Lembranças Dolorosas



Harry acordou assustado e suado. Uma gargalhada cruel ainda ecoava em sua mente. Provavelmente, sonhara com Belatrix e com a morte de Sirius, mas não conseguia se lembrar. Harry sentou-se na cama, ainda abalado. Ainda estava muito escuro, mas Harry podia ver que o dia já amanhecia.



Harry já tivera férias ruins, mas aquela superava todas as expectativas. Não que seus tios o aborrecessem. Eles agora se mantinham afastados o máximo que pudessem, o que dava a Harry muito prazer. Ao menos, podia ficar sozinho. Mas as lembranças que tinha de Sirius fazia tudo parecer muito pior.



Harry não se imaginava como um garoto sentimental, sempre teve que ser forte para enfrentar os problemas, mas os últimos eventos o haviam abalado mais do que imaginava. A única coisa que lhe trazia um acalento era pensar em seus amigos. Ele não lhes contara sobre a Profecia. Simplesmente ainda não estava preparado para dizer que sua vida terminaria sendo o assassino ou a vítima de Voldemort. Rony provavelmente ficaria preocupado, mas era a reação de Hermione que ele temia.



Harry pensou muito em Hermione durante o período de férias. Ele fora rude com ela quando eles estavam tentando salvar Sirius. Agora ele sabia que ela sempre teve a razão. Ela sempre tinha a razão sobre tudo, mas ele não quis escutá-la. E ela o salvara, quando ele quis ultrapassar o archote de véus no departamento de Magia onde perdera seu padrinho. Ela o impedira, pressentindo que havia alguma coisa estranha ali, mas ele nunca a agradeceu por isto.



Ele fora muito insensível, ingrato e ríspido com Hermione. E ela quase morrera por ele. Isto fazia Harry ficar ainda mais desanimado. O que aconteceria se, além de ter perdido Sirius, ele perdesse também Hermione, que sempre ficara ao seu lado. Ele só podia supor que não resistiria e sucumbiria às investidas de Voldemort.



Harry não conseguiu mais dormir àquela noite. No outro dia ele retornaria a Hogwarts e encontraria os amigos na plataforma nove e meia. Durante todo esse tempo eles não tiveram contato. Talvez por ordem de Dumbledore, mas Harry agradeceu por isso. Ele precisava de tempo para pensar.



A chuva foi passando e os primeiros raios de sol invadiram o quarto. Edwiges espreguiçou-se na gaiola abrindo as asas. Tudo já estava empacotado e arrumado no malão.



Um novo ano letivo se iniciaria dali a algumas horas e tudo o que Harry desejava era que pudesse vivê-lo intensamente com seus amigos, pois sabia que aquele poderia ser o último ano de sua vida.




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