Fogo e água



Hogwarts foi fechada, mas reabriu um mês depois. Durante esse tempo, Hermione, Gina, Harry e Rony ficaram n’Toca. Aos poucos, recuperavam-se da perda de Luna Lovegood. As aulas recomeçaram, mas as visitas a Hogsmeade foram anuladas.

- Está bem, Hermione! Será rápido, prometo! – dizendo isso, Gina saiu em disparada da biblioteca. Estava melhor, mas não tinha cabeça para estudar. Foi em direção ao campo de quadribol, nada como arremessar algumas goles para aliviar a mente e relaxar o corpo.

Quando saia apressada do vestiário, com o uniforme do time, uma nova pancada.

- O que? Ah não...
- Weasley, virou alguma espécie de hábito ou mania sua ficar esbarrando em mim? Se tiver, mude-a logo.
- Claro que não. Por que iria querer contato com alguém como você? Ainda mais assim, suado. Está nojento. Agora sou eu quem diz que você precisa de um banho! – dizendo isso, deu as costas.
- Onde pensa que vai? – inquiriu Malfoy, segurando-a pelo pulso.
- Quem pensa que é para perguntar?
- Anda com a língua afiada, Weasley. Nem parece mais aquela menina boba.
- Solte-me! – ordenou, puxando o pulso do toque gélido do loiro.
- Você tem uma dívida comigo, ruiva. Exijo pagamento.
- Dívida? Já não disse que não te devo nada?
- O que você diz não faz muita diferença.
- Ora! Nem sei porque estou aqui discutindo! Animais não costumam entender bruxos...
- Uma partida de quadribol. Um contra um. Então não tocarei mais no assunto.
- O que deu em você? É um louco.
- Então continua me devendo.
- Que audácia! – esbravejou Gina, dirigindo-se ao campo com sua velha vassoura em mãos.
- Não tem chances contra mim, e eu quero te ver perder. Vassoura péssima, sangue quase ruim... Além disso você é uma grifinória – sentenciou o loiro com algo que pareceu um sorriso nos lábios.

Gina achava tudo aquilo um absurdo, mas nunca fugiria de um desafio. Iria provar que era a melhor.
O jogo foi recheado de ameaças, críticas e sarcasmo. Ficou equilibrado no começo, mas a jogadora dava tudo de si e tinha muito mais talento.

- Que cara mais amarrada, Malfoy! Nem parece aquele arrogante de meia hora atrás. – falava entre risos.
- Deixei você ganhar.
- Sei! Por puro cavalheirismo!
- Eu posso ser cavalheiro, só não tenho vontade de me cansar com gente como você.
- Não mude de assunto. Você perdeu feio!
- E agora você é quem está completamente suada e nojenta.

Havia sido uma brincadeira, mas Gina ficou ofendida. Sem dizer nada, dirigiu-se ao vestiário. Draco não a seguiu.

- Eu não posso acreditar que dei moral para um idiota, arrogante, desumano, frio, desonesto... – ela resmungava em frente ao espelho do vestiário, ainda secando o cabelo após o banho.
- Nossa! Quantos elogios!

Gina teve que conter um grito, tamanho foi o susto que teve. Virou-se furiosa, pronta para estuporar Malfoy, mas parou assim que o viu melhor. Por mais que tentasse não pensar naquilo, ela não conseguiu ignorar a beleza do loiro de olhos azuis à sua frente. Ele era alto, tinha o corpo atlético, braços fortes e ombros largos. Seus cabelos estavam molhados e despenteados, sua camisa estava molhada e colada ao peito. Ostentava um sorriso no rosto e estava encostado à parede com os braços cruzados, em uma pose um tanto displicente.

- Que susto você levou... Não sabia que causava efeitos tão devastadores nas mulheres.
- Claro que causa... É só chegar sem fazer barulho, no lugar errado e na hora errada, e começar a falar qualquer bobagem. Até Merlin se assustaria! Vá embora, Malfoy.
- Quanto carinho...
- Nunca quis receber meu carinho, nem nunca o mereceu.
- Sabe, você até que não é tão feia quanto eu imaginava há alguns anos.

Na verdade, ela estava linda. Seus cabelos ruivos faziam ondas suntuosas, sua pele emanava um aroma fresco de rosas e ela usava um vestido rosa que era fiel a suas formas delicadas e sensuais.

- Alguma vez chegou a imaginar algo sobre mim?! Que horror. Sinto-me até mal depois de saber isso.

Draco não respondeu, apenas a olhou de cima a baixo, sem disfarçar sua malícia.

- E o que você está olhando?! Já não mandei ir embora?
- Você não pode me obrigar a nada. Não esqueça quem eu sou. E quem você é – retrucou cheio de desdém.
- Então quem vai embora sou eu.

Gina pegou sua bolsa e saiu batendo os pés. Já estava no corredor quando foi segurada pelos braços. Ficou em silêncio, enquanto Malfoy a puxava para perto. Os dois se olharam.

- Hoje seus olhos não estão acinzentados... É a primeira vez que os vejo realmente azuis – comentou Gina, sem pensar, aproximando o rosto para observa-los melhor.

Aquilo era demais. Desde o início do ano vinha tentando afastar a imagem da bela mulher de sua cabeça. Para isso, tornava-se cada vez mais grosseiro com ela. Podia ser só atração física... mas havia algo de encantador naquela ruiva que o intrigava. Toda aquela proximidade era uma prova dura demais para ele.
“Impossível resistir à tentação” pensou.
Em um ato impulsivo, colou seus lábios aos dela. Primeiro foi um toque suave, mas contato do que beijo. Em seguida, pediu passagem, passando levemente a língua em sua delicada boca rosada.
Gina sentiu um estremecimento que nunca havia sentido. Queria gritar, correr, e até estuporar Malfoy, mas seu corpo não obedecia a sua mente. Sentia-se arrepiada enquanto as mãos do loiro percorriam suas costas, seus ombros, sua nuca... Quando uma das mãos do rapaz acariciou seu seio, que estava coberto apenas pelo vestido, ela não conseguiu conter um breve gemido.

- Draco...

Se havia ainda algum resto de juízo na cabeça dele, foi perdido nessa hora. Abraçou Gina com mais força, encostou-a na parede e passou a prensar seu corpo contra o dela, como se quisesse que eles se tornassem um só de qualquer jeito, ali e naquela hora.
Fazendo jus aos direitos iguais entre homens e mulheres, Gina passou a acariciar o peitoral bem definido de Draco por baixo de sua camisa, enquanto segurava sua nuca com a outra mão.
Os lábios do sonserino começaram a deixar uma trilha de fogo em seu pescoço, seguindo para o colo. Gina afundou os dedos entre os fios de cabelo do rapaz, abafando um segundo gemido.
Draco parou por um instante e a fitou nos olhos, com um olhar fixo e quase selvagem.

- Eu a desejo... – sussurrou com a voz rouca em seu ouvido.

Gina sorriu e começou a desabotoar a camisa do loiro.

- Não brinque com o fogo...
- Não tenho medo.

Em poucos instantes a camisa negra estava no chão. Draco tinha as costas arranhadas por Gina, e isso lhe causava sérios arrepios. Ela se divertia ao observar cada reação do corpo de Malfoy as suas carícias, mas ficou um pouco desconcertada quando sentiu o quanto ele estava excitado. Seus corpos estavam colados, apenas tecidos separavam o membro ereto do rapaz do ventre casto da ruiva.
As coisas estavam praticamente fora de controle.

- Quem está aí? – era a voz inquiridora do zelador Filch. O som de seus passos estava cada vez mais alto.
- Merda! – praguejaram os dois ao mesmo tempo.

Draco pegou a camisa e saiu correndo, puxando Gina pelas mãos. Ela teve que se desdobrar para acompanhar seus passos largos e velozes. Em tempo recorde, estavam escondidos atrás das primeiras árvores da Floresta Proibida. Gina estava vermelha e praticamente sem ar; seu colo arfava rapidamente, chamando a atenção do rapaz. Quando seus olhares se encontraram, ela começou a rir sem parar.
Draco a observou sério, mas Gina continuou rindo. Depois até ele se rendeu à descontração. Era a primeira vez em que se permitia rir daquela forma.

- Que sufoco, ruivinha! – falou carinhoso, enlaçando-a pela cintura.
- Ruivinha?
- É. Mais precisamente, a minha ruivinha.
- Sei! – falou sarcástica.
- Falo sério!
- Também sei! – completou marota.

Era como se o resto do mundo tivesse desaparecido. Não havia barreiras ou preconceitos entre os dois. Eram ele e ela, simplesmente.

- Imagine se o Filch nos visse... – comentou Gina repentinamente séria.
- Eu seria obrigado a dar um jeitinho especial na memória dele.
- Como assim? Draco, isso é proibido.
- Fala isso de novo.
- Isso o que? Que é proibido?
- Não.
- Draco?
- Exatamente. Depois de seis anos te conhecendo, nunca havia me chamado pelo primeiro nome. Antes de hoje.
- Pudera! Nossa convivência nunca foi pacífica.
- Dessa vez, você está certa. A primeira vez em seis anos!
- Engraçadinho.
- Teria sido um desastre... se o zelador tivesse nos visto.
- Eu sei.
- Não sabe. Nem imagina – sentenciou pensativo. Afastou-se de repente dela, repelindo-a com certa rispidez.
- O que você quer dizer?
- Que não alimente nenhuma expectativa quanto a mim. As coisas hoje foram uma boa... diversão.
- Claro – falou mais para ela do que para ele, fechando os olhos com força.
- É que eu sou homem e você é bonita. Sabe como é.
- Sei. Agora eu sei... como é ser usada. Sei como é cair em uma brincadeira. Foi isso, não é? Uma brincadeira com meus sentimentos?
- Talvez. Mas você bem que gostou. E já deve estar acostumada com esse tipo de contato íntimo com os homens.
- Como eu sou estúpida! Saiba, Malfoy, que tudo isso não passou de um grande erro! Eu estava frágil, vulnerável, e você sabia! Mas não o culpo. A responsabilidade é minha, eu fui uma idiota. Já você, você nasceu um idiota. E, só a caráter de curiosidade, porque eu sei que isso nunca faria diferença para alguém sem escrúpulos ou moral como você, ninguém nunca havia me tocado dessa forma!

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.