CAPÍTULO II - INFÂNCIA





Oi gente... postei o cap em 03/04/11. Espero comentários... Nesse capítulo já dá para perceber como a fic vai mudar de rumo.



bjos


CAPÍTULO II – INFÂNCIA


 


Os Zabine, extreme de dúvidas, são a família mais prolífica da altas esferas da sociais de Londres. Não era comum hoje em dia que um casal tivesse mais de dois filhos, quando mais se esse casal pertencesse à alta sociedade londrina. O casal vinte da Inglaterra com certeza é um casal especial: perfeito.


 


Tanta produtividade por parte da bela Pansy e do incomparável Blaise só não superaram os Weasley Molly e Arthur com a diferença que os dois últimos foram muito criticados por esse excesso de amor nos velhos tempos. Essa produtividade dos Zabine é de se agradecer.


 


E mais, quando alguém se encontra com os Zabine e seus filhos em uma sala, teme que esteja vendo dobro, triplo ou pior. Nunca se viu um grupo de irmãos com tanta semelhança como eles: todos tem a mesma cor de olhos, estrutura óssea muito similar (os meninos tem a estrutura do pais e a menina a da mãe) e o mesmo cabelo fino e castanho acinzentado. Não há nenhuma dúvida que os quatro são filhos legítimos.


 


Em outra oportunidade falarei mais para vocês dos Zabine e de outras famílias conhecidas e badaladas na alta sociedade londrina. Aguardem, a próxima edição promete ser bombástica.


 


REDE (revista eletrônica) da alta sociedade lonfrina (bruxa, claro) de  Lady Paparazzi.


 


Tudo estava calmo na casa dos Zabine, até o momento em que Pansy leu a nova edição da REDE ASL de Lady Paparazzi. Depois de tanto era de se esperar que ela estivesse acostumada com o assédio da imprensa, afinal era casada como homem mais sexy da Inglaterra e com ele formava o “casal vinte”.


 


- Oooooooooohhhhhhhhhh! - Pansy, fez uma bola com a folha de periódico e a atirou ao outro lado do elegante salão. Uma atitude bastante imatura por sinal como diria Lady Paparazzi.


 


Inteligentemente, sua filha Alexa de oito anos não fez nenhum comentário e fez ver que estava concentrada no livro que havia ganhado de sua amiga Samantha.


 


- Leu o que está escrito? - lhe perguntou Pansy - Leu? Eles não se cansam de comentar a vida alheia. Isso me irrita.


 


Alexandra olhou a bola de papel, que estava debaixo de uma mesinha de mogno.


 


- Não pude fazê-lo antes que... mmm… a destroçasse.


 


- Pois lê-o - disse Alexa, agitando o braço no ar. – Deviam nos deixar em paz.


 


Tranqüilamente, Alexa, com uma maturidade estranha à sua idade, mas a ela característica, deixou na poltrona o livro e foi até a mesinha. Estendeu a folha sobre o colo e leu o parágrafo que falava de sua família. Piscando, levantou o olhar.


 


- Não é tão mau, mãe. Em realidade, tendo em conta o que escreveu a semana passada sobre a Samantha, isto é uma autêntica bênção.


 


- Tem razão. Comparar a pobrezinha a um melão e insinuar que ela não é filha do Draco foi uma maldade sem tamanho. Espero que ela não tenha lido a coluna.


 


- Eu duvido muito, mãe. A Sam lê tudo que encontra pela frente. – falou Alexa. – Se ela leu, deve ter ficado muito triste, não falei com ela desde um dia antes da publicação da revista.


 


- Acho que devíamos chamar a Sam para vir aqui em casa.


 


- Só ela? – perguntou Alexandra com os olhos brilhando.


 


- Não olhe assim. Seria muita indelicadeza não convidar a Amanda e o Matthew.


 


- Não tem problema em o Matthew vir. Só não quero a Amanda aqui. De jeito nenhum. – disse Alexa com a expressão amarrada de desgosto. Depois de ver o olhar que sua mãe lhe disparou, ela continuou: - Tudo bem... Vou mandar uma coruja convidando todos eles. Satisfeita?


 


- Ainda não. Espero uma conduta impecável amanhã. – afirmou Pansy para a filha que saia do escritório, enquanto seu marido entrava.


 


Depois de passar as mãos pelo cabelo da filha, Blaise olhou para a esposa e percebeu que havia uma tempestade a caminho. Se seria breve ou não, era só uma questão de esperar para ver.


 


- Oi, Pan. – falou Blaise ao mesmo tempo em que abraçou a esposa e deu-lhe um selinho. Como sabia, que ela falaria sem parar só de olhar para os seus olhos, cautelosamente se afastou e esperou.


 


- Você viu?


 


- O que eu deveria ter visto? – perguntou Blaise.


 


- Falaram de nós outra vez naquela revistinha de quinta.


 


- Não há nada de novo nisso. E você não ficou irritada assim das outras vezes. Como foi mesmo que disse? Ah, sim. “Deixem que falem. Quem se importa?”.


 


- Vai me jogar isso na cara, agora? – ao ver o marido balançar a cabeça em sinal negativo, Pansy mudou o rumo da conversa. – Você viu o Draco hoje?


 


- Sim. Afinal, trabalho com ele. Era de se esperar que eu o visse.


 


- Sem ironia, sim. – vendo o Blaise assentir, Pansy continuou: - Ele falou alguma coisa sobre o que aquela revista disse sobre a Samantha?


 


- Não. Eu até cheguei a comentar algo, mas ele disse que era um absurdo e que não se preocuparia com isso. Pareceu que ele não deu crédito à reportagem.


 


- Claro que não deu, Blaise Zabine. O que eu quero saber é se eles se preocuparam em não deixar a menina ler esse lixo ou se falaram com ela sobre isso. Fico com receio dela acreditar nisso. Até eu acreditaria no lugar dela. Até porque se o que a revista disse fosse verdade estaria explicada a diferença de tratamento entre ela e os irmãos. Essa diferença só estimula os outros a continuarem falando sobre isso. O Draco me irrita tanto com essa sua conduta descuidade, relapsa e cruel com a Samantha. Não sei como a Hermione pode agir dessa forma. Nada me faria tratar um filho nosso dessa forma. – Pansy respirou de forma pesada e continuou. – Eu sei que o Draco não torna a vida dela fácil. Se você fizesse isso comigo, estaríamos separados faz tempo e você teria perdido uma parte insubstituível de sua anatomia. Como eles deixaram a relação chegar a esse ponto?


 


- Eu não sei. O Draco não é bem do tipo que se abre sobre sua vida e você sabe disso tão bem quanto eu. Também não aprovo a criação que eles dão para a Samantha. Se eu tivesse que apostar a anos atrás o que Hermione faria se se visse nessa situação, eu apostaria que teria uma atitude bem parecida com a que narrou. Não sei como ela mudou tanto nem como o Draco regrediu tanto. Ele parece aquele menino de antes. Já tentei falar com ele sobre isso, mas ele só escuta o que quer ouvir.


 


 Pansy estava com os braços cruzados recostada em uma estante de livros. Ela não conseguia deixar de pensar em como aquela meninha devia estar sofrendo com tudo isso.


 


- Eu falei para a Alexa convidar o Matthew, a Amanda e a Samantha para virem aqui amanhã. Eu sei que vai dizer para eu não me meter na vida dos outros, mas eu não consigo evitar... – falou Pansy com um sorriso torto. – Eu estava pensando em fazer uma visita para o Potter e para o Weasley...


 


- E?


 


- E contar para eles como está a relação dos dois e pedir para que conversem com a Hermione. Quem sabe eles não conseguem fazê-la ver a forma horrosa como eles tratam a caçula? Não não conseguimos êxito ao falar com o Draco. Quem sabe eles não têm sucesso onde nós falhamos? Você viu a forma como eles falaram dela na reunião com o Lupin?


 


- Eu não sei não... Acho que isso mais atrapalharia do que ajudaria. Você sabe como o Draco tem ciúmes do Potter e do Weasley... Eu vi sim. Tenho certeza que todos ficaram horrorizados.


 


- O Draco é mesmo obtuso. Ele não dá a mínima atenção para a esposa, mas não quer que ela fale com os amigos de infância. Isso é um disparate. Não faz sentido ter ciúmes do Potter, ele nunca teve nada com a Hermione. Se fosse só do Weasley, eu até podia entender. Afinal, eles namoraram. Mesmo assim, ainda seria condenável, pois se todos agissem assim nem você nem eu falaríamos com o Draco hoje em dia.


 


- Pansy... Não disse que não iria se meter? Não devia também julgar. Nós três fomos amigos desde sempre. Seria difícil me afastar do Draco. Você sabe que já tive ciúmes dele, mas como eu tenho você permito que ele seja nosso amigo. Antes que me esgane: eu não permito, não tenho como evitar, nós vamos ser os três amigos sempre. Somos assim. Nem consigo imaginar de outra forma. – depois de respirar, Blaise disse: - É diferente para o Draco e o Potter e o Weasley. Eles se detestavam.


 


- Eles não são mais crianças. Algum dia tem que superar isso. Achei que já tinham superado... Eu só quero ajudar. – falou Pansy, suspirando.


 


- Converse com eles se achar que vai resolver ou quem sabe converse só com o Potter e vê o que ele pensa sobre isso. E digo para falar com o Potter, porque o Weasley não pensa.


 


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Sam e Alexa brincavam com duas barbies no quarto da Zabine. Elas não constumavam se brincar com os meninos de vassoura: Sam porque tinha medo e Alexa porque não podia – sua mãe tinha medo que ela se machucasse. Assim, estavam as duas no quarto em um dia de sol, enquanto Matthew, Nathan, Cristopher e Michael jogavam quadribol. Tudo que as duas queriam era jogar também e elas sabiam que esse desejo era compartilhado entre si.


 


Para quem conhecia os meninos (Mallfoy e Zabine’s) era até complicado de imaginá-los juntos e pacificamente jogando quadribol. Afinal, Matthew e Nathan não se davam muito bem com Chris. Não que eles não se suportassem. Eles até tinham uma relação cordial, mas eram bem diferentes o que dificultava as coisas entre eles. E o Michael como ficava? No meio, como sempre. Alguém deve se perguntar: e onde estava a Amanda? Se não estava com as meninas, onde ela estava? Sentada em uma sombra vendo os meninos jogarem. Esperando para falar com o Michael quando ele se cansasse e desistisse de ficar no meio do fogo cruzado, porque ele desistiria. Disso ela tinha certeza.


 


Alexa era perceptiva. Sempre foi uma coisinha irritante com essa mania de saber como as pessoas se sentiam. Contudo, esse “dom” não funcionava com a Sam. A amiga não costumava esconder os sentimentos. Essa não era uma característica dela. Em geral, mesmo que se se esforçasse, ela não conseguia fazê-lo. Hoje, era, entretanto, um dia atípico. Alexandra não conseguia descobrir como a amiga se sentia, mas ela sabia que a máscara estava bem presa. Hoje, Samantha escondia com perfeição o que sentia. Ela não reagiu nem quando sua mãe (Pansy) perguntou como ela reagiu com a nota da revista eletrônica. Sam simplesmente disse que isso não era nada.


 


De uma coisa, Alexa tinha certeza. Isso não era nada. Mesmo não tendo dúvida de que era mesmo filha de seus pais, Alexa podia dizer com exatidão que ficaria muito magoada se saísse uma reportagem sobre ela nos mesmos termos da que saiu sobre a Sam.


 


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Se Harry achou que aquela terça-feira iria ser um dia normal, ele não podia estar mais enganado. Não era normal que sua secretaria anunciasse que Pansy Zabine queria falar com ele nem que ela se dispusesse a esperar por mais de uma hora, porque ele antes tinha uma reunião com o primeiro ministro.


 


Então, era esperado que, quando Pansy passasse pela porta do escritório do auror, ela fosse soterrada por suas perguntas, mas não foi isso que aconteceu. Harry esperou. Esperou que ela se acomodasse. Falou de amenidades (como está, como estão as crianças, como está o trabalho). E esperou. Parecia que Pansy ainda estava decidindo se iria lhe contar o motivo da “visita”. Enfim, Harry não agüentou esperar mais.


 


- Então, Pansy? O que a trouxe aqui? Você não veio para me perguntar como vai a vida.


 


- Bem... Não vim mesmo. – Pansy respirou fundo. – O Blaise disse que não devia interferir... mas você sabe que eu não sou o tipo que se acomoda.


 


- Veio falar sobre as crianças? – interrompeu, Harry.


 


- Não e sim. Você leu a reportagem no jornaleco sobre você e a Hermione? – depois de ver o auror assentir, a ex-sonserina (para sempre sonserina) progrediu: - Sabe. Não você não sabe.


 


Harry arqueou as sombrancelhas e esperou. Ele estava muito paciente hoje.


 


- Eu acho que você devia conversar com a Hermione sobre a reportagem.


 


- Como? Você sabe que isso não é verdade e o Malfoy também sabe.


 


- É eu sei. Não foi isso que quis dizer. O que quis dizer é que vocês deviam falar sobre isso para que você faça Hermione ver como esse tipo de comentário pode afetar a filha deles. Você, sabe. Ainda mais depois de tudo que foi dito na reunião em Hogwarts. Você deve ter percebido. A relação deles com a Samantha é bem complicada. Eu tenho pena da menina. Fico com medo dela acreditar nessa baboseira.


 


- Eu vi sim. Espero que eles tenham tido a sensatez de conversar com ela sobre isso.


 


- Não tiveram. Ela está na minha casa hoje e me disse que não conversou com os pais sobre isso. Eu quase tive que forçá-la para obter essa declaração. Você não tem contato com ela. Ela sempre foi tímida. Hoje, ela não estava só tímida, estava calada, introspectiva. Preocupou-me. Eu já tentei e o Blaise também colocar um pouco de juízo na cabeça do Draco, mas ele não nos deu ouvidos. Então, quem sabe a Hermione não escute você.


 


- Eu vou tentar. Não fico feliz de saber que a Samantha está sofrendo ou quem sabe acreditando nessa baboseira. E o pior acho é pensar que seus pais não se importam o suficiente para falar com ela. Pode ter certeza que conversarei com ela sobre isso. Ainda hoje.


 


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- Mex... – começou Sam a falar meio hesitante. - Você me ajuda a fugir?


 


- COMO?


 


- Não é como se eu fosse fugir de vez... Eu só queria ir a um lugar conversar com uma pessoa.


 


- Onde? E falar com quem?


 


- Eu queria ir no Ministério... Queria falar com Harry Potter. Quero saber se ele é meu pai.


 


- Ele não é seu pai. – falou Alexa, abalada com a tristeza que a amiga deixou transparecer.


 


- Eu não sei. Ás vezes, eu queria que ele fosse...


 


- Ah, Sam... Você sabe que ele não é. Tem que saber disso.


 


- Você vai me ajudar?


 


- Vou, mas só se puder ir junto.


 


- Tudo bem.


 


- Você sabe que não podemos ir de pó de flu. A lareira tem uma linha etária. Só viajamos por ela com o meu pai ou com a minha mãe. Eles disseram que crianças não saem daqui sem um adulto junto.


 


- Nós podemos ir de ônibus. Como os trouxas.


 


- Eu devo estar louca. Só posso estar louca, mas tudo bem. Vamos.


 


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Se Harry levou ficou surpreso quando recebeu a visita de Pansy, nada o preparara para ouvir sua secretaria anunciar que Alexandra Zabine e Samantha Malfoy pediam para falar com ele e que não estavam acompanhadas por adultos e que pelo que parecia tinham ido de transporte público trouxa até lá.


 


Harry abriu a porta do escritório e foi encontrar com as meninas na recepção. Ficou encantado com as duas menininhas. Pareciam duas bonecas. Um loira e a outra morena. Estavam sentadas lado a lado em um sofá preto de dois lugares como duas pequenas adultas.


 


Quando as meninas o viram chegar, levantaram de pronto como se o sofá tivesse começado a dar choque.


 


Harry estendeu a mão direito para as duas e as cumprimentou.


 


- Samantha, Alexandra, estou encantado em vê-las. Podem me acompanhar até a minha sala.


 


Harry antes de sair da recepção pediu à Andrea Collins, sua secretária, que levasse três chocolates quentes para eles.


 


Depois que as meninas se acomodaram em seu escritório, Harry perguntou:


 


- Como estão? O que posso fazer para ajudá-las? – Harry não adentrou no mérito de como elas chegaram ali nem a razão de estarem desacompanhadas o que era altamente perigoso. Queria ouvir primeiro o motivo da visita, apesar de já imaginar o motivo.


 


- Estamos bem. – afirmaram as duas em uníssono.


 


- Ah... Eu... Bem... Eu que queria saber se você é uhum meu aham pa pai. – falou Sam. Ela estava obviamente nervosa. Ela abria e fechava as mãos que estavam sobre o colo inconscientemente de nervoso.


 


- Sabe. A Sam ficou um pouco confusa com a notícia no jornal e queria conversar com o Senhor. Eu falei que só a ajudava a chegar aqui se eu viesse junto. Não iria deixar a minha amiga vir sozinha. – explicou Alexa.


 


- Claro que não iria, Alexandra. Bom, Samantha. Essa reportagem é bem fantasiosa, querida. – Harry se ajoelhou na frente da menina e segurou as duas pequenas mãozinhas – quase sumiam por entre as suas. – Eu não sou seu pai, querida. Eu e sua mãe fomos e somos só amigos. Seu pai sabe disso.


 


- Eu sei. – Falou Sam, suspirando e deixando uma lágrima escorrer.


 


- O que houve? Achei que ia ficar feliz com isso? – perguntou Harry preocupado.


 


- Não é que não aham queira que o meu pai seja o meu pai. Não é isso. Eu amo ele. – vendo Harry assentir, Samantha continuou: - É só que isso explicaria muita coisa.


 


- Querida, eu tenho certeza que seus pais amam você. O que acontece é que o seu pai é uma pessoa muito complicada e sua mãe também. Sabe de uma coisa? Qualquer um, inclusive eu, ficaria feliz em ser seu pai. – Harry não se conteve e abraçou a menina. Alexa só via tudo. Era uma cena bem triste de se ver.


 


Depois que as lágrimas de Samantha secaram, Harry para desanuviar o ambiente e querendo mesmo saber a resposta perguntou:


 


- Como vocês conseguiram chegar até aqui?


 


- Foi bem divertido. – falou Alexa. – Meus pais não deixam a lareira liberada, só podemos ir por ela com um adulto junto. A Sam teve a ideia de vir com um onbus trouxa. Foi divertido mesmo. Procuramos o endereço e tudo no caçada.


 


- Nós viemos de ônibus e procuramos o endereço pelo Google maps no safári do meu computador. Não tinha erro. Ele explicava o caminho direitinho.


 


- Certo. Essa foi uma aventura bem grande. Vocês foram muito corajosas. Ninguém viu vocês saírem? Não... Então, eu vou levá-las para sua casa. Nós vamos com o pó de flu dessa vez.


 


As meninas acompanharam Harry até o local em que iriam entrar na lareira. Quando estava pegando o pó, Harry sentiu o seu blaizer ser puxado.


 


- Senhor Potter, será que o senhor podia não contar para ninguém que estivemos aqui? – indagou Samantha.


 


- Claro. De minha boca não vai sair uma palavra sobre isso. Só não garanto nada se encontrarmos com alguém na casa da senhorida Zabine.


 


- Obrigada. – agradeceram as duas meninas em coro.


 


Nada casa dos Zabine, Christopher estava entediado. Havia desistido de jogar quadribol. Estava sentado na sala olhando para a lareira como alguém olha para o nada. Impossível dizer o grau de seu susto quando viu a sua irmãzinha e a caçula dos Malfoy saírem da lareira acompanhadas por ninguém mais ninguém menos do que Harry Potter. Chris não se moveu nem deu um pio. Aguardou o desenrolar dos fatos como uma pessoa que vê uma novela.


 


- Estão entregues. Antes de eu ir vocês tem que me prometer que nunca mais sairão sozinhas dessa forma.


 


- Nós prometemos.


 


Antes de partir, Harry deu um beijo no rosto de cada uma das duas. Nenhum dos três tinha percebido a presença do Chris.


 


- Então... O que foi isso? – perguntou Chris, dando um susto tão grande nas meninas que elas chegaram a dar um pulo para trás.


 


- Eu precisava falar com o Sr. Potter e a Mex insistiu em me acompanhar. – explicou Sam.


 


- Ai, meu Deus. Vocês duas são loucas? Foram até o ministério sozinhas? Sabem que isso foi muito perigoso? – começou a falar desembestado, Chris, movimentando as mãos em todas as direções.


 


- Nós sabemos, Chris, mas eu precisava mesmo falar com ele.


 


Chris não perguntou o motivo para a Samantha querer ir conversar com o Sr. Potter. Ele não era desprovido de inteligência no final das contas.


 


- Chris... será que você podia não contar para ninguém que nós saímos? – perguntou Sam.


 


- O que vocês fizeram merece uma punição bem grande, loirinha, e você tem consciência disso... Eu não vou contar.


 


Sam abraçou o irmão mais velho da amiga de inopino com força. Alexa sabia que o irmão não falaria nada. Ele não a dedurou nenhuma vez desde que ela conseguia se lembrar. Ele só a vigiaria para que ela não fizesse isso outra vez.


 


- Está bom, loirinha. Chega. Sem abraços, por favor. – falou Chris se afastando das meninas e saindo da sala.


 


Samantha cai sentada no sofá de alívio. Nem queria pensar no que seu pai faria com ela se soubesse da arte que tinha feito.


 


- Seu irmão até que é legal. – afirmou a Malfoy quando a amiga desabou ao seu lado.


 


- Sim, ele é.


 


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Começava e escurecer quando Michael ficou sozinho no campo de quadribol. Michael estava treinando como artilheiro. Estava claro que essa não era a sua melhor posiçao.


 


Um sorriso curvou os lábios de Amanda, um segundo antes de uma gole de passar zunindo por sobre o seu ombro direito. Desviando-se rapidamente para a esquerda, ela falou, sem se virar:


 


- Sua mira é péssima, Mike.


 


- Como se a sua fosse ótima. Você nem se arrisca a tentar. – Mike desceu com a vassoura e se sentou ao lado de sua “amiga”, sorrindo para a jovem beldade.


 


Os cabelos loiros, com magníficos reflexos muito claros, encontravam-se parcialmente presos por um pente, no topo da cabeça, caindo sobre os ombros como uma cascata de ouro bem claro. Os olhos ligeiramente puxados nos cantos eram de um azul ainda mais profundo que dos amores-perfeitos, emoldurados por cílios longos e espessos. O nariz perfeito enfeitava os contornos delicados das faces coradas e saudáveis, realçando a pequena, porém fascinante fenda que lhe marcava o queixo.


 


A promessa de beleza já se encontrava gravada em cada linha e traço do rosto de Amanda, embora fosse óbvio a qualquer observador que sua beleza estava destinada a ser mais exótica do que frágil, assim como era óbvia a teimosia no ângulo do queixo e o orgulho no seus olhos. Naquela dia, porém aqueles lindos olhos não exibiam o brilho costumeiro.


 


- O que há com você, olhos azuis? — ele perguntou em tom de provocação. — Está com medo tentar jogar e errar?


 


- Claro que não — Amanda respondeu com um suspiro.


 


- Por que está tão desanimada? – inquiriu Michael preocupado.


 


Amanda ficou tentada a contar como ela se sentiu como a publicação do jornal dizendo que a Sam não era filha de seu pai. Ela estava com vergonha de admitir até para si mesma que ela ficaria feliz se isso fosse verdade.


 


Amanda não contou. O segundo que demorou para responder tirou a sua coragem. Ela sabia que se não contasse para ele não contaria para mais ninguém. Ela não poderia suportar se ele se virasse contra ela. Michael era seu melhor amigo e mais. Ao longo dos anos, ele a ensinara a jogar quadribor, jogar xadrez e a trapacear nos jogos de cartas, alegando que tal conhecimento era importantíssimo para que ela descobrisse de pronto se alguém tentasse trapaceá-la. Amanda o recompensara, tornando-se ainda melhor que ele em cada uma daquelas atividades, menos no quadribol. Eram amigos e ela sabia que podia confiar nele com relação a quase tudo. Ainda assim, não seria capaz de discutir com Michael o casamento de seus pais. Deixou escapar uma de suas dúvidas.


 


- Michael, como é possível saber se alguém nos ama? Estou me referindo ao amor de verdade. Como o amor de quem vou me casar. – Amanda sempre disse que se casaria com Michael. Era uma certeza, mas não queria cometer os mesmos erros de seus pais.


 


Se fosse um pouco mais velha, um pouco mais experiente, Amanda teria sabido interpretar a ternura que iluminou os olhos azuis de Michael, antes que eles se desviassem dos dela.


 


- Você vai ser amada pelo homem com quem se casar — ele prometeu.— Tem minha palavra.


 


- Mas ele deve me amar, no mínimo, tanto quanto eu o amar.


 


- E será assim.


 


- É possível, mas como vou saber se ele realmente me ama?


 


Michael lhe lançou um olhar desconfiado.


 


- Eu sei que sou nova para isso ainda, mas meu pai falou uma coisa esquisita esses dias sobre saber escolher e outro dia minha mãe afirmou que ela não sabia se era correspondida. Fiquei com isso na cabeça.


 


Michael baixou os olhos para o queixo empinado de Amanda e afirmou com uma confiança que estava longe de sentir e de ser compreendida no auge de seus nove anos:


 


- Eu ouvi meus falando que os seus estão passando por problemas, mas eles vão resolver. – Para desanuviar o ambiente, ele resolveu brincar. – Eu, por exemplo, já sei com que vou me casar.


 


- Vai me contra quem é ela?


 


- Ela é muito especial.


 


- Do jeito que fala ela parece ser muito boa – Amanda comentou, sentindo-se subitamente zangada com a desconhecida.


 


- Ela está mais para especial do que muito boa. Ela não é exatamente um anjo de candura, mas eu gosto dela assim.


 


- Então fala isso para ela e não para mim. – despejou Amanda irritada.


 


Os lábios de Michael se curvaram e, em um raro gesto de intimidade, afagou-lhe os cabelos sedosos.


 


Nesse momento, os olhos de Amanda se arrelagaram.


 


- Está falando de mim? – inquiriu incrédula.


 


O mundo de Amanda, ameaçado pelo que ela vira e ouvira na noite anterior, subitamente voltou a parecer seguro e reconfortante.


 


- Quem bom. Eu falei sério quando disse que me casaria com você. - falou Amanda.


 


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Terça-feira era mesmo o dia das surpresas. Tiphy, a elfo doméstico que trabalhava para os Malfoy como babá das crianças, ficou estática quando abriu a porta do Castelo e se deparou com Harry Potter. Ela tinha certeza que seu patrão não iria ficar nadinha satisfeito com isso. Ah, como não ia.


 


- Boa tarde! A Senhora Malfoy está? Eu preciso falar com ela com uma certa urgência.


 


- Está, sim. Acompanhe-me até a sala. Depois irei anunciar a sua chegada.


 


Harry esperou pacientemente por quase meia hora que Hermione descesse. Estava bastante irritado com a demora.


 


Não é que Hermione não quisesse ver o o amigo. Ela só precisou se certificar que o marido tinha uma reunião e que só viria para a casa por volta das 8h da noite. O sigilo era fundamental. Ela ainda não sabia se iria contar para o marido sobre a visita do amigo. Ela fez essa checagem o mais rápido que pode. Antes de entrar na sala e falar com o amigo pediu para Tiphy que não contasse nada ao Sr. Malfoy.


 


- Oi, Harry. Desculpe a demora. Não queria deixá-lo esperando por tanto tempo. – falou Hermione enquanto abraçava o amigo meio sem jeito.


 


- Que nada. Meia hora não é quase nada. – comentou o grifinório.


 


- Desculpe mesmo.


 


- Eu vim aqui para falar sobre aquela fofoca que foi publicada. O Malfoy sabe que não é verdade, não sabe?


 


- Claro que sabe. Ele desdenhou da revista.


 


- Que bom. Eu queria saber também se falaram com a Samantha sobre isso. A probrezinha deve ter ficado bastante confusa.


 


- Não, conversamos não. Acho que não ficou. Ela é mais inteligente do que isso.


 


- Hermione, você é tão inteligente... mas ás vezes me impressiona. Será que não percebe que, mesmo que ela saiba que esse comentário é mentiroso, ela é só uma criança e pode achar que isso explicaria o jeito como a tratam.


 


- Que jeito?


 


- Qual é, Hermione? Você não vai mentir para mim. Eu vi o jeito que vocês dois falaram dela na reunião com o Remo. Isso não pode ser sadio para ela.


 


- Vir aqui me falar isso foi muita petulância da sua parte.


 


- Não foi petulância. Foi preocupação com uma menininha e com você. E só para frisar não falei nem metado do que acho do modo como falaram dela. Vocês deviam fazer terapia. – a irritação de Harry era óbvia.


 


- Eu acho que você devia ir embora.


 


- Acho que tem razão. Não consegui encontrar a minha amiga de infância aqui. Antes de ir, vou frisar: devia conversar com a Samantha e a tratar da mesma forma que os irmãos. É o mínimo que uma mãe faria e o que eu esperaria da Mione. Eu espero que a Mione ainda esteja aí pelo bem da Samantha. Sempre soube que não podia esperar muito do Malfoy, mas de você eu esperava mais... muito mais.


 


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Depois de dar uma bronca em Hermione por não conversar com a filha sobre as mentiras que foram publicadas, Harry percebeu que ele mesmo não tinha conversado com seus filhos.


 


Chegando em casa, viu seus filhos se preparando para jogar alguma coisa que se aproximava de criquet ou palamalha (um jogo de jardim). Eles jogavam isso sempre.


 


É importante explicar porque esse jogo é só similar a criquet. É importante se ater às diferenças nesse ponto.


 


É certo que se colocam aros e obstáculos por todo o percurso. Lançam-se através deles bolas de madeira que se golpeiam com um bastão. Os irmãos Potter são bastante competitivos. Por isso, colocam aros em locais bastantes inacessíveis como árvores, lagos e areia movediça criados com magia. Se importavam mais em não deixar que os outros ganhassem do que em propriamente ganhar. Esse não é definitivamente um jogo de equipe. A intenção de Victoria era assegurar que a bola de James terminasse água (era uma revanche – a bola vermelha que a Potter costumava usar jaz num lago por culpa de seu irmão).


 


Cada um dos jogadores pode escolher um bastão e uma bola dentre as cores disponíveis que são:


a)           preto – composta pela bola preta e pelo bastão da morte, como era chamado pelos irmãos;


b)           rosa;


c)            verde;


d)           laranja;


e)           amarelo;


f)             azul;


g)           rozo.


 


Geralmente, o mais velho começa a jogar.


 


Antes que James pudesse escolher o bastão da morte, Harry se aproximou de falou:


 


- Oi, crianças.


 


Harry recebeu abraço apertado dos filhos. Foi eufemismo dizer isso. Ele quase foi soterrado por eles.


 


- Antes de começarem a jogar eu queria garantir uma coisa para vocês. – vendo a feição de interrogação dos filhos, Harry prosseguiu: - Eu só queriam que soubesse de que o que aquela revista eletrônica diz é um mentira bem grande. Eu não sou o pai de Samantha Malfoy e sou só amigo de Hermione Granger Malfoy. Ela é uma de minhas melhores amigas.


 


As crianças assentiram e se moveram para começar o jogo. Não deram importância nenhuma ao que ouviram. Elas não constumavam desconfiar do pai. Ele era o herói quase particular deles (quase particular porque elas tinham que dividi-lo com o mundo).


 


- Pai! – chamou, Victoria, quando Harry já se dirigia para ver a esposa. – Será que a Malfoy sabe disso? Ela deve estar bem triste em não ser sua filha. É muito bom ser sua filha.


 


Por um momento, Harry ficou estático e sem palavras. Parecia que não tinha cordas vocais.


 


- Ela sabe sim querida. Também é muito bom ser seu pai. E só para você saber, eu acho que Samantha Malfoy ama bastante o pai dela também.


 


- Eu não sei como ela pode... Ele parece tão frio e bravo. – comentou a menina.


 


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