Armados



 


Dumbledore esperava ansiosamente por sua convidada. Era difícil que se sentisse nervoso e inquieto, mas naquele dia acordara exatamente daquele jeito.

Snape e McGonnagal entraram em seu escritório, ambos de cenhos franzidos. 

- O que diabos está acontecendo? - foi Snape que perguntou. 

- Uma pessoa especial vem nos ver hoje, e vocês, como as pessoas que eu mais confio, precisam se juntar a mim nessa conversa. Eu já permiti a entrada dela pelos portões de Hogwarts. Só espero eu que esteja fazendo a coisa certa. 

- Você sempre faz a coisa certa Albos - disse Minerva calmamente. - Mas quem é essa pessoa?

Não demorou muito para a pergunta ser respondida. Uma figura de negro passou pela porta e sorriu felinamente para o três bruxos: 

- Bellatrix Black Lestrange, ao seu dispor. - Snape olhou boquiaberto para Dumbledore e Minerva caiu em uma cadeira praticamente petrificada. - Olá Severus - disse Bella retirando as luvas de couro e a capa - Foi uma coicidência que todos os seus alunos estivessem em Hogsmead ou dentro de seus salões comunais no dia em que venho aqui? 

Dumbledore sorriu, aquela mulher sabia como fazer uma entrada e deixar os outros bestificados. 

- Não, foi exatamento por saber que teria sua presensa no castelo no fim de semana que mandei os alunos para Hogsmead. - respondeu o diretor lhe apontando uma cadeira para que ela se sentasse. 

- Foi o que imaginei. Lize também está em Hogsmead? - perguntou se sentando. Apesar de sentir falta da filha, aquele não era o momento oportuno para encontrá-la.

- Sim, tinha um trabalho para fazer com o Sr. Potter e o Sr.Black. - Dumbledore esperou por uma reação, mas esta não chegou.

- Com o bebê... é claro! - Ela falou pensativa. Preferiu não comentar nada a respeito de seu primo.

Snape andava inquieto pela sala, como se fosse uma fera enjaulada. Bellatrix notou e não pode evitar o riso. Ele rápidamente parou e olhou para ela. 

- O que foi? - perguntou entredentes. 

- Você. - respondeu simplesmente - Demonstrações de frustração não correspondidas são divertidas. 

- Eu não acredito que seja o único frustrado por essa sua ladainha. Bellatrix vá direto ao ponto, por favor - pediu Snape - Isto é, se você realmente quer falar algo aqui. - Ela o olhou com a cabeça erguida e os olhos estreitos. 

- Não gosto de ser mandada. 

- Não é o que parece, já que é fantoche do "Lorde das Trevas". - disse Snape baixinho. 

- É justamento sobre isso que quero falar. - levantou-se - Voldemort planeja algo de maiores proporções do que vocês imaginam. E... eu vim oferecer meus servisos. 

Snape começou a gargalhar: 

- Por Merlim, você se voltar contra Voldemort? Poupe-me Bellatrix.  - Ela lançou um olhar de nojo para Snape.

- Eu nunca fui do lado dele, muito pelo contrário. Quem vocês acham que salvou Sirius Black? Eu nunca planejei matá-lo! Eu mandei Elizabeth pra cá justamente com esse propósito, que ela ficasse longe, muito longe dos Comensais, nem que precisasse me odiar para que isso acontecesse. Com certeza ela me odeia. - completou com a voz amarga. - E agora...

- E agora... - pediu Dumbledore com olhos avaliadores. Minerva continuava estática no mesmo local, observando a cena sem se manifestar, mas não pode reprimir a curiosidade que se formou em sua mente. 

- Eu tenho em mãos a chave para derrotar Voldemort. Eu venho a anos tentando encontrar algo que permitisse que vocês me aceitassem e finalmente encontrei. - os olhos dela brilhavam - Antes mesmo de ir pra Azkaban eu já procurava, toda a minha intensão era ficar com a minha filha, o bebê que eu acabara de ter, como vocês bem sabem isso foi impossível. Azkaban me destruiu e eu saí de lá com mais vontade ainda de me livrar dessa sina que o destino me impôs. 

"Quando Voldemort pediu que encontrasse-mos a profecia, vi aí a oportunidade perfeita para ajustar um pouco as coisas. Ele usou Sirius para atrair o bebê Potter e eu logo providenciei para que ele fosse "morto" para que depois aparecesse vivo. A estratégia se completou com Peter nas mãos do ministério, de modo que Sirius fosse inocentado. O véu era a solução perfeita, um estado de semi-incociência, algumas horas depois ele estaria do lado real de novo. Logo depois procurei Lize e pus em prática meu plano."

"Sempre fui uma das preferidas de Voldemort, o que me garantiu extrema aproximação para com sua vida. E finalmente esse mês ele me deu tudo em mãos."

- O quer dizer? - Minerva finalmente perguntou. 

- Isso é o que quero dizer - levantou-se e foi até sua capa, de lá retirou uma espada embainhada junto com um livro com capa de couro. - Há muito tempo, houve um jovem e tolo bruxo que ousou desafiar Merlim em busca de poder. Para a desgraça dele, Merlim não apenas o derrotou como também trancafiou sua alma negra em uma espada, - ela sorriu - mais precisamente nessa espada que você vê agora. Até hoje a alma de Phillip permanece tracafiada esperando por uma pessoa para libertá-la. 

- Acredito que só uma pessoa boa pode libertar ela e o poder que a acompanha, estou certo? - perguntou Dumbledore. 

- Corretíssimo. Por isso mesmo, Voldemort pediu a sua mais leal seguidora para guardar a única coisa que poderia derrotá-lo. Com isso vocês sabem que arma botar nas mãos de Harry Potter. O poder que ela carrega combinado a força do menino que sobreviveu é a chave para a completa morte de Lord Voldemort. Tudo está escrito no livro, - apontou para o mesmo - desde o modo como a pessoa que a carrega deve treinar, até o completo controle da espada e dos poderes e por fim a libertação de Phillip, isto é, apenas quando ele contribuir para uma causa justa. 

Os três professores olharam para a comensal que sorria. 

- Acho que podemos confiar nela - disse Dumbledore por fim. 

- Errado, vocês devem confiar em mim, é a única opção de vocês. Essa arma vai oferecer a lealdade de que vocês precisam. 

-----------------------------------------------------------------------------------------------

Hermione havia deixado Rony na companhia de Simas e Dino na Dedos de Mel e saíra para procurar penas e livros. Era um pouco estranho estar em Hogsmead em outra época que não fosse o inverno. Sentia falta de toda aquela neve e do sol que em nada esquentava o corpo. 

Entrou na livraria sorridente, aquele era o seu local. Ali, tudo lhe era familiar, o cheiro, o silêncio e as cores. Mas por fim ela notou que algo estava estranho, como se o ambiente estivesse pesado. Sua surpresa foi grande quando ela olhou ao redor e deu de cara com uma cabeleira loira e olhos azuis gelo encarando-a sem retrições.  

- Oh! Granger em uma livraria, que milagre é esse? - Draco Malfoy ironizou ao se aproximar - Parece que o destino insiste em cruzar nosso caminho não é mesmo? 

- Não sabia que esse papo de destino comovia você Malfoy! Nem mesmo sabia que podia ser comovido por algo. Você parece mais uma pedra de gelo do que qualquer outra coisa.  - Ela balançou a cabeça e tentou passar por ele, mas o mesmo a segurou pelo braço - Sabe, eu venho a uma livraria para me tornar mais culta e porque aprecio muito a paz interior, mas você não transmite nem uma coisa, nem outra. Agora me solta! - Ela o olhou duramente. 

- Tá andando muito com Elizabeth, uma dela já é demais pra mim. - Hermione fingiu que não o escutou e passou direto para as prateleiras do fundo da livraria. Draco a seguiu. - Eu queria falar com você sobre o trabalho de Sirius. 

- Me diz uma hora e um local e eu vou estar lá, agora larga do meu pé. - Escolheu o primeiro livro que viu, pois a presença daquele loiro a estava incomodando demais para que algum pensamento coerente conseguisse ser captado por sua mente e partiu para o caixa. Droga, porque ele tinha de usar um perfume tão bom?!

- Eu vou seguir você, até olhar na minha cara - disse ele igualando seu passo ao dela - Por que tá fugindo de mim? Foi por causa daquele episodio na escada? 

Ela parou bruscamente e virou-se para ele: 

- Por causa disso e também pelos muitos anos em que me humilhou. Eu não tenho paciência para pessoas que se acham superiores as outras e na verdade não sabem enxergar direito o que tem na sua frente, o que é certo e errado. Sabe Malfoy, não imaginei que alguém um dia ia conseguir essa proesa, mas hoje você fez meu dia ficar mais escuro e meu interesse por qualquer livro daqui diminuir. Sabe porque? Porque provavelmente o ambiente em que você pisa vai ficar contaminado pela sua vaidade execiva. Quando decidir o local, dada e hora do nosso trabalho me mande uma coruja. Passar bem. - Ela largou o livro e saiu com passos duros da livraria, a cara emburrada e os olhos castanhos soltando fogo. 

Nunca havia se sentido tão bem em sua vida. Finalmente desabafara e deixara um Malfoy boquiaberto para trás.

----------------------------------------------------------------

Sirius não demorou muito a chegar depois da conversa sinistra de Harry e Lize. 

- Então, como estão? - Perguntou sorridente. - Preparados para aula? 

- Sim - Harry disse. 

- Não - Lize disse. - Na verdade eu acho isso um saco!

- Isso o que Lize, posso saber? - Sirius arregaçou as mangas de sua blusa ainda sorrindo, como se achasse divertido a atitude dela. 

- Eu já conheço esse feitiço, não é porque estudei em casa que sou idiota. - Ela respondeu. 

- Conhecer o feitiço, não significa que sabe fazê-lo não é mesmo? Acho que pelo menos isso Bellatrix deve ter te ensinado, menina Black. 

- Como se ela tivesse muito tempo para me dar lição de moral - Resmungou em um tom ácido. 

Sirius não soube o que dizer com isso, então apenas lançou um olhar para Harry: 

- Ok! Vamos começar. Lize, sua varinha. - Ela resmungou mais alguma coisa, mas fez o que lhe era mandado - O mesmo com você Harry. - Sirius puxou a própria varinha - O básico é você ter todo o controle de sua mente, de suas ações, de seu corpo. 

- Se esse é o básico, cadê a parte difícil!? - Harry perguntou rindo. 

- O básico é a parte difícil Harry, vou mostrar - Sirius ergueu a varinha e apontou para uma árvore próxima - Fogomaltido - murmurou. 

A árvore começou a queimar, mas não era um simples fogarel. Era como se um monstro estivesse sendo formado do fogo e quissesse saltar para fora, mas era controlado firmemente pelo seu criador. Sirius fazia força, Lize percebeu, mas era quase impossível notar, ela mesmo só percebera por causa de sua testa franzida e da bola de poder que rondou o local. 

O fogo se esvaíu como se alguém o estivesse empurrando para dentro de uma grande caixa, onde seria aprisionado para finalmente cessar completamente, deixando nada no local em que estava a árvore anteriomente. 

- Uau - Lize teve que dizer - Nunca tinha visto na prática. Muito legal mesmo.

- Viu? As coisa podem se tornar interessantes menina Black, basta querer. É a vez de vocês - Sirius disse. 

A aula não demorou a passar, mas foi bastante cansativa. Sirius testou eles até que estivesse a beira da perfeição para aquele dia, com a afirmação que na outra semana seria ainda pior. Lize tinha a leve impressão que ele treinava os dois mais duramente dos que seus outros alunos. Se era porque Potter e ela eram mais fortes, ou porque precisavam mais, ou porque eram seus parentes, ela não sabia. 

Depois que eles sentaram cansados no chão, Sirius se aproximou: 

- Eu não tenho o que reclamar de vocês dois. - disse sorrindo - Formam uma ótima equipe, de verdade - completou quando Harry e Lize pareceram surpresos. - Eu acho que já estão prontos para ir para o próximo nível. Semana que vem quero um relatório sobre essa aula, depois disso irão praticar duelos, basico primeiro e com o tempo evoluindo nas azarações e feitiços ok? Ah... Eu vou querer relatórios sobre todas as aulas, então é melhor que vocês continuem se dando bem. 

- Tudo bem - Harry respondeu. 

- Sacrifícios são necessários quando se pretende atingir a glória - disse Elizabeth amargamente - Não é mesmo Potter? 

- Pensava que a gente tinha se acertado! - Harry exclamou.

- Pensou errado, nos encontramos depois para marcar o dia de fazer o relatório. Tchau professor Black, foi uma grande aula - Pegando suas coisas saiu em direção ao povoado. 

- Me diz se você entende ela. Antes de começarmos a aula, eu e ela tivemos uma conversa e pareceu que finalmente tudo estava entrando nos eixos. Parece que me enganei não é? - Sirius balançou a cabeça rindo. 

- Tenha paciência Harry ok? Agora me conte o que vocês conversaram. - Sim, estava na hora de passar as informações para seu padrinho. 

- Vamos lá...

-----------------------------

- Eu acho que fui humilhado - disse Draco assim que encontrou a prima. 

- Malfoy, você se humilha por si só. - Respondeu Lize com indiferença. 

- Sua delicadesa me toca. Eu não fui simplismente humilhado, quem fez isso foi a Granger! - Elizabeth voultou-se para Draco, surpresa. 

- Ora - disse por fim. - Parece que a treinei bem.

- Treinamento era a última coisa que eu queria que você desse a ela - ele soltou um muxoxo - Um pouco de educação para com os superiores seria bem mais tolerante. 

Elizabeth olhou horrorizada para ele: 

- Se você voltar a falar desse jeito mesquinho igualzinho ao seu pai, não se dê mais ao trabalho de andar ao meu lado. - Ela bufou. 

- Ok! Mudando de assunto... Como foi a aula com o Potter? 

- Cansativa, reveladora e muito estranha - disse Lize - Acho que Potter por fim foi esclarecido das dúvidas que lhe afloravam a cabeça. - Draco franzio o cenho. 

- Dúvidas?

- Se eu estava ajudando Voldemort - O loiro soltou uma gargalhada seca. 

- Mais fácil aquele gato estranho da Granger está envolvido com o lado das trevas do que você!

- Touché. O único problema é que você me conhece, Potter não. - Ela parou e segurou os ombros do primo - Me diga o que você faria se a filha de uma comensal da morte que tentou matar seu padrinho chegasse na escola? 

- No mínimo, tentaria fazer ela ser condenada por algo. 

- Exatamente!

- Entendi seu ponto. Então você explicou ao Potter o porque de estar aqui? 

- Nem eu sei porque estou aqui. Bellatrix só disse que precisava de mim em Hogwarts. Que era mais seguro e prometeu que não tinha haver com Voldemort, que não ia ajudá-lo de jeito nenhum. Praticamente mandei ela fazer um pacto de sangue sobre isso. 

"Sinceramente, eu não sei no que eu poderia ser útil para ela eu vim para cá. Resolvi jogar com a sorte, de qualquer maneira, se perceber que algo está saindo das regras, tenho Harry Potter e Alvos Dumbledore bem do meu lado."

- Você não acha que ela pense em mudar de lado, acha? - Draco estremeceu. Se isso acontecesse Bellatrix ia ser caçada por ambos os lados da sociedade bruxa. Não era nada bom. 

- Não seja ridículo! Mamãe só pisa no sapato de Voldemort quando enfim perceber que ele não tem chances de vencer a batalha. Não é como se ela se importasse com a sociedade bruxa ou comigo. 

Mal Elizabeth não sabia que naquele momento, Bellatrix Lestrange seria adotada como a mais nova arma da Ordem da Fênix e que seria feito bom uso dela. 



Capitulo 6 - Armados


Dumbledore esperava ansiosamente por sua convidada. Era difícil que se sentisse nervoso e inquieto, mas naquele dia acordara exatamente daquele jeito.


Snape e McGonnagal entraram em seu escritório, ambos de cenhos franzidos. 


- O que diabos está acontecendo? - foi Snape que perguntou. 


- Uma pessoa especial vem nos ver hoje, e vocês, como as pessoas que eu mais confio, precisam se juntar a mim nessa conversa. Ela será de absoluta importancia para nossa causa - Dumbledore passou a mão pela barba - Eu já permiti a entrada pelos portões de Hogwarts. Só espero eu que esteja fazendo a coisa certa. 


- Você sempre faz a coisa certa Alvo - disse Minerva calmamente. - Mas quem é essa pessoa?


Os dois professores deram um pulo, quando uma figura de negro passou pela porta e sorriu felinamente para o três bruxos: 


- Bellatrix Black Lestrange, ao seu dispor. - Respondeu a Comensal. Snape olhou boquiaberto para Dumbledore e Minerva caiu em uma cadeira praticamente petrificada. - Olá Severus - disse Bella retirando as luvas de couro e a capa para depois olhar atentamente para Alvo - Foi uma coicidência que todos os seus alunos estivessem em Hogsmead ou dentro de seus salões comunais no dia em que venho aqui? 


Dumbledore sorriu, aquela mulher sabia como fazer uma entrada e deixar os outros bestificados. 


- Não, foi exatamento por saber que teria sua presensa no castelo no fim de semana que mandei os alunos para Hogsmead. - respondeu o diretor lhe apontando uma cadeira para que ela se sentasse. 


- Foi o que imaginei. - deu de ombros -  Lize também está em Hogsmead? - perguntou se sentando. Apesar de sentir falta da filha, aquele não era o momento oportuno para encontrá-la.


- Sim, tinha um trabalho para fazer com o Sr. Potter e o Sr.Black. - Dumbledore esperou por uma reação, mas esta não chegou.


- Com o bebê... é claro! - Ela falou pensativa. Preferiu não comentar nada a respeito de seu primo.


Snape andava inquieto pela sala, como se fosse uma fera enjaulada. Não havia se passado nem um minuto desde a entrada de Bellatrix, e ela já estava se comportando como a dona do local. Era surpreendente o modo como ela conseguia deixar todos a sua volta sem capacidade de retrucar qualquer que fosse seu argumento ou posição diante de um assunto. Ele, como um mestiço e espião dos comensais, nunca chegava a uma conclusão do nada, mas começava a achar que todo aquele poder realmente era devido ao seu status puro sangue. Bellatrix conseguia abraçar uma sala toda com os braços e dizer que era dela e ai de quem tentasse roubá-la. 


A dita cuja, pelo canto de olho, notava a inquietude de seu parceiro de casa e não pode evitar o riso. Ele rápidamente parou e olhou para ela. 


- O que foi? - perguntou entredentes. 


- Você. - respondeu ela simplesmente - Demonstrações de frustração não correspondidas são divertidas. 


- Eu não acredito que seja o único frustrado por essa sua ladainha. Se Dumbledore chamou você aqui, foi por alguma razão, então vá direto ao ponto, por favor - pediu Snape - Isto é, se você realmente tem algo que nos interessa. - Ela o olhou com a cabeça erguida e os olhos estreitos. 


- Não gosto de ser mandada. 


- Não é o que parece, já que é fantoche do "Lorde das Trevas". - disse Snape baixinho. 


- É justamento sobre isso que quero falar. - levantou-se. A aparência dela era frágil, mas não ao ponto que havia chegado quando saiu de Azkaban. Pelo menos ela já tinha no rosto alguma cor.  - Voldemort planeja algo de maiores proporções do que vocês imaginam. E... eu vim oferecer meus servisos. 


Snape segurou o ar por um momento e finalmente começou a gargalhar: 


- Por Merlim, você se voltar contra Voldemort? Poupe-me Bellatrix.  - Ela lançou um olhar de nojo para Snape.


- Eu nunca fui do lado dele, muito pelo contrário. Quem vocês acham que salvou Sirius Black? Eu nunca planejei matá-lo! Eu mandei Elizabeth pra cá justamente com esse propósito, que ela ficasse longe, muito longe dos Comensais, nem que precisasse me odiar para que isso acontecesse. Com certeza ela me odeia. - completou com a voz amarga. - E agora...


- E agora... - pediu Dumbledore com olhos avaliadores. Minerva continuava estática no mesmo local, observando a cena sem se manifestar, mas não pode reprimir a curiosidade que se formou em sua mente. 


- Eu tenho em mãos a chave para derrotar Voldemort. - um desespero se acumulou na voz dela - Eu venho a anos tentando encontrar algo que permitisse que vocês me aceitassem e finalmente encontrei. - os olhos brilhavam - Antes mesmo de ir pra Azkaban eu já procurava, toda a minha intensão era ficar com a minha filha, o bebê que eu acabara de ter, mas como vocês bem sabem isso foi impossível. Azkaban... - engoliu em seco, a mente perdida em lembraças - Azkaban me destruiu. Eu saí de lá com mais vontade ainda de me livrar dessa sina que o destino me impôs. 


"Quando Voldemort pediu que encontrasse-mos a profecia, vi aí a oportunidade perfeita para ajustar um pouco as coisas. Ele usou Sirius para atrair o bebê Potter e eu logo providenciei para que ele fosse "morto" para que depois aparecesse vivo. A estratégia se completou com Peter nas mãos do ministério, de modo que Sirius fosse inocentado. O véu era a solução perfeita, um estado de semi-incociência, algumas horas depois ele estaria do lado real de novo. Logo depois procurei Lize e pus em prática meu plano."


"Sempre fui uma das preferidas de Voldemort, o que me garantiu extrema aproximação para com sua vida. E finalmente esse mês ele me deu tudo em mãos."


- O que quer dizer? - Minerva finalmente perguntou. 


- Isso... é o que quero dizer - levantou-se e foi até sua capa, de lá retirou uma espada embainhada junto com um livro com capa de couro. - Há muito tempo, houve um jovem e tolo bruxo que ousou desafiar Merlim em busca de poder. Para a desgraça dele, Merlim não apenas o derrotou como também trancafiou sua alma em uma espada, - ela sorriu - mais precisamente nessa espada que você vê agora. Até hoje a alma de Phillip permanece tracafiada esperando por uma pessoa para libertá-la. 


- Acredito que só uma pessoa boa pode libertar ela e o poder que a acompanha, estou certo? - perguntou Dumbledore. 


- Corretíssimo. Por isso mesmo, Voldemort pediu a sua mais leal seguidora para guardar a única coisa que poderia derrotá-lo. - Bellatrix cuidadosamente esteu a arma para Dumbledore - Com isso, senhores, vocês sabem o que botar nas mãos de Harry Potter. O poder que ela carrega combinado a força do menino que sobreviveu é a chave para a completa morte de Lord Voldemort. Tudo está escrito no livro, - apontou para o mesmo - desde o modo como a pessoa que a carrega deve treinar, até o completo controle da espada e dos poderes e por fim a libertação de Phillip, isto é, apenas quando ele contribuir para uma causa justa. 


Os três professores olharam para a Comensal que sorria satisfeita com o próprio plano. 


- Acho que podemos confiar nela - disse Dumbledore por fim. 


- Errado, vocês devem confiar em mim, é a única opção de vocês. Essa arma vai oferecer a lealdade de que vocês precisam. 


-----------------------------------------------------------------------------------------------


Hermione havia deixado Rony na companhia de Simas e Dino na Dedos de Mel e saíra para procurar penas e livros. Era um pouco estranho estar em Hogsmead em outra época que não fosse o inverno. Sentia falta de toda aquela neve e do sol que em nada esquentava o corpo. 


Entrou na livraria sorridente, aquele era o seu local. Ali, tudo lhe era familiar, o cheiro, o silêncio e as cores. Mas por fim ela notou que algo estava estranho, como se o ambiente estivesse pesado. Sua surpresa foi grande quando ela olhou ao redor e deu de cara com uma cabeleira loira e olhos azuis gelo encarando-a sem retrições.  


- Oh! Granger em uma livraria, que milagre é esse? - Draco Malfoy ironizou ao se aproximar - Parece que o destino insiste em cruzar nosso caminho não é mesmo? 


- Não sabia que esse papo de destino comovia você Malfoy! Nem mesmo sabia que podia ser comovido por algo. Você parece mais uma pedra de gelo do que qualquer outra coisa.  - Ela balançou a cabeça e tentou passar por ele, mas o mesmo a segurou pelo braço - Sabe, eu venho a uma livraria para me tornar mais culta e porque aprecio muito a paz interior, mas você não transmite nem uma coisa, nem outra. Agora me solta! - Ela o olhou duramente. 


- Tá andando muito com Elizabeth, uma dela já é demais pra mim. - Hermione fingiu que não o escutou e passou direto para as prateleiras do fundo da livraria. Draco a seguiu. - Eu queria falar com você sobre o trabalho de Sirius. 


- Me diz uma hora e um local e eu vou estar lá, agora larga do meu pé. - Escolheu o primeiro livro que viu, pois a presença daquele loiro a estava incomodando demais para que algum pensamento coerente conseguisse ser captado por sua mente e partiu para o caixa. Droga, porque ele tinha de usar um perfume tão bom?!


- Eu vou seguir você, até olhar na minha cara - disse ele igualando seu passo ao dela - Por que tá fugindo de mim? Foi por causa daquele episodio na escada? 


Ela parou bruscamente e virou-se para ele: 


- Por causa disso e também pelos muitos anos em que me humilhou. Eu não tenho paciência para pessoas que se acham superiores as outras e na verdade não sabem enxergar direito o que tem na sua frente, o que é certo e errado. Sabe Malfoy, não imaginei que alguém um dia ia conseguir essa proesa, mas hoje você fez meu dia ficar mais escuro e meu interesse por qualquer livro daqui diminuir. Sabe porque? Porque provavelmente o ambiente em que você pisa vai ficar contaminado pela sua vaidade execiva. Quando decidir o local, dada e hora do nosso trabalho me mande uma coruja. Passar bem. - Ela largou o livro e saiu com passos duros da livraria, a cara emburrada e os olhos castanhos soltando fogo. 


Nunca havia se sentido tão bem em sua vida. Finalmente desabafara e deixara um Malfoy boquiaberto para trás.


----------------------------------------------------------------


Sirius não demorou muito a chegar depois da conversa sinistra de Harry e Lize. 


- Então, como estão? - Perguntou sorridente. - Preparados para aula? 


- Sim - Harry disse. 


- Não - Lize disse. - Na verdade eu acho isso um saco!


- Isso o que Lize, posso saber? - Sirius arregaçou as mangas de sua blusa ainda sorrindo, como se achasse divertido a atitude dela. 


- Eu já conheço esse feitiço, não é porque estudei em casa que sou idiota. - Ela respondeu. 


- Conhecer o feitiço, não significa que sabe fazê-lo não é mesmo? Acho que pelo menos isso Bellatrix deve ter te ensinado, menina Black. 


- Como se ela tivesse muito tempo para me dar lição de moral - Resmungou em um tom ácido. 


Sirius não soube o que dizer com isso, então apenas lançou um olhar para Harry: 


- Ok! Vamos começar. Lize, sua varinha. - Ela resmungou mais alguma coisa, mas fez o que lhe era mandado - O mesmo com você Harry. - Sirius puxou a própria varinha - O básico é você ter todo o controle de sua mente, de suas ações, de seu corpo. 


- Se esse é o básico, cadê a parte difícil!? - Harry perguntou rindo. 


- O básico é a parte difícil Harry, vou mostrar - Sirius ergueu a varinha e apontou para uma árvore próxima - Fogomaltido - murmurou. 


A árvore começou a queimar, mas não era um simples fogarel. Era como se um monstro estivesse sendo formado do fogo e quissesse saltar para fora, mas era controlado firmemente pelo seu criador. Sirius fazia força, Lize percebeu, mas era quase impossível notar, ela mesmo só percebera por causa de sua testa franzida e da bola de poder que rondou o local. 


O fogo se esvaíu como se alguém o estivesse empurrando para dentro de uma grande caixa, onde seria aprisionado para finalmente cessar completamente, deixando nada no local em que estava a árvore anteriomente. 


- Uau - Lize teve que dizer - Nunca tinha visto na prática. Muito legal mesmo.


- Viu? As coisa podem se tornar interessantes menina Black, basta querer. É a vez de vocês - Sirius disse. 


A aula não demorou a passar, mas foi bastante cansativa. Sirius testou eles até que estivesse a beira da perfeição para aquele dia, com a afirmação que na outra semana seria ainda pior. Lize tinha a leve impressão que ele treinava os dois mais duramente dos que seus outros alunos. Se era porque Potter e ela eram mais fortes, ou porque precisavam mais, ou porque eram seus parentes, ela não sabia. 


Depois que eles sentaram cansados no chão, Sirius se aproximou: 


- Eu não tenho o que reclamar de vocês dois. - disse sorrindo - Formam uma ótima equipe, de verdade - completou quando Harry e Lize pareceram surpresos. - Eu acho que já estão prontos para ir para o próximo nível. Semana que vem quero um relatório sobre essa aula, depois disso irão praticar duelos, basico primeiro e com o tempo evoluindo nas azarações e feitiços ok? Ah... Eu vou querer relatórios sobre todas as aulas, então é melhor que vocês continuem se dando bem. 


- Tudo bem - Harry respondeu. 


- Sacrifícios são necessários quando se pretende atingir a glória - disse Elizabeth amargamente - Não é mesmo Potter? 


- Pensava que a gente tinha se acertado! - Harry exclamou.


- Pensou errado, nos encontramos depois para marcar o dia de fazer o relatório. Tchau professor Black, foi uma grande aula - Pegando suas coisas saiu em direção ao povoado. 


- Me diz se você entende ela. Antes de começarmos a aula, tivemos uma conversa e pareceu que finalmente tudo estava entrando nos eixos. Parece que me enganei não é? - Sirius balançou a cabeça rindo. 


- Tenha paciência Harry, ok? Agora me conte o que vocês conversaram. - Sim, estava na hora de passar as informações para seu padrinho. 


- Vamos lá...


-----------------------------


- Eu acho que fui humilhado - disse Draco assim que encontrou a prima. 


- Malfoy, você se humilha por si só. - Respondeu Lize com indiferença. 


- Sua delicadesa me toca. Eu não fui simplismente humilhado, quem fez isso foi a Granger! - Elizabeth voultou-se para Draco, surpresa. 


- Ora - disse por fim. - Parece que a treinei bem.


- Treinamento era a última coisa que eu queria que você desse a ela - ele soltou um muxoxo - Um pouco de educação para com os superiores seria bem mais tolerante. 


Elizabeth olhou horrorizada para ele: 


- Se você voltar a falar desse jeito mesquinho igualzinho ao seu pai, não se dê mais ao trabalho de andar ao meu lado. - Ela bufou. 


- Ok! Mudando de assunto... Como foi a aula com o Potter? 


- Cansativa, reveladora e muito estranha - disse Lize - Acho que Potter por fim foi esclarecido das dúvidas que lhe afloravam a cabeça. - Draco franzio o cenho. 


- Dúvidas?


- Se eu estava ajudando Voldemort - O loiro soltou uma gargalhada seca. 


- Mais fácil aquele gato estranho da Granger está envolvido com o lado das trevas do que você!


- Touché. O único problema é que você me conhece, Potter não. - Ela parou e segurou os ombros do primo - Me diga o que você faria se a filha de uma comensal da morte que tentou matar seu padrinho chegasse na escola? 


- No mínimo, tentaria fazer ela ser condenada por algo. 


- Exatamente!


- Entendi seu ponto. Então você explicou ao Potter o porque de estar aqui? 


- Nem eu sei porque estou aqui. Bellatrix só disse que precisava de mim em Hogwarts. Que era mais seguro e prometeu que não tinha haver com ajudar Voldemort. Praticamente mandei ela fazer um pacto de sangue sobre isso. 


"Sinceramente, eu não sei no que eu poderia ser útil para ela eu vim para cá. Resolvi jogar com a sorte, de qualquer maneira, se perceber que algo está saindo das regras, tenho Harry Potter e Alvos Dumbledore bem do meu lado."


- Você não acha que ela pense em mudar de lado, acha? - Draco estremeceu. Se isso acontecesse, Bellatrix ia ser caçada por ambos os lados da sociedade bruxa. Não era nada bom. 


- Não seja ridículo! Mamãe só pisa no sapato de Voldemort quando enfim perceber que ele não tem chances de vencer a batalha. Não é como se ela se importasse com a sociedade bruxa ou comigo. 


Mal Elizabeth não sabia que naquele momento, Bellatrix Lestrange seria adotada como a mais nova arma da Ordem da Fênix e que seria feito bom uso dela. 


-------------------------------------


N/A: Amores, sei que passou muito tempo desde meu último post. Se vocês souberem há quanto tempo está pronto esse capitulo, vão querer minha morte! De verdade, eu só tive tempo de postar agora, porque o colégio deu uma folga, e vejam bem, já passou das 11 e cá estou eu tentando fazer a vida de vocês mais feliz. Obrigada pela paciência e eu vou entender se estiverem com um ódio mortal de mim, mas façam um esfoço para perdoar essa alma que está dando tudo de si para entrar na Faculdade ok? 
Gente qualquer erro de ortografia ou formatação foi devido a falta de tempo ok? Então me avisem se virem algum e COMENTEM!!!!! 


 


Raquel Sales das dores: Seja Bem-vinda! Para saber se tem razão ou não tem que continuar lendo e mandando comentários ok? Respondendo a primeira pergunta, Lize seria como sobrinha de segundo grau de Sirius, assim com Draco, porque Sirius é primo de Bellatrix e Narcisa, então seguiria mais ou menos nessa linha, aquela quando temos mania de chamar as pessoas que não sabemos o que são de tio :D 





 

Compartilhe!

anúncio

Comentários (3)

  • Bel Black

    Ruby Black, eu to com dois capitulos prontos, que precisam ser corrigidos ainda... Infelizmente eu sei que passou bastante tempo desde que postei, mas ando bastante atolada... Juro dar não abandonar a fic, posto assim que puder.

    2012-03-07
  • Minerva Lestrange

    Esperando o próximo capítulo... Adoro ironia, indiferença, amo a Elizabeth!!! Você não pode parar a fic nesse momento, está muito boa 

    2012-01-24
  • Biazinha Zabine

    Oh My Merlin.... *--*   Acho q vo ter um AVC aki.... como vc foi parar numa hr dessas....?   ta otima sua fic to amando mto lê-la   bjs Bia Zabine

    2011-05-22
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.