, embora a maioria dos alunos supusessem que já que nem mesmo a própria morte o impedisse de continuar ensinando, também supunham que uma bobagem como o natal não fosse perturbar a maneira de ensinar do Professor fantasma, mas Harry de certa forma gostava das aulas de história da magia, pelo menos depois que tomara gosto pela leitura já que antes daquilo acontecer o moreno de olhos verdes tinha pavor daquelas aulas. Harry gostava muito das histórias das batalhas antigas, sangrentas e encarniçadas, embora a voz maçante do professor transformasse qualquer história de terror e violência em um relato extremamente tedioso.


 


Os Professores Minerva McGonagall e Alastor Moody também fizeram os estudantes trabalharem até o último segundo de aula, inclusive passando muitos deveres de casa para os alunos resolverem durante os feriados de final de ano.


 


Mas aquilo não chegou nem perto do que Severus Snape fez os estudantes passarem naqueles últimos dias de aula, pois seria mais simples que o Professor de Poções se tornasse um anjo do que permitir que seus alunos fizessem jogos durante sua aula. Com o costumeiro sorriso perversamente frio e um ar diabolicamente malvado, o Professor de Poções contemplava a turma com um ar satisfatoriamente cruel enquanto lhes informava que iria aplicar um teste sobre antídotos e venenos na última aula daquele trimestre.


 


Diferentemente da maioria dos alunos da grifinória e alguns da sonserina o moreno de olhos verdes nem mesmo pestanejou ou reclamou sobre aquilo e manteve-se em silêncio enquanto pensava em como iria fazer para colocar um plano em ação, era algo que ele precisava fazer urgentemente e ele apenas estivera adiando o inevitável, afinal precisaria daquela pessoa caso quisesse estar um passo a frente de Dumbledore e de Voldemort.


 


- Ele é um cretino perverso, isso sim. – murmurou Rony cheio de amargura durante aquela mesma noite no Salão Comunal da Grifinória. – Como é que pode dar um teste no último dia de aula? Estragar o nosso finalzinho do trimestre com um monte de deveres e revisões? Aquele Seboso de uma figa, aposto que ele fez isso de propósito...


 


- Claro Rony... Mas não se pode dizer que você esteja se esforçando muito para estudar, não é mesmo? – comentou Hermione em tom casual enquanto olhava para o garoto ruivo por cima de seus apontamentos sobre poções.


 


Já o ruivo encontrava-se mais do que entretido enquanto estava construindo um castelo de cartas com o baralho de Snap Explosivo que ele tinha, aquele era um passatempo bem mais interessante do que o que se fazia com o baralho dos trouxas visto que a possibilidade das cartas começarem a explodir poderia ocorrer a qualquer instante.


 


- Estamos as vésperas do natal, Hermione. – disse Rony completamente alheio a amiga enquanto continuava concentrado nas cartas.


 


Harry encontrava-se largado em uma poltrona logo ao lado dos amigos, o moreno estava lendo um livro de magia negra avançada que ele havia encontrado na seção restrita da biblioteca, mas para quem olhasse para o livro que Harry lia, tudo o que veria seria o livro de poções e ervas que eles estavam utilizando aquele ano, um belo feitiço de transfiguração aquele que o moreno de olhos verdes estava utilizando.


 


- Não briguem vocês dois. – grunhiu Harry em um tom levemente baixo e murmurado sem nem mesmo tirar os olhos do livro que ele lia.


 


- Você também poderia estar fazendo algo de útil e construtivo, Harry. – ralhou Hermione em tom sério enquanto encarava o amigo. – Acho louvável o fato de você estar estudando tanto, mas talvez você devesse se concentrar no que realmente importa...


 


- E o que seria mais importante do que estudar para a prova de poções? – perguntou Harry calmamente enquanto virava a página do livro e passava a ler sobre uma maldição antiga e tenebrosa que não era utilizada a muitos anos.


 


- Aquele ovo! – Hermione sibilou em tom levemente exasperado enquanto olhava para o melhor amigo não acreditando no descaso que ele estava demonstrando.


 


- Minha cara amiga Hermione, eu tenho até o dia vinte e quatro de fevereiro para decifrar aquele ovo! – respondeu Harry sem nem mesmo piscar, o que deixara Hermione ainda mais irritada do que ela já se encontrava.


 


Harry havia guardado o ovo de ouro no interior de seu malão no dia da primeira tarefa do torneio tribruxo e desde a festa não o abrira mais, afinal Harry sabia muito bem qual era a pista e o que ele teria de fazer, mas iria fazer de conta que não tinha nem idéia do que fazer, afinal sabia que aquele comensal da morte disfarçado de Moody o estava observando praticamente o dia todo, exceto nos momentos em que o moreno concentrava-se e conseguia fugir dos olhos atentos do comensal, principalmente quando ele fugia para a Sala Precisa para treinar sozinho.


 


- Harry, pode levar semanas para você conseguir chegar a uma conclusão lógica! – exclamou Hermione exasperada com o melhor amigo. – Você vai parecer um verdadeiro idiota se os outros campeões souberem a resposta para a próxima tarefa e você não...


 


- Deixe ele em paz, Hermione, o Harry conquistou o direito de ter um momento de folga. – disse Rony ao mesmo tempo em que colocava as duas últimas cartas no topo do castelo e a coisa toda começou a explodir chamuscando as sobrancelhas do ruivo.


 


- Isso sim ficou legal, Roniquinho. Vai combinar com suas vestes a rigor, com certeza que vai. – aquela era a voz de Fred Weasley que acabava de chegar acompanhado do irmão gêmeo, os dois riam por causa da aparência do irmão mais novo.


 


- Calem a boca. – resmungou Rony enquanto se sentava na poltrona ao lado do amigo e observava os irmãos com a cara amarrada.


 


- Bem Rony, será que você poderia nos emprestar Pichitinho? – perguntou Jorge ocultando a risada enquanto ele e o irmão sentavam-se a mesa com os outros três garotos ao mesmo tempo em que Rony apalpava o rosto para avaliar o estrago.


 


- Não, ele está fora entregando uma carta. – respondeu Rony ainda de cara amarrada enquanto olhava para os irmãos. – Porque?


 


- Porque o Jorge está a fim de convidar sua coruja para o baile. – respondeu Fred com a voz repleta de sarcasmo.


 


- É óbvio que nós gostaríamos de enviar uma carta, seu panacão. – retrucou Jorge olhando exasperado para o irmão.


 


- Para quem é que vocês tanto escrevem, hein? – perguntou Rony sem conseguir disfarçar a curiosidade que havia em sua voz.


 


- Não meta seu nariz onde não é chamado Rony, ou então vamos queimar ele para você também. – disse Fred enquanto sacava a varinha e apontava em direção ao nariz do irmão em um claro gesto de ameaça. Durante todo o dialogo entre os três irmãos o moreno de olhos verdes permanecera encarando os gêmeos com intensidade e firmeza fazendo os dois garotos sentirem-se desconfortáveis, os gêmeos sabiam que provavelmente não conseguiriam mais o dinheiro que Bagman lhes devia, mas ao mesmo tempo não sabiam se deveriam ou não aceitar a proposta de Harry, por isso para desviar a atenção Fred apressou-se a perguntar olhando para o irmão mais novo com um pouco de zombaria. – Então, vocês já arranjaram pares para o baile?


 


- Não. – resmungou Rony voltando a ficar emburrado novamente, afinal ele ainda não conseguira arrumar coragem para convidar alguma garota para ir com ele ao baile. – Mas o Harry disse que já tem um par.


 


- Bem, é melhor você se apressar então Rony, ou então todas as garotas legais vão estar ocupadas. – disse Fred com um sorriso malicioso.


 


- Com quem é que vocês vão, então? – perguntou Rony curioso enquanto olhava para os irmãos gêmeos.


 


- Angelina. – respondeu Fred prontamente e sem o menor constrangimento em sua voz ou expressão facial, o que deixou Rony surpreso.


 


- O que? – perguntou Rony espantado enquanto olhava de olhos arregalados para o irmão. – Você já a convidou?


 


- Ah, muito bem lembrado. – disse Fred enquanto se virava e gritava para o outro extremo da sala comunal dos leões. – Ei! Angelina...


 


- O que foi? – perguntou Angelina Johnson que encontrava-se do outro lado do salão comunal conversando com Alicia Spinnet próxima a lareira, a morena olhara para o garoto enquanto esperava para ver o que ele queria.


 


- Você quer ir ao baile comigo? – perguntou Fred em alto e bom som, todos os alunos que se encontravam no salão comunal puderam ouvir o pedido, enquanto Angelina olhava o gêmeo de cima a baixo como se o estivesse avaliando.


 


- Tudo bem, Fred. – disse Angelina enquanto ela voltava a se virar para retornar com a conversa que estava tendo com Alicia Spinnet, ao mesmo tempo em que um pequeno sorriso surgia no canto dos lábios da artilheira dos leões.


 


- Pronto, foi moleza. – disse Fred olhando para Rony e em seguida olhou para Harry. – Com quem você vai ao baile, Harry?


 


- Isso vai ser uma surpresa, meu caro Fred. – disse Harry em tom enigmático enquanto sorria com o canto dos lábios.


 


- Acho que é melhor usarmos uma coruja da escola Fred... – disse Jorge levantando-se e sendo acompanhado pelo irmão, os gêmeos saíram do salão comunal através do buraco do retrato enquanto Rony parava de apalpar as sobrancelhas e olhava para Harry por cima dos restos fumegantes do que fora seu castelo de cartas.


 


- Você tem mesmo um par Harry, porque se não a gente deveria começar a se mexer, sabe... – disse Rony com a voz hesitante e baixa. – Convidar alguém sabe. Fred e Jorge tem razão, nós não queremos acabar com um par de trasgos...


 


- Com licença... – sibilou Hermione deixando escapar uma exclamação de indignação através dos lábios. – Um par do que?


 


- Bom... Você sabe, Mione... – disse Rony enquanto encolhia os ombros de maneira nervosa. – Eu prefiro ir sozinho do que ter de ir com... Bem, com Heloisa Midgeon, digamos. Nem morto que eu iria com aquela garota.


 


- Se você não percebeu Ronald, a acne dela melhorou muito ultimamente e ela é uma garota muito legal. – exclamou Hermione indignada.


 


- Ela tem o nariz fora de esquadro. – retrucou Rony de maneira impaciente enquanto olhava para a amiga.


 


- Ah claro, eu entendo. – disse Hermione se encrespando completamente. – Então, basicamente, você vai levar a garota mais bonita que aceitar você, mesmo que ela seja completamente intragável e cabeça oca?


 


- Bem... Sim Hermione, é mais ou menos por aí. – disse Rony em tom simples enquanto o moreno de olhos verdes praguejava mentalmente contra a estupidez do melhor amigo, mas Harry precisou respirar fundo para não interferir naqueles acontecimentos, afinal sabia muito bem que seu melhor amigo era completamente criança naqueles aspectos e precisava crescer antes de poder engatar em um relacionamento de verdade ou então ele acabaria colocando tudo a perder e estragando até mesmo a amizade que existia entre os dois.


 


- Eu vou dormir. – retrucou Hermione enquanto pegava suas coisas e levantava-se abruptamente saindo em um repelão em direção a escada para o dormitório das garotas, sem dizer nem mais uma palavra sobre o assunto.


 


- O que foi que eu disse? – perguntou Rony olhando interrogativamente para Harry que meramente balançou os ombros enquanto voltava sua atenção para o livro que ele tinha em suas mãos, embora a vontade do moreno fosse socar o ruivo.


 


Aquela noite Harry foi o último a subir para o dormitório masculino, pois permanecera o restante da noite absorto em seus próprios pensamentos, lembrando a si mesmo os motivos pelos quais ele precisaria fazer o que tinha em mente ou mesmo os motivos para deixar o relacionamento de seus amigos correr normalmente.


 


Mas no final as respostas sempre eram as mesmas, afinal tudo na vida existia por um propósito, algumas coisas não podiam ser mudadas enquanto outras poderiam ser alteradas sem causar grandes danos. Harry não era alguém de acreditar em destino ou coisas desse tipo, pois ele acreditava que cada pessoa fazia seu próprio destino, não importando os obstáculos que se colocassem em sua frente no decorrer do caminho.


 


Naquela noite o moreno de olhos verdes dormiu pensando nos passos cruciais que ele daria no dia seguinte ao Baile de Inverno, passos que poderiam colocá-lo alguns passos a frente de Voldemort e de Dumbledore.


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PARTE IV


 


 


Faltava poucos dias para o Baile de Inverno em Hogwarts e os estudantes do castelo nunca haviam estado mais alvoroçados, as garotas andavam pelos corredores na expectativa de serem convidadas e os garotos procuravam os melhores pares.


 


Duas garotas encontravam-se na biblioteca de Hogwarts pesquisando algumas matérias para completarem seus deveres de casa e ambas conversavam sobre o baile que ocorreria em poucos dias, Hermione Granger estava com um enorme livro de Runas Antigas aberto em sua frente enquanto Gina Weasley folheava um volume de Poções.


 


- Rony já tomou coragem e te convidou para o baile, Mione? – perguntou Gina depois de alguns segundos em que ambas ficaram em silêncio.


 


- Não Gina. – disse Hermione arregalando os olhos e olhando para a ruiva com um olhar de pânico. – Porque ele me convidaria?


 


- Talvez porque você goste dele e ele goste de você? – retrucou Gina usando um pouco de ironia em sua voz.


 


- De onde você tirou essa idéia? – perguntou Hermione com a voz levemente alterada e sobressaltada. – Nós somos apenas amigos, Gina.


 


- Você e Harry são amigos, Hermione. – replicou Gina olhando firmemente para a morena que estremeceu. – Entre você e Rony existe muita tensão.


 


- Está tão óbvio assim? – perguntou Hermione em um tom de voz derrotado enquanto apoiava ambos os cotovelos na mesa e afundava o rosto no livro de Runas.


 


- Somente os que não querem ver ainda não perceberam o óbvio. – respondeu Gina em tom calmo enquanto observava a amiga, em seguida a ruiva pensou bem antes de murmurar. – Acho que você não deveria ficar esperando pelo meu irmão Hermione, é claro que eu gostaria de ver vocês dois juntos, mas ele não merece suas lágrimas.


 


- Não é tão simples assim, Gina... – começou Hermione em tom baixo enquanto sentia seus olhos umedecendo-se, nesse momento a morena percebeu que a primeira lágrima já ameaçava escorrer por seus olhos e apenas suspirou.


 


- É muito simples Hermione, você só tem de aceitar o convite do primeiro garoto que aparecer. – disse Gina em tom sério enquanto olhava para o rosto da amiga. – Fiquei sabendo que você recusou o convite de três garotos, três garotos lindos devo ressaltar.


 


- É. – nesse momento Hermione suspirou fracamente enquanto olhava para a ruiva. – Acho que eu estava esperando o convite do seu irmão.


 


- Pois não espere, aceite o convite do próximo garoto que te convidar e vá ao baile com ele. Mostre para o meu irmão o que ele está perdendo, Hermione. – disse Gina em tom firme enquanto olhava para a face triste de Hermione, as lágrimas escorriam pelas bochechas vermelhas dela, mas um sorriso cheio de orgulho surgiu na face de Gina quando viu o momento em que a amiga limpou as lágrimas com um gesto brusco enquanto levantava o olhar para si.


 


- Talvez você tenha razão, Gina. – murmurou Hermione vagamente enquanto erguia novamente a cabeça e dessa vez encarava a ruiva de maneira avaliativa. – Mas e você, Gina? Com quem você vai ao baile?


 


- Porque pergunta? – perguntou Gina estranhando a súbita mudança no semblante de Hermione, mas conhecia a amiga o suficiente para perceber onde aquilo a levaria.


 


- Porque eu estou sabendo que vários garotos convidaram você para ser o par deles, mas você recusou todos os convites. – comentou Hermione em um tom de voz cheio de esperteza enquanto olhava intensamente para a ruiva, em seguida Hermione começou a enumerar os garotos que haviam convidado a amiga. – Simas Finnighan, Miguel Córner, Zacarias Smith, Colin Creevey, Justino Finch-Fletchley, Marcus...


 


- Tudo bem, Hermione. – Gina interrompeu a amiga, a ruiva encontrava-se da cor dos cabelos enquanto encarava a garota a sua frente. – Eu aceitei um convite antes desses garotos me convidarem, por isso eu os recusei.


 


- Deixe-me adivinhar. Seu par é alto, está no quarto ano, tem os olhos verdes mais belos e intensos que existem, é super-famoso... – Hermione comentava em tom divertido enquanto observava o rosto de Gina ir ficando cada vez mais vermelho.


 


- Eu não sei do que você está falando. – disse Gina pausando em cada palavra enquanto encarava Hermione diretamente nos olhos.


 


- Qual é Gina? – devolveu Hermione sem se incomodar com o olhar da amiga. – O Harry disse que convidou uma garota e que será uma surpresa, ele não revela o nome para ninguém, nem sequer para mim ou o Rony. Desde que ele foi escolhido como campeão do Torneio Tribruxo vocês estão cada vez mais próximos, vocês passeiam juntos pelos jardins, sentam-se na mesa na grifinória juntos e às vezes ficam conversando baixo para que ninguém mais ouça. Todo mundo está comentando sobre essa aproximação de vocês, embora ninguém ainda tenha pensado em você como a acompanhante do Harry para o baile.


 


- Exceto você. – disse Gina em tom baixo, não sabia se sorria ou ficava envergonhada pelas palavras da amiga, mas optou por uma expressão cautelosa.


 


- Eu conheço você e o Harry muito bem... Bem, o Harry eu já não tenho tanta certeza assim de conhecer, mas ainda conheço você, Gina. – disse Hermione olhando para a ruiva. – Você está bem mais feliz ultimamente, parece estar saltitando de nuvem em nuvem, seus olhos estão mais brilhantes do que nunca e você vem se vestindo cada vez com mais dedicação. Como você nunca se importou muito com sua aparência está claro que você quer impressionar alguém ou está se vestindo para alguém, nesse caso só uma pessoa me vem a cabeça.


 


- É nessas horas que eu odeio você e sua racionalidade irritante. – retrucou Gina levemente surpresa pelo relato quase detalhado da situação.


 


- Isso foi uma confissão? – perguntou Hermione divertida enquanto pelo canto dos olhos observava o momento em que Vitor Krum adentrou a biblioteca e sentou-se em uma mesa distante e afastada ao canto do local, imediatamente após a entrada do jogador de quadribol um grupo de garotas entrou pelas portas da biblioteca e colocaram-se atrás de uma estante ficando assim a observar o jogador enquanto Krum pegava um livro e começava a folheá-lo.


 


- Tudo bem, o Harry me convidou para o baile. – disse Gina tentando permanecer séria, mas em seguida esboçou um sorriso.


 


- Eu sabia. – exclamou Hermione sorrindo também enquanto olhava para o rubor que surgira no rosto da ruiva, o sorriso pequeno e tímido era mais do que o suficiente para revelar o quanto a garota sentia-se feliz. – Ah Gina, fico tão feliz por você. Finalmente o Harry abriu os olhos e viu o que estava bem na frente dele.


 


- Eu ainda nem consigo acreditar em tudo isso Hermione, tudo aconteceu tão rápido... – Gina suspirou baixinho antes de voltar a ficar séria. – Mas eu estou tentando levar as coisas devagar. Sabe, um passo depois do outro.


 


- Eu entendo. Ah, fico realmente feliz por você, amiga. – disse Hermione com um sorriso enorme, ela havia esquecido completamente as mágoas que estava sentindo, em seguida a garota perguntou. – Já conseguiu um vestido, Gina?


 


- Enviei uma carta para mamãe pedindo um já faz uma semana, deve estar chegando hoje ou amanhã. – respondeu Gina com entusiasmo. – E você Mione, comprou um ou pediu para sua mãe enviar um para você?


 


- Comprei um vestido antes das aulas começarem. Ele estava incluído na lista de materiais. – respondeu Hermione.


 


As duas continuaram conversando sobre o baile por alguns segundos antes de resolverem terminarem logo de realizarem seus deveres escolares, Gina terminou primeiro que Hermione e depois de guardar suas coisas levantou-se da mesa dizendo.


 


- Vou a Torre da Grifinória ver se meu vestido já chegou, Mione. Vejo você depois. – disse Gina um pouco apressada.


 


- Tudo bem Gina, encontro você lá em alguns minutos. – concordou Hermione sem nem mesmo retirar os olhos dos pergaminhos e do livro que havia em sua frente, a garota meramente ouviu os passos apressados da ruiva se afastando e sorriu por isso, afinal tudo estava acontecendo como a ruiva sonhara e se havia uma pessoa que merecia ser feliz essa pessoa era Gina.


 


Dois minutos inteiros se passaram e Hermione continuou escrevendo rapidamente nos pergaminhos a sua frente, o trabalho que a Professora Vector havia pedido para os estudantes fazerem já estava praticamente terminado e Hermione estava apenas concluindo sua redação, nesse momento uma sombra parou bem em frente de Hermione que nem ao menos olhou para cima e continuou concentrada.


 


- Com licença. – Vitor Krum chamou em um tom de voz polido e levemente alto, pois percebera que a garota estava distraída.


 


Hermione levantou a cabeça tão rápido que um pequeno estalo foi ouvido pela garota, mas o búlgaro a sua frente não pareceu ter percebido esse fato, pois olhava intensamente para a morena que nesse momento olhava sem acreditar para o jogador a sua frente.


 


- Ah. – Hermione disse em um tom baixo e surpreso antes de sussurrar de maneira leve, embora rápida demais. - Oi.


 


- Eu venho querrendo falarr com focê já faz um tempo. – disse Krum em um tom rouco e com ma expressão que pareceu levemente envergonhado na opinião de Hermione. – Eu andei reparrando em focê desde que chegamos aqui, focê é um pouco diferrente das garrotas que eu conheço, não olha parra mim como as outras.


 


- Ah, eu não... – Hermione realmente não sabia exatamente o que falar para o jogador de quadribol a sua frente, fora pega completamente desprevenida.


 


- Eu vinha aqui parra tentarr falarr com focê, mas eu semprre a via acompanhada de seus amigos e não tinha corragem para falarr com focê. – disse Vitor Krum parecendo levemente embaraçado enquanto encarava Hermione que piscou os olhos surpresa pela declaração, mas ela surpreendeu-se mais quando ele esticou a mão em sua direção dizendo. – Meu nome é Vitor Krum.


 


- Hermione Granger. – disse Hermione aceitando o aperto de mão do jogador enquanto mentalmente perguntava-se porque motivo ele se apresentaria daquela maneira, afinal todos no castelo sabiam quem ele era.


 


- Hermio-ni-ni. – murmurou Vitor Krum esboçando um sorriso enquanto tentava compreender o nome da garota. – Eu li no jorrnal que focê é a namorrada de Harry Potter.


 


- Os jornais mentem. – disse Hermione sentindo as bochechas tornarem-se vermelhas incandescentes apenas pela quentura que sentiu.


 


- Enton focê me concederria a honra de ser minha acompanhante no Baile de Inverrno? – perguntou Krum com um sorriso no rosto pelo último comentário da garota.


 


- O que? Quero dizer, ir com você? – Hermione engasgou-se levemente enquanto via o búlgaro balançar afirmativamente com a cabeça. – Bem, eu adoraria.


 


- Muito obrrigado, Hermio-nini. – disse Krum inclinando levemente a cabeça para frente em uma reverência respeitosa, em seguida o búlgaro virou as costas e seguiu em direção a saída da biblioteca com Hermione encarando as costas do jogador ainda sem poder acreditar que ele realmente a havia convidado para o baile.


 


- A Gina não vai acreditar. – murmurou Hermione com um sorriso nos lábios antes de apressar-se a apanhar seus pergaminhos e organizar os livros que estavam abertos em cima da mesa, assim que terminou de organizar tudo Hermione andou calmamente até a saída da biblioteca, mas assim que atravessou as portas de entrada a morena saiu correndo pelos corredores de Hogwarts, com o único pensamento de chegar a Torre da Grifinória e contar a novidade para a amiga, certamente a ruiva iria delirar.


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Gina saiu da biblioteca e caminhou distraidamente pelos corredores do castelo em direção a Torre da Grifinória, enquanto percorria esse percurso a ruiva estava perdida em seus próprios pensamentos, pensava em Harry e nas coisas que ele vinha ensinando para ela e os outros, os exercícios físicos aumentavam cada vez mais de intensidade e dificuldade, segundo o moreno aquilo era para fortalecê-los fisicamente.


 


A ruiva não via o moreno de olhos verdes desde o treinamento daquela manhã, segundo o que ele dissera ele precisava descansar um pouco, pois estava muito cansado com tudo o que estivera acontecendo, mas Gina tinha a leve suspeita de que aquilo era apenas uma desculpa para ele não dizer o que realmente estava fazendo.


 


Mas mesmo que suspeitasse de algo Gina sabia que o moreno sabia o que estava fazendo e confiava completamente no julgamento dele, a ruiva também suspeitava que ficaria sabendo o que Harry estava fazendo mais cedo ou mais tarde.


 


Enquanto caminhava seus pensamentos voltaram-se para a conversa que ela tivera a pouco com sua amiga Hermione, se havia alguém que perceberia o que ocorria entre Harry e ela esse alguém era Hermione Granger, mas a ruiva também sabia que outras pessoas estavam de olho em todos os passos do moreno, ela própria comprovara esse fato quando pegara o diretor de Hogwarts olhando intensamente para o garoto durante uma das refeições no Salão Principal e segundo Harry o professor de DCAT o estava vigiando de perto também.


 


Ainda era um pouco difícil para Gina acreditar que Harry realmente estava interessado nela e que a havia convidado para o Baile de Inverno, a ruiva tinha medo de acordar e descobrir que tudo aquilo não passara de mais um de seus sonhos românticos e bobos, embora ela precisasse admitir que ainda não acontecera muito romance entre ela e Harry.


 


Gina virou um corredor a direita no momento em que exalou um suspiro lembrando-se do que Harry lhe falara no dia em que ele viera conversar com ela no Salão Comunal da Grifinória, o dia em que ele a surpreendera ao lhe dizer que a amava e que precisava dela.


 


Ainda recordava cada uma das palavras do moreno aquela noite, tudo o que ele lhe falara e explicara, principalmente no fato dele querê-la como namorada, embora a palavra que ele tinha usado fora companheira. Gina entendera perfeitamente bem o que o moreno de olhos verdes quisera dizer com aquilo e isso a fazia desejar que o ano passasse rapidamente para que ela pudesse aceitar tudo o que ele estivesse disposto a lhe oferecer, o que aparentemente era tudo.


 


A ruiva suspeitava que Harry tinha segredos tão obscuros que ele jamais poderia revelar a ninguém, mas de alguma maneira ele estava disposto a lhe oferecer o conhecimento sobre ele, aquilo demonstrava uma confiança enorme da parte do moreno de olhos verdes e Gina não tinha intenção alguma de trair aquela confiança, portanto sabia que jamais revelaria nada do que Harry lhe contasse, não se ele não desejasse que os outros soubessem.


 


A ruiva saiu de seus pensamentos quando percebeu que encontrava-se em frente ao retrato da Mulher Gorda, sorrindo a garota disse a senha para o retrato que abriu-se revelando a passagem para o interior do Salão Comunal Grifinório, naquele momento dezenas de alunos encontravam-se espalhados pelos sofás e pelo chão do local, todos esperando as horas da manhã passarem para poderem ir almoçar no Salão Principal.


 


A garota localizou Rony e Neville em um dos cantos do Salão Comunal, os dois garotos estavam jogando Snap Explosivo e pareciam muito concentrados uns nos outros, portanto Gina seguiu em direção as escadas que levavam ao dormitório feminino, no caminho encontrou alguns colegas e os cumprimentou ligeiramente antes de subir os degraus da escada rapidamente, naquele momento a garota queria ficar alguns minutos sozinha em sua cama onde poderia pensar mais claramente sobre tudo o que vinha acontecendo com ela.


 


Entrou no dormitório feminino do terceiro ano e depois de ter certeza que não havia mais ninguém em seu interior a ruiva encaminhou-se diretamente para sua cama onde jogou-se e deitou-se de costas, os olhos castanhos fixaram-se na parte de cima da cama de dossel enquanto novamente ela perdia-se em pensamentos.


 


Harry havia dito com todas as letras que queria uma companheira com quem pudesse dividir seus segredos e o fardo que ele carregava, Gina não entendera exatamente o que ele quisera dizer com aquilo, mas ela havia captado o essencial.


 


A ruiva sabia muito bem o que muitos alunos da escola pensavam dela e ate um mês atrás ela diria que Harry também pensava da mesma maneira, mas parecia que ele conhecia a verdadeira Gina e estava disposto a fazê-la aparecer.


 


A ruiva suspirou levemente, realmente ela não era a mesma a algum tempo. Mais precisamente desde o incidente com a Câmara Secreta, a ruiva tinha medo de se abrir completamente e acabar sendo usada e enganada novamente, por isso havia se trancado dentro de si mesma e passado a comportar-se de maneira diferente do que estava acostumada, somente quando estava em casa ela se permitia voltar a agir como antigamente.


 


Ela não era nenhuma garotinha frágil ou sensível demais, havia sido criada ao redor de seis irmãos mais velhos que viviam pegando no seu pé quando era pequena, ela precisara aprender a se defender das brincadeiras e crueldades dos irmãos, Gina sabia que tinha uma personalidade explosiva e vibrante quando estava completamente a vontade, o que ocorria somente em sua casa, quando estava na escola a ruiva mantinha-se a margem e apenas agia como se fosse outra garota qualquer, conversando e brincando com os amigos, somente quando enfrentava seus irmãos em Hogwarts sua verdadeira personalidade vinha a tona, o que ocorrera alguns dias antes da primeira tarefa do Torneio Tribruxo quando ela explodira com seu irmão Rony.


 


Um sorriso brincou nos lábios de Gina ao se lembrar desse pequeno fato, era algo realmente interessante ver as expressões de medo que havia no rosto de seus irmãos quando ela extravasava sua raiva em cima de um deles.


 


Gina foi tirada de seus devaneios quando a porta de seu quarto foi aberta com brusquidão e por ela entrou uma Hermione Granger apressada e parecendo agitada, embora o sorriso no rosto fosse mais largo do que nunca. A ruiva sentou-se num rompante enquanto observava Hermione entrar no dormitório e fechar a porta do quarto antes de se aproximar de onde a ruiva se encontrava, a ruiva percebeu o brilho que havia nos olhos da amiga.


 


- Gina, você não vai acreditar em quem me convidou para o baile. – exclamou Hermione empolgada antes de sentar-se na cama ao lado da ruiva.


 


- Não me diga que o Roniquinho tomou coragem e chamou você? – perguntou Gina arregalando os olhos enquanto olhava para a amiga.


 


- Não seja tola Gina, o Rony nunca me chamaria para o baile por vontade própria, ele precisaria ser obrigado a fazer isso. – Hermione disse levemente aborrecida e perdendo um pouco do brilho alegre que estivera em seus olhos, internamente o coração da garota sangrava levemente ao lembrar-se que o garoto que ela amava não a via como ela gostaria. – Mas você vai cair da cama ruiva, porque Vitor Krum me convidou para o baile.


 


- Krum? – Gina perguntou arregalando os olhos e deixando sem querer que sua boca se escancarasse de surpresa. – Vitor Krum? O jogador de quadribol?


 


- Você conhece algum outro? – perguntou Hermione sorrindo para a ruiva que estava mais do que surpresa com a notícia.


 


- Puxa vida Hermione. – exclamou Gina quando conseguiu superar a surpresa. – Minha nossa senhora, todas as outras garotas vão morrer de inveja de você.


 


- Menos você. – disse Hermione com um sorriso malicioso nos lábios que fez a ruiva engasgar levemente antes de meramente concordar com a cabeça.


 


- Sim, menos eu. – disse Gina, afinal de contas ela estava indo ao baile com quem queria, em seguida a ruiva ficou subitamente mais animada. – Imagine a cara da Parkinson e dos outros sonserinos quando virem você entrar com Vitor Krum no baile, isso com certeza vai calar a boca daquela cara de buldogue. Ah, e meu irmãozinho vai morrer quando te ver Mione, tenho certeza que ele vai se arrepender amargamente de ser tão tapado. Amiga, temos de deixar você maravilhosa para esse baile, vamos fazer a boca desses garotos despencar quando verem você passar.


 


- Não se esqueça que você também precisa se produzir ruiva. – disse Hermione cortando a empolgação da ruiva. – Você precisa estar maravilhosa para o seu moreno...


 


- É, eu preciso. – murmurou Gina baixinho enquanto uma apreensão pequena adentrava novamente sua mente, desde o dia que Harry a convidara a garota vinha sentindo aquele pequeno frio na espinha, pois sabia que o garoto estaria fenomenal do dia do baile, afina de contas ela vira as vestes de gala que sua mãe havia comprado para ele, o problema era que a ruiva conhecia as limitações de sua família e sabia que o vestido que sua mãe poderia comprar para ela não estaria a altura de um dos campeões de Hogwarts, Gina não tinha vergonha de ser pobre, somente não queria que Harry ficasse passasse vergonha por causa de suas roupas, pois a ruiva tinha certeza que sua mãe não iria comprar um vestido para ela, sua mãe compraria o tecido e ela mesma iria providenciar as vestes, embora Gina soubesse que o moreno de olhos verdes não se importaria com as roupas que ela usaria para o baile, conhecia Harry o suficiente para saber que ele não ligaria para algo tão trivial.


 


- O que foi Gina? – perguntou Hermione ao notar o semblante levemente triste da garota que ergueu os olhos para a amiga.


 


- Nada não Mione. – respondeu Gina enquanto balançava a cabeça espantando os pensamentos negativos.


 


- Ei Gina, você sabe que pode confiar em mim, não sabe? – perguntou Hermione olhando com mais curiosidade para a amiga.


 


- Eu sei Mione, eu só estava... – mas Gina não pode concluir a frase, pois foi interrompida por uma coruja marrom que adentrou o quarto das garotas do terceiro pela janela, a coruja voou diretamente até onde Gina e Hermione estavam sentadas e pousou logo ao lado da ruiva que ficou surpresa olhando para a coruja que carregava um pacote amarrado em sua pata, foi então que a garota lembrou-se que sua mãe iria enviar o vestido para o baile através de uma coruja do correio bruxo, então Gina apressou-se a desamarrar o pacote da pata da coruja que assim que se viu livre do pacote simplesmente alçou vôo e saiu para o céu daquela manhã. – É um pacote da minha mãe, Hermione. Deve ser o vestido que eu pedi para ela.


 


- Então abre logo, Gina. – disse Hermione estranhando a hesitação da ruiva, Gina apenas suspirou antes de começar a desfazer o embrulho com um pouco mais de cuidado do que o necessário, o que exasperou Hermione. Mas quando ambas as garotas vislumbraram o vestido dentro do pacote elas ficaram literalmente sem fôlego, principalmente a ruiva que não podia acreditar no que seus olhos estavam lhe mostrando, era simplesmente o vestido mais belo que a garota já havia visto. – Nossa Gina, ele é maravilhoso.


 


- É magnífico. – murmurou Gina quase em tom reverente enquanto retirava o vestido de dentro do pacote e o estendia em cima da cama para poder observá-lo melhor, era um vestido de alçinhas extremamente belo, a ruiva apaixonou-se por ele imediatamente, embora por dentro estivesse tentando entender como seus pais conseguiram dinheiro suficiente para comprá-lo, afinal sabia apenas por olhar para ele que aquele vestido custara muito dinheiro.


 


- Ah Gina, você vai ficar maravilhosa com ele. – exclamou Hermione sorrindo para a amiga e ignorando o ar de preocupação que a ruiva possuía, a morena aproximou-se de Gina e a abraçou rapidamente. – O queixo do Harry vai despencar quando ele colocar os olhos em você, Gina. Não apenas o Harry, você vai deixar os garotos babando...


 


- Não exagere, Mione. – disse a ruiva com a face avermelhada enquanto pegava o vestido e o dobrava cuidadosamente e o recolocava dentro do pacote, em seguida a garota dirigiu-se até seu malão e o abriu para então guardar o pacote em seu interior, afinal não queria que nenhuma de suas colegas de quarto descobrissem sobre ele.


 


Mas enquanto fazia isso a ruiva tinha seus pensamentos a mil por hora, sabia que os pais não teriam dinheiro suficiente para comprarem aquele vestido para si própria, a menos que seu pai houvesse pedido dinheiro emprestado, o que a garota duvidava muito.


 


Gina não precisava ser nenhum gênio para chegar a conclusão mais lógica para aquele caso e de alguma maneira ela sentia que era o que realmente acontecera, somente Harry poderia ter emprestado dinheiro para seus pais, ou melhor dizendo, ele provavelmente dera o dinheiro a eles com a desculpa de que era para o vestido dela, a ruiva não sabia como o moreno de olhos verdes conseguira convencer seus pais a aceitarem dinheiro dele, mas sabia que o que quer que ele houvesse dito fora o suficiente para convencê-los, mas agora Harry Potter teria de se explicar para ela.


 


- Vamos almoçar, Mione? – perguntou Gina voltando seus olhos para a amiga e ocultando seus pensamentos por trás de um sorriso.


 


- Claro. – concordou Hermione sem perceber os pensamentos da ruiva a sua frente, em seguida ambas as garotas saíram do dormitório feminino do terceiro ano e desceram para o Salão Comunal onde encontraram Rony e Neville terminando mais uma partida de Snap Explosivo, as duas garotas resolveram esperar os amigos e assim que eles terminaram de jogar os quatro saíram do Salão Comunal com destino ao Salão Principal.


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No interior da Sala Precisa estava acontecendo uma batalha simulada, os barulhos de explosões e feitiços eram simplesmente ensurdecedores, a escuridão tomava conta do interior do local e somente era quebrada quando os feitiços eram lançados.


 


Praticamente no centro da sala era possível visualizar a silhueta de um garoto com rebeldes cabelos negros e que estava completamente concentrado no que fazia, ele próprio sabia que o menor descuido naqueles momentos poderia lhe custar alguns machucados bem sérios.


 


Harry Potter estava treinando de uma maneira que ninguém jamais poderia imaginar, ele estava cercado por oponentes de todos os tipos e poderes, eram réplicas de guerreiros que ele enfrentara durante toda sua vida, os mais poderosos e cruéis, com exceção de Alvo Dumbledore e Voldemort, pois Harry sabia que ainda não era poderoso o bastante para lutar com eles, ainda precisava treinar muito para ter todos os seus poderes de volta.


 


Já fazia mais de três horas que o moreno de olhos verdes estava batalhando contra aqueles adversários, durante esse período de tempo ele conseguira derrubar e exterminar muito poucos adversários, pois eles eram guerreiros de grande poder, eles nem se comparavam com os comensais da morte que Harry havia enfrentado na guerra contra o Lorde das Trevas.


 


Nesse momento vários feixes de luz dispararam em direção do moreno de olhos verdes que deixou sua aura a mostra e a expandiu de forma a bloquear todos os feitiços, em seguida o garoto revidou impulsionando sua aura para frente e lançado rajadas de ar por todos os lados atingindo os guerreiros em cheio, apenas quatro conseguiram se proteger a tempo de evitar o golpe, mas mesmo tendo sido atingidos os outros levantaram-se imediatamente e partiram par ao ataque novamente enviando feitiços negros contra o moreno.


 


Harry lembrava-se da época em que enfrentara aqueles bruxos, as lutas não haviam sido tão difíceis como eram naquele momento, afinal de contas naquela época ele já tinha um domínio completo de seus poderes e era muito mais poderoso do que naquele momento, mas o moreno também sabia que em breve ninguém poderia detê-lo, tudo o que ele precisava fazer era aperfeiçoar seus poderes ao seu potencial máximo.


 


Para treinar o moreno não utilizava sua varinha, Harry sabia que aquela habilidade era vista com suspeita pelos bruxos, mas ele realmente nunca se importara com aquele fato, até porque ninguém soubera que ele tinha aquela habilidade, mas dessa vez ele iria utilizar tudo ao seu alcance para destruir Voldemort e os comensais da morte.


 


Bloqueando vários feitiços com a mão esquerda o moreno enviou um jato de luz negra contra um guerreiro que foi transformado em poeira ao ser atingido pelo feitiço de extinção, o moreno sabia que já passara muito tempo ali dentro se divertindo e que já estava na hora de sair ou então o diretor ou algum dos professores poderia acabar suspeitando de alguma coisa, por isso Harry concentrou-se ao máximo e fez com que sua aura negra aumentasse ainda mais, a energia que desprendia-se de seu corpo era bastante poderosa, mas não o suficiente e ele sabia disso.


 


Unindo ambas as mãos a sua frente o moreno começou a entoar um cântico antigo, as palmas de suas mãos estavam viradas uma para a outra e aos poucos ele foi afastando-as ligeiramente uma da outra, no meio de suas mãos uma pequena luz avermelhada começou a brilhar e conforme ele afastava as mãos a esfera aumentava de tamanho, o moreno podia sentir os feitiços que chocavam-se contra sua aura, os guerreiros tentavam a todo custo conseguir trespassar a barreira de proteção que sua aura formava naquele momento.


 


Um sorriso perverso curvou os lábios do moreno quando afastou suas mãos a quase trinta centímetros uma da outra, no meio delas havia uma esfera vermelha como sangue e que emanava uma energia maligna e opressora, o moreno girou ambas as mãos e as “deslizou” sobre a esfera avermelhada antes de lançá-la contra o chão a seus pés, assim que a esfera fez contato com o piso da Sala Precisa sua aura negra simplesmente se desvaneceu ao mesmo tempo em que a esfera vermelha “brilhava” e se expandia a partir de onde Harry se encontrava, os feitiços continuaram voando pela sala, mas agora eram meramente engolidos pela esfera de energia vermelha, nesse momento a esfera explodiu e expandiu-se por toda a sala em uma velocidade impressionante atingindo a todos os guerreiros que estavam lutando contra o moreno de olhos verdes.


 


Os gritos de dor foram os últimos lamentos dos guerreiros que foram simplesmente obliterados pelo feitiço do moreno, Harry sabia que aquela magia somente deveria ser utilizada como um último recurso, pois era extremamente desgastante, sem contar que ele não fazia distinção entre amigos e inimigos, somente quem o conjurava permanecia vivo.


 


Somente quando os últimos resquícios do feitiço desapareceram e ele conjurou luz ao redor de si foi que o moreno pode ver o estrago que ele havia causado, tudo a sua volta havia sido simplesmente destruído e desintegrado, não havia mais nada a sua volta a não ser o chão e as paredes da Sala Precisa, o campo de batalha que ele havia imaginado já não existia mais, ele sabia o que esse feitiços era capaz de fazer e só o havia utilizado uma vez em campo de batalha, o moreno dava graças a todos os deuses por Voldemort não conhecer aquele encantamento, pois se ele fosse capaz de lançá-lo então estariam perdidos, mas aquele encantamento o moreno havia descoberto em uma escritura antiga que havia no Ministério da Magia e que ninguém fora capaz de traduzir, mas Harry havia identificado a língua como aramaico antigo e então o levara para sua casa onde poderia traduzi-lo em paz, é óbvio que ele precisou roubar o livro de lá, pois eles jamais permitiriam que Harry levasse embora um dos precisos manuscritos desconhecidos.


 


Harry sacudiu a cabeça forçando-se a sair de seus pensamentos, em seguida o moreno dirigiu-se para a porta da Sala Precisa e a abriu saindo logo em seguida, ele não tinha tempo para ficar pensando sempre no passado, precisava encarar o presente e se concentrar no que era verdadeiramente importante naquele momento.


 


Assim que saiu da Sala Precisa o moreno utilizou um feitiço de transfiguração e mudou o sobretudo negro para uma roupa casual, uma calça jeans azul e uma camiseta preta com um lobo desenhado a suas costas, na frente apenas uma inscrição em prata e em latim que significava “Lobo das Sombras”, um tênis esporte completava o traje do moreno de olhos verdes.


 


Ele não precisava olhar para relógio algum para perceber que já deveria ser hora do almoço e provavelmente todos os estudantes ou pelo menos a maioria já deveria encontrar-se no Salão Principal naquele instante, por isso o moreno adentrou por uma passagem secreta que ficava no sexto andar e desceu por um corredor longo saindo em seguida no segundo andar, logo depois o moreno desceu as escadas para o térreo e dirigiu-se para o Salão Principal.


 


Como Harry esperava a maioria dos estudantes já se encontrava mesmo ali dentro, inclusive os estudantes de Beauxbatons e Durmstrang, todos já tinham pratos em sua frente e comiam tranquilamente enquanto conversavam.


 


Enquanto o moreno adentrava o Salão Principal e se dirigia para a mesa da grifinória muitos olhares acompanharam seus passos, alguns cochichando com os colegas e rindo baixo de alguma coisa, outros com olhares de deboche e alguns olhavam meio cautelosos para o moreno, o moreno quase deixou um sorriso de deboche escapar de seus lábios enquanto sentia os olhares de todos em cima de si, inclusive do diretor e dos professores, ele sabia que aquele tipo de atenção jamais acabaria e de certa forma não se importava mais.


 


O moreno localizou os amigos sentados em um lado da mesa dos leões, mas ele captou o olhar de Gina que encontrava-se sentada ao lado de Hermione, não foi o que ela fez ou demonstrou, mas o olhar intenso da ruiva chamou a atenção de Harry para o fato de que ela tinha alguma coisa em mente, o olhar dela lembrou-lhe muito o olhar da Gina que ele namorara e isso fez um sorriso pequeno curvar seus lábios, pois aquela garota estava começando a se sobressair.


 


Apenas pela maneira como a garota o olhava Harry soube que havia algo que ela queria lhe falar, por isso o moreno dirigiu-se calmamente até onde elas encontravam-se sentados, até mesmo Luna se encontrava na mesa dos leões e estava acomodada logo ao lado de Neville.


 


- Boa tarde. – cumprimentou Harry de modo geral para os amigos, Fred e George responderam normalmente, assim como os outros, então Harry sentou-se logo ao lado da ruiva, logo em seguida um prato surgiu a sua frente e ele começou a se servir calmamente.


 


Enquanto começavam a almoçar a conversa foi leve e calma, os gêmeos comentavam sobre a falta que o torneio de quadribol fazia e Rony concordava com eles, mas quando o assunto mudou para o Baile de Inverno o moreno percebeu um leve sobressalto na ruiva que estava a seu lado, não foi algo que ela tenha demonstrado para que todos pudessem perceber, mas ele conseguira captar o sutil mover dos ombros, por isso inclinou-se levemente para ela e sussurrou no ouvido da ruiva, o moreno a sentiu estremecer quando fez isso.


 


- O que está incomodando você, Gina? – o sussurro baixo ao pé de seu ouvido fez a ruiva estremecer completamente enquanto arrepios lhe subiam pela espinha e eriçavam-lhe os pelos de seus braços, a sensação foi tão forte e poderosa que a ruiva suspirou.


 


- Por que? – perguntou Gina em um sussurro baixo o suficiente para que apenas o moreno pudesse ouvir, ela havia se inclinado ligeiramente na direção do moreno e agora podia encará-lo diretamente nos olhos verdes, ao ver a incompreensão nos olhos do moreno a ruiva suspirou antes de falar. – Porque você deu dinheiro para meus pais para o vestido?


 


- Ah. – deixou escapar Harry ficando surpreso por ela ter descoberto tão rápido que fora ele quem dera o dinheiro aos Weasley. – Como você soube?


 


- Eu não sabia, somente suspeitava, você acabou de confirmar. – disse Gina deixando que um sorriso divertido brincasse em seus lábios quando percebeu o ar de surpresa do moreno ao descobrir que fora literalmente enganado.


 


- Ah, sua espertinha. – exclamou Harry falsamente indignado, mas sem levantar o tom de voz enquanto olhava para os olhos castanhos da ruiva, o brilho que ele via naqueles olhos era algo reconfortante. – Me enganou.


 


- Você está fugindo da minha pergunta. – acusou Gina ficando séria e olhando nos olhos de Harry que meramente suspirou.


 


- Bem, eu dei o dinheiro para seus pais comprarem um vestido para você, Gina. – disse Harry dando de ombros enquanto olhava para a garota. – Só queria que você tivesse algo bonito e que gostasse, nada mais que isso.


 


- É porque eu iria envergonhar você na frente da escola com as roupas de segunda mão? – perguntou a ruiva de maneira séria enquanto olhava para os olhos do moreno, aquela era uma dúvida que ela não conseguia tirar da cabeça, por isso precisava estar olhando par aos olhos do moreno, somente assim saberia se ele estava sendo sincero ou não.


 


- Claro que não, Gina. – disse Harry completamente surpreso pela pergunta da garota. – Eu jamais me envergonharia de você, só achei que você gostaria de um vestido bonito.


 


- Só isso? – perguntou Gina baixinho, mas ela perguntara apenas por perguntar, pois havia visto a sinceridade nos olhos verdes, ele ficara realmente surpreso por sua pergunta.


 


- É claro que sim, Gina. – respondeu Harry com tranqüilidade e em seguida sorriu de leve. – Eu não me importaria se você fosse vestida de calça jeans e camiseta para o baile, eu entraria com você com o maior orgulho. Só quero que você se sinta bem, não importa o que você está vestindo, o que importa é que você goste.


 


- Obrigada, Harry. – murmurou Gina sorrindo antes de se inclinar levemente e depositar um beijo na bochecha do moreno de olhos verdes que piscou os olhos e sorriu levemente antes de voltar sua atenção para sua refeição, nenhum dos amigos pareceu perceber o que havia acontecido entre os dois, nem mesmo a conversa que eles haviam travado.


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Os dias antes do Baile de Inverno pareciam que voavam rapidamente e com o baile o natal também se aproximava, os funcionários de Hogwarts estavam demonstrando um interesse constante em impressionar os visitantes das escolas de Beauxbatons e Durmstrang, por isso estavam decididos a mostrar o castelo em sua melhor forma naquele natal.


 


As decorações que os funcionários armaram no interior do castelo eram as mais brilhantes e fantásticas que qualquer um dos estudantes de Hogwarts jamais vira no castelo, havia pingentes de gelo perene que tinham sido presos nos balaustres das escadarias de mármore, doze árvores de natal haviam sido montadas no Salão Principal e estavam enfeitadas com todos os tipos de decorações, desde frutinhas vermelhas luminosas até as corujas douradas e vivas que piavam alegremente, as armaduras do castelo também faziam parte da decoração natalina, pois haviam sido enfeitiçadas para cantar muitas canções tradicionais de natal quando alguém passasse por uma delas.


 


Harry e os amigos riram muito ao ouvirem um elmo vazio cantando uma música natalina apenas pela metade, embora não deixasse de ser uma magia de transfiguração e feitiços magníficos. O zelador Argus Filch estava trabalhando pesado nos últimos dias, diversas vezes o zelador precisou retirar pirraça de dentro dessa mesma armadura, pois ele havia pegado a mania de se esconder no interior dela e então preenchia as lacunas vazias das canções com palavras de sua própria invenção, embora todas elas fossem bastante grosseiras.


 


Os treinamentos estavam cada vez mais intensos e freqüentes para Harry, pois além dele treinar os amigos pela manhã e algumas vezes ele treinar a tarde ou em algum horário vago, agira Harry acordava as três horas da manhã e se dirigia a Sala Precisa onde treinava pesadamente antes de seus amigos voltarem, o moreno estava determinado a alcançar suas habilidades o mais rápido possível, desde a magia até as artes marciais que ele dominara.


 


Mas mesmo com todos os treinamentos que os amigos do moreno tinham, os deveres de casa e as aulas, o assunto do baile não saía da cabeça das garotas, mas havia uma pessoa que estava pensando muito ultimamente naquilo e não era nenhuma das meninas, Rony não tirava da cabeça o fato de não ter conseguido convidar ninguém até aquele momento.


 


Harry percebia que o amigo estava começando a ficar bastante nervoso com isso, mas como havia resolvido não interferir diretamente naquele assunto o moreno apenas dava conselhos para o amigo dizendo que ele precisava tomar coragem e convidar logo uma garota, mas Harry sabia que era mais fácil falar do que fazer, ele próprio sentira aquilo na pele.


 


O moreno gostaria muito de dar um soco na cabeça de Rony e lhe dizer para ele convidar Hermione de uma vez, fazer o ruivo perceber que estava apaixonado pela amiga, mas então o moreno lembrava-se de que Rony ainda era um pouco imaturo, o que poderia acabar estragando completamente o relacionamento deles, então em vez de ajudar o moreno teria estragado completamente o romance entre os amigos.


 


- Olha Rony, talvez você devesse convidar a Murta Que Geme, aposto que ela adoraria ser convidada par ao baile e aceitaria na hora. – disse Harry enquanto utilizava um pouco de sarcasmo para ver se conseguia fazer o amigo convidar logo uma garota qualquer, eles já estavam na sexta-feira e faltava pouco mais de uma semana para o baile e nada de Rony tomar coragem e chamar logo alguém para o baile, o moreno sabia que sua amiga Hermione já havia sido convidada por Vitor Krum naquele momento.


 


- Droga Harry, eu sei que só preciso chegar perto de uma garota e mandar ver. – disse Rony exasperado logo depois de terem saído da aula de Adivinhação, agora eles se encaminhavam para o Salão Principal onde almoçariam antes das aulas da tarde. – Tudo bem, prometo para mim mesmo que quando eu voltar ao Salão Comunal hoje a noite vou ter arranjado um par, está bem?


 


- É assim que se fala, cara. – disse Harry em concordância com o ruivo, mas por dentro balançava a cabeça em negação, pois sabia que o amigo não iria cumprir o que falara, sem contar que iria pagar o maior mico de sua vida naquela tarde, mas não seria Harry que iria impedir o ruivo de tentar convidar a campeã de Beauxbatons para o baile, pois aquilo certamente renderia algumas boas risadas por parte dele e dos outros.


 


O almoço no Salão Principal foi bastante calmo e tranqüilo, Harry e Rony sentaram-se ao lado de Gina e Hermione respectivamente, a conversa foi bastante trivial entre eles, envolvendo principalmente as aulas da manhã e o que eles teriam pela tarde depois do almoço, a ruiva disse que iria para a aula de Defesa Contra as Artes das Trevas e depois para a de Transfiguração, já Harry e os dois amigos fariam História da Magia e Poções.


 


A aula com o Professor Bins foi da mesma maneira de sempre, o professor explicava sobre uma antiga guerra entre os duendes e os bruxos, pelo que o moreno sabia houveram quatro guerras entre bruxos e duendes em toda a história, incluindo uma revolta.


 


Depois da aula de História da Magia, Harry e os amigos dirigiram-se para as masmorras onde teriam aula de poções com o Professor Snape, o professor encontrava-se zangado e ranzinza como de costume, como sempre acontecia entrou falando rispidamente sobre o teste que eles fariam, a voz fria e sarcástica de Snape ecoava pelo interior da sala causando calafrios em alguns alunos, já Harry precisava se esforçar para manter uma expressão neutra no rosto, pois o que ele mais gostaria de fazer seria responder aos comentários do Professor de Poções.


 


Quando Snape entregou os testes para todos os estudantes e permitiu que eles começassem a responder o moreno de olhos verdes precisou ocultar um sorriso desdenhoso ao observar as questões que havia em seu pergaminho, como Harry sabia o teste seria sobre os antídotos e isso ele tirou de letra, pois fora uma das matérias que ele mais gostara durante seu treinamento, o professor foi obrigado a dar uma nota alta para Harry quando corrigiu sua prova, afinal não havia nenhuma falha no que ele respondera, por isso o humor do professor apenas piorou e ele descontou em cima dos outros estudantes, mas até mesmo Rony e Neville saíram-se um pouco melhores do que o habitual, o que provava que os treinamentos estavam rendendo.


 


Assim que saiu da aula de poções o moreno despediu-se dos amigos e se dirigiu para as cozinhas de Hogwarts onde encontrou os elfos domésticos bastante atarefados, mas dois deles vieram imediatamente atendê-lo.


 


- O que deseja, meu senhor? – perguntou um deles enquanto ambos faziam profundas reverências para Harry que meramente girou os olhos.


 


- Vocês poderiam me ver um pouco de suco de abóbora, por favor? – pediu Harry utilizando um tom de voz calmo.


 


- Um momento, meu senhor. – disseram os elfos domésticos antes de desaparecerem e reaparecerem logo em seguida, cada um deles trazia uma garrafinha de suco de abóbora, ali deveria ter suco o suficiente para cinco pessoas, mas Harry sabia que poderia ofender um dos elfos se não pegasse as garrafas então estendeu suas mãos e apanhou as duas garrafinhas.


 


- Obrigado. – disse o moreno para os elfos que sorriram largamente antes de fazerem novas reverências.


 


Harry guardou uma das garrafas no bolso de sua calça enquanto abria a outra e começava a tomar o suco, o líquido desceu rapidamente por sua garganta, era realmente refrescante beber aquilo, mas o moreno preferia mesmo cerveja amanteigada e whisky de fogo, embora as bebidas trouxas fossem mais fortes.


 


Seus pensamentos voltaram-se levemente para a vez em que ele convidara Cho Chang para o Baile de Inverno e recebera uma desculpa da garota, pois ela iria ao baile com Cedrico Diggory, lembrava-se claramente do ódio e do enorme ciúme que sentira em seu corpo, parecia que suas entranhas tinham sido dilaceradas. Harry apenas podia imaginar o que sentiria se fosse Gina que o houvesse recusado e dito que iria com outro, o moreno sabia que não poderia ouvir aquilo, fora por isso que decidira não ser um idiota e deixar que Gina pensasse que não tinha nenhuma chance com ele, muito pelo contrário, ela era a única que tinha importância romanticamente em sua vida.


 


- Luzes Encantadas. – disse friamente ao quadro da Mulher Gorda, a senha havia sido trocada no dia anterior.


 


- Com certeza, meu querido. – disse a Mulher Gorda em um tom de voz estridente, ela acertou a faixa de lantejoulas que havia em seus cabelos ao girar para a frente e admitir que o moreno adentrasse no Salão Comunal da Grifinória.


 


Como o moreno esperava, assim que ele adentrou o Salão Comunal e o percorreu com seus olhos encontrou Rony sentado e com o rosto completamente branco como um fantasma, o ruivo estava sentado em um canto distante do salão, Gina estava sentada a seu lado e falava em uma voz baixa com o irmão, o moreno sabia que ela estava tentando consolá-lo.


 


- O que aconteceu, Rony? – perguntou Harry em um tom calmo e neutro enquanto se juntava aos irmãos.


 


- Porque fiz aquilo, Harry? – disse Rony com a voz levemente enlouquecida enquanto erguia os olhos para Harry, havia uma expressão de completo horror no rosto do ruivo. – Simplesmente não sei o que me obrigou a fazer aquilo!


 


- E o que foi que você fez, Rony? – perguntou Harry deixando que um tom exasperado escapasse enquanto olhava para o amigo.


 


- Bem... Ele... Hum... Convidou Fleur Delacour para ir ao baile com ele. – disse Gina, o moreno percebeu que a ruiva fazia um esforço danado para não rir enquanto continuava a dar palmadinhas no braço de Rony demonstrando um pouco de solidariedade.


 


- Porque diabos você convidou Fleur Delacour para o baile, Rony? – perguntou Harry ocultando um meio sorriso.


 


- Não sei o que me obrigou a fazer aquilo. – exclamou Rony de maneira afetada e exasperada. – Quem é que eu estava fingindo que eu era, cara? Havia tanta gente e por todos os lados, fiquei simplesmente maluco, todo mundo estava me olhando. Eu estava passando por ela no saguão de entrada, Fleur estava parada conversando com o Diggory e uma coisa estranha parece que se apoderou de mim, e só convidei ela!


 


Rony gemeu levemente e inconsolável enquanto enterrava o rosto nas próprias mãos, o garoto não conseguia parar de falar, mesmo que as palavras soassem engasgadas.


 


- A garota olhou para mim como se eu fosse um verme ou coisa parecida. – disse Rony enquanto se afundava ainda mais. – Ela nem me respondeu. E então... De repente eu recuperei o juízo e me mandei dali.


 


- Não se culpe, Rony. Ela é parte Veela. – disse Harry de maneira consoladora, embora por dentro estivesse morrendo de rir. – Lembra do que você disse, pois é, tinha razão, a avó dela era Veela. Não foi culpa sua, posso apostar como você deve ter passado por ela bem na hora em que ela deveria estar jogando charme para Cedrico Diggory e você acabou sendo atingido, mas ela está perdendo o tempo dela, pois o Cedrico vai com a Cho.


 


- Verdade? – perguntou Rony interessado enquanto se lembrava que Harry andara de olho na oriental. – Você não gostava dela?


 


- Gostar não é um termo que eu utilizaria para descrever o que eu via na Chang, Rony. – disse Harry em um tom exasperado ao perceber que Gina parara de sorrir. – Ela é bonita e eu era um pouco idiota e imaturo, mas agora eu a considero apenas uma amiga.


 


- Isso é uma verdadeira droga. – disse Rony exasperado novamente. – Nós somos os únicos que ainda não tem ninguém para ir ao baile, bem, tirando o Neville é claro.


 


- Já disse para não me incluir nessa, Rony. Eu já tenho um par para o baile. – respondeu Harry de maneira entediada.


 


- Isso é o que você diz Harry, mas só vou acreditar quando ver você com ela. – respondeu Rony dando de ombros antes de sorrir. – Ah, mas você não vai adivinhar quem convidou a Mione para o baile, Harry.


 


- Quem? – perguntou Harry curioso enquanto tombava a cabeça de lado para olhar para Gina que parecera sobressaltada e olhava surpresa para o irmão, mas o moreno tinha certeza que Rony não estava falando sobre Vitor Krum.


 


- Colin. – respondeu Rony como se aquilo fosse a coisa mais engraçada do mundo e então desatou a rir loucamente.


 


- O que? – perguntou Harry tentando entender aquela notícia, não se lembrava de Colin Creevey ter convidado Hermione para o baile de inverno.


 


- Pois é, eu sei. – disse Rony sorrindo largamente, naquele momento um pouco da cor já havia voltado ao rosto do garoto e ele começou a rir novamente. – Neville me contou logo depois da aula de poções, disse que viu quando o Colin a chamou para ir ao baile. Segundo o Neville, a Mione disse que já estava indo com alguém. Ah, como se isso fosse verdade. Ela só não queria ir com o Colin... Afinal, que garota se interessaria por um garoto mais novo do que ela? Além do mais, aposto como a Hermione nem mesmo foi convidada para o baile... Ainda bem que não sou o único que não consegue um par para o baile, o Neville...


 


- Ele já tem companhia. – cantarolou Gina enquanto olhava para o irmão com um sorriso divertido nos lábios.


 


- E com quem é que o Neville vai? – perguntou Rony exasperado enquanto pensava em quem teria sido a louca que aceitara ir com o colega de quarto dele, naquele instante até mesmo Harry estava interessado na resposta.


 


- Com a Luna. – respondeu Gina com os olhos estreitos enquanto olhava par ao irmão. – E não ouse debochar de nenhum deles.


 


- Que seja, eles fazem um belo par. – retrucou Rony com a voz cheia de ironia, mas não disse mais nada, pois naquele momento Hermione atravessou o buraco do retrato e se aproximou de onde os três estavam sentados.


 


- Porque vocês três não foram jantar? – perguntou Hermione sentando-se logo ao lado de Harry enquanto olhava para os amigos rindo.


 


- Porque... Ah, parem de rir vocês dois. – exclamou Gina bufando enquanto olhava exasperada para o irmão e para o moreno de olhos verdes. – Porque a garota que o Rony convidou acabou recusando o convite.


 


- Obrigado, Gina. – exclamou Rony em um tom azedo enquanto parava de rir instantaneamente, mas Harry ainda manteve um sorriso no canto dos lábios enquanto encarava a ruiva.


 


- Todas as garotas bonitas já estão ocupadas, Rony? – perguntou Hermione olhando para o ruivo com um leve ar superior, mas Rony não estava prestando total atenção nas palavras da amiga, ele estava encarando Hermione como se de repente a estivesse vendo sob uma luz totalmente nova, o que fez Harry rir mentalmente. – A Heloisa Midgen está começando a parecer bem bonita agora, não está não? Bem, tenho certeza de que você vai encontrar em algum lugar alguém que esteja disposta a ir com você ao baile.


 


- Sabe Hermione, Colin tem toda razão, você é uma garota... – disse Rony com os olhos brilhando enquanto olhava para a amiga.


 


- Excelente observação. – retrucou Hermione de maneira azeda enquanto olhava para o ruivo com um pouco de desgosto.


 


- Então... Sabe, você poderia me acompanhar ao baile. – disse Rony como se houvesse acabado de anunciar um milagre.


 


- Não, não poderia. – retorquiu Hermione enquanto franzia a sobrancelha e olhava para Rony com um pouco de ironia.


 


- Ah vai Mione... – Rony disse em tom um pouco impaciente. – Preciso de um par para o baile, vou fazer um papel realmente idiota se não tiver nenhum, todos os outros já têm...


 


- Não posso ir com você – disse Hermione ficando tão vermelha quanto um tomate. – porque já estou indo com uma pessoa.


 


- Não, não está não! – disse Rony impaciente enquanto olhava para a amiga. – Você só disse isso para se livrar do Colin.


 


- Ah, foi é? – disse Hermione com os olhos faiscando de maneira perigosa nesse momento. – Só porque você levou três anos para reparar, Rony, não significa que mais ninguém tenha reparado que eu sou uma garota!


 


Harry e Gina entreolharam-se divertidos enquanto observavam o interlúdio entre Rony e Hermione, naquele momento o ruivo arregalou os olhos enquanto olhava para a amiga, mas em seguida o garoto voltou a sorrir.


 


- Tudo bem, tudo bem, eu sei que você é uma garota, Hermione. Satisfeita? – perguntou Rony sorrindo para a garota que não retribuiu. – Você vai comigo agora?


 


- Eu já disse! – exclamou Hermione começando a ficar bastante zangada. – Eu estou indo com outra pessoa ao baile!


 


- Ela está mentindo! – disse Rony enquanto observava Hermione caminhando decidida em direção as escadas para o dormitório feminino.


 


- Não está não. – disse Gina em tom baixo e levemente provocativo enquanto olhava para o irmão, sabia que era um pouco de crueldade o que estava fazendo, mas sabia também que o irmão merecia uma boa chacoalhada.


 


- Com quem ela vai então? – perguntou Rony desviando seus olhos para a irmã que sorriu jocosamente antes de responder.


 


- Não vou dizer nada, isso não é da sua conta. – disse Gina sorrindo debochadamente para o irmão que franziu as sobrancelhas.


 


- Certo, que seja. – resmungou Rony em um tom levemente ofendido. – Essa história já está começando a ficar idiota pro meu gosto. Droga, é uma pena que eu não possa ir com você ao baile Gina, levar minha irmã seria pior do que ir sozinho...


 


- Mesmo que você quisesse me levar, eu não poderia. – disse Gina com um sorriso ainda maior no rosto, embora suas bochechas tenham se avermelhado levemente. – Eu também já tenho um par para ir ao baile, irmãozinho. Bom, não sei quanto a vocês, mas estou sem fome e então vou subir e falar com a Hermione...


 


- Ei Gina... – chamou Harry quando a ruiva havia se levantado e começava a se dirigir as escadas, quando a ruiva voltou-se para olhá-lo, o moreno retirou de dentro de suas vestes a garrafinha de suco de abóbora que ele guardara e entregou para a garota que a apanhou. – É suco de abóbora, para o caso de sentir sede a noite.


 


- Valeu Harry. – agradeceu Gina antes de se encaminhar novamente para as escadas, mas quando chegou aos pés da mesma a ruiva se virou e olhou para o moreno, quando olhar de ambos se encontrou a garota sorriu para ele, que retribuiu de leve, em seguida Gina subiu as escadas do dormitório, ela pretendia ir ver como Hermione estava.


 


- O que será que deu na Hermione, hein? – murmurou Rony enquanto olhava vagamente para Harry, o moreno já estava um pouco impaciente e decidiu tomar uma atitude.


 


- Bom Rony, acho que você deveria se mexer e convidar logo uma garota, não pode deixar par ao último dia. – disse Harry em tom firme enquanto encarava o amigo que apenas piscou os olhos surpreso pelas palavras de Harry, naquele exato instante Lilá Brown e Parvati Patil adentraram pelo buraco do retrato. – Acho que do nosso ano apenas a Parvati ainda não tem um par, embora talvez a irmã dela também não tenha. Sugiro que você tome um pouco de coragem e vá falar com ela, se elas recusarem então procure alguma garota do terceiro ano. E se apresse. Eu vou subir par ao dormitório, estou com um pouco de sono.


 


Então Harry levantou-se e deixou Rony sozinho com seus próprios pensamentos enquanto se dirigia para as escadas e depois subia para o dormitório masculino, sem se importar muito em verificar se algum de seus colegas já estava ali dentro o moreno dirigiu-se para o banheiro onde tomou um banho gelado e longo.


 


Quando voltou para o interior do dormitório Harry o encontrou completamente vazio, então dirigiu-se a sua cama onde vestiu uma calça de moletom e colocou a roupa que ele tirara dentro do cesto, em seguida o moreno deitou-se em sua cama e fechou o cortinado, ele não queria ser interrompido naquele momento. Nos momentos seguintes Harry puxou o laptop que ele trouxera para Hogwarts e o ligou, estava na hora dos negócios.


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Os professores de Hogwarts haviam aproveitado que o feriado havia chegado e então passaram uma carga pesada de deveres de casa para todos os alunos, mas os alunos do quarto ano foram sobrecarregados com os deverem para as férias de final de ano, Harry aproveitava os momentos em que ele se encontrava a sós na Sala Precisa ou em seu dormitório para responder a todas as lições de fim de trimestre e mesmo utilizando seus poderes para passar o conhecimento diretamente para os pergaminhos ele demorou vários dias para completar todos os deveres, mas a semana que antecedeu o natal e consequentemente o Baile de Inverno o moreno passou o máximo de tempo possível no interior da Sala Precisa acompanhado dos amigos.


 


Ele havia aproveitado o fato de que não teriam aulas e programado mais duas horas de treinamento pela manhã e um outro treinamento durante a noite, é claro que os amigos do moreno haviam reclamado muito por causa daquilo, mas ele fora firme e não os deixara contrariá-lo naquilo, por isso os momentos depois dos treinamentos eram passados quase completamente dentro da Torre da Grifinória, que naqueles dias parecia tão vazia como durante os períodos letivos, na verdade o salão parecia ter encolhido ligeiramente naqueles últimos dias, afinal de contas os integrantes da casa dos leões estavam mais barulhentos que o normal, embora todos soubessem que isso estava acontecendo por causa do Baile de Inverno.


 


Os gêmeos Fred e George estavam fazendo um grande sucesso com os produtos que apresentavam para os grifinórios, no momento o que estava sendo mais vendido eram os Cremes de Canário, pois logo nos primeiros dias depois do fim das aulas as pessoas não paravam de explodir em penas por todos os lados.


 


Por causa desse fato, todos os alunos da grifinória aprenderam a olhar cuidadosamente a comida que outras pessoas lhe ofereciam, a cautela era muito grande entre eles, pois não queriam ser pegos pelos Cremes de Canário que poderiam estar escondidos entre os alimentos, Jorge comentou vagamente com Harry que ele e o irmão estavam trabalhando em uma nova invenção, o que fez um sorriso abrir-se no rosto do moreno enquanto lembrava-se claramente do episódio com seu primo Duda e o Caramelo Incha-Língua.


 


Harry tinha certeza absoluta que em breve Fred e George o abordariam para falarem sobre o negócio que ele havia proposto par aos gêmeos logo quando havia voltado, na verdade estava um pouco ansioso para iniciar novamente suas atividades como empresário atuante, mas sabia que teria de esperar por um tempo ainda.


 


Rony havia aceitado o conselho que Harry havia lhe dado e depois de passar quase uma hora no Salão Comunal apenas olhando para Parvati Patil, ele finalmente tomou um pouco de coragem e atravessou o espaço entre eles e a convidou para o baile, segundo o relato do ruivo a garota havia pensado por alguns instantes antes de concordar, Harry até mesmo podia imaginar ela e Lilá Brown caindo em risinhos baixos.


 


Nos últimos dias que antecederam o baile muita neve caiu sobre o castelo e os terrenos de Hogwarts. A carruagem azul clara da Escola Beauxbatons parecia uma enorme abóbora coberta de gelo logo ao lado da casinha de bolo glacê que era a cabana de Hagrid, enquanto isso as escotilhas do navio de Durmstrang estavam completamente foscas e o cordame estava branco de gelo. Os elfos domésticos na cozinha de Hogwarts desdobravam-se para conseguir preparar variados pratos nutritivos, ensopados que aqueciam e algumas sobremesas deliciosas, somente Fleur Delacour parecia capaz de conseguir encontrar algo do que reclamar, Harry observava a francesa com um pouco de diversão ao imaginar o quanto ela parecia fútil, mas o moreno também conhecia a impetuosidade e o carisma que a francesa possuía e que ela sabia esconder muito bem.


 


- Essa comida de Hogwarts é pesada demais. – ele a tinha ouvido reclamar de maneira mau-humorada logo depois do jantar de domingo, naquele instante ela estava deixando o Salão Principal e Harry, Rony, Hermione e Gina andavam logo atrás dela e de suas amigas, o ruivo cuidava de tentar se esconder atrás de Harry e da irmã tentando a todo custo não ser visto pela francesa. – Não vou caberr nas minhas vestes de baile!


 


- Ah, isso sim seria uma tragédia. – comentou Hermione no momento em que Fleur e as amigas estavam chegando ao saguão de entrada. – Essa garota realmente se acha muito importante, não é mesmo?


 


- Hermione, com quem você vai ao baile? – perguntou Rony de repente tentando pegar a garota de maneira distraída, Rony não parava de assediar a amiga com aquela pergunta, na esperança de fazer com que ela respondesse sem querer ao ser perguntada quando menos esperasse, no entanto Hermione meramente franzia a testa enquanto respondia.


 


- Não vou lhe contar porque você iria caçoar de mim. – respondeu Hermione firmemente depois de mais uma pergunta do ruivo.


 


- Você deve estar brincando, Weasley. – exclamou Draco Malfoy logo as costas do quarteto que virou-se para encarar o sonserino e seus amigos. – Você está me dizendo que alguém convidou isso para ir ao baile? Não foi o sangue-ruim de molares compridos, foi?


 


- Olá Professor Moody! – Hermione disse tranquilamente e com um enorme sorriso enquanto acenava para alguém logo as costas de Malfoy.


 


O sonserino ficou pálido de medo enquanto pulava para trás e procurava pelo Professor Moody com um olhar alucinado, mas o professor ainda encontrava-se a mesa dos professores terminando seu ensopado.


 


- Mas que doninha nervosinha você é, hein Malfoy? – comentou Hermione demonstrando seu desprezo enquanto virava as costas junto com os amigos, todos os quatro gargalhando da cara de medo do sonserino.


 


- Hermione... – chamou Rony enquanto olhava para Hermione de esguelha e de repente franzia a testa em confusão. – Os seus dentes...


 


- O que em eles? – perguntou Hermione voltando os olhos para o amigo e parando um pouco de rir do que acabara de acontecer.


 


- Bem, eles estão diferentes... – gaguejou Rony um pouco atordoado enquanto continuava olhando fixamente para a garota. - Sabe, eu acabei de notar...


 


- Claro que eles estão, você não esperava que eu ficasse com aquelas presas que Malfoy me deu ou esperava? – questionou Hermione em tom de deboche enquanto viravam em um corredor a esquerda que levava a Torre da Grifinória.


 


- Não, quero dizer, eles estão diferentes do que eram antes de ele lançar o feitiço em você. – comentou Rony pensativo enquanto continuava olhando de esguelha para a amiga. – Eles estão... Retos e do tamanho normal.


 


- Bem... – Hermione começou enquanto abria um sorriso travesso fazendo seus dentes brilharem. – Semana passada eu fui procurar Madame Pomfrey para ela me ajudar com um assunto feminino, então eu perguntei para se ela não conhecia um feitiço que podia diminuir um pouco os meus dentes, ela disse que sim e então me ajudou. Papai e mamãe não vão ficar muito satisfeitos, eu estou tentando convencê-los a me deixar reduzir os dentes a séculos, mas eles queriam que eu continuasse com o aparelho dentário. Vocês sabem, eles são dentistas, por isso eles acham que dentes e magia não devem se misturar... Ei, olhem lá! Pichitinho voltou.


 


A corujinha de Rony piava enlouquecida no alto da balaustrada enfeitada de pingentes de gelo, havia um rolo de pergaminho amarrado firmemente a patinha direita da corujinha, as pessoas que estavam passando pelo local apontavam para ela e riam, um grupo de garotas do terceiro ano havia parado próximo ao local e comentavam coisas como: “Ah, olha só que corujinha mínima! Não é uma gracinha?


 


- Ei, seu penoso babaca! – Rony sibilou enquanto corria escada acima e em seguida agarrava a pequena coruja. – Você tem de entregar as cartas diretamente ao destinatário! Não deve ficar por aí se exibindo. – nesse momento Pichitinho piou alegremente enquanto tinha a cabeça espichando-se por cima da mão fechada de Rony, as garotas do terceiro ano pareciam verdadeiramente chocadas com a atitude do garoto. – Caiam fora. – a voz do ruivo soara ríspida enquanto ele sacudia a mão que estava segurando a coruja que piou ainda mais alegremente no momento em que se viu livre e saiu voando pelos ares, em seguida o ruivo acrescentou em voz baixa enquanto as garotas do terceiro ano saíam correndo com um ar escandalizado. – Pega aqui, Harry.


 


Harry pegou a carta que o amigo lhe entregava e por um momento pensou em lê-la ali mesmo, mas então sentiu a presença de alguém o vigiando, sabendo muito bem de quem se tratava o moreno embolsou a carta e silenciosamente dirigiu-se para a Torre da Grifinória tendo os outros três logo atrás de si.


 


Quando entraram no Salão Comunal da Grifinória todos os estudantes estavam demasiadamente ocupados enquanto extravasavam a agitação das férias para observarem melhor o que os outros estavam fazendo, mas os gêmeos Weasley e Neville perceberam que algo importante estava acontecendo e que os quatro precisavam de privacidade, por isso envolveram seus colegas de casa em uma nova brincadeira, Neville havia pegado um Creme de Canário que Fred lhe oferecera e o comeu transformando-se em penas logo depois, o que causou risadas dos outros estudantes que estavam no Salão Comunal.


 


Ignorando as brincadeiras os quatro sentaram-se bem afastados dos colegas de casa, eles acomodaram-se próximo de uma janela escura que estava sendo coberta lentamente pela neve que caía, em seguida o moreno de olhos verdes retirou a carta do bolso e a abriu para logo em seguida começar a lê-la em voz alta.


 


 


Caro Harry,


Parabéns por conseguir passar pelo Rabo Córneo Húngaro, quem pôs o seu nome naquele cálice não deve estar se sentindo muito feliz neste momento!


Eu iria sugerir que você usasse um Feitiço Conjunctivitus, porque os olhos do dragão são o seu ponto mais fraco...


 


 


- Foi o feitiço que Vitor Krum usou! – murmurou Hermione baixinho enquanto mentalmente Harry pensava que Sirius estava mais do que errado, pois a pessoa que colocara seu nome no Cálice de Fogo estava mais do que satisfeito com seu desempenho.


 


 


Mas do seu jeito foi bem melhor Harry, estou mesmo impressionado.


Porém, não fique se sentindo muito satisfeito consigo mesmo, Harry. Você só deu conta de uma das três tarefas, quem o inscreveu nesse torneio vai ter muitas outras oportunidades se quer realmente lhe fazer algum mal.


Mantenha seus olhos bem abertos, particularmente quando a pessoa de quem já falamos estiver por perto e se concentre em não se meter em nenhuma confusão.


Mande noticias, continuo querendo saber de qualquer coisa anormal que acontecer.


Sirius.


 


 


- Ele está falando exatamente da mesma maneira que o Professor Moody. – murmurou Harry em tom vago enquanto guardava a carta dentro de suas vestes, daria um jeito de se livrar dela mais tarde. – “Vigilância Constante.” Até parece que eu ando por aí com os olhos bem fechados, ricocheteando nas paredes e...


 


- Mas Sirius tem razão, Harry. – disse Hermione em tom firme. – Você ainda tem duas tarefas do torneio para cumprir, deveria realmente dar uma olhada naquele ovo de ouro, você sabe, para começar a estudar o que ele significa...


 


- Pelo amor de Merlin, Hermione. Ainda faltam séculos para a segunda tarefa! – exclamou Rony de maneira ríspida enquanto olhava para a amiga, ao lado do moreno Gina também aprecia um pouco incomodada. – Que tal jogarmos uma partida de xadrez, Harry?


 


- Claro. – respondeu Harry lembrando-se que não jogara nenhuma partida de xadrez com Rony desde que “voltara” para aquele tempo, mas acrescentou quando viu as expressões de Gina e Hermione. – Vamos garotas, como é que eu vou me concentrar com toda a barulheira no Salão Comunal? Não vou nem conseguir ouvir o ovo com todo mundo berrando, embora eu ache que eles se calariam no mesmo instante em que ouvissem aquele barulho ensurdecedor. Bem, para ser sincero com vocês eu acho que sei mais ou menos como conseguir ouvir a mensagem do ovo de ouro, mas não estou mesmo a fim de fazer isso agora.


 


- Tudo bem Harry, você é quem sabe. – disse Hermione suspirando enquanto se sentava melhor para assistir a partida de xadrez que aconteceria, Rony já havia montado ambos os lados do tabuleiro e apenas esperava o moreno começar, pois ele ficara com as peças brancas.


 


Gina sentou-se ao lado de Harry para poder observar melhor o desenrolar da partida de xadrez, aos poucos Rony começou a capturar cada uma das peças que Harry posicionava a frente, mas Gina percebeu que o moreno estava jogando taticamente com seu irmão e posicionava peças que pareciam aleatórias, mas que na verdade estavam trancando Rony em uma armadilha, a ruiva sabia que seu irmão estava tão acostumado a ganhar de todo mundo no xadrez que nem sequer cogitava a idéia de perder para Harry.


 


Quando Harry finalmente deu um cheque-mate nem Hermione e nem Rony conseguiram acreditar, o moreno havia conseguido posicionar uma das torres e um bispo fechando o caminho do rei enquanto dava o cheque com sua rainha, Rony não tinha escapatória e pela primeira vez havia perdido para o melhor amigo.


 


- Isso é impossível. – exclamou Rony aturdido enquanto encarava as peças no tabuleiro de xadrez, seu rei fora esmigalhado pela rainha branca, Hermione encarava Harry impressionada e Gina tinha um sorriso largo e orgulhoso no rosto enquanto se inclinava e lascava um beijo na bochecha do moreno de olhos verdes que voltou-se para a ruiva sorrindo, mas a voz de Rony fez Harry voltar-se para o amigo. – Eu quero uma revanche.


 


No total foram jogadas dez partidas de xadrez bruxo e Harry ganhou todas elas, todas as derrotas foram espetaculares na opinião da ruiva.


 


- Desde quando você joga xadrez tão bem? – perguntou Rony ainda sem conseguir acreditar que fora superado.


 


- Algum tempo. – respondeu Harry de maneira evasiva enquanto se levantava e anunciava que estava na hora de ir par ao dormitório.


 


Gina também levantou-se e seguiu para seu dormitório assim como Rony e Hermione, mas mesmo depois de algum tempo em que a ruiva encontrava-se deitada em sua cama ela continuava pensando nas palavras do moreno, por algum motivo sentia que ele estava escondendo algo muito sério, algo que ele tinha medo de revelar.


 


Ela não sabia o que pensar exatamente sobre isso, não podia imaginar o que poderia ser tão sério a esse ponto, mas ela tinha certeza que esse motivo era o mesmo para as habilidades que ele demonstrava possuir, assim como era a explicação para a mudança de atitude dele, a garota somente esperava que pudesse agüentar a revelação daqueles segredos.


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Na véspera de natal Harry resolvera dar uma pequena folga para seus amigos dos treinamentos, dispensara todos eles dos treinos do dia vinte e quatro e do dia vinte e cinco, voltariam a treinar apenas do dia vinte e seis.


 


Mas Harry não deu folga a si próprio, ele aproveitou que encontrava-se sozinho e se jogou de cabeça em seu próprio treinamento, o moreno entrou por volta das quatro horas da manhã na Sala Precisa e somente saiu depois das sete e trinta, o treinamento daquele dia foi tão pesado quanto os anteriores, mas ele estava evoluindo cada vez mais e já conseguia vencer mais facilmente os guerreiros que ele invocava.


 


Depois que voltou para a Torre da Grifinória o moreno tomou um banho rápido e vestiu-se calmamente, depois de alguns segundos ele sentou-se em sua cama enquanto olhava de relance para os presentes que havia recebido naquele natal, naquele ano eles haviam distribuído os presentes na véspera de natal, pois o baile aconteceria aquela noite e ninguém teria tempo para distribuir e trocar os presentes natalinos.


 


Harry não se dirigiu imediatamente para os presentes, pois pelo que ele se lembrava seu elfo doméstico Dobby iria aparecer a qualquer momento para lhe entregar o presente dele, o elfo não o decepcionou, pois no instante seguinte um estalido anunciou a chegada de Dobby.


 


- Harry Potter, meu senhor! – murmurou de maneira esganiçada o elfo doméstico antes de fazer uma reverência até quase bater o nariz no chão. – Dobby veio aqui meu senhor, desejar a Harry Potter um feliz natal e lhe trazer um presente, meu senhor! Harry Potter instruiu Dobby a vir aqui vê-lo quando quisesse, meu senhor.


 


- Tudo bem, Dobby! – disse Harry calmamente enquanto observava o elfo doméstico se aproximar vagarosamente. – Você está bem?


 


- Harry Potter ser um bom senhor, se preocupa com o pobre Dobby. – disse o elfo doméstico com os olhos arregalados antes de começar a chorar convulsivamente, o barulho do elfo acabou por acordar os companheiros de quarto de Harry, os garotos se remexeram na cama e abriram as cortinas para espiar o que estava acontecendo, eles ainda estavam com as pálpebras pesadas de sono e os cabelos completamente desmanchados.


 


- Está tudo bem, Harry? – perguntou Simas de maneira sonolenta enquanto olhava curiosamente para o elfo doméstico.


 


- Sim, não é nada. – respondeu Harry em tom simples enquanto se acomodava melhor em sua cama. – Podem voltar a dormir.


 


- Ah... Os presentes! – exclamou Simas alto ao ver a montanha de pacotes aos pés de sua cama, o garoto dirigiu-se até os pacotes e começou a examiná-los.


 


Rony bocejou enquanto ele, Dino e Neville também se aproximavam de seus devidos presentes, afinal já que eles estavam acordados era melhor começarem a abrir logo os presentes, enquanto isso Harry voltou seus olhos para Dobby que ainda estava de pé completamente nervoso, o elfo estava usando a mesma roupa esfarrapada de que o moreno se lembrava.


 


- Dobby pode dar o presente de natal dele ao mestre Harry Potter? – perguntou Dobby de maneira hesitante.


 


- Claro que pode, Dobby. – respondeu Harry sorrindo para o elfo antes de se curvar levemente e retirar dois embrulhos de dentro de seu malão. – Também tenho um presente para você.


 


- Oh meu senhor! – disse Dobby absolutamente encantado por estar recebendo um presente de seu mestre enquanto pegava o pacote que Harry estava lhe oferecendo, assim que abriu Dobby retirou um conjunto de roupa verde e vermelho que ele simplesmente adorou, junto com a roupa havia dois pares de meia que Harry sabia que o elfo adorava. – Obrigado meu senhor. Mas meu senhor, eles se enganaram na loja, Harry Potter, lhe venderam meias iguais...


 


- Ah não Harry, como foi que você não viu isso! – Exclamou Rony rindo muito de sua cama que naquele momento estava cheia de papéis de embrulho.


 


- Cala a boca, Rony. – grunhiu Harry olhando de relance para o amigo antes de se voltar par ao elfo. – Não se preocupe Dobby, é assim mesmo que eles vendem as meias, mas você pode combiná-las, são cores diferentes. Depois eu compro mais alguns pares para você e você pode ter uma coleção inteira de meias...


 


- Meu senhor, o senhor é muito bondoso com Dobby! – guinchou o elfo com os olhos transbordantes de lágrimas, enquanto fazia reverências profundas para o moreno de olhos verdes. – Meu senhor Harry Potter é tão nobre e generoso, é um grande bruxo...


 


- Ei Harry, valeu cara, é muito maneiro. – exclamou Rony de onde se encontrava, ele havia acabado de abrir o presente do amigo, um boné dos Chudley Cannons, ele havia enfiado o boné na cabeça chocando-se brutalmente com a cor de seus cabelos.


 


- Obrigado Dobby. – agradeceu Harry olhando para o elfo logo depois de ter acenado para o amigo, o elfo doméstico havia lhe entregado um pacotinho, que Harry abriu calmamente já sabendo do que se tratava.


 


- Dobby fez elas com as próprias mãos meu senhor, Whinky ajudou a terminá-las, então é um presente de Dobby e de Whinky, meu senhor. – disse o elfo de maneira alegre para Harry. – Dobby comprou a lã com o ordenado dele, meu senhor!


 


- Elas são muito bonitas, Dobby. – disse Harry sorrindo enquanto olhava para as meias, a esquerda era vermelha berrante e tinha alguns desenhos de vassoura enquanto a direita era verde e possuía o desenho de várias nozes, Harry calcou as duas meias sabendo exatamente que aquilo deixaria o elfo bastante feliz e não deu outra, os olhos de Dobby marejaram de felicidade.


 


- Dobby precisa ir agora, meu senhor, Whinky está esperando ansiosa por Dobby. – disse o elfo doméstico preparando-se para aparatar.


 


- Feliz natal, Dobby. – disse Harry fazendo o elfo olha-lo quase como se ele fosse alguma divindade. – Diga a Whinky que eu mandei um feliz natal para ela também.


 


- Sim meu senhor. – disse Dobby e desapareceu com um estalido suave enquanto Harry voltava seus olhos para os presentes que haviam aos pés de sua cama.


 


Silenciosamente o moreno começou a abrir seus presentes encontrando uma única folha de papel absorvente, o que o fez suspirar com desprezo e amassá-lo.


 


Harry sorriu ao ganhar de Hermione um livro intitulado “Os Times de Quadribol da Grã-Bretanha e da Irlanda”, de Rony o garoto receber uma enorme sacola de bombas de bosta, Sirius lhe enviou um canivete com diversos acessórios para abrir qualquer porta e desfazer qualquer nó, o moreno lembrava-se muito bem daquele objeto, Hagrid lhe enviara uma enorme caixa de doces com todos os que ele achava que Harry mais gostava – havia Feijõezinhos de Todos os Sabores Bertie Botts, Sapos de Chocolate, Chicles de Baba-Bola e Delícias Gasosas. Ele também recebera o habitual pacote da Senhora Weasley, o que incluía um suéter novo, este verde e contendo uma estampa de dragão fazendo referencia a primeira tarefa do torneio tribruxo, o moreno sabia que Carlinhos contara tudo aos pais, além é claro de uma enorme quantidade de tortas caseiras e frutas secas.


 


De Gina o moreno recebeu um pequeno cartão contendo votos de felicidade e de saúde, o moreno sabia que a ruiva não tinha dinheiro suficiente para comprar-lhe um presente, mas ficou contente com o que recebeu.


 


Depois de guardar seus presentes o moreno desceu as escadas que levavam ao Salão Comunal Grifinório sendo acompanhado por Rony, os outros garotos ainda estavam no dormitório guardando os presentes, os dois encontraram Gina e Hermione no Salão Comunal, juntos eles saíram do salão e desceram em direção ao Salão Principal para tomarem o café da manhã.


 


Depois do café os quatro passaram a maior parte da manhã no Salão Comunal da Grifinória, todos os estudantes da casa dos leões se divertiam com os presentes recebidos, Fred e George lideravam a animação como sempre, mas depois os quatro desceram novamente para o Salão Principal onde tiveram um almoço magnífico, que incluía muito mais de cem perus, pudins de natal e montanhas de Bolachas Mágicas de Cribbage.


 


Rony, Gina, Hermione e Harry saíram para os jardins do castelo logo depois do almoço, a neve continuava intocada, exceto pelas valas fundas que haviam sido feitas pelos estudantes de Durmstrang e de Beauxbatons enquanto dirigiam-se para o castelo.


 


- Obrigado pelo cartão Gina, eu adorei. – Harry murmurou ao pé do ouvido da ruiva enquanto se preparavam para brincarem de guerra de neve, Hermione tinha anunciado que preferia apenas assistir a batalha em vez de tomar parte dela. – Se você não se importa eu vou lhe dar meu presente apenas mais tarde...


 


- Não precisa...


 


- Shh, é claro que precisa Gina, além do mais eu faço questão. – disse Harry sorrindo travessamente para a garota enquanto imaginava a cara dela quando recebesse seu presente. – Você vai adorar, eu tenho certeza.


 


Eles guerrearam durante quase uma hora inteira antes de Hermione anunciar que ela iria subir par ao dormitório feminino para se arrumar para o baile, nesse momento Gina exclamou algo em voz baixa enquanto dizia que também precisava ir.


 


- O que? Vocês precisam de três horas para se arrumar? – perguntou Rony olhando para a amiga e a irmã completamente incrédulo, mas o ruivo pagou pela desatenção e recebeu uma enorme bola de neve diretamente ao lado da cabeça, o responsável por ela fora ninguém menos do que Fred, mas Rony não ligou enquanto continuava olhando para Hermione de maneira abobalhada. – Com quem é que você vai, Hermione?


 


- Esqueça Roniquinho. – zombou Gina após a melhor amiga ter balançado a cabeça em negação, as duas garotas agora se dirigiam para o castelo.


 


A batalha de neve entre os garotos terminou apenas estava ficando difícil para eles visualizarem os alvos direito, por isso eles abandonaram a batalha de bolas de neve e marcharam de volta ao salão comunal. A Mulher Gorda encontrava-se sentada em sua moldura e ao lado dela sua amiga Violeta do andar de baixo, as duas estavam extremamente tontas, algumas caixas vazias de bombons recheados de licor estavam amontoados sob o quadro.


 


- Lutas de Covil é isso aí! – a Mulher Gorda riu quando os garotos disseram a senha para ela, em seguida ela girou o quadro para frente para deixá-los passar, logo depois todos eles dirigiram-se para seus dormitórios para se prepararem para o Baile de Inverno.


 


Meia hora depois metade dos garotos já havia tomado banho e se trocado, Harry tinha acabado de tomar banho a poucos minutos e agora estava se vestindo calmamente, ele não estava com muita pressa, pois desde que chegara a Torre da Grifinória mantinha um pequeno contato com o local onde as garotas estavam, por isso ele saberia quando elas estivessem prontas.


 


O moreno estava terminando de abotoar a camisa branca quando percebeu que os outros garotos encontravam-se meio constrangidos devido as vestes a rigor que estavam vestindo, embora nenhum deles parecesse encontrar-se mais vermelho do que Rony, que naquele momento estava examinando seu traje no comprido espelho que havia em um canto, a expressão do garoto não podia ser mais desgostosa.


 


- Mas que droga. – exclamou Rony baixinho enquanto se examinava na frente do espelho, ele virava-se de um lado par ao outro para olhar o traje por todos os ângulos. – Droga. Isso não pode estar acontecendo. Mas que droga.


 


- O que foi, Rony? – perguntou Simas segurando a risada enquanto observava o traje do colega de quarto.


 


- Olha só para essas porcarias de rendas. As vestes de vocês não tem essas coisas, nem babados ou golas estranhas. – exclamou o garoto mau-humorado enquanto continuava se olhando no espelho como se num passe de mágica as vestes mudariam.


 


- Bem Rony, as suas vestes são mais tradicionais do que as nossas. – gracejou Dino enquanto se sentia mais a vontade com suas roupas.


 


- Tradicionais? – perguntou Rony virando-se incrédulo para olhar o colega de quarto. – Isso aqui é uma velharia. Estou parecendo minha tia-avó Tessie! – mas nesse momento Rony sentiu algo estranho no ar e inclinou-se para cheirar a roupa que estava usando e em seguida o garoto exclamou. – Que nojo cara, tem o cheiro da minha tia-avó Tessie. Mas que porcaria, alguém me mate!


 


- Chega de drama, Rony. – exclamou Harry se aproximando do amigo depois que terminou de abotoar a camisa e a colocara por dentro de sua calça social preta. – Vamos dar um jeito nesse traje e melhorá-lo um pouco.


 


Enquanto o moreno sacava sua varinha e se aproximava de Rony, ele percebeu que aquele traje a rigor realmente se parecia bem mais um vestido do que qualquer outra coisa, Harry resolvera interferir antes que o amigo pensasse em utilizar um Feitiço Cortante nos babados do decote e das mangas, o que não ajudaria muito.


 


Murmurando alguns encantamentos de transfiguração Harry fez os babados e a gola estranha desaparecerem, a capa que encobria praticamente toda a calça que o ruivo estava usando encolheu-se ligeiramente ficando na altura da cintura dele, o formato também foi levemente modificado e tornou-se mais parecido com um smoking, por último o moreno de olhos verdes alterou a cor do traje, de uma cor afeminada para um azul marinho.


 


- Isso é o melhor que eu posso fazer no momento, Rony. – disse Harry assim que finalizou os feitiços. – A transfiguração deve durar vinte e quatro horas.


 


- Puxa vida, Harry. – exclamou Rony olhando-se no espelho e finalmente suspirando. – Eu fico te devendo essa, amigão.


 


- Nossa Harry, esse feitiço foi incrível. – comentou Simas olhando para o moreno com choque e surpresa nos olhos.


 


- Não foi nada demais, Simas. – respondeu Harry dando de ombros enquanto voltava para a sua cama e pegava a parte de cima de seu smoking.


 


- Não se faça de humilde Harry, foi uma magia impressionante. – disse Dino Thomas recebendo a concordância do irlandês, já Neville e Rony preferiram não comentar sobre os feitiços de transfiguração que Harry acabara de usar.


 


- Me diga Rony, como foi que você conseguiu ficar com uma das garotas mais bonita do nosso ano? – perguntou Dino enquanto eles saíam do dormitório masculino do quarto ano e se dirigiam para o Salão Comunal dos leões.


 


- Magnetismo animal. – suspirou o ruivo enquanto desciam, mas naquele momento o garoto não parecia mais tão deprimido como estivera minutos antes.


 


Quando eles chegaram ao Salão Comunal o encontraram com um ar levemente estranho, havia muita gente usando diferentes cores nos trajes ao invés do negro dos uniformes, os cinco garotos cumprimentaram de leve alguns companheiros de casa antes de se sentarem em um dos sofás vagos no salão comunal, com exceção de Harry que preferiu ficar de pé.


 


O primeiro a levantar-se e sair do salão foi Dino Thomas, o par do garoto havia descido do dormitório feminino usando um vestido preto básico, Harry reconheceu a garota como uma das colegas de Gina, uma garota que futuramente seria artilheira da grifinória, Demelza Robins.


 


Lilá Brown e Parvati Patil desceram logo em seguida fazendo com que Rony e Simas levantassem do sofá, Lilá estava usando um vestido amarelo claro, o moreno concordou silenciosamente com Simas quando ele elogiou a beleza da garota, Brown estava realmente fantástica. Já Parvati estava vestindo um vestido rosa choque, a cabeleira dela estava formada em uma longa trança que estava entrelaçada com ouro e havia algumas pulseiras de ouro reluzindo por seus braços, Harry apenas observou os elogios que Rony tentava desfilar para a garota e assentiu quando percebeu que ele não havia se saído tão mal assim.


 


- Cadê a Hermione? – foi a pergunta que Rony fez a Parvati assim que ele deu o braço para ela, a garota meramente deu de ombros e negou com a cabeça, mas Rony inclinou-se para onde Harry estava e sussurrou apenas para o amigo ouvir. – Coitadinha. Deve estar escondida em algum canto se debulhando em lágrimas.


 


- Quem? – Harry perguntou um pouco surpreso pelo comentário ácido do melhor amigo embora ele soubesse a quem ele estava se referindo.


 


- Hermione, é claro. – disse Rony olhando-o como se aquilo fosse óbvio, as palavras continuavam sendo meramente sussurradas. – Ah, qual é Harry? Porque outro motivo ela não diria com quem vem ao baile?


 


- Porque provavelmente eu e você curtiríamos com a cara dela. – respondeu Harry em tom parecido com o que o amigo usava.


 


- Ninguém a convidou, Harry. – disse Rony com firmeza, mas Harry percebeu que ele estava tentando convencer a si mesmo daquilo, embora Rony não parecesse perceber esse pequeno detalhe. – Eu a teria trazido ao baile, se ela não fosse tão orgulhosa.


 


Harry limitou-se a ficar em silêncio dessa vez, mas por dentro ria imaginando o momento em que o amigo fosse colocar os olhos em cima de Hermione.


 


- Vamos descer, Rony? – a voz de Parvati chamou a atenção de Rony que afastou-se um pouco do amigo e olhou para a garota.


 


- Ok, tudo bem. – respondeu o garoto e em seguida se afastou com a menina em direção ao buraco do retrato, por onde eles saíram em seguida.


 


Angelina e Alicia foram as próximas a descerem do dormitório feminino, as duas garotas dirigiram-se diretamente aos gêmeos Weasley que não pouparam elogios para ambas as moças, fazendo-as ficarem ligeiramente encabuladas, embora satisfeitas. Pouco depois os quatro deixaram o Salão Comunal também.


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O dormitório das garotas do terceiro ano da grifinória estava bastante movimentado, todas as cinco meninas do terceiro ano haviam sido convidadas para o baile e portanto estavam todas se arrumando no mesmo quarto.


 


Gina não se preocupara com esse detalhe e havia chamado Luna e Hermione para se arrumarem em seu dormitório, as três haviam entrado no quarto por volta das cinco horas da tarde e desde então estavam se preparando.


 


Naquele momento elas já encontravam-se praticamente prontas para o baile, assim como as outras quatro colegas de quarto de Gina, inclusive Demelza Robins acabara de sair do dormitório e descera para o Salão Comunal da Grifinória para se encontrar com seu par.


 


As outras três colegas de quarto de Gina não paravam de soltar risadinhas tolas enquanto se admiravam em frente ao espelho de corpo inteiro que havia no dormitório, mas pouco depois essas mesmas garotas saíram do quarto e dirigiram-se para fora do dormitório, cada uma delas iria se encontrar com seus próprios pares.


 


- Merlin Gina, como é que você agüenta essas coisas todos os dias? – perguntou Hermione rindo de maneira divertida assim que as colegas de quarto da ruiva saíram do local, a pergunta causou risadas nas outras duas garotas.


 


- Nem eu sei Mione. – respondeu Gina depois que parou de rir um momento, mas em seguida a garota riu novamente. – Acho que eu finjo que não ouço as baboseiras que elas falam, mas a Demelza é uma grande pessoa e não é tão fútil.


 


- Elas são esquisitas. – comentou Luna vagamente enquanto terminava de prender uma mecha de cabelo.


 


- Concordo com você, Luna. – disse Hermione que estava terminando de prender seus cabelos em um coque.


 


- Eu não entendo como algumas garotas conseguem passar todo o tempo falando sobre garotos, roupas e maquiagem, é simplesmente repugnante. – exclamou Gina em concordância com as amigas enquanto terminava de passar a maquiagem no rosto.


 


- Os garotos vão ficar de queixo caído ao verem a gente. – comentou Hermione vagamente enquanto olhava-se no espelho e podia observar as duas amigas.


 


- E é melhor nós descermos de uma vez, ou então vamos matá-los de expectativa. – disse Gina enquanto guardava o estojo de maquiagem que Hermione lhe emprestara, em seguida olhava-se no espelho e constatava que estava pronta.


 


- Tem razão, ruiva. – falou Hermione enquanto prendia os cabelos e em seguida olhava o resultado no espelho, a garota estava adorando o que estava vendo. – Obrigada Gina, você me deixou incrivelmente bonita.


 


- Que isso Hermione, você já é linda, só precisava de uma ajudinha para mostrar isso. – Gina disse com um sorriso enorme nos lábios. – Que tal descermos agora?


 


- Vamos. – disse Luna colocando-se ao lado da amiga e então as três dirigiram-se para a porta do quarto e saíram.


 


No salão comunal restavam bem poucos garotos esperando seus pares, entre eles estavam Neville e Harry, mas ao contrário do amigo que estava uma pilha de nervos e muito ansioso Harry encontrava-se bastante calmo enquanto esperava que Gina descesse do dormitório feminino, ele estava concentrado em suas habilidades e podia sentir a magia vital de Gina e das garotas do dormitório feminino do terceiro ano.


 


Foi quando o moreno de olhos sentiu o momento em que as garotas se locomoveram e ele percebeu que elas se dirigiam para o Salão Comunal, então o moreno direcionou seus olhos para as escadas que davam acesso ao dormitório feminino.


 


- Elas estão vindo, Neville. – Harry disse em tom baixo fazendo o amigo quase saltar do sofá e se posicionar ao lado do moreno que encontrava-se próximo as escadas.


 


A primeira a aparecer no alto das escadarias foi Luna, a loira estava vestindo um vestido levemente curto que lhe chegava até pouco abaixo do meio de suas coxas, o vestido moldava maravilhosamente bem as curvas juvenis que havia em seu corpo e lhe dava um ar um pouco mais sensual além de sonhador, seus belos e longos cabelos loiros estavam mais lisos do que ela normalmente usava e pareciam brilhar sob a luz, os cabelos lisos da loira desciam até o meio de suas costas e no pescoço Luna tinha uma linda corrente prateada com um pingente em formato de unicórnio, o que acentuava seu ar mais puro e inocente, os olhos azuis e sonhadores haviam sido bastante realçados por uma camada leve de lápis de olho preto.


 


- Você está maravilhosa, Luna. – murmurou Neville quando a garota se aproximou do fim da escadaria, o garoto havia se adiantado e se postado a frente da garota que sorriu para o amigo. – Vai ofuscar todas as outras garotas...


 


- Obrigada, Nev. – murmurou Luna enquanto o belo rosto da corvinal tingia-se de vermelho escarlate contrastando com a maquiagem que ela estava usando, ela aproximou-se de seu par e enganchou a mão no braço dele quando Neville estendeu-lhe o braço.


 


Mas Harry praticamente não ouviu o dialogo entre os dois amigos ao seu lado, estava mais preocupado em observar as outras duas garotas que desciam pelas escadas, primeiro seus olhos verdes passearam pela figura imponente de Hermione, ela estava um pouco diferente do que ele se lembrava, mas mesmo assim estava ainda mais maravilhosa do que antes.


 


Em nada se parecia com a Hermione que todos os estudantes estavam acostumados a ver e Harry sabia que todos ficariam de queixo caído quando a vissem entrar no baile.


 


Ela havia utilizado uma poção nos cabelos, eles não se encontravam mais lanzudos e crespos, mas sim lisos e brilhantes, além de estarem enrolados em um elegante coque na nuca. As vestes da garota pareciam ser feitas de um tecido etéreo de cor azul petróleo, a postura de Hermione também estava bem diferente da normal, embora Harry acreditasse que era mais por causa da falta dos livros que sua amiga sempre carregava ou da mochila que ela nunca se separava, mas o que fazia mais diferença na garota era o sorriso, um sorriso meio nervoso ele precisava admitir, mas mesmo assim um sorriso que brilhava intensamente.


 


O problema foi que Harry praticamente esqueceu de respirar e de sua amiga quando pousou seus olhos na ruiva que descia logo atrás de Hermione. Gina Weasley estava trajando um belo vestido negro que lhe descia até pouco abaixo dos joelhos, Harry percebeu que a peça era extremamente delicada e moldava com perfeição o corpo pequeno da ruiva, além de realçar as curvas que já começavam a se destacar no corpo da garota, duas alças finas e delicadas seguravam o vestido e contrastavam fortemente com a pele alva da garota, o vestido deixava a mostra os ombros e os braços delicados da ruiva, além disso o vestido também possuía uma fenda lateral na perna direita, o que deixava a mostra boa parte da coxa bem torneada e bronzeada da ruiva conforme ela descia as escadas. Os cabelos ruivos caíam em uma cascata de fogo puro pelas costas da ruiva chegando até a cintura delicada, os lábios da ruiva que eram naturalmente vermelhos e carnudos estavam mais vermelhos do que o normal, pois havia sido realçado com um batom, as íris amendoadas estavam destacadas por uma generosa camada de lápis de olho, enquanto o pescoço branco e perfeito encontrava-se descoberto, era simplesmente uma visão de outro mundo.


 


Harry não conseguiu evitar que seus olhos percorressem o corpo da ruiva de cima a baixo, ele sabia que seus olhos deveriam estar brilhando de desejo, ali ele conseguia ver a personalidade da ruiva por quem ele havia se apaixonado perdidamente, principalmente ao notar a maneira como a garota misturara elegância com muita sensualidade, o vestido não era vulgar e nem nada, mas mesmo assim fazia com que o moreno transpirasse pesadamente, mentalmente lembrou-se de agradecer futuramente a Senhor Weasley pela escolha do vestido, ele moldava a ruiva como se fosse uma luva. Gina descia as escadas de forma elegante e sensual, tanto que o moreno encontrava-se levemente paralisado enquanto a via descer os últimos degraus.


 


Gina ofegou levemente quando avistou a figura de Harry aos pés das escadas a esperando, um sorriso meio bobo brincou nos lábios carnudos da ruiva enquanto o examinava, ele estava simplesmente magnífico. As vestes bruxas que ele usava eram muito elegantes, a calça social e o paletó eram pretos como a noite, ele também usava uma camisa branca e uma gravata verde escura que combinava com a cor dos olhos do moreno, os cabelos negros que estavam um pouco maiores do que ele normalmente usava davam um ar meio desleixado e rebelde ao garoto, o que contrastava com a aparência imponente que ele demonstrava.


 


Quando Gina terminou de descer as escadas viu Harry dar um passo em sua direção e parar a sua frente olhando-a com os olhos faiscando com algo que ela jurava ser desejo puro, mas não quis se iludir tanto e meramente sorriu para o moreno.


 


- Você está fabulosa, Gina. – murmurou Harry enquanto fazia uma leve reverência para a ruiva, ele havia se inclinado levemente em direção a garota que ficou surpresa pelo galanteio, mas as palavras seguintes de Harry a deixaram muda de emoção. – Se os deuses existissem, Afrodite estaria morrendo de inveja de sua beleza.


 


- Harry... – murmurou Gina ficando tão vermelha quanto um tomate, em seguida ela aceitou o braço estendido que o moreno lhe oferecia e então ela inclinou-se para perto do ouvido do moreno antes de murmurar. – Você também não está nada mal.


 


- Obrigado. – respondeu Harry sorrindo satisfeito para a ruiva, em seguida o moreno olhou de relance para Hermione que estava olhando sorrindo para ambos, um sorriso maldoso brincou nos lábios de Harry antes de falar com a voz e a expressão mais inocente do mundo. – Nossa Mione, você vai matar um certo ruivo do coração.


 


- Não sei do que você está falando, Harry. – disse Hermione perdendo o sorriso e encarando o amigo um pouco mais séria.


 


- Acho que você sabe, mas não está mais aqui quem falou. – comentou Harry ocultando um sorriso mais largo. – Mas vamos descer logo ou você vai deixar um certo búlgaro roendo as unhas de tanta ansiedade...


 


- Como é que... – começou Hermione gaguejando e em seguida olhou para a ruiva ao lado do moreno com os olhos arregalados.


 


- Não se preocupe Mione, a Gina não me disse nada, eu apenas sei. – falou Harry sorrindo para a amiga que sorriu de volta enquanto balançava a cabeça.


 


- Vamos ou não? – perguntou Neville que estava parado ao lado deles com Luna perfeitamente enganchada em seu braço.


 


- É melhor mesmo. – disse Hermione abrindo caminho em direção ao buraco do retrato sendo seguida pelos dois casais, enquanto eles caminhavam os garotos que ainda se encontravam no Salão Comunal da Grifinória olhavam embasbacados para as garotas, embora nenhuma delas tenha sequer percebido esse fato, apenas Harry se deu conta daquilo e teve vontade de arrancar a cabeça de alguns deles, mas se conteve a tempo, afinal de contas a ruiva estava com ele.


 


O grupo seguiu pelos corredores do castelo conversando entre si sobre amenidades, mas quando Harry percebeu que estavam chegando próximos do Saguão de Entrada ele parou e disse que precisava falar com a ruiva por um momento, os outros três concordaram e seguiram adiante deixando os dois sozinhos no meio do corredor.


 


- O que foi, Harry? – perguntou Gina olhando curiosamente para o moreno que naquele momento puxava algo do bolso interno de seu paletó.


 


- Seu presente de natal, ruiva. – disse Harry mostrando a caixinha de veludo negro que ele acabara de retirar de dentro do bolso.


 


Gina aceitou a caixinha retangular e comprida que o moreno lhe estendia e com um pouco de ansiedade abriu a caixa ficando surpresa com o que via no interior da mesma, havia uma delicada corrente de prata no interior da caixa de veludo, na ponta da corrente encontrava-se um pingente em formato de uma estrela negra.


 


- É muito linda, Harry. – Gina murmurou baixinho e quase em tom reverente, seus olhos brilhavam enquanto olhavam para a jóia, mas então olhou par ao moreno com os olhos dolorosos pelo que faria. – Mas eu não posso aceitar.


 


- Pode sim, Gina. – disse Harry com firmeza na voz enquanto retirava a corrente delicada de dentro do estojo de veludo e colocava-se as costas da garota que não esboçou nenhuma reação contra o ato do moreno, Harry abriu o fecho da jóia e a colocou de frente para a ruiva enquanto a depositava no pescoço da garota para em seguida afastar os cabelos longos e vermelhos da ruiva e fechar o fecho, sem poder se conter o moreno inclinou-se e depositou um beijo casto na nuca da garota que ficou completamente arrepiada com o ato. – Esse é meu presente de natal para você, Gina. Você é uma garota maravilhosa e merece essa jóia.


 


- Obrigada, Harry. – murmurou Gina com a voz levemente embargada, afinal era um presente magnífico que ela acabava de ganhar, o primeiro presente que ganhava diretamente do moreno de olhos verdes.


 


- Não chore, ruiva. – murmurou Harry quando se colocou novamente em frente a garota. – Você merece muito mais do que apenas isso. Mas agora vamos antes que eles mandem uma equipe de busca atrás de mim.


 


- Você não existe Harry. – disse Gina sorrindo quando enganchou novamente a mão no braço do moreno de olhos verdes.


 


- É claro que existo Gina, mas eu sou único, pode apostar. – murmurou Harry com um pouco de divertimento fazendo a ruiva rir levemente.


 


Nesse momento eles viraram em um corredor que dava diretamente para o Saguão de Entrada, por isso não precisaram descer pelas escadarias, o que evitou que eles chamassem tanta atenção, embora os que tenham visto eles chegando ficaram mais do que surpresos com a acompanhante de Harry Potter, alguns murmúrios baixos puderam ser ouvidos quando reconheceram de quem se tratava. O Saguão de Entrada estava apinhado de estudantes, todos eles andando por ali enquanto esperavam que o momento do início do baile começasse, o que se daria por volta das oito horas da noite, o momento em que as portas do Salão Principal seriam abertas. Quem ficara de encontrar seu par de outra casa no saguão tratava de procurar através da aglomeração de pessoas enquanto tentavam localizar uns aos outros, Harry viu de relance Rony e Parvati próximo as portas de entrada.


 


Harry e Gina ficaram parados na entrada do corredor que eles haviam virado e apenas observavam o movimento enquanto conversavam baixinho, metade da atenção de Harry estava voltada para a garota a seu lado e a outra metade para os estudantes que apinhavam o saguão de entrada, por isso ele percebeu o momento em que Rony dobrou ligeiramente seus joelhos e tentou se esconder as costas de Parvati e de um outro garoto que estava a seu lado, porque naquele exato instante Fleur Delacour passou próximo deles, em verdade o moreno precisou reconhecer que a francesa aprecia absolutamente fantástica naquelas vestes de cetim cinza-prateado, ela estava acompanhada por ninguém menos do que o capitão do time de quadribol da Corvinal, Rogério Davis.


 


Harry inclinou-se para próximo da ruiva e murmurou o que havia visto, a garota olhou em direção onde Harry indicara e sorriu divertida ao ver o irmão tentando se esconder desesperadamente e a frente dele Parvati Patil parecendo embaraçada e desconfortável, ela também percebeu que o irmão estava procurando alguém com os olhos, alguém que a ruiva soube se tratar de Hermione, o moreno de olhos verdes também havia percebido esse detalhe.


 


Naquele momento um grupo de alunos da sonserina apareceu subindo as escadas que davam para as masmorras, Harry sabia que era naquela direção que o Salão Comunal da Sonserina ficava, ninguém menos do que Draco Malfoy liderava a comitiva verde e prata, o loiro usava veste de veludo negro com uma gola alta, Harry mantinha a mesma opinião sobre as vestes do sonserino e sussurrou para Gina que o garoto parecia um padre vestido daquela maneira, o que causou um pequeno acesso de risos na garota.


 


Pansy Parkinson vinha praticamente agarrada ao braço esquerdo de Draco Malfoy, as vestes dela era rosa claro com vários babadinhos. Crabbe e Goyle vinham logo atrás de Malfoy, ambos os gorilas vinham de verde, os dois pareciam pedregulhos cobertos de limo e nenhuma garota havia sido maluca o suficiente para aceitar acompanhar um dos dois, mas antes que qualquer um pudesse reparar em qualquer outra coisa as portas de carvalho da entrada se abriram e todos os estudantes viraram-se para assistirem a entrada dos alunos de Durmstrang sendo liderados pelo diretor Igor Karkaroff, Vitor Krum vinha logo ao lado do diretor da escola dele e estava acompanhado por Hermione, por cima dos ombros e das cabeças do grupo de Durmstrang o moreno visualizou a área do gramado logo ao lado da entrada do castelo, o local fora transformado em uma espécie de gruta cheia de luzes encantadas, ou melhor dizendo, centenas de fadinhas vivas se encontravam sentadas nas roseiras que tinham sido conjuradas ali e esvoaçavam sobre estatuas que representavam Papai Noel e suas renas, mas nesse momento todos tiveram suas atenções voltadas para a voz da Professora Minerva McGonagall que estava em frente as portas do Salão Principal que já estavam abertas.


 


- Os Campeões aguardem um momento aqui fora, por favor. – disse a Professora McGonagall com a voz firme e levemente ríspida. – Os demais podem adentrar o Salão Principal.


 


Aos poucos os estudantes das três escolas começaram a adentrar ao salão, muitas garotas procuravam ajeitar suas vestes enquanto se encaminhavam para dentro do local, mas Harry estava mais concentrado nas vestes da Professora Minerva McGonagall que vestia trajes a rigor de tartan vermelho, a aba do chapéu da professora estava enfeitada com uma guirlanda feia de cardos que era a flor nacional da Escócia. Assim que todos os alunos entraram no Salão Principal, Harry e Gina se adiantaram e se posicionaram próximos da entrada do local onde McGonagall esperava por eles, Fleur Delacour estava posicionada próxima a porta de entrada com seu companheiro Rogério Daves, o garoto parecia estar literalmente aturdido com a sorte que tinha por ter Fleur como par para o baile que mal conseguia desviar os olhos da francesa.


 


Cedrico Diggory e Cho Chang se colocaram lado a lado com Harry e Gina, o moreno acenou com a cabeça para a oriental enquanto sorria para ela, a garota retribuiu o sorriso lembrando-se da conversa que os dois haviam tido alguns dias antes, logo ao lado de Gina encontrava-se Vitor Krum e Hermione, somente naquele momento o moreno conseguira localizar sua amiga, provavelmente o búlgaro a encontrara naqueles minutos desde que a delegação de Durmstrang havia entrado pelas portas de entrada.


 


- Oi Gina! – o moreno escutou a voz de Hermione enquanto ela acenava e sorria para a ruiva, em seguida a garota desviou os olhos para si enquanto o cumprimentava. – Oi Harry!


 


Harry até mesmo pensou em replicar algo para sua melhor amiga, mas naquele exato instante as portas do Salão Principal se abriram e Fleur Delacour adiantou-se com seu par, logo atrás da francesa seguiram Vitor Krum e Hermione, sendo seguidos imediatamente por Harry e Gina, fechando o cortejo estavam Cedrico e Cho.


 


Como Harry havia imaginado, assim que as pessoas no Salão Principal colocaram os olhos neles e em seus acompanhantes o queixo de muitos literalmente caiu. Os olhares mais atentos foram direcionados para Hermione e Gina que estavam simplesmente devastadoras naquela noite, o moreno viu Rony e ao lado dele Parvati Patil olhando para Hermione com uma careta depreciativa e incrédula, mas ela não era a única, pois aparentemente todo o fã clube de Vitor Krum que estiveram fazendo ponto na biblioteca estavam lançando olhares de profundo desprezo conforme Hermione passava. Ao lado de Draco Malfoy, Pansy Parkinson estava boquiaberta enquanto olhava para a garota e nem ela ou Draco pareceram encontrar alguma ofensa para atirar contra Hermione, mas mais do que isso, Harry percebeu que seu amigo Rony olhava com os olhos estreitos para Hermione como se estivesse tentando reconhecer quem era a acompanhante de seu ídolo do quadribol, o moreno precisou se segurar para não rir ao imaginar a cara dele quando percebesse que aquela era Hermione.


 


Conforme eles adentravam mais no interior do Salão Principal uma salva de palmas começou a soar, todos os estudantes batiam palmas para eles enquanto os quatro casais se dirigiam para uma mesa grande e redonda que havia no fundo do salão, nessa mesa já encontravam-se sentados os juízes do Torneio Tribruxo.


 


Ao lado de Harry, Gina olhava levemente surpresa com a decoração que havia no Salão Principal, as paredes do mesmo estavam cobertas de gelo prateado e cintilante, com algumas centenas de guirlandas de visco e azevinho cruzando o teto escuro que estava salpicado de estrelas, as mesas das casas de Hogwarts também haviam desaparecido e no lugar delas havia uma centena de mesinhas iluminadas com lanternas que acomodavam cerca de dez ou doze pessoas cada uma.


 


Enquanto passava pelos estudantes das três escolas o moreno lembrou-se subitamente da sensação que tivera quando fizera aquele mesmo trajeto uma outra vez, claramente ele tentava não tropeçar em seus próprios pés e Harry também se lembrava de Parvati sorrindo radiante para todo mundo enquanto ele próprio se sentia um cachorrinho de concurso que ela estava conduzindo e ensinando, mas agora Harry caminhava altivamente pelo salão enquanto conduzia a ruiva ao seu lado que parecia uma princesa, Harry percebeu que ela estava se esforçando para manter aquela fachada altiva e a cabeça erguida enquanto seguiam para a mesa.


 


A atenção de Harry foi desviada para o diretor de Hogwarts, Dumbledore sorria parecendo extremamente feliz e satisfeito no momento em que os campeões e seus pares se aproximaram da mesa principal, embora Harry notou que Igor Karkaroff estava com uma expressão nada satisfeita enquanto observava Vitor Krum chegar com Hermione Granger, uma expressão muito parecida com a que Rony exibia naquele momento, pois ele finalmente havia reconhecido sua amiga Hermione como sendo a acompanhante do búlgaro.


 


Naquela noite em especial Ludo Bagman estava trajando vestes roxo berrante com enormes estrelas amarelas, ele batia palmas com tanto entusiasmo que parecia um dos estudantes naquele momento. Já Madame Máxime havia trocado o habitual uniforme de cetim negro por um vestido rodado de seda lilás e ela aplaudia educadamente os campeões. O único dos juízes do Torneio Tribruxo que não se encontrava ali era Bartolomeu Crouch, disso Harry bem se lembrava, pois naquele momento ele deveria estar em casa sendo controlado pela maldição imperius de Voldemort ou de Rabicho, no lugar dele viera obviamente Percy Weasley.


 


Assim que eles chegaram a mesa principal, Harry viu Percy Weasley puxar uma cadeira vazia logo a seu lado enquanto o olhava de maneira significativa, o que Harry entendeu perfeitamente, mas antes de se sentar ao lado do ruivo o moreno puxou uma outra cadeira e a colocou ao lado da cadeira vazia que Percy puxara e esperou Gina se acomodar nela antes de se sentar ao lado do ruivo.


 


- Você está muito bonita, Gina. – disse Percy olhando para a irmã com uma expressão meio presunçosa.


 


- Obrigada Percy, você também está muito elegante. – comentou Gina de maneira educada e baixa enquanto percebia que o irmão estufara o peito ainda mais, o que quase a fez rir, mas a ruiva conseguiu se conter a tempo.


 


- Obrigado Gina, é que eu fui promovido. – disse Percy com um tom de voz cheio de si, como se estivesse anunciando que fora eleito para ser o Ministro da Magia. – Agora eu sou o Assistente Pessoal do Sr. Crouch e hoje estou aqui para representá-lo.


 


- Meus parabéns, Percy. – disse Harry sorrindo para o garoto e estendendo a mão para que a apertou cheio de pompa.


 


- Mas porque é que o Sr. Crouch não veio hoje? – perguntou Gina em tom de voz curioso, afinal sabia que o chefe de seu irmão era obcecado pelo trabalho.


 


- Receio que o Sr. Crouch não esteja passando bem, nada bem na verdade. – respondeu Percy parecendo sinceramente preocupado com aquilo, o que fez Harry arquear a sobrancelha. – Ele não tem estado bem de saúde desde a Copa Mundial de Quadribol. O que não chega a surpreender muito, ele estava com excesso de trabalho, ele também já não é tão jovem quanto era, embora ainda continue genial, é claro, a cabeça dele continua brilhante como sempre foi, mas a Copa Mundial de Quadribol foi um verdadeiro fiasco para todo o Ministério da Magia com os problemas que aconteceram com aqueles baderneiros. E depois também o Senhor Crouch sofreu um choque grande e pessoal pelo mau comportamento de seu elfo doméstico, Blinkey, ou sei lá o nome que tinha. Naturalmente ele a dispensou em seguida, mas como eu disse, meu chefe está ficando um pouco velho e precisa de alguém para cuidar dele, acho que seu conforto em casa sofreu um decidido baque desde que o elfo foi mandado embora. E logo depois nós tivemos que organizar todo o torneio, além do rescaldo da Copa Mundial para resolver, sem contar com aquela cretina da Rita Skeeter xeretando por toda parte, o coitado do Sr. Crouch está passando um tranqüilo e merecido natal em sua casa. Eu só fico satisfeito por ele saber que tem alguém de confiança para poder substituí-lo.


 


Harry sorriu de maneira educada para Percy enquanto internamente suspirava, havia se esquecido completamente de como aquele Weasley em particular se comportava, mas como ele trabalhara muito tempo no que fora o Ministério da Magia conhecia a política e sabia ser diplomático quando era necessário, embora o principal que se aprendia naquele meio era escutar e fingir que se interessava pelo assunto.


 


Mas Gina não era como Harry e a garota não conseguiu esconder uma careta entediada pelo longo monologo que poderia ter sido encurtado em uma frase, nesse momento o moreno desviou os olhos de Percy que tinha começado a prestar atenção a conversa entre Dumbledore e um outro bruxo, os olhos de Harry encontraram-se com Rony que estava olhando meio chocado e surpreso para onde ele se encontrava, mas o moreno percebeu que o choque e surpresa do amigo era por causa de sua acompanhante. Com um sorriso brincando em seus lábios o moreno procurou Fred e George com os olhos e os encontrou em um lado do salão sentados em uma mesinha com alguns alunos do quinto ano, mas ambos os garotos também estavam lhe olhando, mas diferente da expressão de Rony a dos gêmeos já haviam passado da fase de incredulidade e quando eles perceberam que Harry os olhava, ambos deixaram escapar sorrisos idênticos e maldosos, algo que o moreno entendeu como um mais tarde a gente se acerta, ao que ele apenas sorriu e concordou com a cabeça antes de desviar seus olhos para sua acompanhante novamente.


 


- Eu já mencionei o quanto você está linda essa noite? – perguntou Harry baixinho para que apenas Gina escutasse, a garota meramente sorriu enquanto concordava com a cabeça. – Se eu matasse cada um dos garotos que está olhando para você nesse momento, haveria uma pilha de corpos nos jardins amanhã.


 


- Não exagere, Harry. – a ruiva exclamou baixinho e em tom descrente enquanto olhava para o moreno de olhos verdes.


 


- É verdade, ruiva. – disse Harry com firmeza e a ruiva forçou-se a passear com os olhos pelo Salão Principal e teve de concordar com o moreno, pois alguns garotos estavam olhando diretamente para ela, o que a fez ficar levemente vermelha.


 


Mas a atenção não apenas de Gina como a dos outros integrantes do Salão Principal foi desviada para o diretor Dumbledore que estava examinando atentamente um menu que havia a sua frente, não havia nenhuma comida nas travessas de ouro em cima das mesas, apenas os pequenos menus diante de cada um dos convidados.


 


- Costeletas de porco! – a voz do diretor de Hogwarts soou alta e clara quando ele ordenou o pedido ao seu prato, fazendo as costeletas de porco aparecerem no mesmo, a idéia foi rapidamente percebida pelo restante dos convidados que também começaram a fazerem seus pedidos aos seus próprios pratos, Harry apanhou seu menu assim como Gina e ambos começaram a olhá-lo, de relance Harry observou Hermione completamente absorvida em uma conversa com o jogador búlgaro, ela parecia nem ter percebido o que ela estava comendo naquele momento, ela nem ao menos lembrava-se do F.A.L.E. naquele momento, pois certamente aquele método complicado de jantar significava um trabalho a mais para os elfos domésticos. Harry percebeu que Vitor Krum estava falando com Hermione de maneira bastante entusiasmada, por isso pediu um prato de gulache que apareceu instantaneamente e em seguida passou a prestar atenção ao que o búlgaro dizia.


 


- Pom, temos um castelo também, non é ton grrande quanto este, nem ton conforrtável, acho. – dizia Vitor Krum com um esforço enorme para conseguir falar em inglês, embora o sotaque saísse forte e carregado. - Temos só quatro andarres, e as larreirras só são acesas parra finalidades mágicas. Mas a prroprriedade em que ecstá a escola é ainda maiorr do que esta, emborra no inverrno a gente tenha muito pouca luz solarr, porr isso não aprroveitamos muito os jarrdins. Mas no verrão todo o dia sobrrevoamos os lagos e montanhas...


 


- Ora, ora, Vitor! – interrompeu Igor Karkaroff com uma risada falsa e que não lhe chegou aos olhos que estavam frios. – Não vá contar mais nada agora ou a nossa encantadora amiga vai saber exatamente onde nos encontrar.


 


- Igor, para que tanto segredo... – comentou Dumbledore sorrindo enquanto seus olhos pareciam estar cintilando. – A pessoa poderia até pensar que você não quer visitas.


 


- Bem, meu caro Dumbledore... – disse Karkaroff mostrando um sorriso ainda mais falso e deixando a vista os dentes amarelados. – Todos nós precisamos proteger os nossos domínios, não é mesmo? Todos não guardamos tão zelosamente os templos de saber que nos foram confiados? Não estamos certos em nos orgulhar de que somente nós conhecemos os segredos de nossas escolas e mais uma vez, não estamos certos em protegê-las?


 


- Ah, eu nunca sonharia em presumir que conheço todos os segredos de Hogwarts, meu caro Igor. – disse Dumbledore de maneira amigável e calma enquanto olhava para o diretor de Durmstrang. - Ainda hoje de manhã, por exemplo, a caminho do banheiro, virei para o lado errado e me vi em um aposento de belas proporções que eu nunca havia visto antes, e que continha uma coleção realmente magnífica de penicos. Quando voltei para investigá-lo mais de perto, descobri que o aposento havia simplesmente desaparecido. Mas preciso ficar atento para reencontrá-lo. É possível que só esteja acessível às cinco e meia da manhã. Ou talvez só apareça com a lua em quartil ou quando quem procura está com a bexiga excepcionalmente cheia.


 


Nesse momento o moreno percebeu a risada que Gina tentava ocultar ao escutar as palavras do diretor, Harry deixou apenas escapar um meio sorriso enquanto percebia o cenho franzido de Percy, além é claro de uma piscada quase imperceptível que Harry vira Dumbledore lhe lançar, então o moreno fez seu papel e sorriu divertido para o diretor, embora seu sorriso não chegasse a seus olhos que naquele momento encontravam-se impassíveis.


 


- Eu não entendo como alguém pode ser tão antipática. – murmurou Gina próximo ao ouvido de Harry que virou-se para olhar para a ruiva, a garota meramente moveu os lábios enquanto murmurava a palavra Fleur, então Harry olhou em para a esquerda de si bem em frente de onde Gina estava sentada e percebeu que Fleur Delacour estava criticando as decorações de Hogwarts enquanto comia e olhava para Rogério Davies.


 


- Isse non é nada. – Fleur dizia enquanto estava contemplando as paredes cintilantes do Salão Principal com ar de pouco caso. - No Palace de Beauxbatons, tems esculturres de gelo em volta da sala de jantarr no Natall. Eles não derretem, é clarro... parrecem enorrmes estátues de diamante, faiscande pela sala. E a comida é simplesman superrbe. E temes corres de ninfes das mates, cantando serrenatas enquanto comemes. Não temes essas armadurras feies nos corrredorres e se um dia um polterrgeisr entrrasse em Beauxbatons, serria expulso assim.


 


Nesse momento ela bateu com a mão na mesa para reforçar suas palavras enquanto Rogério Davies observava a francesa falar com uma expressão completamente aturdida e abobalhada no rosto, a toda hora ele errava ao tentar levar o garfo a boca, Harry sabia que o corvinal estava mais ocupado admirando a beleza de Fleur e provavelmente não estava ouvindo uma única palavra do que a campeã de Beauxbatons falava.


 


- Absolutamente certa. – foi o que o corvinal disse de maneira apressada enquanto repetia o gesto feito pela francesa e socava a mesa com a própria mão. – Assim. É claro.


 


Harry riu sem disfarçar seu divertimento enquanto pensava na maneira levemente fútil como a francesa agia, ela não estava se preocupando em enfeitiçar o pobre corvinal e parecia muito a vontade naquele momento. Desviando sua atenção deles Harry correu seus olhos pelos Salão Principal e avistou Hagrid sentado em uma das mesas que estavam reservadas para os professores, ele voltara a vestir o mesmo terno marrom horrível e peludo que o moreno o vira usando na noite em que ele revira os dragões, os olhos do meio gigante estavam fixos na mesa principal, nesse momento Hagrid fez um aceno levemente discreto e percebeu Madame Máxime retribuindo o gesto com a mesma discrição do Professor de TCM.


 


O jantar continuou normal, havia algumas conversas dispersas, mas a maioria dos ocupantes do salão estavam mais preocupados em terminarem o jantar, Harry puxara uma conversa banal e leve com a ruiva enquanto comiam, a garota optara por um prato mais leve o que o que o moreno pegara. Enquanto jantavam Hermione tentava ensinar Vitor Krum a pronunciar seu nome de maneira correta, ele não parava de chamá-la de Hermio-ni-ni ou Hermy-on, os olhos de ambos acabaram se encontrando mais ou menos nesse momento e a garota percebera o riso nos olhos do amigo, algo que ela não pudera resistir e também sorrira.


 


Depois de quase uma hora o jantar finalmente chegou ao fim, a comida fora praticamente toda consumida, então o diretor Dumbledore se levantou de sua cadeira e pediu que todos os estudantes fizessem o mesmo, assim que os alunos obedeceram Dumbledore fez um aceno de sua varinha e as mesas se locomoveram encostando-se as paredes e deixando o salão praticamente vazio, em seguida uma plataforma foi conjurada pelo diretor por toda a extensão da parede direita do salão, com mais um aceno de varinha do diretor sobre a plataforma apareceram alguns violões, uma bateria, um alaúde, um violoncelo e algumas gaitas de fole.


 


Saindo de uma porta lateral os integrantes da banda As Esquisitonas se dirigiram para a plataforma e se posicionaram em cima dela enquanto aplausos delirantemente entusiásticos soavam dos estudantes, elas eram todas extremamente cabeludas e trajavam vestes negras que tinham sido artisticamente rasgadas, o que era a marca registrada da banda. As integrantes apanharam imediatamente seus instrumentos enquanto as luzes provenientes das lanternas das mesas haviam sido apagadas magicamente, em seguida os campeões e seus pares começaram a se levantar, quando Gina fez menção de se levantar Harry a impediu segurando a mão dela, mas antes que a garota pudesse expressar sua surpresa, o moreno levantou-se da cadeira e inclinou-se galantemente em direção da garota enquanto lhe estendia a mão e murmurava.


 


- A senhorita me daria a honra de me acompanhar nessa dança? – a voz de Harry não passava de um sussurro, mas mesmo assim deixou muitas pessoas intrigadas pelo que ele acabara de fazer enquanto os outros campeões já encontravam-se de pé com seus pares.


 


- Com prazer, Harry. – respondeu Gina sorrindo enquanto pegava na mão do moreno e se levantava da cadeira, no momento seguinte os dois dirigiram-se ao centro do salão acompanhados dos outros campeões.


 


Assim que os quatro casais estavam posicionados adequadamente no centro do salão a banda As Esquisitonas começou a tocar uma música lenta e triste, Harry colocou uma de suas mãos em torno da cintura fina e delgada da ruiva enquanto com a outra segurava a mão da garota, o moreno não precisou olhar para seus colegas de turma para saber que eles estavam rindo entre si enquanto o olhavam, mas ele não era um idiota que não sabia dançar, o moreno lembrava-se muito bem da experiência horrível que tivera com Parvati, naquela vez tivera a sensação de ser um mero boneco enquanto girava pelo salão e era conduzido pela garota.


 


Mas se tinha uma coisa que ele fizera questão de aprender fora dançar, nunca mais queria passar verginha daquela maneira na frente das pessoas, por isso havia se inscrito em algumas aulas de dança, agora ele podia dizer sem nenhuma arrogância que era um excelente dançarino, o que provou-se enquanto ele conduzia a ruiva pelo centro do salão.


 


- Você dança muito bem, Harry. – comentou Gina depois de quase um minuto em que eles estavam dançando, a garota tinha um sorriso enorme no rosto.


 


- Obrigado Gina, você também é uma excelente dançarina. – disse Harry sorrindo de leve para a ruiva que meramente balançou a cabeça sabendo muito bem que somente estava dançando tão bem por causa do parceiro, a ruiva jamais imaginara que o moreno soubesse dançar daquela maneira, mas pelo visto ele era uma caixinha de surpresas.


 


Aos poucos as outras pessoas começaram a se juntar aos campeões e seus pares no centro do salão, portanto os quatro casais deixaram de ser o centro das atenções, Harry viu Neville e Luna passando a sua frente, os dois dançavam um pouco atrapalhados e pela careta que ele percebeu Luna fazer soube que Neville não era muito melhor do que ele fora, o diretor Dumbledore estava valsando com Madame Máxime e ele parecia muito pequeno comparado com a diretora de Beauxbatons, a ponta do chapéu de Dumbledore mal roçava o queixo da bruxa, mas mesmo assim Madame Máxime movia-se graciosamente para alguém de seu tamanho. Olho Tonto Moody estava seguindo um compasso de dois tempos extremamente desajeitado enquanto dançava com a Professora Sinistra, que tentava a todo custo e nervosismo evitar a perna de madeira do professor.


 


- Bela roupa, Potter. – rosnou Moody ao passar por Harry e Gina enquanto seu olho mágico girava pelas vestes do moreno que arqueou a sobrancelha em curiosidade.


 


- Eu não gosto do jeito dele, Harry. – murmurou Gina assim que Moody afastou-se deles enquanto batia a perna de pau no chão do salão. – Eu não sei exatamente porque, mas eu simplesmente não consigo me sentir a vontade com ele.


 


- Eu entendo. – murmurou Harry ao pé do ouvido da ruiva que estremeceu levemente no momento em que a última nota da gaita de foles soava trêmula, As Esquisitonas pararam de tocar e então o salão encheu-se de aplausos entusiasmados dos estudantes. – Você quer se sentar ou prefere continuar dançando, Gina?


 


- Se você não se importar eu gostaria de dançar, Harry. Agora vem a melhor parte! – respondeu Gina no momento em que As Esquisitonas começavam a tocar uma nova música, dessa vez uma bem mais movimentada que a anterior.


 


Harry e Gina dançaram quatro músicas agitadas e de bastante movimento antes da garota pedir para se sentar por alguns instantes, então o moreno a conduziu para fora do que se transformara em uma pista de dança, no caminho eles passaram por Fred e Angelina que dançavam de maneira tão exuberante que algumas pessoas a volta deles se afastavam com medo de acabarem se machucando, em seguida Harry e Gina dirigiram-se para uma mesa um pouco afastada da pista de dança onde Rony e Parvati estavam sentados.


 


- Como é que vocês estão indo? – perguntou Harry em tom divertido enquanto se sentava ao lado do amigo e Gina se sentava a seu lado, a garota pegou uma garrafa de cerveja amanteigada e a abriu bebendo um gole logo em seguida.


 


Harry também pegou uma garrafa de cerveja enquanto observava Rony meramente dar de ombros em reposta a sua pergunta e continuava a olhar carrancudo para Hermione e Vitor Krum que estavam dançando ali perto, Parvati Patil estava sentada com os braços e as pernas cruzadas enquanto um de seus pés balançava ao ritmo da música. De momento em momento a garota lançava um olhar aborrecido para Rony que a estava ignorando completamente, mas a garota esqueceu seu aborrecimento no momento em que um garoto de Beauxbatons apareceu e a convidou para dançar, a garota nem mesmo disse uma palavra a seu acompanhante antes de seguir com o francês para a pista de dança, depois disso Parvati não voltou mais a mesa. Enquanto Harry e Gina bebiam suas cervejas amanteigadas Hermione apareceu e se sentou na cadeira vazia que fora deixada por Parvati, o rosto da garota estava um pouco afogueado por causa da dança.


 


- Oi Mione. – disse Harry sorrindo para a amiga que retribuiu, Gina também cumprimentou Hermione com entusiasmo antes de beber mais cerveja.


 


- Está bem quente, não acham? – disse Hermione enquanto se abanava com a mão direita enquanto Rony lançava um olhar irritado para a garota. – Vítor foi apanhar alguma coisa para a gente beber. Vocês não querem se juntar conosco?


 


- Vitor? Ele ainda não lhe pediu para chamá-lo de Vitinho? – perguntou Rony debochadamente fazendo com que Hermione olhasse para ele surpresa.


 


- O que é que aconteceu com você? – perguntou Hermione levemente preocupada enquanto olhava surpresa para o ruivo.


 


- Se você não sabe, não sou eu quem vou lhe dizer. – respondeu o garoto de maneira sarcástica e zombeteira.


 


Hermione estava mais do que chocada com a atitude do amigo e ficou olhando demoradamente para o ruivo para em seguida olhar para Harry, mas este meramente sacudiu os ombros e negou com a cabeça, Gina também não disse uma palavra enquanto sacudia sua cabeça e olhava com simpatia para Hermione.


 


- Rony, o que é que está acontecendo com você? – perguntou Hermione com um pouco de cautela na voz.


 


- Ele é de Durmstrang. – Rony vociferou enquanto se virava para encarar Hermione de maneira direta. – Está competindo contra o Harry! Contra Hogwarts! Você está, bem... Você está... – Rony parou por um segundo enquanto procurava as palavras certas e suficientemente fortes para descrever o que ele achava da atitude de Hermione. – Confraternizando com o inimigo, é isso que você está fazendo com aquele...


 


- Não seja tão burro! – respondeu Hermione após um momento em que apenas pode olhar boquiaberta para o ruivo. – Confraternizando com o inimigo? Que inimigo? Francamente Rony, quem é que ficou todo excitadinho quando viu o Vitor Krum chegar a Hogwarts? Quem é que queria pedir um autógrafo a ele? Quem é que tem um modelinho dele no dormitório?


 


- Suponho que ele a tenha convidado para vir com ele quando os dois estavam na biblioteca? – perguntou Rony ignorando as perguntas de Hermione.


 


- Isso mesmo. – respondeu Hermione enquanto as manchas rosadas em suas bochechas começavam a se intensificar. – E daí?


 


- O que aconteceu? Estava tentando convencê-lo a participar do fale, é? – perguntou Rony em tom de voz sarcástico.


 


- Não, eu não estava não! Se você quer realmente saber, ele... – Hermione disse começando a falar muito depressa enquanto corava tanto que chegou a ficar da cor dos cabelos de Gina. – Ele disse que estava indo todos os dias a biblioteca para tentar falar comigo, mas não conseguia reunir coragem o suficiente...


 


- É, é... – começou Rony sem saber exatamente o que responder ao ouvir a declaração de Hermione, mas em seguida completou em tom levemente completamente desagradável e carregada de ciúme. - Isto é o que ele conta.


 


- E o que é que você quer dizer exatamente com isso? – perguntou Hermione enquanto semi-cerrava os olhos em duas fendas.


 


- É meio óbvio, não é mesmo? – retrucou Rony cheio de indignação e aborrecimento. – Ele é aluno do Karkaroff, não é? E sabe que você anda em companhia do... Está na cara que ele só está tentando se aproximar do Harry, tirar informações sobre ele ou até mesmo chegar perto o bastante para poder azarar ele...


 


Harry e Gina estavam ali meramente como espectadores da discussão entre os dois amigos, embora Harry tivesse que lutar consigo mesmo para não interferir na briga, pois sabia muito bem que poderia causar efeitos colaterais graves no futuro relacionamento de ambos, mas a expressão magoada de Hermione quase o fez interferir.


 


- Para sua informação, Vitor não me fez uma única pergunta sobre o Harry, nem umazinha... – disse Hermione com a voz trêmula enquanto olhava para Rony ainda com a expressão estranha como se houvesse sido esbofeteada.


 


- Então ele deve estar com a esperança de você o ajudar a decifrar a mensagem do ovo! – disse Rony mudando o rumo da conversa com a velocidade da luz. – Suponho que tenham andado juntando as cabeças durante aquelas sessõezinhas íntimas na biblioteca...


 


- Eu nunca o ajudaria com aquele ovo! – exclamou Hermione furiosa e com o rosto expressando totalmente sua indignação com o comentário de Rony. – Nunca! Como é que você pode dizer uma coisa dessas... Eu quero que Harry vença esse torneio. Harry sabe disso, não sabe, Harry? – terminou a garota perguntando diretamente para o moreno de olhos verdes, mas antes que Harry sequer abrisse a boca o ruivo voltou a carga.


 


- Você tem um jeito engraçado de demonstrar isso. – Rony disse demonstrando todo o deboche e desdém que conseguiu empregar em sua voz.


 


- O objetivo principal do torneio é justamente para se conhecer bruxos estrangeiros e fazer amizades com eles! – exclamou Hermione com a voz mais aguda do que o normal, naquele momento a discussão dos dois amigos estava começando a chamar muita atenção.


 


- Ronald... – disse Harry em tom de voz baixo e ameaçador fazendo o ruivo e Hermione voltaram-se para ele. – Em primeiro lugar, eu não tenho nada contra a Hermione ter vindo ao baile com Vitor Krum, e em segundo lugar isso não é da nossa conta...


 


- Mas é claro que é. – exclamou Rony com firmeza antes de se virar para Hermione novamente. – Porque você não vai procurar o Vitinho, ele deve estar se perguntando aonde é que você se enfiou desde que o deixou...


 


- Pare de chamá-lo de Vitinho! – exclamou Hermione furiosa enquanto ficava de pé e marchava decidida para longe deles atravessando a pista de dança e desaparecendo no meio da multidão enquanto os três a observavam.


 


Harry suspirou pesadamente enquanto repassava mentalmente o motivo de não se meter naquele assunto, em seguida virou-se para olhar para a ruiva a seu lado, a expressão da garota revelava claramente o que ela achava da atitude do irmão, o olhar dela estava faiscante na direção do ruivo que continuava olhando para o local onde Hermione desaparecera com uma expressão no rosto que brilhava raiva e ao mesmo tempo satisfação.


 


- Onde está Hermi-o-nini? – uma voz um pouco arrastada e baixa foi ouvida pelos três que imediatamente se voltaram para observar Vitor Krum parado ao lado da mesa deles, o búlgaro estava segurando duas cervejas amanteigadas.


 


- Ela acabou de sair daqui. – respondeu Harry antes que o amigo sequer pensasse e abrir a boca, afinal o estrago que ele fizera já fora o suficiente, em seguida o moreno apontou a direção por onde Hermione desaparecera. – Ela foi por ali.


 


- Obrrigado. – resmungou o búlgaro antes de se afastar meio encurvado em direção de onde o moreno indicara.


 


- Fez amizade com Vitor Krum, Harry? – Percy apareceu ao lado de Rony e ele parecia bastante animado, esfregava as mãos com um ar satisfeito e quando voltou a falar seu tom estava extremamente pomposo. – Excelente mesmo Harry! Essa é a idéia, sabe, da Cooperação Internacional em Magia entre as escolas.


 


Para contrariedade de Gina e do irmão, Percy sentou-se imediatamente na cadeira que Hermione acabara de deixar livre, em seguida o ruivo iniciou uma conversa um pouco chata sobre os objetivos principais do Torneio Tribruxo, embora os dois irmãos mais novos revirassem os olhos de maneira entediada o moreno escutava tudo atentamente, como se realmente estivesse interessado naquele assunto.


 


Enquanto Percy falava com ele, Harry observou pelo canto dos olhos que a mesa principal estava vazia naquele momento, o direto Alvo Dumbledore estava dançando com a Professora Sprout, Ludo Bagman dançava com Minerva McGonagall, Madame Máxime estava valsando com Hagrid e ambos abriam um enorme espaço pela pista de dança devido ao tamanho deles, mas Igor Karkaroff não se encontrava a vista, embora o moreno soubesse exatamente onde o diretor de Durmstrang estava, bastou perceber que o Professor de Poções também desaparecera. Os aplausos soaram novamente no momento em que a música terminou, o moreno observou Ludo Bagman beijando a mão da Professora McGonagall e cutucou Gina mostrando para a ruiva o que estava acontecendo, mas quando o juiz do torneio começou a refazer seu caminho pela pista de dança foi assediado por Fred e George.


 


- O que é que eles pensam que estão fazendo ao importunarem um funcionário do primeiro escalão do Ministério da Magia? – sibilou Percy enquanto observava os gêmeos de maneira desconfiada, o moreno sabia exatamente o que os gêmeos estavam pensando em fazer, mas também sabia que seria uma tarefa inútil. – Isso é uma grande falta de respeito.


 


Nesse momento Gina e Rony também observavam o funcionário do Ministério e testemunharam o momento em que Ludo Bagman desvencilhou-se habilmente dos dois garotos e quando viu Harry Potter sentado a uma mesa imediatamente acenou par ao moreno e começou a se aproximar da mesa em que estavam.


 


- Espero que meus irmãos não o tenham incomodado, Senhor Bagman! – disse Percy no momento em que o juiz aproximou-se da mesa.


 


- O que? – exclamou Bagman surpreso enquanto olhava o ruivo, mas em seguida sorriu. – Ah não, de modo algum, de modo algum. Não, eles estavam me dizendo mais alguma coisa sobre aquelas varinhas falsas que inventaram. Queriam ver se eu podia sugerir como comercializá-las. Eu apenas prometi colocá-los em contato com alguns conhecidos na Zonko’s...


 


A expressão facial de Percy revelou que ele não havia gostado nem um pouco de saber daquilo e o moreno sabia que ele contaria para a mãe na primeira oportunidade que tivesse, mas Harry estava mais interessado em prestar atenção na expressão de Ludo Bagman, pois estava no rosto dele que estava mentindo, o moreno somente se perguntava porque não havia notado aquilo antes, no momento em que Bagman voltou os olhos para Harry e fez menção de perguntar-lhe algo Percy voltou a falar rapidamente.


 


- Como é que o senhor acha que o torneio está correndo, Senhor. Bagman? O nosso departamento está bastante satisfeito, o probleminha com o Cálice de Fogo – nesse momento Percy lançou um olhar a Harry. - foi lamentável, naturalmente, mas as coisas parecem ter corrido muito bem até agora, o senhor não acha?


 


- Ah sim, com toda certeza. – respondeu Ludo Bagman de maneira animada. – O torneio se tornou um grande divertimento. Mas como anda o velho Bartô? É uma pena que ele não possa ter vindo para o baile do torneio.


 


- Ah sim, tenho certeza de que o Senhor. Crouch não vai tardar a melhorar e voltar ao trabalho. – respondeu Percy com um ar cheio de importância - Mas nesse meio tempo, estou preparado para cobrir a lacuna. Claro que não é somente comparecer a bailes... – nesse momento Percy Weasley deu uma breve risada. - Ah não, tenho precisado cuidar de problemas de todo o tipo que surgem na ausência dele, o senhor ouviu falar que Ali Bashir foi apanhado contrabandeando um carregamento de tapetes voadores para dentro do país? E que temos tentado persuadir a Transilvânia a assinar uma sanção internacional aos duelos, tenho uma reunião com o chefe da cooperação em magia transilvano no próximo ano...


 


- Ei Gina... – Harry sussurrou enquanto se inclinava em direção a ruiva que estava olhando para a pista de dança e ignorando propositalmente a conversa entre Percy e Bagman, quando a ruiva o olhou Harry murmurou. – O que você acha de sairmos daqui e irmos dar uma volta?


 


- Com certeza. – respondeu Gina levantando-se em um pulo, Harry também se levantou e junto da ruiva saiu de perto dos outros três, Percy e Bagman estavam tão concentrados na conversa que nem viram os dois saindo dali, mas Rony olhou-os demoradamente enquanto saiam.


 


De braços dados Harry e Gina saíram da mesa e contornaram a pista de dança seguindo logo depois para o Saguão de Entrada, as portas estavam totalmente abertas e as fadinhas luminosas no roseiral piscavam e cintilavam quando o moreno e a ruiva desceram pelos degraus da entrada e então viram-se cercados por plantas que estavam formando caminhos serpeantes e de grandes estátuas de pedra, os dois ouviram um rumorejo de água caindo, o que se parecia muito com uma fonte. Pelo caminho eles encontraram pessoas sentadas em bancos entalhados, os dois pegaram um caminho que atravessava por um roseiral, mas tinham dado apenas alguns passos quando ouviram vozes, mais especificamente uma voz desagradável que ambos bem conheciam.


 


-... Eu não vejo com o que você tem que se preocupar, Igor. – a voz arrastada e fria de Severus Snape soou nos ouvidos de Harry e Gina, a ruiva muito surpresa e um Harry que já esperava encontrar os dois bruxos ali.


 


- Severo, você não pode fingir que isto não está acontecendo! – a voz de Igor Karkaroff era baixa e ansiosa, como se estivesse cuidando para que ninguém pudesse ouvir. – Tem se tornado cada vez mais nítida nos últimos meses, estou começando a me preocupar seriamente, não posso negar o que está óbvio...


 


- Então fuja. – a voz de Severus Snape soou seca e firme. – Fuja, eu apresentarei suas desculpas no momento certo. No entanto, eu vou permanecer em Hogwarts.


 


Os dois professores contornaram um canto quando terminaram a conversa, Karkaroff parecia irritado e Snape levava a varinha na mão direita e estava estourando roseiras, com uma expressão que ultrapassava todos os conceitos de mau-humor. Ouviam-se gritinhos em muitos arbustos e vultos escuros saiam correndo para fora deles.


 


- Dez pontos a menos para Lufa-Lufa, Fawcett! - rosnou Snape, quando uma garota passou correndo por ele. - E dez para Corvinal, também, Stebbins! – o professor voltou a falar quando um garoto passou no encalço dela. - E o que é que vocês dois estão fazendo? - acrescentou ele, avistando Harry e Gina um pouco mais adiante no caminho.


 


Igor Karkaroff pareceu ligeiramente desconfortável ao ver ambos parados ali, a mão do diretor de Durmstrang subiu de maneira nervosa a sua barbicha e então ele começou a enrolá-la com o dedo da mão direita.


 


- Estamos apenas passeando, Professor Snape. – respondeu Harry em tom seco e frio enquanto olhava para o professor. – Não é contra as regras da escola, é?


 


- Então continuem passeando. – rosnou Snape enquanto passava por eles enquanto roçava sua longa capa negra em Harry, Igor Karkaroff apressou-se a acompanhar Snape enquanto Harry e Gina desciam pelo caminho.


 


- O que será que deixou o diretor de Durmstrang tão preocupado? – perguntou Gina depois de alguns segundos em silêncio. – Além do mais, desde quando os dois se chamam pelo primeiro nome? Parecia até que se conheciam a muito tempo.


 


- E eles se conhecem a muito tempo mesmo. – respondeu Harry em tom baixo enquanto olhava de relance para a ruiva.


 


- O que quer dizer? – perguntou Gina estranhando aquela resposta e olhando interrogativamente para o moreno de olhos verdes.


 


- Que Karkaroff e Snape serviram juntos como comensais da morte, os dois pertenciam ao circulo interno de Voldemort. – respondeu Harry com firmeza, embora seu tom de voz estivesse um pouco baixo para evitar que outras pessoas os ouvissem.


 


- Sério? – exclamou Gina surpresa e viu o assentimento do moreno.


 


- Sim. – concordou Harry baixo. – E sobre a coisa que estava se tornando cada vez mais nítido, Karkaroff estava se referindo a marca negra que ele possui no braço esquerdo, assim como o Professor Snape também.


 


Nesse momento Harry e Gina haviam chegado a uma enorme rena de pedra,m por cima da qual puderam avistar o jorro cintilante de um chafariz alto, eles também conseguiram avistar as silhuetas escuras de duas pessoas sentadas em um banco de pedra, ambas as pessoas estavam observando a água a luz da lua.


 


- O momento em que eu vi você, eu soube. – a voz de Rubeo Hagrid chegou até os ouvidos de Harry e Gina, a ruiva ofegou surpresa e esqueceu completamente sobre o que eles estiveram conversando antes de chegarem ali.


 


A ruiva e o moreno ficaram parados por um momento, Harry queria se afastar dali e não ouvir a declaração do amigo meio gigante, mas sabia que precisava continuar onde estava, o moreno olhou de relance par ao lado esquerdo do caminho e viu Fleur Delacour e Rogério Davies, ambos estava parados e meio escondidos por uma roseira próxima, não quis mostrar a ruiva uma sessão de amassos de sua futura cunhada, por isso forçou-se a continuar olhando para Hagrid e Madame Máxime no momento em que a meia gigante falava.


 


- O que é que você soube, Agrrid? – perguntou Madame Máxime com um audível ronronar em sua voz baixa.


 


Harry realmente não queria escutar aquilo novamente, sabia que Hagrid odiaria se soubesse que estava sendo entreouvido numa situação romântica daquelas, mas sua atenção foi subitamente atraída para um besouro que estava rastejando pelo dorso da rena, seus olhos verdes estreitaram-se lentamente ao reconhecer Rita Skeeter, o moreno sabia que não podia impedir aquilo de acontecer, pois cedo ou tarde alguém deixaria escapar que Hagrid era um meio gigante, então o melhor que se podia fazer era deixar acontecer de uma vez.


 


- Eu simplesmente soube... – respondeu Hagrid com um sorriso no rosto barbudo. – Soube que você era como eu... Você puxou ao seu pai ou a sua mãe?


 


- Eu... – Madame Máxime hesitou por um segundo. – Eu não sei exatamente o que você querr dizerr com isso, Agrrid...


 


- Puxei a minha mãe. – murmurou Hagrid em voz baixa. – Ela foi uma das últimas na Grã-Bretanha. Claro, eu não consigo me lembrar muito bem dela. Ela foi embora quando eu era bem pequeno, entende. Acho que eu tinha uns três anos nessa época, ela não era um tipo muito maternal. Bem, mas é a natureza delas, não é mesmo? Não sei exatamente o que aconteceu com ela, pode até ter morrido pelo que eu sei...


 


Madame Máxime não respondeu enquanto continuava olhando para a fonte de água, mas Harry percebeu a tensão que havia nos ombros dela, a diretora de Beauxbatons havia entendido onde Hagrid queria chegar. Ao seu lado Harry sentiu a ruiva um pouco tensa por estar escutando a conversa do meio gigante.


 


- Meu pai ficou com o coração partido quando ela foi embora. Era um cara miudinho, o meu pai era. Quando cheguei aos seis anos podia levantar e colocar ele em cima da cômoda quando me contrariava. Isso costumava fazer ele rir... - A voz grave de Hagrid quebrou ao falar sobre isso. Madame Maxime o escutava, imóvel, aparentemente contemplando o chafariz de prata. - Papai me criou sozinho... Mas ele morreu é claro, logo depois que entrei para a escola. Meio que tive de abrir o meu caminho sozinho depois disso. Mas veja, o Professor Dumbledore foi uma grande ajuda para mim. Muito bom para mim, isso ele foi... – nesse momento Hagrid puxou um grande lenço de seda encardido do bolso e assoou o nariz com bastante força. - Então... Em todo o caso... Chega de falar de mim. E você? De que lado você herdou?


 


- Está frio. – disse Madame Máxime repentinamente enquanto se colocava de pé, mas o clima não estava tão frio quanto a voz da mulher. – Acho que vou entrar agora.


 


- Ah? – murmurou Hagrid sem entender exatamente o que acontecera. – Não, não vá, nunca encontrei alguém igual a mim antes...


 


- Alguém exatamente como? – perguntou Madame Máxime em tom cortante olhando para Hagrid com frieza.


 


Harry poderia ter dito a Hagrid que era melhor não responder, mas limitou-se a ficar parado ali nas sombras, cerrando os dentes e desejando por tudo no mundo que o amigo não respondesse, mas não adiantou nada.


 


- Alguém meio gigante, é claro. - disse Hagrid com os olhos brilhando de confusão pela reação da meio gigante.


 


- Como é que você se atreve? - gritou Madame Máxime, sua voz explodiu na noite tranqüila como uma buzina de nevoeiro, às costas deles, Harry ouviu Fleur e Roger despencarem da roseira em que estavam e Gina desviou os olhos por um instante para ver quem causara aquele barulho, mas em seguida voltou a olhar para a cena diante dela. – Eu nunca fui mais insultada na minha vida! Meio gigante? Moi? Eu tenho... Eu tenho os ossos grraúdos!


 


Em seguida, Madame Máxime saiu intempestivamente do local, grandes enxames de fadinhas multicoloridas se ergueram no ar quando ela passou, empurrando arbustos para os lados. Hagrid continuou sentado no banco, acompanhando-a com o olhar parado. Naquele instante estava escuro demais para distinguir a expressão do seu rosto, mas o moreno sabia que devia ser algo comparado com desolação. Depois de quase um minuto inteiro em que Hagrid apenas ficou ali, ele finalmente se levantou e se começou a se afastar, mas não voltou ao castelo, saiu pelos jardins escuros em direção à sua cabana.


 


- Você sabia? – Gina sussurrou a pergunta em tom de voz surpreso e um pouco confuso. - Que Hagrid era meio gigante?


 


- Sim. – respondeu Harry, sacudindo os ombros. - E daí?


 


- Não é nada importante Harry, eu apenas fiquei surpresa com a descoberta, embora eu devesse estar mais surpresa por não ter imaginado isso antes. – respondeu Gina balançando a cabeça enquanto estava falando.


 


- Vamos para dentro? – perguntou Harry olhando para a ruiva com os olhos fixos no rosto dela. – Acho que ainda dá tempo da gente dançar algumas músicas.


 


Harry e Gina voltaram para o salão principal e passaram o restante do baile dançando na pista ao som das Esquisitonas, as músicas variavam entre românticas e lentas para agitadas e movimentadas, em uma seqüência que não deixava ninguém se enjoar das músicas, Hermione e Vitor Krum também dançavam e a garota parecia muito animada.


 


Quando finalmente as Esquisitonas terminaram de tocar por volta da meia-noite, foram saudados com mais uma rodada de aplausos animados e em seguida os estudantes começaram a sair em direção ao Saguão de Entrada, muitas pessoas expressaram se desejo de que o baile pudesse continuar por mais algumas horas, mas outros como Rony estavam absolutamente satisfeitos de irem se deitar. Quando saíram no Saguão de Entrada, Harry e Gina viram Hermione se despedindo de Vitor Krum antes do garoto se retirar a caminho do navio de Durmstrang, a garota lançou um olhar frio para Rony enquanto passava por ele a caminho da escadaria de mármore. Rony seguiu Hermione logo depois e Harry estava para acompanhar o amigo com Gina quando a voz de Cedrico chamou seu nome fazendo-o parar no mesmo momento e virar-se para ele.


 


- Ei Harry! – chamou Cedrico novamente enquanto Cho Chang esperava pelo garoto na entrada do saguão, a corvinal lançou um aceno de mão para o moreno de olhos verdes quando seus olhares se encontraram, aceno que Harry retribuiu educadamente.


 


- O que foi? – perguntou Harry calmamente enquanto olhava para o lufa-lufano, Cedrico olhou para a ruiva a seu lado com um pouco de receio e pela cara dele o moreno soube que ele não queria falar nada na frente da garota. – Pode falar.


 


- Bem... Olha... – Cedrico começou a falar baixando a voz para pouco mais do que um sussurro. – Eu lhe devo um favor por ter me falado sobre os dragões. Então, sabe o ovo de ouro? O seu também solta um frito agourento quando você o abre?


 


- Solta. – respondeu Harry em tom indiferente enquanto a seu lado a ruiva olhava interessada para a conversa.


 


- Então, vê se toma um banho, ok? – disse Cedrico um pouco mais rápido do que gostaria, nesse momento Gina arqueou a sobrancelha ao escutar as palavras do garoto.


 


- O que disse? – perguntou Gina em tom baixo e cético enquanto olhava para Cedrico com curiosidade. – Acho que quem vai precisar de um banho é você...


 


- Não Gina. – disse Harry em tom firme antes que a ruiva sacasse a varinha, pois sabia que era exatamente aquilo que a garota faria, em seguida o moreno virou para Cedrico deixando uma expressão confusa aparecer em seu rosto, pois o moreno sabia que Moody estava os observando. – O que quer dizer Cedrico?


 


- Bem... – começou o garoto olhando de relance para a ruiva. – Tome um banho e... Hum, leve o ovo de ouro junto e... Reflita um pouco de baixo da água quente. Vai ajudar você a pensar um pouco. Acredite em mim. – quando Harry apenas o olhou Cedrico continuou. - - Vou lhe dizer uma coisa, use o banheiro dos monitores. Quarta porta à esquerda daquela estátua de Bons, o Pasmo, no quinto andar. A senha é Frescor de Pinho. Tenho que ir... Quero dizer boa-noite...


 


Em seguida Cedrico sorriu para Harry e desceu depressa as escadas para se juntar a Cho Chang sob os olhares do moreno e da ruiva.


 


- O que ele quis dizer com isso? – perguntou Gina com curiosidade enquanto se encaminhavam para a Torre da Grifinória alguns segundos mais tarde, a garota ainda não havia conseguido entender aquele conselho estranho que Cedrico havia dado para Harry.


 


O moreno não respondeu imediatamente, mas seguiu para um caminho alternativo que dava em uma sacada, Gina olhou surpresa para o local, pois nunca havia visto aquela passagem antes, muito menos sabia que havia uma sacada naquela parte da escola.


 


- As vezes eu venho aqui para pensar. – disse Harry enquanto se aproximava da ponta da sacada e observava os jardins da escola, a ruiva também se aproximou e se colocou logo ao lado dele. – Cedrico estava me dando um conselho para conseguir desvendar a pista no ovo de ouro, mas ele também não podia saber que eu já sei como ouvir o enigma.


 


- Você já sabe o que o ovo diz? – perguntou Gina surpresa com aquilo.


 


- Não, ainda não a ouvi. – respondeu Harry calmamente enquanto balançava os ombros de maneira indiferente. – Mas gostaria que você não comentasse nada com ninguém.


 


- Tudo bem. – concordou Gina sem questionar o motivo do garoto lhe perguntar aquilo, sabia que ele possuía suas razões.


 


- Eu já lhe disse o quanto você está linda, Gina? – murmurou Harry desviando o olhar das estrelas e da lua para voltar-se para a ruiva que corou com as palavras do moreno, sem conseguir se conter Harry se aproximou de Gina impedindo-a de falar qualquer coisa no momento em que ele levantou a mão direita e a pousou na bochecha da garota. – Você fica linda quando está ruborizada.


 


- Fico? – murmurou Gina tão baixinho que até mesmo ela teve um pouco de dificuldade em escutar o que dissera.


 


- Com certeza. – respondeu Harry igualmente em tom baixo enquanto aproximava seu rosto do da garota, foi praticamente automático quando os lábios de ambos se encontraram. Harry havia jurado a si mesmo que esperaria pelo menos até o final daquele período letivo, mas simplesmente não conseguiu se conter no momento em que viu o rubor de prazer nas faces da ruiva, por isso havia se inclinado iniciando um beijo calmo e leve.


 


Harry não forçou o beijo, apenas encostara seus lábios aos da ruiva e os movia em uma carícia suave e instigante, o moreno percebeu a surpresa da ruiva no momento em que seus lábios haviam se tocado, mas em seguida ela fechara os olhos e se entregara movendo os lábios contra ele, a mão esquerda de Harry subiu da cintura da ruiva e foi parar na nuca da garota onde iniciou uma carícia provocante e tentadora enquanto a empurrava gentilmente contra ele, em certo momento a ruiva soltou um ofego que mais parecia um gemido de prazer e foi nesse momento que Harry aproveitou a oportunidade deixando sua língua deslizar para dentro da boca da ruiva, em um primeiro momento a garota reagiu surpresa e tentou se afastar, mas em seguida ela gemeu enquanto correspondia a carícia do moreno com sua própria língua, foi nesse instante que o beijo literalmente explodiu incendiando o sangue de ambos os adolescentes.


 


As mãos de Gina subiram do peito do moreno onde ela havia colocado e em seguida rodearam o pescoço de Harry ao mesmo tempo em que a mão direita do moreno descia para as costas da ruiva e a puxava mais contra si, queria sentir um pouco mais da maciez da garota, já fazia muito tempo desde a última vez que ele sentira aquela ruiva de uma maneira tão íntima.


 


Mas ele sabia que não poderia deixar as coisas saíram tanto do controle ou então correria o risco de acabar cometendo uma insanidade, por isso deixou o beijo lentamente a morrer até que finalmente pode se separar da garota, mas mesmo assim não se afastou muito ficando a meros milímetros da boca da ruiva, então cuidadosamente o moreno plantou alguns beijos carinhosos no rosto afogueado da ruiva antes de depositar um beijo casto nos lábios da garota e se afastar alguns centímetros, somente nesse momento ele percebeu o estado em que a ruiva ficou.


 


Algumas mechas do cabelo da ruiva estavam fora de lugar e as bochechas do rosto dela estavam em um vermelho intenso, os lábios rosados e um pouco carnudos estavam inchados devido ao beijo que eles trocaram, mas foi no brilho dos olhos castanhos que Harry se concentrou, havia tanta felicidade naqueles belos olhos que tudo o que o moreno pode fazer foi sorrir para a ruiva que retribuiu o sorriso de maneira quase inconsciente.


 


Foi um acordo mudo que os dois tiveram de não falarem sobre o que havia acabado de acontecer, por isso depois que se ajeitaram da melhor maneira que puderam os dois retomaram o caminho em direção a Torre da Grifinória.


 


Gina tinha seus pensamentos completamente voltados para o beijo que ela e o moreno haviam trocado poucos instantes antes, mas o que ela não sabia era que encontraria uma cena no Salão Comunal Grifinório que a faria esquecer momentaneamente aquele beijo.


 


 


 


 


Agradecimentos especiais:


 


gilmara: Algumas coisas vão ter realmente de acontecer, pois é necessário para os personagens crescerem, principalmente com relação a Rony e Hermione, afinal o Weasley não passa de um moleque ainda... o Hagrid vai ter de sofrer um pouquinho para perceber que sua condição não e importante... a Reação dos irmãos da ruiva no próximo capitulo. Beijos.


 


Carolzynha LF: espero que tenha gostado do baile... Nessa fic o Dumbledore não fez coisas tão terríveis alem de manipular as pessoas, mas isso não significa que ele não vá sofrer um pouco. Beijos.


 


Gui_Hawk: Quanto a ser Snape ou outro comensal, vai ser surpresa... A Skeeter vai ter sua importância também, não se preocupe... Espero que tenha gostado do desfecho do capitulo. Abraços.


 


laurenita: Que bom que gostou do capitulo, espero que o baile tenha ficado bom também... No próximo capitulo a reação dos irmãos da Gina.. Beijos.


 


Kika.Cerridween: Prólogo Poderoso e Solitário, hein? Realmente... O Harry somente vai demonstrar o quanto pode ser mal e poderoso quando os amigos estiverem prontos para a guerra e quando começar a atacar abertamente... Fico muito agradecido por todos os elogios a minha pessoa e a minha  maneira de escrever, é realmente muito bom ouvir isso e saber que você está gostando tanto. Foi de verdade um desafio e tanto que eu me propus ao iniciar esse projeto, não é algo fácil de se fazer, principalmente porque a fic é baseada em cima do livro, mas por enquanto estou mesmo conseguindo equilibrar as duas partes... As alterações irão acontecer aos poucos e muitas coisas serão mudadas pelo Harry, que decidiu não se importar mesmo com ninguém além dele e das pessoas que ele gosta, por isso ele é um tipo diferente de vilão... Quanto a Gina deixar de ser menininha e criar desenvoltura e um belo corpo, esse é meu principal objetivo na fic, por isso também que o Harry não investiu diretamente na garota, pois ela não está preparada para o que ele precisa e nem para entender o que ele se tornará, ela pode achar que entende agora, mas ela simplesmente não viu o que o Harry pode fazer, o que vai mudar antes da ultima tarefa do torneio... O Sirius não vai ser um velho gagá nessa fic, muito pelo contrario, não apenas ele como Remus também terão papéis muito ativos nos planos do Harry. Ah, já dei a dica de dois espiões que o Harry vai ter na Ordem... Agora que você mencionou, realmente os Harry das minhas fics tem estilosos sombrios e mal, mas como você disse, esse estilo da mais ibope.... ah, gostei da descrição da fic que você falou, pena que foi deletado, pareceu realmente interessante...


Esse capitulo realmente ficou gigante, mas a tendência é eles ficarem mesmo grandes, pois eu pretendo cobrir toda a história, mas vou colocar os capítulos por partes para não cansar os leitores, como você mesmo disse, até porque assim eu posso ir postando aos poucos e não demorar uma eternidade para colocar o capitulo no ar.... que bom que gostou da primeira tarefa, eu não achei que seria legal matar o pobre do dragão, afinal ele não tinha culpa alguma de estar ali... Gostei da tirada com o Dumbledore, realmente ele ficaria chocado se o Harry matasse o dragão na frente dele. Casa dos Gritos? Surpresa... Beijos e até o próximo.


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


Agradecimentos especiais (21/12): FELIZ ANO NOVO A TODOS.


 


Edna Marques: que bom que está gostando da história, muitas surpresas ainda aguardam Harry que vai receber a visita de uma pessoa desconhecida assim que ele sair de Hogwarts... Beijos e até a próxima parte. Feliz Ano Novo.


 


gilmara: Que bom que a fic está melhorando a cada capitulo, fico muito feliz, mas Harry vai ter mais problemas do que ele possa imaginar... Não vou responder quem é o antepassado do Hary, isso vai ser uma surpresa que será revelada mais para frente... O Rony precisa sofrer para poder amadurecer ou então nunca terá responsabilidade ou será homem o bastante para uma garota tão inteligente como Hermione, acho que o Rony tem que sofrer mesmo, porque ele nunca tratou a Hermione com o devido respeito. Beijos e Feliz Ano novo.


 


laurenita: que bom que gostou das partes anteriores do capitulo, espero que goste dessa também, algumas partes do treinamento agora só vão aparecer mais para frente, pois eles treinam as mesmas coisas todos os dias, com exceção dos finais de semana que eles aprendem um livro de cada vez, mas mais para frente teremos algumas novidades... Obrigado por ter me desejado sorte na faculdade, Graças a Deus eu passei. Na ultima parte desse capitulo algumas perguntas suas serão respondidas, exceto sobre o ancestral do Harry, isso apenas mais para frente na fic. Beijos e Feliz Ano Novo.


 


Gui_Hawk: Essa é a parte 3 cara, ainda tem a parte quatro, como eu comentei em um capitulo anterior, os capítulos dessa fic serão imensos e por isso eu vou dividi-las em partes de até quatro por capitulo. Digamos que essa parte é uma surpresa cara, o Rony não vai ganhar uma outra veste, mas também não ficará com aquela coisa ridícula. O ancestral do Harry somente será revelado mais para frente da fic. Abraços e um Feliz Ano Novo.


 


Carolzynha LF: Oi garota, fico feliz que esteja lendo todas as minhas fics e fico mais feliz ainda por estar agradando. Eu odeio o Dumbledore, porque ele é um velho manipulador que controlou a vida do Harry até mesmo depois de morto, por isso eu esculacho com ele nas minhas fics... Beijos e Feliz Ano Novo.


 


falcon: Que bom que gostou da fic cara, espero que ela continue agradando. Abraços e Feliz Ano Novo.


 


Próximas Atualizações (04/01): Harry Potter e a Herança das Sombras.





Agradecimentos especiais (23/11):


 


Charles Hinnakin: que bom que gostou do capitulo passado cara, e realmente espero me superar nos próximos. Abraços e até o próximo.


 


Mari: Fico feliz em saber que essa fic está entre as suas preferidas, meu shipper preferido é HG também, embora eu tenha variado um pouco nas minhas fics. Acho que esse capitulo responde sobre o Harry convidar a Gina para o Baile. Quanto ao Dumbledore ser um babaca nas minhas fics, bem, sinceramente eu acho que ele é um completo babaca na historia original escondendo coisas importantes do Harry, muitas tragédias poderiam ter sido evitadas se ele houvesse agido de outras maneiras, além do mais eu acho que o Harry deveria ter recebido treinamento. Espere para ver os próximos capítulos. Beijos.


 


Gui Hawk: Concordo com você que a primeira tarefa tenha sido a melhor parte da fic até agora. Quanto a Hermione ir com Krum no baile, acredito que não poderia ser diferente, pois o Rony precisa levar algumas sacudidas para perceber o que sente. Abraços.


 


Agradecimentos especiais 16/11:


 


Edna Marques: que bom que está gostando da historia, também adorei escrever novamente a primeira tarefa, a segunda tarefa vem apenas no próximo capitulo. Abraços.


 


laurenita: que bom que gostou da primeira tarefa, os poderes do Harry somente aparecerão mais para frente, mas vai ter uma pitada em pouco tempo, vou mostrar uma cena dele treinando sozinho na Sala Precisa. O Dumbledore achou mesmo estranho o que o Harry fez, principalmente porque tecnicamente o Feitiço de Desilusão somente seria ensinado para eles no sexto ano, além do feitiço de transfiguração ser avançado e Harry nunca tinha mostrado habilidades nessas duas áreas. Harry X Rony sobre a Gina vai esquentar as coisas, espere pra ver. Abraços.


 


rhaorhao: eu ainda estou pensando no que fazer na batalha do cemitério, cara, então não posso adiantar muita coisa, mas posso garantir que não será igual, o Harry vai mostrar para Voldemort que não pode ser subestimado. Também aguardo louco para escrever sobre a Umbrigde, ela esta ferrada nas minhas mãos. Abraços.


 


gilmara: Primeira tarefa diferente da versão original mesmo, realmente foi uma “pequena” amostra das habilidades do Harry, embora o que ele fez não chegue nem mesmo a ser um por cento do que ele poderá fazer. Essa é uma fic bem longa, será a maior que eu já programei, porque o Harry vai usar o “tempo de marasmo” da guerra entre o quinto e o sexto ano para treinar os amigos o máximo que ele puder, por isso ele vai continuar fingindo até quando achar necessário, o que inclui enrolar Dumbledore e todos os outros. A Umbrigde vai sofrer nas mãos de Harry e companhia, lembre-se dos gêmeos e de Gina.... a Gina vai sim ao baile com o Harry, mas o restante é surpresa. Bem, como eu disse, a fic será bem longa e vai abordar o quinto e o sexto ano também, embora com muitas diferenças. Beijos e até o próximo.


 


Charles Hinnakin: que bom que gostou do capitulo anterior. Abraços.


 


Anny W. P.: Seja bem-vinda a fic, espero que continue lendo mesmo não gostando do Harry mais mal, em verdade eu também prefiro HG no geral e se pudesse escreveria apenas fics com esse shipper, mas é sempre bom variar um pouco... Fico feliz por você ter se interessado pela historia que estou reescrevendo baseado no livro, mas agora quem será manipulado será o Dumbledore e não o Harry. Beijos e até o próximo.  Ps: os treinamentos estão apenas começando.


 


 

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