Capitulo 2 - Conversas



Capitulo 2 - Conversas


 


 


Quando entrou no interior do castelo o moreno decidiu subitamente que preferia almoçar na cozinha do castelo, afinal não sabia se estava pronto para encarar seus amigos de novo, conseguira se controlar na frente de Hermione, mas não tinha certeza se conseguiria manter-se firme e focado se visse Gina ou todos os amigos juntos.


 


O moreno contornou o salão principal passando por diversos alunos das quatro casas do castelo que se dirigiam para o almoço, Harry ignorou os olhares que recebeu dos colegas e caminhou pelo corredor com a expressão impassível e em seguida atravessou uma passagem secreta entrando então no corredor que ligava a cozinha.


 


Havia diversos quadros espalhados por todos os lados, a maioria deles era de algum tipo de comida diferente, por um momento o moreno ficou ali apenas observando cada um dos quadros até que seus olhos fixaram-se em um quadro em particular, dirigindo-se até ele rapidamente o moreno fez cócegas em uma pêra que imediatamente começou a rir para em seguida abrir-se revelando uma porta atrás de si.


 


Harry atravessou a passagem e olhou para a enorme cozinha que ficava exatamente embaixo do salão principal, o local tinha exatamente o mesmo tamanho e possuía dezenas de mesas espalhadas por todos os lados, cada uma repleta de comida e de pratos já prontos para serem servidos, mais de uma centena de elfos domésticos andavam de um lado para o outro preparando a refeição que seria servida para os alunos do castelo.


 


O moreno sabia que a comida era magicamente enviada dali para as mesas do castelo, como também admirava muito a magia dos elfos domésticos que eram subestimados pelos bruxos em sua maioria, mas ele tinha consciência do poder que um elfo doméstico tinha e do que um deles era capaz de fazer como pudera constatar quando Dobby salvara sua vida em uma das batalhas que ele travara antes de se isolar para ir treinar com Samantha e Paul.


 


Assim que sua presença foi notada os elfos domésticos imediatamente ficaram alvoroçados e dois deles se apressaram a se aproximar correndo até onde o moreno estava na entrada da cozinha, eram obviamente dois elfos machos devido a aparência diferente que eles tinham das fêmeas que tinham a aparência mais sutil.


 


Os dois elfos que se aproximaram do moreno possuíam orelhas grandes que lembravam muito as de um morcego, os olhos eram verdes e esbugalhados parecendo duas enormes bolas de tênis, tinham narizes compridos e finos, eles vestiam vestes muito parecidas com uma fronha e o moreno tinha de dar o credito por elas estarem bastante limpas e possuírem o emblema de Hogwarts no lado esquerdo, os braços deles eram esqueléticos e a pele um pouco viscosa.


 


- Podemos fazer algo pelo senhor? – perguntou o elfo a esquerda do moreno enquanto fazia uma reverencia um pouco exagerada, gesto repetido pelo outro elfo o que foi o suficiente para o moreno girar os olhos, mesmo não comentando o fato.


 


- Eu não estou a fim de almoçar no salão principal hoje. – disse Harry em um tom de voz levemente divertido enquanto observava o excitamento que aparecia nos olhos dos dois elfos domésticos a sua frente. – Então eu pensei se por acaso vocês não poderiam providenciar um pouco de comida para que eu pudesse comer sozinho.


 


- É claro meu senhor. – concordou o mesmo elfo saindo em disparada logo depois sendo acompanhado pelo outro elfo.


 


Os dois seres foram rapidamente até uma mesa e a trouxeram até onde o moreno estava e a colocaram ao lado dele, em seguida uma cadeira também foi posta e o moreno sentou-se depois de agradecer a ambos os elfos que se curvaram novamente antes de se afastarem até outro canto da cozinha e em seguida voltarem trazendo algumas travessas de comida.


 


- Obrigado. – disse Harry sorrindo para os dois elfos domésticos que se afastaram logo depois de terem depositado algumas outras travessas de comida e uma jarra de suco de abóbora que o moreno aceitou em completo silencio.


 


O moreno sabia como os elfos eram e não pretendia perder sua saliva tentando convencê-los a agirem contra o próprio instinto, afinal eles sempre tentariam agradar aos próprios amos, mesmo que os elfos do castelo fossem restringidos por algumas magias como a de não obedecer a nenhuma ordem que pudesse prejudicar algum aluno ou que envolvesse qualquer perigo a alguém, magia realizada pelos próprios fundadores do castelo.


 


Harry comeu um pouco de cada uma das comidas nas travessas que os elfos domésticos haviam deixado em cima da mesa, pois sabia que dessa maneira os deixaria satisfeito e também porque ele realmente estava com bastante fome, além de pretender ganhar alguns quilos nos próximos meses, bem como bastante massa muscular.


 


Depois que terminou de comer o moreno tomou mais um copo de suco de abóbora e aceitou alguns biscoitos que os elfos lhe ofereceram antes de virar as costas e se dirigir a entrada da cozinha, pois eles pareciam muito ansiosos por agradar, porém antes que ele saísse lembrou-se de uma coisa que quase passara despercebido por ele.


 


- Ah, mais uma coisa. – disse Harry virando-se e os dois elfos que o haviam servido ficaram instantaneamente alertas com a possibilidade de serem úteis. – Será que vocês poderiam me dizer se um elfo doméstico chamado Dobby está trabalhando aqui no castelo? E também uma outra elfa chamada Winky?


 


- Bem meu senhor, quanto a Winky, ela se encontra sim aqui no castelo, mas não está trabalhando. – disse um dos elfos abaixando as orelhas.


 


- Ela é uma elfa má meu senhor, só bebe dia e noite. – disse o outro elfo com uma cara que o moreno percebeu não ser nada amigável, pois havia uma reprovação enorme no rosto do elfo domestico naquele momento.


 


- E onde ela está? – perguntou Harry com a voz séria e curiosa ao mesmo tempo, de repente algumas idéias formavam-se na mente do moreno.


 


- No momento ela está na Ala Hospitalar, meu senhor. – disse novamente o elfo domestico que repreendera Winky. – Ela bebeu até desmaiar essa manhã e precisou ser internada por causa disso, quase morreu.


 


- Entendo. – disse Harry olhando para o elfo domestico e assentindo com a cabeça antes de perguntar. – E Dobby?


 


- Não há nenhum elfo com esse nome trabalhando no castelo senhor. – respondeu o elfo domestico antes de se afastar indo em direção a uma enorme pia onde havia uma pilha de loucas sujas que haviam sido utilizados pelos alunos.


 


Harry saiu da cozinha com os pensamentos a mil, se Dobby ainda não estava trabalhando no castelo era por que não fora conversar com o diretor ainda, por isso decidiu enviar uma mensagem ao elfo o mais rápido possível, mas antes iria cuidar da elfa.


 


Como os alunos se encontravam almoçando no salão principal os corredores estavam desertos enquanto ele caminhava em direção a Ala Hospitalar que ficava no primeiro andar do castelo, o moreno chegou em poucos minutos ao local e assim que entrou pelas portas largas viu um espaço amplo e conhecido por ele, havia dezenas de camas com lençóis muito brancos, aquele era um ambiente muito limpo e estava bem iluminado.


 


O moreno avistou a elfa domestica deitada em uma das camas mais próximas e enquanto se aproximava Harry percebeu que a enfermeira não se encontrava ali dentro naquele momento, o que ele agradeceu mentalmente, afinal não precisava de platéia para a conversa que ele queria ter com Winky, portanto sacou a varinha.


 


- Hight Filt. – murmurou Harry apontando a varinha para o chão, imediatamente um feixe de luz branca disparou de sua varinha atingindo o chão espalhando um brilho perolado que circulou pelo chão indo até as paredes e a porta.


 


Aquele era um feitiço que protegeria a enfermaria dando a ele a privacidade que precisava para conversar com a elfa domestica sem que ninguém soubesse o que eles conversavam, além de possuir o agravante de funcionar como um feitiço de alarme que avisaria o moreno se alguém se aproximasse da enfermaria.


 


- Winky. – chamou Harry em voz baixa enquanto se aproximava da cama onde a pequena elfa estava deitada.


 


O moreno chegou ao lado da cama e chamou o nome da elfa novamente fazendo com que ela abrisse lentamente os olhos que piscaram confusos e sonolentos durante alguns instantes até que finalmente focaram-se no moreno.


 


- Olá Winky. – cumprimentou Harry quando a elfa finalmente pareceu perceber que ele estava ali e o reconhecera.


 


Os lábios da elfa tremeram enquanto olhava para o moreno e logo em seguida ela fez um enorme esforço enquanto se sentava, para logo em seguida romper em lágrimas que transbordaram dos seus grandes olhos castanhos e caíram pela roupa mal cuidada que ela utilizava, o moreno não disse uma palavra porque sabia que nada faria com que a elfa interrompesse seu choro, além de ter certeza que ela precisava desabafar.


 


- Eu vim aqui para conversar com você Winky. – disse Harry quando a elfa parou de chorar muito alto para apenas soluçar levemente.


 


- Conversar? – perguntou a elfa com os olhos arregalados olhando para o moreno e esquecendo-se de chorar por alguns instantes.


 


- Sim Winky. – disse Harry enquanto analisava as feições tristes da elfa domestica que parecia estar completamente chocada com o fato de um bruxo estar querendo conversar com ela. – Eu sei que agora que o Sr. Crouch a libertou, você está...


 


- Winky é uma elfa em desgraça Senhor Potter. – disse a elfa interrompendo a frase do moreno na metade enquanto voltava a chorar escandalosamente. – Winky está devidamente envergonhada por ter sido libertada.


 


- Eu entendo Winky. – disse Harry em tom de voz brando, sabendo muito bem que os elfos domésticos eram bastantes sensíveis quando se referia a trabalho e liberdade, por isso sabia que precisava seguir com cuidado. – Sei que você desobedeceu as ordens de seu senhor, sei que você saiu da barraca quando ele ordenou que você não saísse de lá.


 


A cada palavra do moreno a elfa parecia se encolher na cama enquanto abraçava os próprios joelhos mirrados e soluçava incontrolavelmente, as lágrimas caíam grossas através dos enormes olhos castanhos.


 


- Mas eu tenho certeza de que você não fez por mal Winky. – Harry falou calmamente chamando a atenção novamente da elfa que balançou freneticamente a cabeça em concordância com ele, o que o fez sorrir internamente pela pequena vitória, agora seria mais fácil. – Tenho certeza que você jamais desobedeceria seu senhor se tivesse uma segunda chance.


 


- Não meu senhor, Winky jamais desobedeceria novamente. – afirmou a elfa olhando para o moreno intensamente.


 


- Eu sei que talvez não seja a mesma coisa Winky, mas gostaria que você aceitasse trabalhar para mim. – disse Harry olhando para a elfa que praticamente deu um pulo na cama caindo em pé e olhando ansiosamente para o moreno.


 


- Está me oferecendo um emprego Senhor Potter? – perguntou a elfa com medo de que aquilo fosse uma brincadeira de mau gosto.


 


- Sim Winky, eu estou. – concordou Harry abrindo um pequeno sorriso, afinal não fora tão difícil quanto ele esperara. – Se você quiser trabalhar para mim, seria muito bem vinda. Pode ter certeza que eu preciso muito de um elfo.


 


- Eu aceito meu senhor. – afirmou Winky balançando a cabeça enquanto sorria e voltava a chorar loucamente, o que fez Harry revirar os olhos.


 


- Ok, então vamos realizar o ritual. – disse Harry para a elfa que se colocou em pé novamente e secou as lágrimas. – Eu acho que você não vai aceitar Winky, mas se você quiser eu posso pagar pelos seus serviços...


 


- Oh não meu senhor, Winky jamais aceitaria pagamento, isso não. – disse Winky balançando fortemente a cabeça.


 


- Tudo bem. – Harry apressou-se a concordar, afinal havia mais de uma forma de pagamento e dinheiro não era o principal e sim o respeito. – Está pronta para realizar o ritual de união entre amo e senhor, Winky? Ou você está vinculada a Dumbledore e a Hogwarts?


 


- Não, meu senhor. Winky não possui mais um amo. – garantiu a elfa de maneira enfática, o que fez o moreno sorrir ligeiramente.


 


- Ótimo. – disse Harry enquanto observava a elfa ajoelhar-se aos seus pés e estender ambas as mãos em direção ao corpo do moreno.


 


Winky começou a recitar um cântico em uma língua que o moreno não entendeu, mas que sabia ser a língua materna dos elfos domésticos, sendo também utilizada na maioria dos feitiços élficos, o moreno conhecia algumas poucas palavras daquela língua, pois ela derivava das línguas que os verdadeiros elfos utilizavam, por isso pode entender algumas palavras como segredo, servir, pertencer e eternamente no cântico que Winky utilizava.


 


Uma luz esverdeada começou a rodear a elfa e em seguida rodeou o moreno e depois que finalmente a luz dissipou-se o moreno soube que o ritual de união entre amo e serviçal havia terminado e que a partir daquele momento Winky pertencia a ele.


 


- Pronto meu senhor. – disse Winky fazendo uma reverencia bastante exagerada na opinião do moreno, mas ele manteve-se quieto.


 


- Fico feliz por ter aceitado Winky, mas agora acredito que você deve ir ver o diretor Dumbledore e informar a ele que você tem um novo senhor. – disse Harry fazendo a elfa concordar balançar a cabeça de maneira alegre. – E depois disso eu gostaria que você encontrasse um elfo domestico chamado Dobby, acredito que você o conheça, não?


 


- Sim meu Senhor, Winky conhece Dobby sim meu senhor. – garantiu a elfa balançando a cabeça enquanto olhava sorrindo para o moreno.


 


- Ótimo, quero que o encontre e diga a ele que eu preciso falar com ele. – ordenou Harry com a voz calma e objetiva. – Se eu não me engano ele iria procurar Dumbledore para pedir um emprego a ele aqui em Hogwarts.


 


- Não se preocupe meu senhor, Winky encontra Dobby. – garantiu a elfa quase pulando de felicidade por ter um novo amo.


 


- Ótimo, em alguns dias vai haver um passeio até o povoado de Hogsmeade, então quero que você me encontre na Casa dos Gritos mesmo que não tenha conseguido encontrar o Dobby, entendeu? – perguntou Harry firmemente.


 


- Sim meu senhor, Winky entendeu. – disse a elfa fazendo uma profunda reverencia. – Mais alguma coisa meu senhor?


 


- Por enqaunto é só Winky. – disse Harry pensativamente antes de dizer novamente. – Se por acaso você o encontrar antes do dia da visita a Hogsmeade, podem me esperar na Casa dos Gritos se quiserem ou podem fazer qualquer coisa até esse dia, está bem?


 


- Sim meu senhor. – concorcou a elfa mesmo parecendo um pouco espantada com a ordem de não fazer nada.


 


Então a elfa desapareceu depois de estalar os dedos deixando o moreno sozinho na enfermaria, o garoto suspirou antes de movimentar sua varinha murmurando o contra feitiço e desfazendo o feitiço de privacidade que havia colcoado em volta da enfermaria, em seguida o moreno saiu a passos largos do interior do local.


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Depois de sair da enfermaria o moreno dirigiu-se até a biblioteca, pois não tinha nenhuma outra coisa melhor para fazer naquele momento. Naquele horário o local ainda estava completamente vazio, pois os estudantes provavelmente estariam se divertindo nos jardins ou em seus próprios salões comunais, além do mais Harry queria pelo menos mais aquela tarde de distância dos outros alunos, principalmente dos amigos.


 


A única pessoa dentro da biblioteca naquele horário era a própria bibliotecária, Madame Pince, que resmungou algo inaudível para o moreno quando o viu adentrar o local e se dirigir para as estantes do fundo, onde Harry sabia que os livros mais avançados se encontravam e onde ficava a entrada para a Seção Reservada.


 


O moreno entrou em um corredor oposto de onde ficava a entrada da Seção Restrita, afinal Madame Pince estivera olhando atentamente para ele. Harry fingiu estar olhando alguns títulos das lombadas dos livros até que finalmente saiu do campo de visão da bibliotecária, podendo enfim retirar sua capa de invisibilidade de dentro de seu bolso traseiro, lugar em que ele sempre levava consigo sua capa escondida.


 


Assim que esteve debaixo de sua capa o moreno dirigiu-se silenciosamente até onde ficava a entrada da Seção Reservada, em seguida o moreno olhou atentamente para a bibliotecária antes de abrir a porta que separava o moreno do local onde estavam os livros proibidos, somente abrindo a porta quando certificou-se de que Madame Pince estava completamente distraída olhando para um livro em cima de sal mesa.


 


É claro que antes de abrir a porta o moreno executou um feitiço abafador de som que permitiu que ele pudesse abrir a porta sem que a mesma rangesse alertando assim os olhos de águia da bibliotecária, assim que entrou o moreno fechou a porta silenciosamente.


 


Harry sacou sua varinha e em seguida lançou o mesmo feitiço que havia utilizado na enfermaria tornando o interior daquela sala completamente segura e como o feitiço também funcionava como uma espécie de alarme caso alguém se aproximasse daquele lugar com a intenção de entrar, o moreno seria avisado e então poderia se esconder embaixo de sua capa de invisibilidade antes que a pessoa abrisse a porta e espiasse o interior da Seção Reservada.


 


Quando Harry finalmente olhou para as prateleiras de livros naquele lugar lembrou-se da única vez em que estivera ali dentro em uma situação muito parecida com a daquele momento, com a diferença que ele estivera ali durante a noite e não em plena tarde.


 


Os livros estavam da maneira como ele se lembrava de tê-los ter visto, as letras eram esmaecidas e descascadas que formavam palavras em línguas que antigamente o moreno não conhecia, mas que agora identificou como sendo Russo, assim como sabia que um livro esverdeado estava escrito em uma língua tão antiga que todos pensavam que estava morta, mas que o moreno conhecia devido a seus estudos com Samantha e Paul.


 


Não querendo perder muito tempo já que tinha certeza que o que ele queria fazer demoraria algumas horas, o moreno puxou um guardanapo que ele havia pegado na cozinha quando os elfos haviam lhe oferecido biscoitos e depois de colocá-lo no chão o moreno apontou sua varinha para ele murmurando um feitiço de transfiguração para alteração de forma, o guardanapo brilhou fracamente antes de começar a aumentar de tamanho e passar de branco para negro, em poucos segundos havia uma mochila negra no lugar do que uma vez fora um guardanapo.


 


Utilizando um feitiço que aprendera a muito tempo o moreno fez com que a mochila fosse capaz de suportar grandes pesos e também que suportasse uma carga muito maior do que normalmente, também fez um feitiço que aumentou em mais de duzentas vezes o tamanho original do interior da mochila, aquele feitiço o moreno passara a utilizar inspirado no Senhor Weasley que havia usado aquele feitiço em seu Ford Anglia.


 


Durante sua vida adulta o moreno passara a ser um colecionador assíduo de livros, o que sempre o surpreendia quando ele pensava em seus períodos escolares onde ficava o mais longe possível de uma biblioteca e de um livro de estudos, mas ele descobrira que o conhecimento era a melhor arma que alguém poderia possuir.


 


Como não podia ter todos os livros do mundo e havia muitos livros proibidos escondidos tanto em Hogwarts como no Ministério da Magia, o moreno precisara de um jeito para poder ter pelo menos uma copia de cada um dos livros.


 


Fora então que decidira utilizar os feitiços de clone em um livro, embora Harry houvesse adaptado ele, ou então o livro desapareceria depois de algum tempo, e depois de algumas semanas testando uma nova formula para o feitiço de cópia o moreno obteve sucesso e conseguiu copiar vários exemplares que haviam no Ministério da Magia e que ele pegava emprestado levando para casa para poder ler, foi assim que Harry montou uma coleção com mais de cinqüenta mil exemplares de livros raros e antigos, o que ele pretendia fazer novamente.


 


Harry fez um movimento com a varinha em direção a estante de livros mais próxima e murmurou um feitiço de rastreamento que identificaria todos os tipos de feitiços protetores utilizados naquela sala e que impediam roubos.


 


O moreno ficou surpreso quando descobriu que tudo o que mantinha aqueles livros protegidos era um simples feitiço anti-furto que qualquer bruxo de maior idade poderia facilmente quebrar, além de um feitiço de alarme caso alguém pegasse um livro escondido e sem autorização, o que era praticamente a mesma coisa do que o feitiço anti-furto.


 


- Idiotas. – resmungou Harry balançando a cabeça negativamente enquanto fazia um outro movimento com a varinha e com um feitiço não verbal conjurou uma estante igualzinha a que estava na frente do moreno.


 


Em seguida o moreno apontou novamente a varinha para a estante de livros e murmurou um pequeno feitiço que desativou os alarmes e o feitiço protetor de cada uma daquelas estantes repletas de livros proibidos para os alunos.


 


Então o moreno pegou o primeiro exemplar da prateleira mais alta que havia naquela estante e apontando sua varinha para ele murmurou o feitiço de cópia que ele desenvolvera, fazendo uma luz azulada rodear o livro de capa envelhecida e em seguida um outro exemplar apareceu em cima do que o moreno estava segurando e depois de analisar o livro cuidadosamente passando pagina por pagina constatando o sucesso do feitiço o moreno o depositou cuidadosamente na estante que ele conjurara e em seguida recolocou o livro novamente na prateleira e pegou o próximo exemplar que tinha a capa negra e esverdeada.


 


O moreno demorou quase meia hora para conseguir completar a cópia de todos os livros apenas daquela estante o que o fez ficar ligeiramente irritado, pois haviam outras várias estantes repletas de livros para serem copiados.


 


Quando estava prestes a encolher a estante que ele havia conjurado para poder guardá-la dentro da mochila que ele havia transfigurado o moreno decidiu levar os livros originais e deixar apenas as cópias, afinal eles eram idênticos e ninguém jamais desconfiaria, então Harry apontou a varinha para a estante que estava na biblioteca e murmurou o feitiço redutor fazendo com que ela encolhesse até ficar do tamanho de uma bola de futebol.


 


Em seguida Harry abaixou-se e pegando a estante em miniatura levou-a até sua mochila depositando-a dentro da bolsa para logo depois apontar sua varinha para a estante que ele havia conjurado e depois de fazer um movimento de varinha murmurando o feitiço de levitação a colocou no lugar onde estava a estante original.


 


Harry não tinha tempo para ler os livros naquele momento e por isso apenas olhava os títulos por cima anotando mentalmente alguns em particular para que ele pudesse ler depois quando estivesse com bastante tempo disponível.


 


O moreno repetiu o mesmo processo que fizera na primeira estante em cada um dos livros daquele lugar, conjurando novas estantes que eram tão parecidas com as originais, que seria praticamente impossível notar alguma diferença entre elas, em seguida ele encolhia as estantes verdadeiras e as depositava ordenadamente dentro de sua mochila para colocar as estantes conjuradas no lugar em que as anteriores estiveram.


 


Já fazia horas que Harry estava dentro da Seção Reservada copiando os livros quando ouviu a voz de Madame Pince avisando que a biblioteca estava fechando aquele dia e que todos deveriam sair dali imediatamente, como sabia que a bibliotecária vistoriava a seção reservada antes dela fechar as portas da biblioteca e ir para o salão principal participar do jantar o moreno puxou rapidamente sua capa de invisibilidade e usando um feitiço ampliador fez com que ela ficasse com quase cinco metros de comprimento e com um gesto de varinha cobriu a estante que ele havia conjurado, assim como a mochila depositada logo ao seu lado e seu próprio corpo, o moreno viu o momento que a bibliotecária entrou na sala reservada e olhou atentamente por todos os lados antes de voltar-se e fechar a porta novamente trancando-a.


 


Harry suspirou um pouco aliviado e esperou até o momento em que ouviu as portas da biblioteca sendo trancadas para reduzir sua capa de invisibilidade ao tamanho normal novamente e voltar a guardá-la em seu bolso, em seguida o moreno continuou de onde havia parado.


 


Depois de vinte minutos ele finalmente terminou de copiar a ultima estante de livros da Seção Reservada, mas foi quando ele escolheu a estante pronto para guardá-la em sua mochila que ele descobriu algo que estava escondido atrás da estante mais ao fundo daquela sala, era como um buraco feito na parede exatamente atrás da estante para que ninguém pudesse ver o que estava escondido ali dentro.


 


Harry pegou a estante em miniatura e a guardou dentro da mochila antes de se aproximar do buraco feito na parede onde se encontravam dois livros de aparência extremamente antiga, mas antes de encostar nos livros o moreno executou novamente o feitiço rastreador e não encontrou nenhum outro feitiço protetor o que o fez franzir as sobrancelhas tentando entender porque motivo um livro que estava escondido não possuía proteção adequada.


 


Não chegando a nenhuma conclusão lógica o moreno levou as mãos e pegou ambos os livros do buraco feito na parede, surpreendendo-se com os títulos quando os viu. O primeiro que ele pegara era um livro de capa completamente negra que tinha uma foice em vermelho sangue entalhada na capa com o titulo “Artes das Trevas e Magia Profana” em cima.


 


Harry não encontrou o nome do autor na capa do livro e quando o abriu também não conseguiu encontrar nada que informasse quem poderia ter escrito aquele livro, mas como não era de suma relevância o moreno ignorou e pegou o segundo livro.


 


O segundo livro tinha uma aparência de estar em excelente estado, mas o moreno sabia que aquele era um livro extremamente velho devido ao formato e as inscrições que via na capa e na lombada do livro, o que o fez chegar a conclusão de que o livro fora protegido por magia para que pudesse resistir ao tempo.


 


A capa do livro era em uma cor dupla, sendo a metade da esquerda negra como a escuridão e a metade da direita tão branca como a neve, o que fez Harry arquear as sobrancelhas enquanto observava a estranha capa, os entalhes eram em grego antigo, disso o moreno tinha certeza, embora não soubesse ler aquela língua, pelo menos não mais do que algumas poucas palavras.


 


Havia a figura de um lobo na capa exatamente na divisão das duas cores, mas o que chamou mais a atenção de Harry foi o titulo do livro, que mesmo ele não conhecendo muito a língua pode decifrar como sendo “O Livro da Morte”, mas aquilo apenas o deixou ainda mais curioso para saber do que se tratava aquele livro, então rapidamente o moreno abriu nas primeiras páginas onde também não encontrou informação sobre o possível autor, mas as primeiras linhas do texto o deixaram levemente frustrado, pois estavam em grego antigo e embora ele soubesse falar grego, as duas línguas tinham muitas diferenças uma da outra.


 


Decidindo que veria aquilo depois o moreno guardou ambos os livros dentro da mochila também e logo depois colocou a estante que conjurara no lugar da original, para em seguida encolher a mochila da mesma maneira que fizera com as estantes deixando-a do tamanho de uma caixinha de fósforo que ele colocou no bolso dianteiro de sua calça, afinal ele não queria ser pego com uma mochila cheia de livros proibidos.


 


Harry dirigiu-se até a porta da Seção Reservada rapidamente utilizando um feitiço não verbal que destrancou a porta que ele abriu logo depois, mas antes de sair o moreno virou-se novamente para o interior da sala e fazendo um movimento sutil com a varinha repôs os feitiços que protegiam os livros da Seção Restrita para logo depois sair da sala e trancá-la novamente dirigindo-se em seguida para a saída da biblioteca que também se encontrava trancada.


 


Depois de um rápido feitiço mudo o moreno abriu a porta da biblioteca com cuidado observando o mapa do maroto para ver se não havia ninguém por perto e depois de se certificar, Harry saiu do local logo depois de trancar novamente a porta da biblioteca.


 


Enquanto caminhava silenciosamente pelos corredores do castelo sempre tomando o cuidado de consultar o mapa do maroto para que não fosse pego, o moreno pensava na sua vida anterior e no que deveria fazer de diferente agora.


 


Ele havia tomado uma decisão durante aquela tarde, ele faria o papel do bom aluno durante algum tempo deixando que Dumbledore pensasse que o tinha sob controle, Harry agiria as escondidas e prepararia o terreno para a guerra escondido de todo mundo, pois quando eles soubessem de seus planos já seria muito tarde para impedi-lo.


 


Harry deixaria que Dumbledore e Voldemort pensassem que ele era apenas um moleque indefeso e somente usaria o conhecimento necessário para se manter vivo, afinal o tempo em que Voldemort permaneceria na surdina durante seu quinto ano seria muito bem aproveitado pelo moreno de olhos verdes.


 


O moreno havia pensado na possibilidade de evitar que Voldemort ressurgisse no final de seu quarto ano apenas prendendo o comensal da morte, mas depois de pensar por algum tempo percebera que seria melhor que ele soubesse a maneira como o Lorde Negro retornaria assim como o dia, pois seria mais fácil do que acabar sendo pego de surpresa no futuro, além do mais dessa maneira ele tinha mais controle do que qualquer um poderia imaginar.


 


Deixaria que o Ministério falasse o que quisesse sobre sua personalidade ou sobre ele, afinal dessa maneira ele sabia em quem podia ou não podia confiar. Além do mais, enquanto o Ministério batesse cabeça contra Dumbledore, ele teria uma boa liberdade para agir enquanto Voldemort pensava que podia manipulá-lo, além é claro que Harry estava muito ansioso para encontrar sua velha conhecida Dolores Umbridge, que o moreno sabia que se tornaria uma comensal da morte depois que Fudge fosse deposto do cargo de Ministro.


 


Porque a sapa velha nunca mais esqueceria do ano que passaria como professora em Hogwarts, disso Harry não tinha dúvidas, pensou Harry com um sorriso diabólico brincando em seus pensamentos enquanto várias idéias diferentes passavam por sua mente.


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O salão comunal da grifinória estava repleto de estudantes naquele momento, afinal o horário logo depois do jantar era o momento em que todos os alunos aproveitavam para conversar com seus amigos antes de subirem para irem para a cama, também era o momento em que os casais aproveitavam para trocarem diversos beijos antes de cada um seguir para seu dormitório.


 


Em um canto do salão Hermione estava sentada ao lado de Rony e ambos estavam muito concentrados nos deveres que ainda precisavam fazer, embora de vez em quando Hermione tentasse conversar com o ruivo sobre o amigo deles, mas apenas o nome de Harry fazia o rosto do garoto ferver de tanta raiva e então a garota desistia do assunto.


 


Hermione havia notado a ausência do amigo em todas as refeições aquele dia, embora ela mesma tenha levado o café da manhã para ele, não sabia onde o amigo podia ter estado depois que eles haviam se separado após o moreno ter enviado a carta para o padrinho.


 


Sentada no chão em frente a uma das lareiras no outro canto do salão comunal da casa dos leões e recostada a uma poltrona estava uma ruiva do terceiro ano que tentava se concentrar no livro de Defesa Contra as Artes das Trevas que ela tinha a sua frente, afinal ela tinha um dever enorme para fazer para entregar daqui a dois dias.


 


Mas tudo em que a pequena ruiva conseguia pensar e se concentrar era em um certo moreno de olhos verdes que ela não via desde a noite anterior quando o vira entrando no salão comunal após ter ido para a reunião dos campeões para o Torneio Tribruxo.


 


Gina Weasley estremeceu apenas em pensar no que poderia acontecer com o garoto que ela amava desde que o vira pela primeira vez na estação de King’s Cross, pois não importava o que seus pais e seus irmãos dissessem, ela sabia que o que sentia era muito mais do que uma maldita paixãozinha de menina pelo seu herói, afinal ela lembrava-se bem de ter se apaixonado por ele antes de saber quem ele realmente era.


 


A ruiva não duvidava do que Hermione havia lhe dito aquela manhã durante o café da manha, afinal não era idiota como o irmão em imaginar que o belo moreno de olhos verdes havia posto o nome no Cálice de Fogo, pois aquele torneio era mortal.


 


Além do mais, a cara que Harry havia feito quando Dumbledore chamara o nome dele fora o suficiente para a ruiva saber que ele nem mesmo sabia que seu nome estava no cálice, além do obvio horror que estivera estampado nos olhos verdes.


 


Foi tirada de seus pensamentos quando um burburinho dos alunos da grifinória chamou sua atenção e quando voltou seus olhos para eles percebeu que eles estavam olhando para a entrada do salão comunal, a ruiva então entendeu o motivo dos cochichos quando observou a figura do moreno de olhos verdes entrando pelo buraco do retrato, mas Gina apressou-se a desviar os olhos antes que alguém percebesse que ela estivera olhando mais demoradamente para o moreno, afinal vinha tentando parar com sua timidez em frente ao garoto enquanto tentava ser normal na frente dele, o que era bastante difícil.


 


O que a ruiva não viu foram os olhos verdes do moreno cravados nela. Assim que o moreno adentrou o salão comunal percebeu os olhares dos colegas de casa, viu os sussurros que eles falavam sobre ele e ignorou todos eles quando voltou seus olhos para um canto do salão onde percebeu uma ruiva sentada em frente a lareira.


 


Seus olhos percorreram a figura de Gina de maneira nostálgica embora por fora ele não demonstrasse nem um resquício de sentimento em sua expressão, para quem o encarasse diretamente encontraria apenas um vazio imenso e sem fim.


 


Harry percorreu com os olhos todo o salão comunal parando por alguns momentos onde Rony e Hermione estavam sentados, a morena olhou com compaixão para ele enquanto o olhar do ruivo era raivoso, mas Harry ignorou ambos os sentimentos e apenas balançou a cabeça para a amiga antes de se encaminhar para onde Gina estava sentada, afinal aquele era um dos aspectos de sua vida que ele fazia questão de alterar não importando quais fossem as conseqüências que aquilo poderia trazer para o futuro.


 


Harry percebeu que a ruiva se encontrava com um livro em seu colo, livro que ele identificou como sendo um dos livros de Defesa Contra as Artes das Trevas, provavelmente ela estava lendo ele para algum trabalho que o professor comensal havia pedido.


 


- Oi Gina. – cumprimentou Harry em tom de voz baixo fazendo com que a garota quase pulasse de susto deixando o livro cair no chão enquanto voltava os olhos para cima focalizando os olhos verdes do moreno.


 


- Olá Harry. – cumprimentou Gina de volta odiando o tom fraco de sua voz, principalmente pelo fato de que ela demorara alguns segundos para responder ao cumprimento de Harry, pois ficara olhando quase que hipnotizada para os olhos verdes do garoto.


 


- Posso me sentar? – perguntou Harry em tom levemente cordial achando adorável o rubor que havia surgido no rosto da ruiva, embora soubesse muito bem que a verdadeira personalidade daquela garota era quente e vibrante.


 


- Cla-claro. – gaguejou Gina olhando surpreendida para o moreno antes de voltar os olhos para o livro que ela havia deixado cair, a ruiva o apanhou enquanto o moreno sentava-se ao lado dela chamando a atenção de todo o salão comunal para o fato de que Harry Potter havia se aproximado de uma garota, o moreno sabia que aquilo poderia render comentários e muitas fofocas, mas não estava se importando muito com isso naquele momento.


 


- Moody? – perguntou Harry com um pequeno sorriso no rosto enquanto apontava com a mão direita para o livro que ela havia pegado do chão.


 


- É. – respondeu Gina simplesmente enquanto fechava os olhos e respirava fundo ordenando mentalmente a si própria que se acalmasse, pois aquela era uma chance que ela definitivamente não poderia perder de se aproximar mais do moreno mostrando para ele que ela não era nenhuma garotinha burra e indefesa, principalmente pelo fato de que fora ele que se aproximara dela o que queria dizer que ele sabia que ela existia.


 


- Posso? – pediu Harry levando sua mão até próximo onde se encontrava o livro, a ruiva apenas concordou com a cabeça enquanto lhe entregava o livro.


 


Harry o observou criticamente reconhecendo imediatamente um livro especializado nas maldições imperdoáveis e em feitiços de defesa, o que o deixou levemente surpreso. Não sabia qual matéria o falso Moody havia passado para os alunos do terceiro ano ou para os outros, mas não pensara que fosse igual a do quarto ano.


 


- Maldições Imperdoáveis? – perguntou Harry em tom curioso de voz enquanto devolvia o livro para Gina que concordou com a cabeça.


 


- Moody é um maluco. – disse a ruiva balançando a cabeça negativamente forçando-se a prolongar o assunto antes que Harry resolvesse que ela era chata demais. – Ele está utilizando a maldição Império em nós para ver se conseguimos resistir.


 


- Eu sei como é isso. – disse Harry em tom compreensivo lembrando-se da horrível sensação de ter de lutar contra uma força que você não conhecia.


 


- Como você está? – perguntou Gina de repente ficando ruborizada novamente pelo que perguntara. – Desculpe, não é da minha conta.


 


- Não, tudo bem Gina. – disse Harry tranqüilizando a garota enquanto se sentava melhor ao lado dela e passava a encarar o belo rosto da menina que ficou ainda mais vermelho. – Estou legal, não dou a mínima para o que os outros pensam ou deixam de pensar sobre mim, então isso não me afeta em nada, afinal já estou acostumado.


 


Harry falava em voz baixa evitando assim que qualquer um dos outros integrantes da casa dos leões pudesse ouvir o que ele dizia para a ruiva, o moreno sentia que as palavras eram mais do que sinceras e que ele realmente não estava nem um pouco ligando para as outras pessoas, fazia muito tempo que havia deixado de se importar com a opinião alheia.


 


- Eu sei que não fui eu quem colocou meu nome no Cálice de Fogo e isso é o suficiente para mim. – falou Harry dando de ombros enquanto olhava para os olhos castanhos cor de mel que a ruiva tinha, olhos que ele sabia que poderia afogar-se dentro deles.


 


- Eu sei que você não se inscreveu Harry. – afirmou Gina levando sem perceber a mão direita até a do moreno e a apertando confortadamente.


 


- Obrigado Gina. – disse Harry olhando para a mão pequena da ruiva sobre a sua, quando a garota percebeu, ela a afastou rapidamente ficando tão rosada quanto um tomate.


 


Harry olhou novamente nos olhos castanhos da garota vendo tanta maturidade no interior deles que ficou levemente surpreso, lembrava-se claramente da primeira vez que vira Gina na estação de King’s Cross, ele visitara aquela lembrança tantas vezes em sua penseira que aquilo havia ficado gravado em sua mente, os olhos dela era tão inocentes e puros, mas agora eram mais reservados e duros, intensos. O moreno sabia que ela crescera muito depois do que havia acontecido na Câmara Secreta, só ele que não percebera como ela mudara em tão pouco tempo.


 


O idiota estava muito preocupado observando a beleza da Chang para prestar atenção ao que sempre estivera bem ao lado dele, apenas esperando para que ele a visse. Ele era um verdadeiro idiota, lembrou-se Harry com sarcasmo, somente fora perceber o que perdera quando a vira namorando com Dino e daquela vez ele quisera acabar com a raça do amigo, mas dessa vez as coisas seriam diferentes, prometeu-se Harry.


 


- Você gosta de mim, Gina? – Harry perguntou diretamente, sua voz séria e determinada enquanto olhava a ruiva piscar os olhos surpresa olhando de maneira incrédula para o moreno, afinal ela jamais esperara uma pergunta daquelas.


 


- Como assim? – perguntou Gina tentando fugir do assunto, pois não sabia se agüentaria ouvir ele dizendo que gostava dela apenas como uma irmãzinha.


 


- Quero saber se você realmente gosta de mim Gina. – disse Harry ainda mais sério olhando para a ruiva com tanta intensidade que ela não pode desviar os olhos, a garota ficou completamente ruborizada.


 


- Você sabe que sim. – murmurou Gina tão baixinho que Harry quase não ouviu o que ela havia dito, mas o moreno abriu um pequeno sorriso ao entender o que ela falara.


 


- E se eu dissesse para você que sinto o mesmo? – comentou Harry em voz também baixa enquanto escondia o sorriso e a olhava sério.


 


- Diria que estaria sonhando. – respondeu Gina esboçando um sorriso meio trêmulo enquanto apertava o livro nos braços.


 


- Posso garantir que você está muito bem acordada Gina. – garantiu Harry no mesmo tom de voz sério e firme.


 


- Porque está me dizendo isso? – perguntou Gina tentando ocultar a esperança que ela sabia que brilhava em seus olhos, não podia se permitir sonhar alto demais para acabar caindo no precipício depois.


 


- Não estou brincando Gina. – falou Harry com a voz descendo alguns graus e fazendo um arrepio subir pela espinha da garota que o olhou surpresa, pois nunca havia ouvido o moreno utilizar aquele tom de voz antes. – Vou ser sincero com você Gina, eu sou o pior cara que você poderia escolher para ser seu namorado ou pensar em ter um futuro.


 


- Porque? – perguntou Gina baixinho mesmo já imaginando o tipo de resposta que ele provavelmente daria a ela.


 


- Não sou um herói Gina. – afirmou Harry em tom frio e baixo olhando para os olhos da ruiva que saltaram levemente, pelo menos ele não era mais um herói, disse Harry para si próprio. – Garanto a você que isso eu não vou ser.


 


- O que isso quer dizer? – perguntou Gina com a voz tremendo levemente e pela primeira vez a garota olhou ao redor como se tentasse ver se alguém estava escutando a conversa entre os dois, o que o moreno percebeu ao ler a mente dela.


 


- Ninguém está nos ouvindo Gina. – garantiu Harry tombando levemente a cabeça para o lado esquerdo enquanto olhava para a garota. – O que eu quero dizer é que um herói só recebe dor e sofrimento como recompensa, por isso eu decidi que não vou tentar ser o herói que o mundo bruxo espera que eu seja. Decidi que vou agir da maneira que eu quiser e do jeito que eu achar melhor, não importando as regras ou as conseqüências dos meus atos.


 


- Não entendo. – Gina disse suspirando um pouco frustrada enquanto balançava a cabeça e olhava para o moreno de maneira confusa.


 


- Se você parar para analisar as coisas Gina, vai perceber que uma guerra é iminente, assim como o retorno de Voldemort. – ele disse voz baixa fazendo Gina tremer levemente a menção do nome do Lorde das Trevas. – Não estou dizendo que eu vou me transformar em um bruxo das trevas ou algo assim, o que eu estou querendo lhe mostrar é que eu vou lutar de igual para igual com Voldemort e seus comensais, entende? Eles atacam para acabar com a gente, o que significa que devemos devolver na mesma moeda. Não estou dizendo que você deve fazer a mesma coisa que eu, longe disso, estou apenas dizendo o que eu vou fazer quando a hora chegar.


 


Harry parou por um momento pensando em como prosseguir com a conversa, sentia que havia falado mais do que deveria, mas agora não havia mais volta e ele precisava seguir em frente, ainda mais se quisesse a ruiva do seu lado.


 


- Olhe Gina, eu gosto de você. – afirmou Harry em tom duro e intenso fazendo a garota arregalar os olhos novamente, ela ainda não havia conseguido processar muito bem aquela informação. – Eu sinto que você é a garota que eu vou amar por toda a minha vida, mas eu preciso de uma verdadeira companheira, entende? Uma garota que sempre esteja do meu lado e com quem eu possa dividir meus segredos, que posso garantir são imensos.


 


- Você me ama? – perguntou Gina em tom baixinho temendo ter ouvido errado enquanto lágrimas enchiam os belos olhos castanhos da ruiva.


 


- Amo. – afirmou Harry de maneira sincera olhando diretamente nos olhos da garota mostrando para ela a veracidade de suas palavras apenas com o olhar. – Não estou dizendo que você precisa responder agora pra mim Gina, sei que será uma escolha difícil, porque se você resolver me aceitar não haverá volta, eu não suportaria perder você. – Não novamente, acrescentou Harry mentalmente. – Mas eu também sei que para você se decidir precisa conhecer o verdadeiro Harry Potter, por isso durante esse ano eu vou lhe contar boa parte da minha vida e muitos de meus segredos, além disso se você quiser poderá treinar comigo, eu pretendo começar um treinamento intensivo amanhã mesmo. Durante esse ano, eu quero que você apenas me conheça como eu quero conhecer a verdadeira Gina e se depois que o Torneio Tribruxo acabar você ainda quiser ficar comigo... Bem, então nós vamos olhar para o futuro e pensar no que faremos.


 


- Tudo bem. – concordou Gina depois de alguns segundos em silêncio enquanto sorria levemente e limpava as poucas lágrimas que havia escorrido pelo rosto da garota.


 


- Sabe o que é isso? – perguntou Harry puxando suavemente sua capa de invisibilidade do bolso traseiro de sua calça e colocando nas mãos da ruiva.


 


- Sua capa de invisibilidade. – respondeu Gina em tom deslumbrado olhando para a bela capa que o moreno possuía, ela havia visto aquele objeto apenas uma vez, que fora quando ela vasculhara o malão do garoto procurando pelo diário de Tom Riddle, afastando os pensamentos sombrios a ruiva levantou os olhos para o moreno. – Porque está me mostrando ela?


 


- Porque quero que você suba até seu dormitório e finja que se deitou em sua cama, depois coloque minha capa para sair do dormitório feminino. – disse Harry pensando em adiantar um pouco os assuntos para a ruiva, bem como a proteção que ele precisava colocar na mente da garota, afinal não podia correr o risco de alguém visualizar algo sobre ele através dela. – Vou estar esperando aqui embaixo, traga sua mochila também que eu te ajudo a fazer o seu trabalho e aproveito e faço os meus, quando você chegar aqui embaixo toque em minha mão que eu vou saber que você está aqui e então iremos sair daqui.


 


- Aonde iremos? – perguntou Gina curiosa cuidando para manter a voz em um tom bem baixo para que ninguém ouvisse.


 


- Em uma sala que eu aposto que você vai adorar. – disse Harry em tom de voz firme pensando na Sala Precisa.


 


- Ok. – concordou Gina escondendo a capa de invisibilidade do moreno embaixo de sua blusa. – Boa noite Harry.


 


- Boa noite Gina. – Harry disse em um tom um pouco mais alto de voz para que os grifinórios mais próximos pudessem ouvir.


 


O moreno focalizou seus olhos no fogo da lareira para não olhar a ruiva andando em direção ao dormitório feminino, mas Harry pode perceber claramente ela se despedindo dos amigos antes de ir para as escadas que a levariam para o dormitório.


 


 


 


 


 


Agradecimentos especiais:


 


Silvia Cecil: Que bom que gostou do primeiro capitulo... Voltar no temo é realmente fascinante e um assunto complicado para se trabalhar, acho que essa é a segunda fic em que o Harry volta no tempo que eu estou postando, embora essa seja por um ângulo diferente... o Harry vai deixar a musica rolar por um tempo, por isso o Dumbie vai achar que pode controlar o Harry... o Encontro com Voldemort promete, espere pra ver. Quanto a aura negra, bem ,ainda tem muita coisa pra rolar... Beijos.


 


Toddy: Harry do mal sim, mas ele ainda nem sequer agiu, espere pra ver o que vai rolar fera.... ser proibido de ler Harry Potter é sacanagem hein, cara. Eu não consigo deixar de ler as fics, mesmo tendo tão pouco tempo por semana para fazer isso. Abraços.


 


D a n i l o: isso mesmo cara, o poder do Harry vai aumentar rapidamente conforme ele for treinando, mas acho que posso adiantar que ele vai precisar ser muito mais poderoso do que já havia sido.... isso ai, a fic vai ser HG.. Abraços.


 

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