Cap. 1 – O grande dia
1/9/2001
Fred,
Se estivesse aqui estaria zombando sobre o que vai acontecer hoje. Sabe... Depois que você se foi, muita coisa mudou.
Mas, enfim, hoje, o dia em que recentemente venho escrevendo a você, chegou!
Estou um pouco agitado e com frio na barriga... Faz um tempo desde a ultima vez que me senti assim.
Minha única preocupação é ficar com O-aperto-você-sabe-onde bem na hora errada...
Agora irei tomar café.
Fred, sinto sua falta.
Abraços,
Jorge Weasley
Quando terminei de escrever a carta, guardei-a dentro de uma caixa, onde geralmente colocava as cartas que escrevia a Fred, desde... Desde a sua morte. Senti uma lágrima correndo por meu rosto.
O dia do enterro de Fred foi a primeira vez que senti essa coisa saindo dos meus olhos e escorrendo por meu rosto... Uma lágrima. E desde esse dia, venho escrevendo cartas a Fred, como se apenas tivesse mudado de estado, ou país, e era um modo que não doía tanto pensar nele.
Eu passei a mão no fundo da caixa e peguei a 1ª carta que tinha escrito a ele, a carta depois do enterro...
1/08/1998
Fred,
Eu não acredito no que aconteceu... Simplesmente é impossível viver sem você, NÃO DÁ!
Eu não... Isso não pode ser verdade... É... Impossível!
Fred, vou sentir saudades!
Aliás, já estou sentindo.
Te adoro,
De se irmão Jorge Weasley
O papel estava com manchas de tintas, por causa das lágrimas. Foi um dia ruim.
O enterro de Fred não era um dia que eu gostasse de lembrar:
O enterro foi em Hogwarts, onde todos os mortos foram enterrados. Tínhamos acabado de prestar homenagens aos outros mortos na batalha, quando finalmente chegou a vez de Fred... Minha família estava esperando as pessoas se acomodarem até começarem a dizer que ele foi uma boa pessoa e blá, blá, blá...
Apenas eu estava sentado ao lado do caixão. Hermione veio ao meu lado também.
- Ah, Jorge! – ela murmurou me abraçando – Eu sinto tanto...
Eu nada disse, apenas dei tapinhas delicados nas costas de Hermione. Mas, Harry Potter apareceu ao meu lado também e ela se afastou, depois correu para a direção de Gina, que também chorava.
- Jorge, me desculpe. – ele disse – É sério, os Comensais da Morte vieram até Hogwarts, porque eu vim pra cá também, a culpa é inteiramente minha. Se eu não tivesse nascido nada disso aconteceria.
- Harry, algum dia você vai ter que não é o culpado de tudo, o verdadeiro culpado nessa história toda é o Comensal da Morte que... – não consegui terminar.
Ele refletiu um pouco e depois disso falou:
- Mas, se não fosse pelo...
Porém, eu o impedi, dizendo:
- Aliás, foi você que aniquilou Voldemort e impediu que ele destruísse ainda mais a nossa família. – então, apontei para o buraco na minha cabeça em que, na realidade, devia estar a orelha.
- E foi porque eu nasci que isso aconteceu! – reclamou Harry.
- E foi porque você nasceu que nossa família está... – eu ia dizer completa, mas minha família não estava completa – Bom, a nossa família era completa até mês passado por sua causa. Lembra de Gina quando você estava no 2º ano e ela apenas no 1º, na Câmara Secreta? E Lembra meu pai? Quando foi atacado pela Nagini. E lembra do seu 6º ano quando Rony tomou o hidromel envelhecido?
Harry ficou em silêncio por um minuto absorvendo tudo que eu tinha dito e por fim, falou:
- Ok... Eu sinto muita pela perda, Jorge.
Ele se afastou, e alguns minutos depois o enterro começou.
Eu nem gosto de me lembrar do resto, porque foi o pior dia da minha vida, porque Fred era metade da minha alma e ela se fora a três anos atrás.
E quando essa “metade” se foi, tudo mudou. Tudo foi muito novo para mim, eu me recusei a voltar ao meu apartamento e muito menos para a loja Gemialidades Weasley.
A loja não fechou, mas eu a vendi para dois clientes, dois irmãos... Gêmeos. Agora elas se chamam “Gemialidades Petterson”.
E, agora, estou morando de novo na Toca.
O que não foi muito bom nos primeiros três meses, porque mamãe não parava de chorar, agora, cada vez que ela entra em meu quarto é mais um pouco de lágrimas saindo dos olhos dela.
Mas, enfim, como eu disse hoje na carta que escrevi a Fred, é o meu grande dia, mamãe está animada com a idéia, porque hoje eu virarei auror e iria caçar aqueles... Comensais da Morte que estavam foragidos e vingar a morte do meu irmão.
Recuperei uma expressão normal e sem estar triste, para descer e tomar café. Quando cheguei ao primeiro andar, Harry estava sentado, comendo também e ao seu lado estava Rony e Hermione e do outro lado, Gina.
- Bom-dia. – eu disse.
- Bom-dia Jorge. – os quatro responderam.
Mamãe estava preparando o meu café e enquanto isso eu me sentei a mesa.
- E ai? – eu perguntei fingindo empolgação, todos me olharam como se eu tivesse falado que tinha conseguido fazer com que as moedas de Leprechauns não desaparecessem – Quem vai pro Ministério me acompanhar?
- Eu vou. – responderam Harry, Hermione e Gina juntos.
- Ah... E você Rony?
- Tenho teste de quadribol...
- É verdade. – murmurei.
Depois, eu não disse mais nada. Enquanto eu comia, dei uma rápida olhada no relógio na parede. O meu ponteiro estava quase em [i] Trabalho [/i] e sem querer eu olhei o do Fred que estava bem em cima do [i] Em paz [/i]...
Comi rapidamente e quando terminei acompanhei Harry, Gina e Hermione, que tinha acabado de dar um beijo de despedida em Rony, até a lareira e usamos o pó-de-flu para chegar ao Ministério.
Fomos até os elevadores e entramos, nele havia três pessoas: Meu pai, que nós quatro cumprimentamos com discreto aceno com a mão, um homem estranho e carrancudo, que eu nem quis cumprimentar e Angelina Johnson, ela era uma menina da Grifinória nos nossos tempos em Hogwarts e era ex-namorada do Fred.
- Olá! – eu disse baixinho a ela, com uma empolgação falsa.
- Oi. – ela sussurrou com a voz falhada e os olhos cheios de lágrimas.
- Vai ser auror também? – perguntei. [i] Com certeza [/i] meu falso entusiasmo tinha desaparecido.
- Não, eu vou para o Controle do Uso indevido da Magia.
- Hum... – murmurei – Como... Como nós dois vamos trabalhar no Ministério, por que não almoçamos juntos hoje?
- Claro, por que não? – se perguntou Angelina, depois ela sorriu tristonha – Te vejo na porta do Ministério, Jorge?
- Ok... – murmurei, mas não pude continuar com a conversa “muito animada”, porque a porta do elevador se abriu e a voz de uma mulher disse:
[i] “Nível dois, Departamento de execução das leis da Magia, que inclui a Seção do Controle do Uso Indevido da Magia, o Quartel-General dos Aurores e Serviços Administrativos da Suprema Corte dos Bruxos.” [/i].
Eu sai do elevador acompanhado por Harry, e nós dois seguimos por alguns corredores até chegar na porta do Quartel-General dos Aurores.
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Fim do Capitulo
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