Cap. 4



Hermione gemeu colocando a mão em sua nuca que latejava e abriu os olhos hesitantemente apenas para xingar alto e xingar mais uma vez quando isso fez sua dor de cabeça piorar.


Forçou seus braços a levantar o corpo até uma posição mais confortável e observou mais uma vez o local, o feno sujo no chão, as paredes estreitas e riscadas, as grades grossas bem na sua frente.


Ela estava em uma prisão! Mas como?


Com uma pontada adicional de dor, as memórias de como viera parar ali te invadiram.


O príncipe! O maldito príncipe


O sorriso que tinha tomado seu rosto no momento que conseguira prensar o homem na parede com uma adaga em sua garganta foi imediatamente levado quando o moreno pareceu sair do choque em questões de segundos e com um golpe rápido que ela quase não viu, torceu seu braço, retirando a lamina de seu pescoço antes que ela se aprofundasse ainda mais em sua carne.


De repente o homem antes tão inocente e levado por seus hormônios pareceu assumir uma face animalesca, adotando uma postura de luta que fazia seus olhos brilharem.


O príncipe era um guerreiro.


E isso não estava nos planos.


Num ímpeto de raiva e com um grito sufocado Hermione chutou o colchão de palha improvisado que tinha sido colocado ali, e se irritou ainda mais ao ver a saia vermelha esvoaçando com o movimento.


Tinha sido por causa dela, por causa da maldita saia que viera parar na prisão do reino.


Hermione arquejou de dor quando o príncipe acertou um soco certeiro no seu estômago, mas forçou seu corpo a se endireitar a tempo de desviar de um golpe que vinha na direção do seu rosto.


Passou a mão na bochecha e sorriu ao perceber que mesmo evitando os piores golpes tinha conseguido um corte no supercílio que sangrava e tapava sua visão superficialmente.


Ela estava se divertindo.


Com raiva e frustrada por não ter recebido todas as informações sobre o príncipe, mas se divertindo.


Fazia tempo que não achava um adversário a sua altura, ou pelo menos um que não abaixava a guarda ao perceber que estava enfrentando uma mulher.


O maldito a sua frente  a via como um verdadeiro adversário!


Ajeitou novamente a postura e segurando a faca com mais força avançou na direção do homem.


Ele conseguiu bloquear o primeiro golpe, mas foi atingido pelo segundo e o momento de surpresa ao ser ver atingido deu a Hermione a brecha certa para um ataque certeiro, entretanto como se o mundo conspirasse contra ela, ou como se fosse um dos personagens de uma maldita peça de comédia ela pisou na própria saia e tropeçou, praticamente caindo nos braços do príncipe, onde não saiu mais até estar dentro da prisão.



Maldição, e agora? Como diabos ela ia sair dali?
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Harry fez uma careta ao olhar o curativo que tinha envolvendo a parte da frente do seu pescoço.


Iria precisar usar túnicas com gola alta durante pelo menos duas semanas!


Aquilo ia ser difícil de esconder, assim como foi difícil de convencer o médico que o tratara a manter segredo sobre o ferimento para seu primo, ou pior, para a sua mãe!


Ele nem imaginaria o que Lílian faria caso soubesse como se machucara!


Abotoou a túnica que usava e ergueu a coluna, adotando a postura correta para um príncipe.


O jantar pareceu ser o mais longo da sua vida.


Draco não parava de olha-lo, como que procurando alguma coisa de errada nele, ao mesmo tempo que repreendia sua conduta de fugir do castelo.


Sua mãe tagarelava alegremente, sem ideia dos seus atos irresponsáveis, e isso apenas o fazia se sentir ainda mais culpado. Por causa disso a comida parecia sem gosto e o ferimento em seu pescoço apenas tornava ainda mais difícil e doloroso engoli-la


Assim que o último prata foi servido saiu quase correndo da mesa, balbuciando alguma besteira sobre não estar se sentindo bem para que pudesse voltar o mais rápido possível para o seu quarto.


Exceto que ele não permaneceu lá por mais que cinco minutos. Assim que notou que os corredores lá fora estavam completamente vazios, vestiu um capuz velho que mantinha no fundo do seu guarda-roupas e escapuliu escadas abaixo até o nível mais baixo do castelo: as masmorras.


Tinha algo muito interessante o esperando ali.


O guarda em frente as masmorras o reconheceu imediatamente e com um aceno de cabeça o deixou passar.


Suspirou pensando no quão difícil tinha sido manter aqueles homens com a boca calada.


Assim que tinha conseguido desanimar a garota, tinha a escondido em um dos cantos do beco e procurado o guarda real mais próximo, o estardalhaço que ele fez quando viu que o príncipe estava fora do castelo e ferido quase chamou a atenção do reino todo. Explicar porque ele estava ali e o que tinha acontecido tinha levado mais tempo do que ele gostaria e impedi-lo de levar a mulher para uma execução imediata em praça publica mais tempo ainda.


Com muita paciência ele tinha acalmado o homem o suficiente para fazê-lo o ajudar a carregar a mulher até as masmorras do castelo sem chamar muita atenção


Por sorte o capitão responsável pelas masmorras era um homem muito mais moderado e ouviu o que ele tinha a dizer sem grandes esforços. Foi ele que o recebeu e o guiou até a sela que procurava e em silêncio o deixou com a prisioneira.


Ele a olhou e o cena a sua frente o fez sorrir.


Valkyria estava elegantemente sentada em cima de um monte de feno, as pernas cruzadas, como que esperando pelo chá da tarde.   


- Você parece bastante confortável.


- Feno, comida de graça e grades, não foi exatamente isso que eu sempre desejei?


- O sonho de todo assassino!


- Falando nisso, como está seu pescoço? – o sorriso que tomou o rosto da garota seria bonito se não fosse tão ameaçador.


- Inteiro, infelizmente não tenho certeza se o seu também continuará assim por muito tempo!


- Veio me matar Alteza?


- Eu não sei, eu não costumo matar garotas que eu não sei o nome, e você ainda não me disse o seu!


- Então não será um problema, já que eu renunciei minha condição de garota quando aceitei minha primeira missão.


- Missão? Eu sou uma dessas missões?  - Harry perguntou, finalmente chegando a um dos pontos que queria.


- Não precisa se sentir honrado, Alteza, isso não é um privilégio seu!


- Quem mandou me matar?


O olhar gatuno que a garota o destinou parecia zombar dele.


- Eu sou uma simples assassina Alteza, com uma pequena plantação e algumas ovelhas pra cuidar, acha mesmo que os clientes vem diretamente a mim? Eu apenas recebo as ordens e as obedeço – não era só o olhar que estava zombando dele pelo visto.


- Quem dá as ordens a você?


- Papai Noel!


- Não brinque comigo! – ele disse, levantando o tom, apenas para respirar fundo logo depois, perder o controle não ia ajudar em nada, mas inferno, aquela garota sabia provocar. Como queria poder trazer Draco até aqui, ele era a pessoa certa pra provocar uma pessoa até ela abrir o bico, não ele.


- Eu não sei estúpido! Ele sempre esconde o rosto e sempre dá um jeito de sua voz soar diferente! Seja lá quem for ele soube se proteger muito bem em caso de situações como essa!


- Merda!


A garota tinha se tornado inútil, se quisesse descobrir quem tinha comprado sua morte ia ter que descobrir por ele mesmo, e isso com certeza não ia ser uma tarefa fácil! Executar Valkyria em praça pública como mandava o protocolo ia alertar o mandante sobre o erro e a pessoa com certeza acharia um meio de se esconder nas profundezas do inferno se isso significasse que não iria ser pego!


A não ser que...


O sorriso que ele sentiu brotando em seu rosto obviamente parecia ameaçador, visto que a mulher na sela se remexeu desconfortável.


- Então, Valkyria, o que você acha de você e eu fazermos um pequeno pacto?


Ah sim, obviamente ameaçador!
DESSA VEZ EU NÃO DEMOREI TANTO! AAAAAAAEEEE! *dancinha da felicidade!
Gnt, eu vou tentar adiantar os outros capitulos nesse recesso de Natal, mas não prometo nada, porque eu tenho mais de uma fic pra cuidar *chorar* maldita gula de sair por ai escrevendo tudo que chega na minha cabeça!
ANYWAY, comentem muito tá meus amores! 


 


 


 


 


 


 


 


 


 

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