Aguçando os sentidos



Capítulo 4 – Aguçando os sentidos



O som contínuo e estridente do despertador acordara Harry às 6: 00 h.Um pouco desnorteado devido às horas de sono, esfregou os olhos e tateou o criado-mudo à procura de seus óculos. Ao encontrá-los e pô-los no rosto, mirou um pequeno calendário em cima do mesmo criado-mudo; viu, então, que era quinta-feira e, obviamente, seu quarto dia de trabalho no instituto beneficente de sua mãe. Dali a pouco menos de um mês, ele teria de largar este mesmo emprego e ocupar seu cargo de vice-presidente na empresa de seu pai, que esteve vago por 16 anos, desde que seus pais morreram. E isso estava acontecendo por causa de seu padrinho, que o estava pressionando!

Balançando seus negros cabelos rebeldes, lembrou-se de como adorava a vida libertina que possuía: nada de compromissos ou horários a serem compridos, viagens para qualquer lugar que quisesse e festas regadas à bebidas e a belas mulheres. Mulheres estas que caíam aos seus pés e cairiam agora mesmo, se ele assim o quisesse. Contanto, isto tudo parecia perder o encanto que tinha aos poucos, para Harry. Para quê se contentar com coisas tão fáceis e fúteis, se outras tão difíceis e importantes estavam aparecendo em sua vida? E uma destas “coisas” difíceis e importantes estava lá, no instituto, esperando-o às 17: 30 h. Não sabia o seu nome, mas sabia que existia... Sabia que ela existia. E tinha cheiro e voz mais apetecedores que já tinha sentido ou escutado.

O quê aquela garota tão misteriosa tinha de tão especial para tê-lo cativado tão fácil e rapidamente? Sim, era difícil para Harry admitir, mas ela o havia cativado. Talvez fosse a musicalidade de sua voz tão doce e calma, que quase sempre zombava dele; ou a fragrância floral tão excitante e entorpecedora; ou a inteligência e astúcia que ela possuía, junto com o sarcasmo peculiar que ela tinha; ou ainda o talento enorme que ela possuía ao piano, que lembrava sua mãe. Ou talvez fosse tudo isso junto e mais outros detalhes que ele ainda não conseguira identificar muito bem. Sim, era impossível não se deixar cativar por aquela garota tão especial. Aquela mulher tão especial. Especial e misteriosa.

E se, na realidade, o que a fazia especial seria todo o mistério que ela fazia em torno de sua imagem? Em torno de suas feições? Não, não podia ser. Apesar daquilo tudo ser mais estimulante, o mistério era só um complemento para todos os encantos que ela tinha e utilizava. O mistério somente o fazia indagar, se questionar. Como ela seria? Que formatos teria? Que cores possuiria? Teria uma família? Seria a professora cega de piano do instituto? Ah, eram muitas dúvidas a serem questionadas e solucionadas, e ela dificultava tudo ao não respondê-las. E pensando bem, a dificuldade também era algo estimulante. E por mais incrível que parecesse, ele estava adorando isto tudo. É, ele tinha de se lembrar de agradecer a Sirius por tê-lo pressionado a trabalhar.

Levantando-se de sua cama e desanuviando os pensamentos, foi em direção ao banheiro fazer sua higiene matinal para, depois, ir ao trabalho. Ao tomar banho, aquela garota apossou-se de seus pensamentos mais uma vez, sem pedir licença; desta vez, ele imaginava o que ela estaria preparando para ele. Que música tocaria. Qual piada faria. E, sem perceber, logo ele terminou o banho e já estava enxugando-se. E ao olhar-se no espelho, decidiu-se por deixar a barba por fazer e penteou os cabelos em desalinho, tornando-os charmosamente rebeldes. Vestindo-se, optou por deixar alguns botões de sua camisa branca abertos, dando uma visão pequenina de seu tórax bem definido, devido aos esportes que praticava constantemente; um blazer azul completou o visual, tornando-o mais elegante.

Ele esperava que a garota misteriosa pudesse vê-lo e saber que aquilo tudo tinha sido preparado para ela... Única e cuidadosamente para ela. Porém, era uma pena que ele não soubesse que ela nunca poderia vê-lo... Por mais que ambos desejassem ou quisessem. Era realmente uma pena...


* * * * * * * *


Sirius havia acabado de sair de uma reunião com os poucos acionistas da Black & Potter. Estava tentando persuadi-los a dar um prazo maior a Harry para ele ocupar seu cargo na empresa; e conseguiu, com muita luta. Todavia, não era isso o motivo da enxaqueca que ele sentia naquele exato momento e que o incomodava tanto. E Lupin sabia exatamente qual era o verdadeiro motivo; e vendo uma careta de dor que o amigo fazia, decidiu segui-lo:

- A velha enxaqueca, Almofadinhas? – Perguntou ao amigo, quando finalmente o alcançou no elevador. Tentando aparentar saudável, Sirius respondera:

- Nada com o que se preocupar, Aluado. Fique frio.

- Não tem como não se preocupar com meu melhor amigo. Já procurou um especialista no seu caso, como o Dr. O’Conner pediu? – Questionou novamente Lupin, apertando o número 16. Sirius foi frio:

- Não. E nem vou procurar, você sabe muito bem disso.

- Mas devia! Ainda tem chance de retardar a doença! – Exaltou-se Lupin, olhando para o amigo com uma cara surpresa, devido à sua teimosia. Sirius, finalmente, olhou para ele, falando com sarcasmo:

- Para quê? Para tentar adiar o inadiável? Para me iludir? Para perder meus cabelos, meu trabalho e o resto que tenho de vida para ficar entubado num hospital horrível, sendo visto com pena pelas pessoas? Não, Remo, muito obrigado!

- Pensei que você se importasse com as pessoas que te amam... Em especial o Harry. Mas agora, estou vendo que não, Sirius. – Lupin afirmou, com uma voz triste e pesarosa. O olhar mostrava a decepção que sentia em ver o amigo naquela situação.

- E eu me importo, Remo! Por que acha que estou sendo tão duro com o Harry? Quero que ele se torne responsável e maduro o mais rápido possível, enquanto estou vivo! Quero que ele suporte e supere tudo, quando eu me for. Quero que ele tenha tudo aquilo que eu não tive a oportunidade de ter! – Sirius falara exasperado, com preocupação na voz. E Remo sabia por quê: Harry era praticamente seu filho. O criara como se fosse seu, desde que James e Lílian morreram há 16 anos. E sabia que ele queria cumprir o que prometera aos pais de Harry, que era dar uma boa educação e criação a ele. Resignado, Lupin aconselhara:

- Então conte a Harry. Você não pode privá-lo de saber sobre algo tão importante. É a única coisa que lhe peço, Almofadinhas. E espero que o faça. – E ao dizer isso, saíra do elevador, deixando um Sirius pensativo e melancólico sozinho.


* * * * * * * *


Harry estava cansado de rodar por todo aquele instituto. Estava a procura de Tonks, para tirar algumas dúvidas sobre alguns relatórios. Até que uma voz lhe chamou a atenção:

- Não se preocupe, Tonks! Treinarei o máximo possível para ser aprovada!

- Eu sei disso, querida! Afinal, uma chance dessas não aparece todo dia, e sim uma vez na vida! – Harry reconhecera a voz animada de Tonks, ainda que ela falasse ao longe. Contanto, a primeira voz ainda era um mistério, apesar dele já tê-la ouvido em algum lugar. Tinha uma musicalidade peculiar e familiar.

- Quero orgulhar minha família, o instituto... E à Srª Potter, que foi quem me incentivou e ensinou a tocar piano.

Harry, então, virou-se e olhou para o lugar de onde vinha o som. Viu Tonks, com seu cabelo excêntrico e jeito animado, ao lado de uma garota ruiva que estava de costas para ele. Apesar dela estar longe de si, percebera que ela tinha o corpo esguio e alvo e, ao mesmo tempo, atraente. Muito atraente. Vestia um vestido branco, de frente única. Contanto, os longos e lisos cabelos ruivos impediam de ver toda a costa da garota. Uma bengala de metal estava em suas mãos.

- E você vai conseguir, se tudo der certo. Afinal, você tem três meses para ensaiar!

- Assim espero, Tonks! Assim espero! Bem, tenho uma aula para dar. Até mais!

- Até mais, querida! – E Harry, então, pôde vê-la andando de um modo gracioso, balançando a bengala de metal para lá, para cá... Para lá, para cá... Os cabelos ruivos movimentando-se para lá, para cá... Para lá, para cá... Os quadris movendo-se para lá, para cá... Para lá, para cá...

- Encantado pela Profª Weasley, Harry? – Perguntou Tonks, assustando-o e tirando-o de seu foco, que era mirar os movimentos daquela ruiva, que agora sabia que era a professora de piano. Surpreso, perguntou:

- Aquela é professora de piano?

- Eu falei que ela era linda... E encantadora! Impossível não se deixar encantar pela doçura dela. – Tonks comentou, alegre e sonhadora.

- Sem querer sem intrometido ou inconveniente, mas... O que vocês estava falando com tanta emoção e animação?

- Ela recebeu uma carta de uma das mais famosas e belas orquestras do nosso continente, convidando-a para fazer um teste daqui a três meses. Eles farão uma turnê mundial e a pianista selecionada será a solista oficial. Além da fama e de ser um grande ponto acrescentado em sua carreira, o salário que ela irá receber vai ser uma fortuna! É ou não é uma grande oportunidade?

- Realmente. Uma oportunidade única... – Harry falou, desanimado pelo fato da professora ter acabado de entrar na sala, tirando-lhe a bela visão que ele havia tido durante alguns segundos.

- Queria falar algo comigo, Harry? – Tonks perguntou, enfim. Ele, chateado, respondera:

- Nada demais, Tonks. Eu me viro.


* * * * * * * *


Às 17: 30 h em ponto, Harry estava no porão. E ao descer as escadas, escutou as últimas notas de uma peça musical dificílima. A escuridão, como sempre, era uma dificuldade para ele, ainda; mas conseguiu superar e encontrou-a de pé, perto do piano, minutos depois. Tocou no ombro dela e, localizando o ouvido, perguntou aos sussuros:

- O que preparou para mim, hoje?

Ele escutara um ruído vindo da boca dela. O ruído conhecido de sorriso. E ele escutou, finalmente, a voz doce que tanto adorava:

- Algo que vai aguçar seus quatro sentidos... Tirando a visão! – E ao dizer isso, ela encostou os lábios na face de Harry, formando um beijo doce e cálido. Ela, ao terminar o beijo, perguntou:

- O que sentiu?

Harry não conseguira responder de imediato. Ainda estava anestesiado devido ao toque que ela lhe dera, ainda que ele fosse o mais inocente possível. Resolveu dizer o que lhe vinha a cabeça:

- Torpor... Carinho... Ternura... Calidez.

- E como é a textura?

- A textura de quê? – Harry não conseguia pensar direito. Não com o cheiro dela tão perto de suas narinas, não com o corpo dela emanando calor para o seu, devido a curta distância em que se encontravam.

- Dos meus lábios! – Respondeu ela, impaciente, como se fosse algo óbvio. Ele resolveu se aproveitar:

- Posso... Tocá-los?

- Contanto que consiga responder minha pergunta depois...

E ele, sem esperar mais, tocara. Seus dedos estavam frios, e ele teve um leve choque térmico ao tocar nos lábios quentes dela. Enquanto sentia e percorria a boca dela com os dedos, descrevia-o:

- São quentes... Quentes e macios... Macios e beijáveis... E tem um contorno! É como se... Se fosse desenhado por um grande artista, que... Estava pensando nos lábios mais doces e belos que alguém pudesse ter.

Harry sentira ela tremer ao ouvir a descrição. E a sentiu receosa. Mas ele foi sincero. Mais sincero do que não se pode ser.

- Você foi o mais sincero possível ou só está se utilizando de uma mentira social? – Indagou, sarcástica e incrédula.

- Foi a mentira social mais verdadeira, mais sincera que alguém poderia dizer. Acredite. – Harry, então, a ouviu suspirar. Um suspiro de alívio e de surpresa, ao mesmo tempo. E a ouviu dizer:

- Boa resposta. Me siga.

Ele a seguira e, logo, topara-se com uma mesa. Uma mesa recheada de coisas que ele não conseguia especificar, identificar. Ela, sussurrando em seu ouvido, mandou:

- Sente-se aqui. – E o empurrou para uma cadeira dura de madeira. Ele sorrira alto e ela o acompanhara no sorriso. E ele, então, sentira algo perto de sua boca. Ela ordenou:

- Cheire, coma e diga o que é... Que gosto sente quando come...

Ele somente obedeceu. Cheirou e mordeu aquilo que ela lhe oferecia. Era uma maçã, um tanto quanto madura. Respondeu:

- Maçã. Doce, o que prova estar madura. Tem um cheiro azedo, um verdadeiro paradoxo com o gosto. E com uma textura macia. Está fresca, o que prova estar em temperatura ambiente.

- Boa descrição. Vamos pro próximo.

E assim se seguiu. Novas frutas e comidas eram dadas a ele, e ele as descrevia com a maior exatidão possível. E ela sempre se contentava com a resposta. Contanto, do paladar e olfato, a garota passara para o tato e olfato; colocou um objeto nas mãos dele.

- O que é isto?

- Hum... Retangular, largura razoável, tem páginas... É um livro. – Depois, cheirou-o e decepcionou-se com o que sentira – E velho!

Um sorriso engraçado e sarcástico foi ouvido da boca da garota, na mesma hora. E logo ela colocora outro objeto.

- Faça o mesmo que fez com o livro: Sinta e cheire!

Desta vez, fora mais fácil: era uma flor. E muito conhecida:

- Caule fino e com espinhos... Pétalas... Um cheiro amargo, floral, peculiar e bem conhecido... É uma rosa.

- Ótimo! Você está se saindo melhor do que eu esperava, sabe? Está me surpreendendo...

- Ótimo é ouvir que te surpreendo, pela primeira vez. – Harry respondera, inebriado pelo perfume daquela garota. Ele, contudo, percebeu que ela estava se afastando dele, provavelmente com receio de que ele tentasse algo. Parecia que ela não estava acostumada a elogios deste tipo.Resolveu ser cauteloso e brincar um pouco com ela:

- Agora é a minha vez... Venha pra perto de mim!

- O que você está planejando, mocinho? – Ela indagou, brincalhona, andando em sua direção. Ele, com um sorriso enorme na face, puxou-a para perto e também deu-lhe um beijo demorado na face. Sentira-a tremer, surpresa com a atitude. E saindo do beijo tão inocente, perguntara com a voz mais rouca e provocante possível:

- O que sentiu?

- Sinceramente?

- Sinceramente!

- Medo. Surpresa. Ternura. E um calor indescritível.

Harry ficara contente com a resposta. Provocara calor nela somente com um beijo tão casto como este, imagine com um mais aprofundado! Preferiu se prender somente a este, e fez a mesma pergunta que ela lhe fizera:

- E como é a textura?

Ela, ao contrário dele, não pediu permissão para tocar seus lábios. Simplesmente tocou como se já fossem velhos conhecidos. Tateou-os, contornou-os com seus dedos ágeis, longos e delicados. Enquanto a mão dela estava quente, sua boca estava fria. Outro “choque térmico” foi inevitável:

- São carnudos, frios, largos... Feitos a pincel, para serem apreciados, tocados, beijados... E não são macios, e sim ásperos... Molhados... Entreabertos. Como se estivessem a espera de algo para completá-lo.

Harry impressionara-se com a descrição. Era precisa e imprecisa ao mesmo tempo. E impressionante. Fez a mesma pergunta que ela havia feito, quando descrevera seus lábios:

- Você foi a mais sincera possível ou só está se utilizando de uma mentira social?

- Nem um, nem outro. Fui realista. Concreta.

- E a sinceridade, onde fica? – Harry indagara, surpreso com a resposta inusitada. Ela, com a voz zombeteira, falou:

- Nem sempre a verdade condiz com a realidade.

- Boa resposta. – Ele completou, fascinado. Ela era perfeita. Em praticamente todos os sentidos. Até que ele ouviu algo inesperado... Uma ordem inusitada.

- Harry?

- Sim?

- Toque-me! Cheire-me!

Ela só podia estar ficando louca ou ele que não tinha escutado bem! Pedir isso a ele, logo a ele! Durante os dias seguintes em que a conhecera, só tinha pensamentos para ela! Bem, tirando o fato de ter perseguido a Profª Weasley com o olhar, seus pensamentos eram somente voltados a ela. E agora, ela vinha com este pedido mais do que insinuante, provocante! Perguntou, incrédulo:

- Como é?

- Você ouviu muito bem. Não pode me ver, Harry. Mas pode me sentir. E quero que me sinta agora, pois daqui que você me veja vai demorar um bocado... – Ela estava com a voz provocante e doce demais, o cheiro excitante demais. Indagou, querendo ter certeza do que iria fazer:

- Tem certeza?

- Estou te implorando. Toque-me. – Ela pediu com a voz mais suplicante e tentadora que uma mulher poderia pedir. E Harry obedecera, colocando a mão esquerda na cintura da garota, enquanto a outra percorria seu corpo.

Primeiro, foi a face. Tinha o rosto mais perfeito que Harry sentira: olhos em formato de amêndoa, nariz arrebitado e afilado, lábios desenhados e uma orelha pequena, mole; os cabelos eram lisos e tinham cheiro de lavanda. Depois, passou pro pescoço, fino, não muito comprido e com o cheiro entorpecedor mais forte do que nunca. Harry percebera que ela tinha a respiração oscilante, rápida, e que ela estava mole em seus braços. Com cuidado, passou para os ombros e braços; eram delicados, longos, macios. E passou por toda a extensão do tronco da garota; era arredondado nos lugares certos e na forma certa; a cintura era fina e os quadris largos.

Sim, ela era linda, atraente... Tanto por fora quanto por dentro! E aquele contato necessitava ser parado o quanto antes. Ele não iria suportar nem se controlar por mais tempo. Ela estava ali, tão inerte, tão tentadora, tão envolta, tão... Sua! Sentia-a nervosa, trêmula, e ele estava no mesmo estado, ou até pior. Prevendo o pior e respeitando-a enquanto havia um restinho de sanidade em sua mente, largou-a bruscamente e, nervoso, dissera gaguejando:

- Eu... Eu preciso... Eu preciso ir embora. Tá... Tá meio tarde, sabe? – E andou apressadamente. Porém aquela voz tão doce lhe chamara:

- Harry!

Era impossível não atendê-la. A voz sôfrega, urgente... Parou. E a esperou. Até que ouviu um sussuro perto de si:

- É a minha vez, agora.

- Mas eu...

- Por favor!

Não tinha como não atender. Ficou parado, simplesmente, e deixou-a tocá-lo.

Ela, como ele, percorreu a face primeiramente. Logo tocara em seus óculos, e a ouviu sorrir. Brincou:

- Seu ceguinho... Tem aros redondos, seus óculos... E lentes grossas!

- A miopia me persegue desde a infância!

A garota, então, continuara a tocá-lo. Sentira o rosto anguloso dele, a barba áspera ralando a palma de sua mão, os lábios carnudos e molhados, os cabelos rebeldes. O pescoço tinha o pomo de Adão avantajado, fazendo-a sorrir novamente. E cheirando-o, sentiu a fragrância cítrica e excitante; desceu o contanto para o tronco, mas não pode sentir nada muito mais detalhista além da roupa e do leve contorno do corpo dele. Harry, não sabia como, tinha conseguido se controlar, apesar das mãos quentes e ágeis daquela garota tão perfeita percorrer-lhe todo o corpo da forma mais provocante que sentira. Ela, então, parara bruscamente, e dissera com a voz mais doce e inocente possível:

- Não sei se gostou do que sentiu. Mas eu achei... Interessante.

- Obrigado pela parte que me toca... – Brincou Harry, com um sorriso. E quando já estava perto da porta, no começo da escadaria, gritou:

- E só pra constar: é muito difícil se controlar quando se está tocando num corpo como o seu.

Um sorriso engraçado e sarcástico ecoou por todo o porão.




* * * * * * * *



N/A: Desculpem a demora. Estou atolada de trabalhos escolares. Mas saiu. Espero que tenham gostado, coloquei uma espécie de provocação entre os dois e expliquei um pouco mais a situação de Sirius, para os interessados. Agradeço aos comentários e responderei a alguns:

Carolina Villela Good God: Oi, leitora nova! Que bom o fato de estar adorando a fic. E você não foi indelicada de forma alguma, pelo contrário: foi uma espécie de elogio pra mim, já que a fic é de autoria minha, mesmo. Você comparou meu estilo de escrita com a de um escritor famoso e isso algo muito enaltecedor pra mim. Espero que goste do capítulo e que continue lendo e comentando!

Dani W. Potter: Postadíssimo! E espero que continue gostando da fic, ok? Beijos!

Gah Aluada: Sua apressadinha! Está aí o 4! Hauahauhauahau Acho que ‘cê vai gostar! Obrigada pelos coments e incentivos!

Fl4v1nh4: Realmente, creio que o lema de vida do Harry era o “Carpe Diem”! Hauahau Obrigada por estar gostando tanto assim da fic. E com relação ao fato de Harry não ter percebido nada, apesar das dicas... Bem... É porque os homens são uns tapados, mesmo. Hauhaua Sirius? Ah, não posso dizer nada com relação a isto, mas este capítulo tá revelando umas coisinhas! Espero que goste. Beijos!

Luan Potter: Valeu pelos elogios e pelas conversas no msn, viu? Beijos e continue acompanhando!

Ana Cláudia da Silva: Ah, obrigada! *__* Esse mistério é, na minha opinião, o charme da fic. Continue acompanhando, ok?


No mais, vote ou comente! Ou simplesmente leia!


Carpe Diem

Hannah B. Cintra

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