A varinha perfídia
Observação Importânte:Você adorador de HP, ja deve ter compreendido que neste momento Harry se encontra no casebre, onde ele é resgatado pelo doce gigante Rubeo Hagrid.
Capítulo 2 - A varinha Perfídia
Por incrivel que pareça, eles estavam voltados ao caminho certo. Para explicar melhor para vocês: A Sra. Dorat apanhou um vaso amarelo, aquele mesmo de que estavam falando minutos atrás. Dentro havia uma terra escura. No mundo mágico isto era chamado “Pó de Flu”. Servia para transportar os bruxos de lareira para lareira. Mais claramente falando, era um meio de transporte auxiliado por magia.
Então. Sr. Alcino foi o primeiro a utilizar o Pó. Entrou na lareira da casa segurando um pocado da substância, jogou-o sobre a lenha, e clamou:
- Caldeirão furado!
Um fogo verde beijou todo seu corpo, e logo depois o homem desapareceu sem a menor explicação.
E foi só isso.
O segundo a utilizar o pó foi Victor. Um pouco assustado, apesar de já ter viajado desta maneira. Mas ao mesmo tempo contente por estar rumando à um lugar rodeado por bruxos e tambem por coisas interessantissimas.
O menino segurou com firmeza o pó. Penssou rapidamente em tudo que estava deixando para trás, e tambem em tudo que o esperava em um lugar muito distânte de sua velha casinha. Abriu sua mão bem devagar, fazendo com que o pó caisse na ramagem da lareira. E então Bradou claramente:
- Caldeirão Furado!
Sentiu o peso do seu corpo desaparecer, suas pernas e braços começaram a enformigar. Sua avó não estava mais em sua frente, nem o vaso amarelo. Em um momento estava na lareira, sentindo alguma coisa o banhar, segundo depois rodopiava a todo vapor, em algum lugar oculto. Não havia nada, nada além de alguns riscos coloridos rodeando uma escuridão sem fim. Rodopiava cada vez mais lento agora. O garoto começou a recuperar seus sentidos conforme parava de girar. Aquilo podia ser comparado a um carossel extremamente rapido. Sem contar a nausea que aquilo causava, até que era bom. Rodava bem rapido no inicio, mais depois a velocidade ia diminuindo, e os sentidos retornando. O menino já podia ate ouvir uma voz ecoando na sua cabeça. Essa voz se tornou clara quando sua visão voltou ao normal:
- Só espero que sua avó não esqueça a chave do cofre.
Victor, agora estava parado dentro de outra lareira, desta vez em um lugar em que nunca estivera. Sr. Alcino falava com ele a pouco mais de um metro. Saiu da lareira limpando sua roupa, por sorte não havia sujado muito.
Pela impressão que dava, estavão dentro de um barzinho escuro e empoeirado.
- Ahh...quanto tempo que não venho neste lugar – Disse o Sr. Alcino
- Vô, não entendo – Começou Victor. Olhando por todos os lados como se esperasse que alguem lhe oferecesse livros e varinhas mágicas.
- Não entende oquê? - Perguntou Sr. Alcino
- Não estavamos indo à um lugar repleto de lojas e tudo mais?
- Calma – Falou seu avô dando uma risadinha – Você já vai entender. Sua avó esta demo...
O Homem mal acabara a frase quando foi interrompido por um bruxo velho e careca:
- Alcino, quanto tempo que não o vejo. O de sempre, imagino?
- Ahh, olá Tom. Estou um pouco apressado. Quem sabe depois das compras não dou uma passadinha novamente e bebo um pouco de rum? - Alegrou-se o Sr. Alcino.
- Uma boa idéia, haha – concordou Tom – Estarei no balcão caso precise de mim.
- Feito – Disse o Sr. Alcino
Um barulho leve e um clarão verde fez com que os dois se virassem em direção a lareira. A Sra. Dorat estava parada segurando as sacolas vazias. Pronta para as compras.
Os três passaram pelo centro do bar. Neste momento as pessoas começavam a passar por eles com mais frequência. Um homem de cartola entrou por uma porta que parecia dar acesso a rua. Estavam em Londres. O pó de flu era realmente poderoso. Quilomêtros de distância em apenas alguns segundos.
- Dóris? – Disse a Sra. Dorat para uma velhota que estava sentada na ultima mesa do bar.
- Dorat, quanto tempo – Respondeu a mulher - Onde você esta morando? Porque nunca mais apareceu em Londres?
- Ahh, Dóris. Você sabe. Ultimamente ando muito cansada.
- Hum, sim, entendo. Você quer dizer, casada? - Zombou, a velha.
- Bom. Também. Não que isso interfira muito – Disse a Sra. Dorat olhando para seu marido – Mas à meses que não saiu de Manchester por causa de Marieta.
- O que tem Marieta? - Se apressou Dóris Crockford – Não me diga que está doente.
- Póis é – se entristeceu a senhora Dorat – Ela está.
- Pelas barbas de Merlin! Ela era a mais jovem do grupo. E também até onde eu sabia, a mais saudável.
- Para você ver como é a vida, Dóris – Falou o Sr. Alcino
- Alcino, ahh...olá. Como você mudou – Disse a mulher. Parecia que ela ainda não notara à presença do homem.
- As pessoas mudam, Dóris. Deixei minha vida no campo. É como se eu fosse outra pessoa agora...
- Bom – Cortou a conversa a avó de Victor – temos que pisar em Gringotes antes do almoço. Não pretendo ficar a tarde inteira aqui – Apressou-se a mulher - Até mais, Dóris. Prometo que assim que puder apareço para tomarmos um calice de xerez.
- Esta bem, querida. Até mais – Despediu-se sua amiga. Erguendo uma xícara ao ar.
Os três deixaram a parte movimentada do Caldeirão Furado, e seguiram por um corredor deserto que dava inicio embaixo de uma escada.
- Vô. O que tem na parte de cima do bar? - perguntou Victor.
- Filho. O Caldeirão Furado não é apenas um bar. Se trata de uma hospedaria também. Nunca subi estas escadas, mas acho que os quartos ficam na parte de cima.
- Caramba. Veio tantas vezes neste lugar e não sabe para onde levam estas escadas? - Perguntou sua mulher.
- Dorat. Geralmente eu só passo por este corredor em que estamos passando agora, e por onde passamos segundos atrás. Não utilizo este lugar para dormir. E sim para beber – Respondeu o homem.
Eles pararam de discutir quando se aproximaram de uma parede, feita de tijolinhos bordô.
Sr. Alcino, pela primeira vez em muito tempo apanhou sua varinha mágica. Estava muito velha, e era castanho escuro. Parece que o homem a possuia desde os tempos de criança.
Começou a bater levemente na parede do bar com a ponta da varinha. Três para cima, dois para o lado. Batia em tijolos diferentes. Feita a ação, nada aconteceu.
Olhou para sua esposa, envergonhado. Victor não entendera bolufas, parecia que seu avô estava tentando praticar magia, tentando transformar a parede em um espelho, ou coisa do tipo. O homem guardou a varinha no bolso, desapontado com o que acabara de acontecer.
- Acho melhor, você, abrir – Disse olhando para a Sra. Dorat.
A mulher retirou de sua bolsa uma colher de pau. Era um pouco bizarro possuir uma colher como varinha de condão. Mas desta vez os tijolos começaram a dançar sobre a parede, e a se afastar um do outro. Uma porta bem alta fora aberta no lugar onde ela estava tocando a colher. Um arco alto o suficiente para passar um homem montado em um cavalo.
Esta porta voltavasse para uma rua toda movimentada, e enfeitada. Que sem duvidas, não pertencia a nenhum bairro de Londres. Haviam lojas e lojinhas em ambos os lados da rua. Um mar de pessoas perambulavam por ali. Não se via nenhum carro no local.
Era claro que se encontravam no Beco Diagonal, o lugar onde Victor poderia fazer todas suas compras. Um dos poucos lugares que vendiam mercadorias para bruxos.
Seguiram pela rua estreita, passaram por inúmeras lojas. O sol resplandecia uma pilha de caldeirões à porta da primeira loja.
Havia bastante consumidores naquela hora. Pessoas com vestes longas, roxas, verdes, douradas. Paravam para observar as vitrines. Umas entravam, outras saiam das lojas. Cartazes, anuncios e placas, informavam o preço dos produtos. Gaiolas, jaulas e arapucas, prendiam aves e gatos de diversas raças. Morcegos dormiam pendurados em cabides à porta da loja de animais.
- Olha que gato bonito, Victor – Disse o sr. Alcino
- É mesmo, vô – Disse Victor observando um gato bicolor.
- Pessoal – começou a Sra. Dorat – por que vocês não vão até o banco para retirar o dinheiro necessário? Enquanto isso posso ir até a Botica comprar os remédios de Marieta.
- Otima idéia, Dorat – Falou o Sr. Alcino – Me de a chave do cofre.
- E a mulher tirou de dentro da bolsa uma chavezinha dourada, entregando-lhe ao marido.
- Vamos Victor, não pretendo demorar muito com o dinheiro.
- O.K – Victor apressou o passo para acompanhar seu avô.
Era dificil andar e olhar para todos os lados ao mesmo tempo. Victor estava consseguindo esta proeza. A curiosidade era tanta que ele nem se preocupava muito com o dinheiro. Poucas vezes na vida o garoto tivera uma oportunidade como esta: Ver um número elevado de pessoas como ele. Se divertindo ou, fazendo compras.
Uma vez ele foi assistir a um jogo de Quadribol com seu tio, Luiz. Mais isso faz muito tempo, ele mal compreendia o que todas aquelas pessoas faziam gritando e agitando as bandeiras.
Hoje, pelo contrário, ele consseguia entender o que as pessoas faziam. Por isso estava tão ancioso para juntar-se a elas e começar a fazer também.
Os dois pararam ao pé de uma escadaria, que levava até à porta principal de Gringotes. O banco dos bruxos. O banco se erguia acima das lojinhas. Era um edifico grande e branco, cheio de janelas e pilares. Parado em frente a um portal de bronze, estava um duende, de uniforme vermelho e dourado. Quando chegaram no patamar em que se encontrava a criaturinha, ela se curvou, para dar as boas vindas. O duende era muito pequeno, usava uma barba pontuda e branca, suas mãos e pés eram bem compridos. Ao entrarem perceberão o quanto o lugar era frio. Logo a frente, haviam mais duendes, vigiando uma porta cujo as folhas eram de prata.
Havia um aviso gravado nela, onde, seja la quem escreveu, queria alerta-los de que a justiça seria feita, por bem ou por mal. Lia-se:
Entrem, estranhos, mas prestem atenção
Ao que espera o pecado da ambição
Porque os que tiram o que não ganharam
Terão é que pagar muito caro,
Assim, se procuram sob o nosso chão
Um tesouro que nunca enterraram,
Ladrão, você foi avisado, cuidado,
pois vai encontrar mais do que procurou.
- Vô. Como eles fazem para proteger todos os cofres? - perguntou Victor, baixinho
- Uma vez, me disseram que Gringotes possue dragões sentinelas – respondeu o Sr. Alcino – Fora os encantamentos anti-ladrão.
- Caramba. Quem teria coragem de roubar este lugar?
- Talvez, "você-sabe-quem".
Victor e um duende que estava próximo, congelaram ao ouvir a frase. Geralmente a maioria da população sentia medo com pronuncias relacionadas a “Você-sabe-quem”. Desta vez nem mesmo Sr. Alcino escapara de temer o que dissera. Por isso resolveu ficar calado.
Eles passaram pela porta de prata, quando outros duendes fizeram reverências. Entraram agora em um saguão enorme, de mármore.
Haviam várias portas cercando o saguão. Cada uma levava à um lugar diferente. Pessoas monitoradas por duendes entravam e saiam do aposento. Havia também, um balcão longo. Atrás deste balcão, mais duendes trabalhavam: pesando moedas, mordendo-as, medindo barras de ouro, examinando diamantes com monóculos de joalheiro, escrevendo em livrões dourados, arquivando documentos, etc.
Avô e neto pararam defronte ao balcão.
- Em que posso ajuda-los? - Perguntou um duende desocupado
- Viemos fazer uma pequena retirada, do cofre dos Evergloth.
- E, os senhores trouxeram a chave? – Cobrou o duende estudando-os.
O Sr. Alcino passou a mão em seu bolso e lhe entregou a chavezinha pertencente ao cofre da família. A criatura examinou o objeto cuidadosamente. Não perdia um só detalhe.
- Deduzo que esteja conservada. Muito bem, vou mandar alguem levá-los até o cofre. Cifrão!
Cifrão era um duende jovem que passava por ali. Usava os mesmos uniformes, porem não continha barbas, e sim uma longa cabeleira amarelo escuro.
Seguiram o duende louro por uma das portas que o rodeavam. A porta os levava definitivamente ao objetivo. Os cofres se localizavam em baixo da terra, então, o aposento em que estavam agora, não possuia nada, além de uma descida ingreme, e um vagonete posto a uma trilha estreita. Era como explorar uma caverna onde os mineradores trabalhavam. Era escuro, exceto pela luz produzida pelos archotes nas paredes.
Montaram no vagonete, espaçoso o bastante para transportar os três, e seguiram tunel adentro. O vagão se locomovia sozinho, virava para esquerda, para a direita, mas sempre descendo. Minutos depois, já haviam passado por um lago subterrâneo. Nenhum sinal de dragão por ali. Ainda bem.
Era incrivel, estar embaixo da terra a procura de um tesouro. Mas não era nem um pouco agradavel saber que a qualquer momento podia aparecer um monstro lendário e os devorar. Victor sentia o vento gelado soprar suas orelhas, o vagonete começava a acelerar cada vez mais. Milhares de cofres passavam como um borrão acinzentado. Logo após senhor Alcino espirrar o vagão começou a diminuir a velocidade, sem comando algum, até parar na frente de um dos escrinios.
- Cofre 804 – Disse Cifrão, apanhando a chave dourada e enfiando em um pequeno orificio na grande porta que lacrava o compartimento.
Victor e seu avô olharam curiosos para o cofre. Cifrão puxou a porta pesadissima, e deixou que o ar entrasse um pouco no interior do deposito.
Victor sentiu um cheiro estranho, parecia ferrugem,estava vindo de dentro do cofre. Senhor Alcino tirava uma pequena saca de seu paletó.
- Acho que seu bolso não vai suportar todas essas moedas, não é? - Perguntou seu avô.
Victor de repente percebeu o quão cheio estava o cofre. Viera apanhar o dinheiro necessário para apenas um ano letivo em Hogwarts. Mas mesmo assim, era preciso quantas moedas pudessem caber em seu bolso. Iria ser um desencomodo muito grande andar pra la e pra cá com o bolso lotado.
Umas cinco pilhas de moedas de ouro se erguiam no interior do cofre, outras dez de prata, e um número maior de moedas de bronze. Junto a elas havia diamantes, não tão grandes, mas de cores variadas. Colares, perolas, e o mais estranho: havia uma bota velha, uma bússola, e uma luneta prateada. Era distinto guardar em um banco objetos como aqueles.
- Não tem idéia de como estas velharias são importantes aos Evergloth – Disse o Sr. Alcino à Victor.
- Mas, vô. De quem foi, ou ainda é, esses objetos?
- Essa bota velha, Não foi de ninguem, possue uma grande serventia para quem acredita – Respondeu o Sr. Alcino – Muitas familias bruxas utilizam objetos simples como este para guardar tesouros. Uma questão de superstição.
Cifrão balançara a cabeça positivamente e olhara para o garoto com um sorrisinho de désdem.
- Já a Bússola – prosseguiu o Sr. Alcino – Pertenceu ao meu avô. Homem sabio, ahh...como era. Ele costumava usa-la em suas navegações. Vivia viajando pelos diversos mares. Viajava por curiosidade apenas, as vezes encontrava lugares desabitados, outras vezes desenterrava baús, mas sem intenção de se enriquecer. Tudo apenas por curiosidade. Mas tudo isso o levou a loucura. Coitado, gostava tanto dele – Entristeceu-se Sr. Alcino, entregando o saco e um bilhetinho para que o duende analisa-se o pedido.
- E a luneta, vô? - Tornou a perguntar Victor
- Ela é o tesouro de maior valor para mim – Então o homem se calou. Apenas olhou para o duende, que neste momento chegava com a saca de moedas.
- Mais alguma coisa, senhor? - perguntou Cifrão
- Acho que não. Isso já é o bastante. Espere um pouco. Talvez meu neto precise daquela luneta este ano – o homem fez um gesto para o duende apanha-la e então continuou – Victor, não pude deixar de notar em sua lista, que foi requerido um telescópio. Você terá aulas de astrônomia em Hogwarts. Acho que isso vai ser muito util.
- Ahh...Obrigado – agradeceu o menino segurando, e examinando o instrumento – Mais, vô. Esta luneta não é preciosa para o senhor?
- E muito. Mas mesmo assim, algo precioso e de grande valor não merece ficar preso em um cofre simples, e escuro. – respondeu o avô do garoto – Além do mais. A tempo que eu já estava decidido a entregar-lhe a você.
Um tranco pesado e um barulho fez a porta quando Cifrão voltou a lacrar o cofre. O vagão seguiu pelo mesmo caminho de onde vieram. Outros vagões eram visíveis. Em algumas partes a trilha se cruzava com outras, havia cofres em todos os lados, até no teto do túnel haviam aberturas. Sr. Alcino espirrara novamente, mas desta vez puxara um lenço e soou o nariz. O vagonete subia depressa, virava para direita, à esquerda, descia alguns metros e subia vários. Passaram de novo perto do lago subterrâneo, depois de alguns minutos, pararam na boca do túnel. Desembarcaram e seguiram para o saguão.
- Tome. Este é o comprovante da retirada. - Disse um duende que estava trabalhando atrás do balcão. Era um cartãozinho amarelado.
Foi retirado do cofre 804, em 31 de julho:
Uma pilha pequena de sicles, nuques, galeões e uma luneta prateada.
Toda corporação agradece sua confiança.
Tenha um bom dia,
Urgolin – Gerente nº 2
A luz do sol os aquecera novamente quando atravessaram a porta de bronze. O duende recepcionista lhes desejou um bom dia, quando sairam. O Beco Diagonal estava realmente movimentado. Victor sentia um cheiro bom, vindo da sorveteria. Pessoas riam ao ver bonecos dançarem sozinhos. Exemplares ariscos voavam sem parar dentro de uma livraria tentando atacar um homem de cabelos louros, que no momento estava tendo um acesso de raiva. Havia muitas pessoas naquela hora, Victor correu os olhos por toda parte, e avistou uma loja de esportes. A sensação do momento realmente era a nova nimbus 2000. Vários garotos se expremiam no lado de fora da loja para dar uma espiadinha na vassoura de corrida.
Uma porção de penas brancas, marrons e pretas caiam à porta do “Empório de corujas”. Estava dificil de andar no meio da multidão. Um homem extremamente grande e selvagem vinha abrindo caminho quando eles encontraram com a Sr. Dorat enfrente a fármacia. A avó de Victor reclamou em voz alta aos dois:
- Fígado de dragão, dezessete sicles trinta gramas, eles endoidaram...
- O que eu posso fazer? - Perguntou o Sr. Alcino.
- Isso é muito caro, vó? - Perguntou Victor meio envergonhado com o protesto da mulher.
- Que pergunta ingênua, Victor – E apontando para um pacotinho beje prosseguiu – claro que é caro. Este mísero ingrediente esta valendo uma fortuna.
- Filho – Explicou seu avô – Sicles como já devo ter dito antes, são as moedas de prata. Dezessete sicles fazem um Galeão. E vinte e nove nuques de bronze é o mesmo que um Sicle.
- Caramba. Trinta gramas desse negócio custa um Galeão? - perguntou pasmo, o menino. Seus avós abanaram a cabeça dizendo que sim enquanto andavam.
- Onde vamos agora? - Perguntou o sr. Alcino
- A loja de roupas. Precisamos comprar o uniforme da escola – Respondeu sua mulher.
Entraram em uma loja entitulada: Madame Malkin – Roupas para todas as ocasiões. Uma bruxa meio parecida com a Sra. Dorat, exceto por suas vestes Lilás, apareceu atrás de um balcão repleto de tecidos picados e coloridos.
- Olá. Precisam de uniformes para Hogwarts tambem? - Perguntou Madame Malkin olhando para o garoto.
- Ahh. Sim. Primeiro ano por favor – Respondeu a Sra. Dorat
A mulher correu para os fundos e voltou com um punhado de sacos plásticos contendo roupas escuras.
- Os estudantes do primeiro ano precisam de: Três conjuntos de vestes comuns de trabalho (pretas) – Relatou a dona da loja, como quem já andara decorando a lista – Sabe. Hoje mesmo antes de vocês, vieram várias pessoas atrás destes uniformes – Riu a mulher – Tenho certeza que o garotão vai ficar elegânte embaixo desta capa. - E mostrou-lhes as vestes negras de trabalho, enquanto Victor corava.
O garoto acompanhou a mulher até o fundo da loja, e subiu em um banquinho, para que fosse feita as medidas necessárias. Um garoto loiro de cara mau humorada entrava e saia do vestuário com muita frequência. Dizia ele não gostar das roupas da loja.
Duas fitas métricas trabalhavam sozinhas, com as medidas, enquanto uma pena anotava os dados em um bloquinho de notas.
- Nossa. Como ele é grande, não? - Disse Madame Malkin – Dirigindo-se a Victor.
- Ah, sim. E como – Falou sua avó, sorridente – Já esta maior do que eu.
Meia hora depois. Com as sacolas cheias de roupas, os três sairam da loja.
- Muito bem, e agora, para onde vamos? - Perguntou o Sr. Alcino, impaciênte.
- Bom – Falou a mulher, examinando a lista de equipamentos - Caldeirão e balança temos em casa. Ainda falta os artigos para poções, um telescópio e uma varinha.
- Hum, Querida. Acho que não iremos precisar comprar um telescópio. Dei à Victor aquela velha luneta mágica. Acho que já estava na hora.
- É mesmo? - Alegrou-se a mulher – Vai descobrir muitas coisas com ela, filho.
Victor apenas sorriu para sua avó. Já estava curioso a respeito do objeto em Gringotes, ficara mais ainda depois de ouvir seu avô dizendo que ela era mágica.
- Pois bem. Eu comprarei os artigos para poções e tambem penas e pergaminhos, enquanto isso, vocês podem ir à Olivaras pegar uma varinha, e logo depois pegar estes livros – E entregou-lhes uma nova lista dos livros necessários que ela mesmo preparara - Nos encontraremos no caldeirão furado, pode ser?
- Esta bem – Concordou os dois
Seguiram para a loja de varinhas. No meio do caminho Victor notara que ainda faltava alguma coisa. Alertou ao seu avô. Que infelizmente tambem não se recordava. Por fim, o garoto se lembrou de que ainda faltava:
- Um gato. Preciso comprar um animal de estimação – Disse o menino.
Puxa vida, é verdade – Proferiu o Sr. Alcino – Acho melhor darmos uma passadinha na loja de animais, logo após comprarmos a sua varinha.
- O.K – Disse Victor.
Ouviram um sininho tocar quando pisaram na loja mais antiga e pequena em que já entraram. Do lado externo da porta, escrito com letras dourado era informado: Olivaras: Artesãos de varinhas de Qualidade desde 382 a.C.
Uma varinha descansava em cima de uma almofada púrpura, na vitrine da loja. Os dois visitantes se imprecionaram com o cheiro antiquado que fluia pelo ar. Tudo ali era empoeirado. Depois do sininho tudo se calou e deu origem a um silêncio vagaroso. Logo à frente, após o balcão, tinha uma prateleira impestada de caixinhas compridas cobertas de pó.
- Alô – Disse um velho, erguendo-se e aparecendo subitamente atrás do balcão. O homem possuia um par de olhos prateados e claros, assim como seus cabelos. Que cobriam as orelhas e não passavam de seus ombros.
Os dois, surpresos, retribuiram o cumprimento.
- Ora, ora. Mais um Evergloth rumando para Hogwarts? - Começou o Sr. Olivaras – vendemos ótimas varinhas para sua familia, garoto – Então de repente apontou seu dedo para o Sr. Alcino e disse:
- Mogno e Eucalipto. Vinte e seis centimetros. versátil para transformações – E abaixou o dedo – lembro-me bem, de cada varinha que vendi. Os Evergloth tem uma certa, facilidade, para transformações, não é?
- Sim, sim – Espantou-se o Sr. Alcino – É realmente se recorda de minha varinha. Pena que esta velha demais para ser usada – Aborreceu-se o homem.
- Uma varinha nunca esta velha demais. Se o senhor me permite – E apanhou a varinha do Sr. Alcino – lembro-me de muitas varinhas velhas e extraordinárias. Professor Dumbledore, por exemplo, utiliza uma varinha extremamente antiga, na qual, foi a melhor de que já ouvi falar em toda minha vida – O olho do velho brilhou, e então o homem prosseguiu – esta aqui, parece estar um pouco gasta, bastante usada. Mas nunca “velha”.
As palavras do Sr. Olivaras ecoaram na cabeça dos demais. O dono da loja agora investigava Victor com uma certa curiosidade.
- A maioria das varinhas escolhem seu dono. Poucos bruxos possuem a vantagem de escolher a sua própria varinha mágica. Os que possuem esta vantagem, tem algo em especial. Quando nenhuma varinha se dirige a um bruxo é por que este, tem poderes suficientes para mudar seu próprio destino – O senhor olivaras, chegara mais próximo de Victor como se o estivesse farejando – Sinto algo semelhante em você, desde que pisou nesta loja.
Victor sentiu um friozinho na espinha, e então falou:
- Não posso ter esses poderes em especial. Não posso mudar meu destino. Sou apenas um garoto comum.
- Talvez seja sim um garoto comum, – Continuou o Sr. Olivaras – ou talvez não seja. Para sabermos a resposta, só nos resta tentar.
- Qual o braço da varinha? - Perguntou o dono da loja, tirando uma trena com numeros prateados do bolso.
- Hum, Bom...eu costumo ter mais coordenação com o braço esquerdo – respondeu Victor.
- Oh, sim – Disse o senhor Olivaras – Não é sempre que recebo um cliente canhoto.
A Trena media o garoto da axila ao joelho, do ombro ao dedo, do ombro ao chão, do pulso ao cotovelo, e por último, ao redor da cabeça. Uma pausa e o Sr. Olivaras foi buscar uma pilha de caixas no fundo da loja.
- Preciso descansar as minhas pernas quando sair deste lugar – Cochichou seu avô
- Deixe que eu segure a varinha para você. Ali tem uma cadeira, o senhor pode me esperar sentado se quizer – Sugeriu o garoto.
- Otima idéia – Disse o Sr. Alcino em direção a cadeira.
O vendedor voltava com as inumeras caixas contendo varinhas. As fitas métricas agora descansavam no chão.
- Toda varinha Olivaras possue em seu núcleo uma poderosa substância mágica. Sendo eles, pêlo de unicórnio, pena de cauda de fênix e corda de coração de dragão. Não há varinhas Olivaras semelhantes, como tambem não existe substâncias semelhantes. E o mais importânte. O senhor jamais consseguirá resultados tão bons com outras varinha. Vamos, o que esta esperando? - Perguntou o velho, pondo as caixas no chão - Teste a varinha!
O menino abanou a varinha que estava segurando e por mais imprecionante que pareça, consseguiu transformar um vaso cheio de água, em um vaso cheio de lama. Seu avô e o Sr. Olivaras ficaram boqueabertos com o resultado.
- Explêndido! - Clamou o dono da loja – Não esperava por algo positivo logo na primeira tentativa. Mesmo virando lama, acho que foi um feitiço fascinante. Transfiguração é o seu forte garoto, pode acreditar.
O Sr. Alcino ficou todo cheio e sorridente. Não podia se conter de tanta alegria.
- Neste caso, acho que a varinha escolheu o bruxo. Mas... - Então o Sr. Olivaras parara. Olhava para suas caixas, que ainda permaneciam lacrada - O senhor pegou esta varinha do estoque, não foi? - Perguntou pasmo o vendedor.
- Bom, na verdade eu estava segurando-a para o meu avô. Pedi a varinha à ele, para que pudesse se sentar ali – E apontou para o lugar onde se encontrava o senhor Alcino.
- Pelas barbas de Merlin! Fantástico. Poucas vezes presenciei algo parecido. Então estava mesmo certo sobre você. O senhor possue uma certa liberdade à grandes mudanças. Escolheu a própria varinha em minha loja, poucos bruxos possuem esta opção.
Victor estava com a mente embaralhada no momento. Não entendia por que consseguirá transformar água em lama, se o pouco que sabia sobre feitiços eram pobres teorias.
- Sugiro que escolha uma nova varinha, Alcino – Disse o Sr. Olivaras voltando-se para o avô de Victor.
- Escolher outra varinha? Mas porquê? - Perguntou o senhor Alcino surpreso.
- Bom. Devido a esta situação, acho que não lhe resta outra opção, a não ser que fique sem varinha. Para ficar mais esclarecido: seu neto ofereceu um convite à varinha. E surpreendentemente ela á aceitou de bom grado.
- Convidei a varinha de meu avô sem saber que estava convidando? - Perguntou o garoto, perplexo.
- Parece estranho, mas faz muito sentido, Sr. Evergloth – Explicou o vendedor.
- Desculpa, vô. Eu...eu não sabia, juro que foi sem intenção – Relatou o garoto.
O olho de seu avô brilhara neste momento. Mas não foi um brilho de tristeza, muito pelo contrário. Estava orgulhoso de seu neto.
- Não é necessário pedir perdão quando se faz alguem se sentir feliz – Falou seu avô – Por dois motivos me senti feliz nesta loja, Victor. O primeiro é que realmente percebi um prodigio em nossa familia. Não sabe o tempo que levei para produzir uma transformção como esta que acabei de ver. E o segundo é que finalmente vou poder utilizar uma varinha nova. Bom, não que esta varinha seja ruim. Fique sabendo que no meu tempo de escola, ela foi uma das varinhas que mais se destacou no castelo. Mas depois do seu nascimento parece que ela não se comportava como antes. Errava os feitiços e tambem não transformava mais as coisas com precisão.
- Gargolas Galopantes! - Bradou o Sr. Olivaras – você disse que esta varinha mudou seu comportamento após o nascimento do menino? - Perguntou o homem ao Sr. Alcino
- Bom, sim. Lembro-me que um dia antes de Victor nascer eu conssegui uma transformação excelente. Transformei uma velha cabra que criavamos na fazenda em um belo berço...sabe, estava sem tempo para comprar um berç...
- Isso é muito peculiar! – Interrompeu Sr. Olivaras - Isso explica o defeito que a varinha possuia, desde que o garoto nasceu. Ela já sabia, ou sentia, que um dia serviria à ele, por isso não demonstrava mais sinais de qualidade.
Essa reviravolta foi de fato bem estranho mesmo. Mas no fundo parecia fazer sentido. Se a varinha tivesse que escolher o bruxo, esta, já teria escolhido Victor a muito tempo atrás. Mas ele nunca relara na varinha de seu avô antes. As crianças geralmente não relavam nas varinhas antes de entrar em uma loja acompanhada por alguém mais experiente. Os pais ou responssáveis achavam bastante perigoso. Se o menino escolhesse hoje uma outra varinha, ninguem saberia dizer quais os riscos que ele correria. Talvez a varinha de seu avô sentiria ciúmes do garoto, e, só Deus sabe o que estava por vir. Bom, mas enfim, tudo resolvido. Agora só faltava uma nova varinha para o senhor Alcino.
Depois do que parecerá quinze minutos experimentando as diversas varinhas, finalmente uma varinha escolhera o Sr. Alcino. Era feita de Macieira, tinha vinte e três centimetros, e seu interior dispunha de pêlo de unicórnio. O homem pareceu gostar bastante da nova varinha. Por fim, pagou seis galeões pela compra e seguiram para a Floreios e Borrões.
Era a livraria em que Victor observou o homem fugir dos livros endiabrados. A loja era bem grande, possuia dois andares. Estantes de livros de feitiços se erguiam de um lado, e outras estantes contendo diversos temas do outro, haviam livros que pareciam baús, como tambem haviam livros que pareciam selos postais com capas de seda. Livros sinistros e horriveis jaziam em estantes acorrentadas em um lugar no fundo da loja, mas o que mais chamava a atenção das pessoas eram os livros que sobrevoavam o teto do estabelecimento.
Compraram os exemplares requeridos pela escola, com exceção de: História da magia e Animais fantásticos e seu hábitat. Na qual a Sra. Dorat já possuia em sua estante.
A última loja em que visitaram vendia animais. Sapos, gatos, ratos, cobras, enfim, a loja era um verdadeiro zoológico. Vendia também: tônicos para ratos, gaiolas, jaulas, coleiras, etc. Levaram de la um belo gato preto, cujo as orelhas e a ponta do rabo eram azuis. Victor preferiu chama-lo de Sebastian. Na verdade, ele nomeou seu animal em homenagem à seu tataravô. No caminho de volta para o Caldeirão furado, ele e o Sr. Alcino converssavam:
- Certamente, Victor. Esta luneta é mágica.
- Mas, vô – Falou o menino, segurando corretamente a gaiola do gato – O que exatamente ela faz? Qual os poderes que possue?
O homem correu os olhos para ver se alguem estava escutando, e então respondeu:
- Meu avô, Sebastian, me dizia sempre, que esta luneta gozava de muitos poderes mágicos. Mas ele mesmo, consseguiu desvendar apenas um.
- Qual? - Perguntou o garoto, ancioso.
- Bom, ela é a unica, que da o luxo ao observador, visualizar astros desconhecidos. - Explicou o Sr. Alcino – Não que isso seja uma grande vantagem. Mas, todavia, ser o único a enxergar algo que ninguém mais ve, é bastante agradavel.
- O senhor já viu algo secreto com ela?
- Uma vez. Faz muito tempo. Acho que ainda era jovem demais para entender.
- Uau. Mas o que foi que o senhor avistou?
- Bom, não me lembro muito. Já faz muito tempo. Mas meu avô me disse, dias antes de naufragar, que havia encontrado um planeta oculto. Oculto até mesmo para os bruxos mais celebres.
- Caramba. Mas será que existe vida neste lugar?
- Filho, isso nem a luneta pode nos responder – Disse seu avô, com um tom de misterio.
Victor, ainda cheio de perguntas a fazer, tentou se controlar um pouco. Ao invés de uma pergunta ele decidiu afirmar:
- já encontrei!
- Encontrou o quê? - Disse o Sr. Alcino
- Um nome para o meu gato. Ele se chamará Sebastian, em homenagem ao meu tataravô, que faleceu fazendo oque mais gostava de fazer.
- Ahh, Victor. É bondade de sua parte homenagea-lo, ele ficaria muito orgulhoso se presencia-se este momento.
Quando chegaram no Caldeirão Furado, e encontraram com a Sra. Dorat sentada em uma mesa redonda, decidiram almoçar por ali mesmo. Sr. Alcino comprara pastel de camarão e uma garrafa de limonada para seu neto. Uma torta de abobora para dividir com sua mulher, e duas taças geladas de um negócio roxo. Poderia ser suco de uva, se o caldo não fosse tão grosso e escuro. Pagou pela refeição quando já estavam fartos e rumaram de volta à lareira. O bar não estava muito movimentado. O gigante barbado que encontraram outrora, estava pagando por um negócio rotulado: “Tônico de Morango”, parecia estar sofrendo de náusea, estava todo verde.
Desta vez, Sra. Dorat foi a primeira a entrar na lareira para voltar para casa. Era a mais carregada, segurava nas mãos sacolas de roupas, pacotes da Floreios e Borrões, uma sacola contendo uma caixinha estreita e comprida na qual seu marido não tirava os olhos, e outra sacola contendo frascos de vidro e pacotes coloridos.
- Para à casa! - Bradou ela, quando fez um esforço para jogar o pó sobre a lenha. Possuia apenas uma mão livre das sacolas.
Um fogo verde esmeralda encendiou a lareira e a mulher desapareceu. Victor notara que desta vez a fumaça deixada pelo fogo, formou o número cento e cinquenta e dois. No começo não fez menor sentido ao garoto, mas segundos depois ele compreendera que na verdade este era o número de sua redidência.
- Eu vou primeiro. Levo a gaiola do Sebastian para você – Propôs o Sr. Alcino.
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