CAPÍTULO I - A PROFECIA




Oi, gente. Desculpe a demora em postar... Prometo que vou compensar...


Esse capítulo foi postado em 03/04/2011


A fic sofreu uma repaginada... Foi totalmente reescrita...






CAPÍTULO I – A PROFECIA



 



Harry estava sentado em seu escritório refletindo sobre a carta que recebera de Lupin, o qual, atualmente, é o Diretor da Escola de Magia e de Bruxaria de Hogwarts. Refletindo é uma palavra amena para descrever o que o herói do mundo bruso estava fazendo. Ele estava remoendo a carta.



 



Quem o olhasse de longe veria um um homem perto dos quarenta anos, cabelos negros bagunçados, pele clara, olhos verdes brilhantes levemente escondidos pelos óculos (hoje quadrados e não redondos) e uma boca fina levemente rosada. Tipicamente inglês. Não se discute a beleza de Harry. Falou-se muito depois da guerra que sua aparência frágil é altamente enganadora. Afinal, ninguém que conseguiu se sustentar por mais de um minuto em uma luta com Voldemort pode ser chamado de frágil. Afinal, seu poder mágico não tem relação com sua aparente calma e ausência de músculos exagerados.



 



O que esse homem fazia para que se possa dizer que estava remoendo a missiva recebida? Estava com ela apoiada em cima da mesa. Escrevia em outro papel algo que se assemelha a uma árvore da qual brotavam idéias (folhas). Escrevia dessa forma para organizar seus pensamentos. Separava-os em grupos de cores.



 



A missiva que ele havia recebido estava amassada e completamente rabiscada.



 



O homem suava. Afinal, pensar também cansa. Mas mais do que isso, ele suava frio. A missiva o deixara petrificado por um tempo de terror. Corajoso, ele não deixou que o terror tomasse conta. Não era essa uma característica sua.



 



O que dizia a missiva para causar tamanha comoção em um homem acostumado a más notícias e confusões? Ela dizia o seguinte:



 



 



Caro Harry,



 



Não quero alarmá-lo, por antecipação, mas a Profª. Sibila profetizou algo que muito me preocupa. Tenho certeza que vai compartilhar comigo essa preocupação. Você mais do que ninguem.



 



Ela profetizou, em minha presença (só para deixar claro que não ouvi isso de nenhum terceiro, seja ele interessado ou não), que o Voldemort terá um sucessor, muito mais poderoso e cruel do que ele foi. Ela pressagiou que somente o filho do bruxo que derrotou seu precursor (ou seja, você) poderá vencer tal bruxo e as trevas que ele erguerá.



 



A profª. Sibila predisse, ainda, que seu filho precisará da ajuda de quatro fadas celestiais, que terão poderes indescritíveis, para alcançar seu intento, sendo que elas nasceram de um herói e de três traidores do Lorde das Trevas. Espero que os poderes dessas fadas não lembrem em nada os das fadas mordentes (acho que eu não agüentaria). Desconsidere essa frase, só pensei ao mesmo tem por em que escrevi. Não consigo saber quais serão os poderes das fadas? Por que as chamou de fadas? Já ouviu falar de outras fadas que não as mordentes?



 



Como você pode perceber Harry, James irá passar por inúmeras provações, assim como você. É necessário se preparar para isso. Acho que vai concordar comigo que é melhor não deixar espaço para o azar se manifestar.



 



Preciso que você me ajude a descobrir quem são as quatro fadas. Tenho algumas suposições e preciso conversar sobre isso. Acho que raciocino melhor quando alguém rebate as minhas idéias.



 



Abraços.



 



Aguardo sua resposta com ansiedade e visitas. Quando se tornou tão desnaturado? Ainda aguardo a visita que prometeu no semestre passado.



 



Remo Lupin.



 



 



Droga! Pensou Harry. Se ele fosse do tipo que pragueja alto ou faz escândalo, sua raiva e preocupação poderiam ser ouvidas em todo Ministério. Seria assim com o Rony, com toda a certeza. O Rony nunca foi muito comedido mesmo. Acho que essa característica do Rony deriva do fato de um dentre sete irmãos. Isso porque é complicado conseguir atenção ou mesmo se expressar em uma família muito grante. Não se ofendam com esse comentário. Eu vim de uma família grande e me orgulho disso, mas tenho que reconhecer que disputar atenção com tanta gente é bem complicado em algumas situações.



 



A carta trazia duas preocupações incomensuráveis para o “menino-que-sobreviveu”:



a) dizia que seu filho James, que atualmente estava com dez anos teria que enfrentar um bruxo das trevas filho de Voldemort (Que pelo que parece seria bem pior do que ele. Só não sei como tal façanha seria possível. Apesar de não imaginar como ele poderia ser pior, tenho que reconhecer que a história já provou que as pessoas sempre inventamum jeito pior de machucar, degradar e coisificar umas as outras.); e



b) dizia que uma de suas filhas (ou a Victoria ou a Lilian) seria uma das tais fadas.



 



Não havia dúvida na cabeça dele de que era muito melhor Sibila ter predito que ele teria que enfrentar um novo bruxo das trevas. Sua família devia estar sempre fora da linha de perigo. Esse era um limite do qual ele não abria mão. Esse risco não era aceitável nunca. Essa atitude pode parecer normal para muitos. Estes tiveram a sorte, como eu, de ter pais amorosos e que se importam. Apesar disso, temos reconhecer que nem todos os pais são assim.



 



Perdendo a calma, que com esforço tentava manter, Harry socou a mesa com força. Suas juntas ficaram bastantes esfoladas com o gesto. Harry sempre foi muito impulsivo mesmo. E só para frisar quem disse que socar algo ou alguém não machuca nunca praticou essa conduta. É só lembrar das aulas de física sobre força. E só para frisar não quis causar pesadelos a ninguém ao mencionar as aulas de física. Até porque esse não era também o meu forte.



 



Ele estava inquieto também, porque não conseguia dizer se a fada seria Victoria ou Lilian. Não abria mão da proteção de nenhuma delas. Ambas teriam que ser altamente protegidas, bem como James. Isso, com certeza, não era algo negociável de seu ponto de vista.



 



A preocupação se desdobrava. Ele não queria de forma alguma que seus filhos tivesses que reviver seus passos mais difíceis ou mesmo caminhar por caminhos ainda mais sombrios e perigosos. Eu penso que James Potter (o maroto) um dia pensou da mesma forma e fez tudo que podia para evitar o destino.



 



Quando parou para pensar sobre os bruxos, com aproximadamente a sua idade, que haviam traído Voldemort na última guerra, lograva pensar em três: Draco Malfoy, Blaise Zabine e Victor Krum.



 



Se Blaise for mesmo um dos bruxos mencionados na profecia, a fada poderia ser mais facilmente encontrada. Afinal, ele só tem uma filha: Alexandra Zabine.



 



Se um dos bruxos fosse mesmo Draco, o problema para encontrar a fada seria semelhante ao seu, pois ele também tem duas filhas (Amanda e Samantha).



 



Só de pensar em falar com Draco, Harry já estava incomodado, para dizer o mínimo. Sua relação com Draco ainda era instável. Era grato a ele por ter ajudado a derrotar Voldemort. O que tornava sua relação com ele inflamável como acender um fósforo em um quarto repleto de gás de cozinha era o ciúme que o sonserino tinha dele. Esse ciúme era incrementado pela imprensa que vivia dizendo que ele tinha um caso com a esposa do rival de escola: Hermione. Harry nem sabia dizer se o Malfoy tinha mais ciúmes dele, do Rony ou de Krum. Mas uma coisa era certa: o antigo inimigo de escola tinha ciúmes de qualquer pessoa que se aproximasse a menos de meio metro de sua esposa, especialmente dos amigos que ele não compartilhava e dos antigos namorados dela.



 



A imprensa era bem maldosa. Quando do nascimento da filha caçula dos Malfoy e mesmo até hoje chega a insinuar e ora afirmar que Harry era o pai da Samantha. Depois dessa intriga infamante e de longas conversas com a amiga, Harry entendeu a decisão dessa de se afastar dele e mesmo de seu trabalho como auror. Não que tivesse concordado com isso. Só entendia o esforço da amiga para salvar e manter o seu casamento, apesar de duvidar se valia a pena esse esforço. Pelo que Hermione havia dito, Draco não acreditava nessa injúria proferida pela imprensa. Poucos acreditaram, pois era perceptível que Samantha era uma mistura dos pais.



 



Inconscientemente, Harry torceu para que a fada não fosse Amanda, que era tão parecida com o pai, que chegava a assustar. Todavia, também, não conseguia visualizar Samantha como uma das fadas. Isto porque, mesmo ela sendo tão ou mais inteligente do que a mãe, não tinha atitude e personalidade, sendo absolutamente submissa aos pais e à irmã. Era uma coisinha pequena que dava vontade de proteger. Muitas vezes Harry quis se aproximar da menina, mas achava que sua interferência seria mais prejudicial do que benéfica. Eu não sei bem como as coisas poderiam piorar. Hoje, eu não queria estar na pele de Samantha quanto mais se houver uma degradação da situação.



 



Ora, pensou Harry com certa reserva, o único daquela família que, hoje, demonstrava espírito, brio, era Matthew, o filho mais velho do casal, que lembrava Hermione, quando jovem.



 



O maior problema, Harry pensava, era descobrir a quarta fada, pois não podia ser filha do jogador Búlgaro, uma vez que, pelo que sabia, ele não tinha nenhuma filha, mas um filho.



Será que um garoto podia ser uma fada? – perguntou-se Harry, já desistindo de pensar a respeito Harry decidiu telefonar para Draco e Blaise.



 



 



.....................................................



 



Ao chegar a casa, a primeira coisa que Hermione avistou, quando passou pela porta foi o celular de seu marido abandonado sobre a mesa de canto do Hall perto de um vaso de fícus. Seu primeiro impulso foi o de checar todas as ligações e mensagens. O impulso seguinte foi o de não se rebaixar dessa forma. Qual impuso venceu?



 



Depois de um momento de indecisão, ela decidiu não respeitar a privacidade do marido, pois ele pediu por um conduta assim se tornando indigno de confiança nos últimos tempos. Mexendo no aparelho, revelou uma série de chamadas não atendidas – a maioria de Blaise, parceiro dele de negócios, exigindo saber por que diabos ele não estava atendendo ao telefone. Todavia, foi outra mensagem que deixou sua mente na mais completa comoção. Essa ligação fez com que ela se esquecesse de que havia mexido no celular do marido para apurar sinais de traição.



 



- Malfoy – dizia a voz – Me ligue de volta neste número o mais rápido que você puder. Sibila realizou outra profecia acerca de um sucessor de Voldemort.



 



Uma profecia ... sobre o Lorde das Trevas ... – pensou Hermione com a garganta se fechando no esforço de engolir em seco. Pareceia que tinha desaprendido a respirar, assemelhando-se a um peixe fora da água.



 



Muito embora o autor da mensagem não deixasse o nome, a voz profunda, estática e grave lhe soou familiar o suficiente para acreditar na veracidade da mensagem e deixá-la em um estado de pânico, que ela não deixou transparecer. Atinou que a ligação havia sido feita por seu antigo amigo de escola Harry Potter, com quem havia brigado há tempos em razão dos ciúmes que seu marido tinha do relacionamento dela com ele e Ronald Weasley.



 



Muito apreensiva Hermione pensou que Harry não teria deixado uma mensagem como esta a toa. Isto só poderia significar que sua família estava envolvida na citada profecia.



 



Preocupada Hermione tentava encontrar uma maneira de localizar seu marido, pois há muito tempo ele não dava satisfação de seus atos para ela. Desgostosa, ela lembrou que a atitude do marido se alterou, substancialmente, a partir do instante em que quase morreu no parto de sua filha caçula Samantha. Esse fato continou a se agravar com a insinuação maldosa de que Sam era filha de Harry ou mesmo de Krum e que não se encaixava entre os Malfoy. Tanto é assim, que ela desconfiava que ele, atualmente, mantinha uma amante.



 



Depois de se perder nestas reminiscências, Hermione decidiu que tentaria falar com Blaise, melhor amigo de Draco, a fim de saber se este poderia informar-lhe o paradeiro do marido. Hermione discou o nº. do celular de Blaise.



 



- Zabine, falando – atendeu Blaise.



 



- Oi, Blaise. É a Hermione.



 



- Como vai?



 



- Bem. E você?



 



- Bem, também. Em que posso ajudá-la? – desconfiado da conversa sobre amenidades e com a perspectiva de ter que mentir por conta da desídia do amigo, indagou Blaise. Ele sempre ficava entre a cruz e a espada quando o assunto envolvia Hermione e Draco. Não queria se envolver na relação deles. Gostava de Hermione, mas era o melhor amigo de Draco desde sempre. Por isso não se sentia a vontade de criticá-lo ou de dedurá-lo. Hábitos antigos, afinal, eram difíceis de sumirem.



 



- Blaise você sabe onde o Draco está? – perguntou Hermione com o estômago revirando de desgosto. Já podia imaginar onde ele estava: com alguma sem-vergonha com certeza.



 



- Sinto muito, Hermione, mas eu não sei. Estou tentando falar com ele o dia inteiro – falou Blaise com uma voz de pena, que irritou Hermione profundamente. Ele até tentou não demontrar o desgosto que a atitude do amigo gerava nele, mas não logrou êxito. Era incompreensível que Draco tratasse a esposa dessa forma. Blaise, marido dedicado como ele só, não conseguia entender nem aceitar. Isso já foi objeto de discussões acirradas entre ele e o amigo.



 



- Blaise, você poderia pedir para ele me ligar, quando o encontrar – falou Hermione envergonhada, por ter que se humilhar a este ponto.



 



- Claro.



 



- Obrigada. Até mais.



 



- Não tem por que. E até mais.



 



Decidida a não perder tempo com a ausência esperada de Draco, Hermione telefonou para o nº. fornecido por Harry.



 



- Alô! – atendeu Harry. Sabia que era a amiga, mas esperou ela se identificar de qualquer forma. Sabia que a amiga se sentia mal pelo tempo de distanciamento e pela forma como as coisas caminharam no decorrer dos anos. Colocar sal na ferida não era bem o seu estilo.



 



- Oi, Harry – falou Hermione desconfortável por ter que falar com o antigo amigo, que desprezara de forma contumaz.



 



- Como vai Hermione? A que devo a honra de sua ligação? – logo que falou Harry se repreendeu pela ponta de ironia e insatisfação que deixou escapar.



 



- Vou bem, Harry. Eu...... Eu ... ouvi o recado que você deixou..... hum... no celular do Draco – falou Hermione de forma hesitante.



 



 



- Hã.......... – falou Harry, percebendo que ela, inteligente como era, tinha desconfiado da mensagem e ficado preocupada.



 



- Eu gostaria de saber do que se trata a profecia.



 



- Sinto muito, Mione.......... Desculpe, mas eu não quero falar sobre isto de outra forma, que não pessoalmente.



 



- Entendo.



 



- Hermione, você e o Malfoy poderiam vir, por volta das 2h00min, ao escritório do Lupin em Hogwarts amanhã?



 



- Eu posso. Já, em relação ao Draco, eu não posso afirmar nada.



 



- Tente conversar com ele e me avise. De qualquer forma te espero lá.



 



- Até mais Harry



 



- Até



 



...........................................



 



Harry pensava na conversa que teve com Hermione, quando o telefone celular tocou novamente.



 



- Alô! – atendeu Harry.



 



- Potter, é o Zabine falando.



 



- Como vai Zabine?



 



- Sem perder tempo com amenidades, por favor, Potter. Diga-me logo porque me ligou para falar da tal profecia.



 



- Claro, Zabine. Não posso falar com você sobre isto por telefone. Você e a Pansy poderiam me encontrar no escritório de Lupin em Hogwarts amanhã, por volta das duas horas da tarde?



 



- Por que a Pansy tem que ir também?



 



- Não posso explicar. Vocês vão ou não? É importante.



 



- Nós vamos.



 



- Tchau, Potter.



 



- Espere Zabine.



 



- O que é agora Potter?



 



- Você está com o Draco?



 



- Não, por quê?



 



- Eu preciso falar com ele para que ele também vá a Hogwarts com a esposa.



 



- Se eu encontrar com ele eu aviso.



 



- Até, Zabine.



 



Harry estava em seu escritório, por volta das 22h00min, quando as largas portas do cômodo escancararam-se de forma abrupta, um pouco depois de ele ter avisado a secretária de que não queria ser incomodado. Ele, com faíscas de contrariedade trespassando os olhos verdes, abriu a boca para proferir uma repreensão devastadora, mas a fechou novamente assim que a identidade do intruso se revelou.



 



A ruiva atraente caminhou pela sala, plantando as mãos nos quadris curvilíneos, enquanto a secretária de Harry apareceu por trás dela. A jovem mulher voltou os olhos na direção do chefe e encolheu os ombros, antes de bater em retirada a todo vapor.



 



- Bem! – Houve uma pausa dramática, cronometrada à perfeição, antes que Gina Potter repreendesse o marido. - O que você ainda está fazendo aqui? Por que diabos não foi para casa?



 



Harry permaneceu sentado, girando calmamente a caneta que segurava entre os dedos compridos.



 



- Sente-se Gina – falou Harry calmamente.



 



- Vou me sentar uma ova Harry – falou a ruiva mais irritada do que já estava, por conta da calma irritante do marido.



 



- Como estão as crianças?



 



- As crianças estão bem. Não mude de assunto – respondeu Gina. – Estou esperando.



 



Uma fagulha de divertimento resvalou nos olhos esverdeados de Harry, conforme observava os esforços da esposa de conter a frustração. A mulher com quem se casara há mais de dez anos possuía muitas virtudes, mas a paciência não era uma delas.



 



Harry entregou a carta de Lupin à esposa.



 



Chocada e preocupada com o que havia lido, Gina sentiu a garganta seca e percebeu que, durante a leitura da missiva, havia prendido a respiração.



 



- Isso não é possível! – exclamou Gina preocupada.



 



Harry extraiu algum conforto com a reação de Gina. Pelo menos não era o único surpreso com a profecia. Quando falara com Hermione e com Zabine, eles o surpreenderam, notava-se que eles esperavam algo parecido.



 



- Infelizmente, é possível sim.



 



- Harry, quem são as fadas?



 



- Acredito que uma das nossas filhas, a filha do Zabine com a Pansy e uma das filhas do Draco. Quanto à quarta fada, eu não faço idéia.



 



- Não! Isso não pode ser verdade – falou Gina caído na cadeira.



 



Harry, logo que percebeu a reação da esposa, aproximou-se dela e abraçou.



 



- Calma. Tudo vai dar certo.



 



- Eu sei. – afirmou Gina enxugando os olhos. – Mas porque você ainda não foi para casa?



 



- Estou esperando uma ligação da Hermione.



 



- Então eu vou esperar com você.



 



 



...............................................................



 



Enquanto os filhos estavam nos quartos dormindo, Hermione esperava o marido sentada no sofá da sala. Ela já desistia de esperar, quando Draco irrompeu no interior do imóvel.



 



- O que você está fazendo acordada? – Draco perguntou à esposa.



 



- Eu estou tentando falar com você o dia inteiro.



 



- Eu estava com o Blaise.



 



- MENTIRA! – gritou Hermione, que ao perceber o tom de sua voz passou as mão nos cabelos – Eu falei com o Blaise e você não estava lá - ela falou brava, mas num tom mais baixo, pois não queria acordar os filhos.



 



- Deixa de cena Hermione. Eu não devo satisfações da minha vida a você.



 



- Ha, não? Se não deve satisfações a sua esposa, deve para quem?



 



- Vamos parar com isso. Diga-me logo o que quer, senão eu vou dormir.



 



- O Harry deixou uma mensagem no seu celular – falou Hermione, entregando o celular para ele.



 



Depois que Draco ouviu a mensagem, Hermione disse:



 



- Harry pediu para que o encontrássemos em Hogwarts amanhã às 2h00min.



 



- Você falou com ele – afirmou Draco num tom cortante – mesmo sabendo que eu não gosto.



 



- Sim, falei. Eu queria saber o que dizia a profecia, mas ele não me contou.



 



- Ah, não. Pode dizer a ele que nós vamos – disse Draco indo para o quarto.



 



Hermione, então, telefonou para Harry.



 



- Alô! – atendeu Harry.



 



- Oi, Harry. Desculpa a demora.



 



- Sem problemas Hermione.



 



- Nós vamos sim.



 



- Que bom. Tinha certeza que você convenceria o Malfoy.



 



- Eu não tinha tanta certeza assim.



 



- Até amanhã, Mione.



 



- Até, Harry. Mande um abraço para Gina e para as crianças.



 



- Pode deixar.



 



Harry contou para Gina o encontro que marcou em Hogwarts e vai com ela para casa, a fim de descansar um pouco, pois o dia seguinte prometia.



 



.....................................................................



 



O silêncio de Hogwarts, que fora das férias era tão barulhenta, era tão grande que chegava a parecer sinistro. Um nevoeiro denso cobria os solos e os troncos das árvores, fazendo com que as copas das árvores da floresta proibida parecessem brotar da neblina.



 



Remo Lupin, novo Diretor de Hogwarts, aguardava em seu escritório a chegada de seus antigos alunos Harry Potter, Gina Weasley Potter, Hermione Granger Malfoy, Draco Malfoy, Blaise Zabine e Pansy Parkinson Zabine. Ele pensava em como as pessoas haviam mudado nos últimos anos.



 



Analisando Harry, percebia, hoje, nele mais características de Thiago do que anteriormente, como a autoconfiança, a arrogância e a aparente displicência. Além do fato de ele ter seguido a carreira do pai, de forma que, com certeza, deixá-lo-ia orgulhoso. Todavia, tornou-se sério, sistemático e organizado como a mãe Lílian, talvez em razão da maturidade adquirida com o decurso da grande guerra bruxa, na qual Voldemort saiu derrotado.



 



Gina, também, havia amadurecido muito, deixando, de vez de lado a timidez e se tornando uma medi-bruxa de renome, especializada em minimizar os efeitos de duas das maldições imperdoáveis (a imperius e a cruciatus). Interessante observar que ela é intempestiva e explosiva, como Lílian, um dia, foi. Além, das coincidências óbvias que existem entre as duas, como o fato de serem ruivas e terem pertencido à grifinória.



 



Hermione Granger, ora Malfoy, após se transformar em uma auror como desejava, de inopino, casou-se com Draco Malfoy. O que surpreendeu a todos foi que, nos primeiros anos do casamento, eles emanavam felicidade, provocando a inveja de várias pessoas. Ocorre que este panorama alterou-se drasticamente depois que Hermione quase faleceu no parto de sua filha Samantha. Depois disto, ela afastou-se, deliberadamente, dos antigos amigos e abandonou a carreira de auror, passando a escrever livros sobre magia de alto gabarito sobre as mais variadas matérias, que compõem a bibliografia básica de todos os anos de Hogwarts. Ao mesmo, tempo ela tornou-se ressentida com a atitude do marido, que a cada dia se distanciava mais dela, bem como se ressentia com a filha caçula, que, na visão dela, havia disseminado a tristeza na vida familiar deles.



 



Draco Malfoy, no curso da última guerra bruxa, traiu Voldemort, tornando-se um espião da Ordem da Fênix. Neste período, ele aproximou-se mais de Hermione, que era a auror a quem ele se reportava e que verificava a autenticidade das informações por ele fornecidas. Lupin recordou-se que poucas pessoas sabem o real motivo que fez com que Draco trair Voldemort foi a atitude de Narcisa Black. Este última, após se livrar da maldição imperius com que Lucius a dominava, imiscuiu na alma do filho algum senso de ética, moral e humanidade. Descobriu-se, então, que Narcisa sempre foi apaixonada pelo primo Sirius Black e que havia sido coagida por seus pais a se casar com Lucius, bem como que, após o casamento, Lucius a controlou com a maldição imperius, impedindo a fuga dela.



 



Lupin presumia, e só podia presumir, que Draco afastou-se de Hermione, pois não estava “acostumado” a amar e havia sofrido demais, quando ela quase morreu, fez isto decidido a não se envolver mais para não sofrer. Draco, tal qual a esposa, discrimina a filha caçula de forma visível. Ele é considerado pelos tablóides, que o perseguem com uma persistência irritante, como sendo o segundo homem mais sexy do Reino Unido, sendo seguido por Harry e superado por Blaise. É considerado um administrador nato e um mestre em poções, sendo dono, junto com Blaise, de uma empresa de poções e medicamentos, que detém várias patentes importantes.



 



Para todos Blaise Zabine era, apenas, o homem mais sexy do Reino Unido, formando com a esposa Pansy, segundo a opinião da mídia, o casal vinte do país. O que não se sabia é que o casal, apesar de estimular a idéia de que nunca haviam se envolvido com as artes das trevas, embora pertencessem à sonserina, foram espiões muito úteis a Ordem da Fênix. Tanto é assim, que Blaise aproximou-se tanto de Tom Riddle a ponto  de fazê-lo pensar que era o comensal mais confiável que ele tinha. Blaise, como já foi mencionado, é sócio de Draco. Pansy trabalha no Ministério da Magia, mais ou menos como uma diplomata, intermediando as relações entre o Reino Unido e outros países.



 



Lupin, que estava perdido em pensamentos, ao som da voz da voz profunda e autoritária de Draco Malfoy,  retornou à realidade enxergando na sua frente às pessoas objeto de seus pensamentos.



 



- Olá, Harry! Oi, Gina! Como vão? ......... E vocês, Hermione e Draco como estão? Olá, Pansy e Blaise. Vocês, eu nem preciso perguntar, pois parecem ótimos – cumprimentou Lupin.



 



- Oi Remo! – falou Harry abraçando o velho amigo.



 



- Eu estou ótima, Remo. E você? - Perguntou Gina.



 



- Preocupado, mas bem, Gina.



 



- Oi, Lupin! – falou Hermione, também, abraçando o antigo professor.



 



- Como vai, Lupin? – falou Draco seco.



 



- Vou bem, Malfoy. E Narcisa como está? – perguntou Remo, fazendo com que Draco apertasse os lábios de desgosto ao ver a forma como os olhos do antigo professor brilhavam ao falar de sua mãe.



 



- Tem razão, Lupin. Eu e Blaise estamos bem. – disse Pansy abraçando o marido.



 



- Podemos parar com as amenidades e tratar do que nos reuniu aqui, pois não acredito que seja coincidência termos todos vindo visitar Hogwarts no mesmo dia – falou Blaise, com uma entonação aflita na voz.



 



- Claro, Blaise. Sentem-se todos – pediu Lupin.



 



Logo que todos estavam acomodados. Lupin disse:



 



- Vou repetir o que escrevi ao Harry. Eu não desejo alarmá-los, por antecipação, mas a Profª Sibila profetizou algo que muito me preocupa. E só para frisar: eu não tenho motivos para duvidar da credibilidade dela. Ela profetizou, em minha presença, que o Voldemort terá um sucessor, muito mais poderoso e cruel do que ele foi. Ela pressagiou que somente o filho do bruxo que derrotou seu precursor, ou seja, você, poderá vencer tal bruxo e as trevas que ele erguerá. A profª. Sibila predisse, ainda, que seu filho precisará da ajuda de quatro fadas celestiais, que terão poderes indescritíveis, para alcançar seu intento, sendo que elas nasceram de um herói e de três traidores do Lorde das Trevas.  – falou Lupin, observando as feições desassossegadas de seus interlocutores.



 



- Eu e Remo – falou Harry – chegamos conclusão de que meu filho James terá que derrotar tal sucessor de Voldemort e que uma das minhas filhas, ainda não sei qual, é uma das fadas mencionadas.



 



Harry observou a reação da esposa que, a despeito de já ter conhecimento da profecia, parecia que desfaleceria a qualquer momento, mas mantinha um quê de obstinação nos belos olhos castanhos.



 



- Pensamos que os traidores de Voldemort, mencionados, na profecia são: Draco, Blaise e Krum. Todavia, descartamos o Victor, porque ele não tem uma filha. Assim, falta descobrir o terceiro traidor. – continuou Lupin.



 



- Você não acredita de verdade naquela charlatã? Acredita Professor? – perguntou Blaise levantando-se de forma brusca da cadeira em que estava sentado.



 



A manifestação de Blaise foi apoiada por Draco e Pansy.



 



- Em outros tempos, eu também não acreditaria. Ocorre que ela já fez duas profecias, que se mostraram verdadeiras no decorrer dos tempos – falou Hermione, que estava impassível, surpreendendo a todos.



 



- E como você sabe disto, meu amor? – perguntou Draco com um brilho glacial nos olhos.



 



- Ela sabe, porque eu contei. Uma das profecias falava que eu derrotaria Voldemort e a outra dizia que Rabicho voltaria a servi-lo. – falou Harry, enquanto se postava ao lado de Hermione, colocando a mão no ombro da antiga. Tal atitude fez com que o olhar do loiro ficasse ainda mais gelado, se é que isso era possível, e seu rosto vermelho.



 



- O que devemos fazer, então? – perguntou Pansy apreensiva.



 



- Acho que todos os filhos de vocês devem ser protegidos, mas de forma não se sentirem sufocados e possam crescer como crianças normais. – falou Lupin.



 



- No mais, só podemos ajudá-los a desenvolver seus poderes e apoiá-los no que eles precisarem – apoiou Harry.



 



- Isso é muito pouco, Harry! TEMOS É QUE ENCONTRAR O TAL SUCESSOR E DERROTÁ-LO! – falou Zabine.



 



- Eu adoraria fazer isto Zabine. Mas não é possível, pois não temos a mínima idéia de quem seja o tal sucessor – disse Gina com uma calma que surpreendeu a todos, inclusive o marido.



 



- Concordo com a Potter – falou Pansy, ao mesmo tempo em que abraçava o marido pelas costas.



 



- Remo, não sei se você percebeu, mas se o sucessor de Voldemort for um filho dele, deve ter hoje, no mínimo uns vinte anos....  – Hermione considerou uma idéia por um instante e a descartou logo em seguida – Pansy e Gina, eu acho que podemos fazer um pouco mais. Podemos ensinar magia avançada para eles – afirmou Hermione, com um olhar apreensivo que Harry já tinha visto outras vezes.



 



- Isso pode ser feito Hermione, mas deve ser feito em Hogwarts, não agora. Os filhos de vocês ainda são muito jovens – manifestou-se Lupin.



 



- Isso é ridículo. Não vou deixar que nada aconteça com a Amanda de jeito nenhum! – exclamou Draco.



 



- Que eu saiba Malfoy, você e Hermione têm outra filha. Poderia ser Samantha a fada. – falou Gina olhando para Hermione.



 



- Duvido Gina. Samantha não demonstrou muito poder. Amanda é mais inteligente e poderosa do que ela – falou Hermione.



 



- Como você pode dizer isto Hermione? – perguntou Harry.



 



- Ela pode dizer por que é a verdade. A Samantha é imprestável – falou Draco.



 



- Também, não chega a tanto Draco. Ela é bem inteligente – falou Hermione.



 



- Chega! Isto não é modo de falar da filha de vocês. – falou Lupin com o olhar severo.



 



- Tem razão, Remo. Esta discussão não leva a nada – opinou Pansy, olhando horrorizada para os Malfoy, em virtude da forma com que eles falaram da filha. Pansy gostava demais de Samantha: melhor amiga de Alexa. Cortava seu coração consolar a menina. Com certeza os Malfoy não conheciam a filha que tinham, pois Sam é muito inteligente.



 



- Se chegamos à conclusão de que não há muita coisa a fazer, vamos embora que eu quero ver meus filhos – disse Blaise com uma nota protetora na voz. Blaise sempre se preocupou com a forma com que os Malfoy tratavam a caçula. A menina passava mais tempo na sua casa do que com os pais.



 



Blaise e Pansy despediram-se e foram para casa ver os filhos, pensando na profecia.



 



Draco e Hermione foram em carros separados para o palácio Malfoy, onde, ao chegarem em casa, paparicaram, encheram de cuidados Amanda e Matthew, deixando de lado a filha caçula. Acho que essa desídia não era proposital. Era mais um costume enraizado.



 



Harry e Gina permaneceram mais um tempo em Hogwarts conversando com Lupin e com o quadro de Dublemdore sobre a profecia. Em seguida, o casal Potter também foi para casa.



 



Harry ficou bastante preocupado com Samantha depois de tudo o que ouviu. Como a menina podia ser confiante e crescer sadia como os pais a tratando dessa forma? Ele não tinha resposta. Chegou a pensar em falar com Draco e reafirmar que não era o pai da menina e que nunca tinha tido nada com a Hermione. Desistiu dessa idéia com receio de prejudicar o ambiente da família Malfoy e porque Draco já tinha dito e Hermione reafirmado que ele não acreditava nessa baboseira inventada pela imprensa.



 



 



 


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