Oferta?




- Olá, Sta. Granger. Os dois estão bem?
- E como poderíamos? Onde está Gina?!
- Foi encontrada. Petrificada.
- Não acredito! Onde ela está???
- Acalme-se, Rony. Sua irmã está bem. Disse que não viu quando foi atacada.
- Ah, a culpa é minha! Eu insisti para que ela fosse buscar a bolsa com os pergaminhos que havia emprestado para ela estudar!
- Hermione, não se culpe, o que aconteceu era totalmente imprevisível... – falou o diretor, com o olhar ao longe, sério.
- E quanto a Harry?
- Ambos estão sob observação na enfermaria.

- Harry, o que aconteceu? – perguntou Gina saltando da cama assim que a enfermeira deu as costas.
- Você está bem?
- Sim. Mas o que houve? As luzes... o grito... seus machucados...
- Hogwarts foi atacada por seguidores de Voldemort.
- Oh, por Merlin! – Gina exclamou, branca como cera - Como isso aconteceu?!

Harry tentou levantar-se para acalma-la, mas sentiu uma fisgada nas costelas e deixou escapar um gemido de dor.

- Ah, desculpe-me, Harry! Descanse...
- Há algo que precisa saber.

Um silêncio incômodo se seguiu.

- Luna... ela desapareceu. Provavelmente... foi raptada.

Gina não respondeu. Lágrimas grossas marcavam sua face. Lembrava-se do beijo... Ela beijava um estranho enquanto sua melhor amiga era raptada! Beijava um... Comensal da Morte? A simples menção disso a enojava.

- Gina! Gina! Acorde, minha irmã! – exclamava Rony exasperado.
- Eu... desmaiei. Mas estou... bem. Dumbledore! Onde está Luna? Os aurores já a encontraram, não é?
- Ah, Gina! Eu sinto tanto! – Hermione correu ao seu encontro e a abraçou com força.
- Como assim?
- Minha irmã, ela foi assassinada – disse Rony, visivelmente abalado.
- Eu tentei salva-la, Gina! Eu tentei! – falou Harry com a voz abafada.
- Não é verdade, ela está viva. Você me disse que ela foi raptada, então vamos salva-la e tudo ficará bem! Eu não acredito... Você mentiu para mim? Não...
- Eu queria que estivesse um pouco preparada.
- EU NÃO ESTOU! NUNCA ESTAREI! ELA É MINHA MELHOR AMIGA!

Gina saiu correndo, sem direção. Queria apenas fugir, desaparecer. Alcançou o lance de escadas mais próximo e saltava os degraus com desespero. Entrou em um corredor úmido e escuro, e continuou a descer em direção aos subterrâneos do castelo. Um fantasma tentou para-la, mas foi em vão. Só o que a fez parar foi uma grande pancada.

- Ai! Quem é o idiota que... – resmungou Draco Malfoy enquanto se levantava – Gina... Weasley. Não acredito! É mesmo uma sonsa! Como ousa...

Gina estava ajoelhada no chão. O tom seco, irônico e arrogante de Malfoy a tirou do sério. Ergueu o rosto, molhado de lágrimas.

- Você é que não ouse se dirigir a mim! Deixe-me em paz! – gritou furiosa, enquanto se levantava.
- Teria deixado, se você não tivesse se jogado em cima de mim! Agora preciso de um banho...

Gina deu as costas e continuou andando, contendo as lágrimas.

- Onde pensa que vai?! Você não é digna de andar por aqui!
- Como assim? Ah, sim. A Sonserina deve ser por aqui. Fique sabendo que eu é que não quero nunca mais nem passar por esse lugar asqueroso!
- Será sempre um prazer! Felizmente não precisarei mais encontra-la nessa escola. Ela está sendo fechada. O diretor mostrou sua incapacidade hoje. Todos estão alarmados. Há uma morta e dois feridos, ruiva – falou em uma espécie de comemoração, carregando de nojo a última palavra.
- Você é desumano!
- Vindo de você, isso soa como um elogio.

Então Draco parou. Observou a mulher a sua frente. Seu peito arfava, de raiva e de nervosismo. Sua face estava mais vermelha e inchada do que nunca. Seus olhos castanhos sempre vívidos, agora estavam negros e lacrimosos. Fez uma careta.

- Acho melhor você tratar esses joelhos. Estão sangrando.
- Não diga!
- Você não está nada bem...
- Que bela conclusão, Malfoy! Vejo que está cada vez mais inteligente.
- Não me provoque. Faça uma coisa: se aproveite que eu estou feliz e aceite essa oferta única na história do mundo bruxo.
- Oferta? – sibilou confusa.

Draco se aproximou e apontou a varinha para os machucados. Gina fez menção de recusar, mas, assim que Draco começou o feitiço, a ardência deu lugar a um grande alívio.

- Não vai mesmo me agradecer? Os Weasley são mesmo muito mal educados.
- Não te devo nada. Nem tive chance de recusar!
- Faria isso?
- Mas é claro que sim!
- Dane-se. Isso não irá se repetir, já que, como disse, foi algo único na história.
- Que bom... – disse Gina tristemente, olhando para uma parede.

Draco virou as costas e se foi. Só então Gina deixou novas lágrimas molharem seu rosto.

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