Weasley e Zabini



Capítulo 2 – Weasley e Zabini

Blaise Zabini terminava de arrumar suas malas enquanto pensava, com um sorriso bobo nos lábios, que dentro de instantes teria sua ruiva novamente em seus braços.

Inventou aquela “viagem” para Gina porque precisava passar o Natal na casa de seus pais, com todos os Zabinis reunidos, e ainda não tinha sido capaz de inventar uma história bastante convincente para justificar seu relacionamento com uma Weasley. Poderia dizer a verdade, mas não tinha certeza se ela seria convincente, ou conveniente. Afinal, embora Gina fosse sangue-puro e desprezasse os Weasley, ainda era parte daquela família pobre, adoradora de trouxas e seguidora de Dumbledore. Imagine se eu for deserdado por causa dessa história... Blaise gostava de Gina, mas também gostava muito de seu dinheiro, e não gostava sequer de cogitar a possibilidade de ficar sem um dos dois.

Gina não tinha engolido muito bem essa viagem (Você não pode aparatar no destino, e voltar todo dia à noite ? Assim podemos até passar o Natal juntos... ), mas acabou dando-se por vencida após Zabini ter repetido mais de mil vezes que não conhecia direito o local de destino, e que tinha medo de aparatar dentro de uma rocha. Ela podia ser teimosa, mas ele era persistente na sua história...

Parou pra pensar nos últimos oito meses de sua vida. Oito meses com Gina. Tinha que admitir que isso era, no mínimo, inesperado. Encontrara Ginevra por acaso, numa festa de amigos que ambos tinham em comum. Olhou para aquela ruiva estonteante, e reconheceu a pequena Weasley de imediato. Aliás, a reconheceria em qualquer lugar: preferiria comer um morcego vivo a admitir, mas, desde Hogwatrs, Gina já era dona de todos os seus olhares. Ela não era como o resto da sua família: Percy era o monitor-mala da Grifinória, seus irmãos gêmeos eram espalhafatosos, chamavam a atenção armando confusões; Rony era o cão de guarda do Potter... Já Gina era muito diferente... Chamava a atenção justamente por ser discreta, envolta por uma aura de mistério... Era dona de uma força que seus olhos pareciam não poder conter, seus cabelos ruivos transmitiam um calor que poderia aquecer a mais fria das almas. Até mesmo quando gargalhava como uma criança na mesa da Grifinória, ou quando fazia cara de má jogando quadribol, toda suada e descabelada, ela não perdia o seu encanto...

Zabini achou que ela ficara ainda mais exuberante com o passar dos anos. Sentia-se quase que irresistivelmente atraído, mas ficou com receio de se aproximar. Sabia que dificilmente sairia ileso de um contato com aquela ruiva. Além disso, não queria sonhar com o impossível. Aquele era o tipo de garota inatingível para um sonserino, então resolveu ficar na dele. O que ele não esperava é que Gina travaria o contato que ele evitava:

- Desculpe, mas você não é Blaise Zabini, Sonserina, turma de 98 ?
- Sim, sou eu, e você é... ? – Zabini respondeu fingindo desinteresse, e tentando desesperadamente disfarçar sua surpresa: ela sabia quem ele era !
- Weasley, Gina Weasley. Desculpe, mas você foi um dos poucos rostos familiares dessa festa... Se incomoda se eu me sentar com você ?
- Não, fique à vontade, ahn, Weasley...
- Ah, por favor, me chame apenas Gina... Infelizmente não tenho muito orgulho do sobrenome que carrego... E foi aí que Gina contou, numa noite que foi muito longa, sobre todas as divergências entre ela e sua família, com uma intimidade surpreendente para duas pessoas que tinham acabado de se apresentar. Blaise ficou sabendo que Gina foi impedida de participar da última grande guerra, mesmo sendo uma bruxa muito capaz. Ela própria tinha seus motivos pessoais para participar da guerra, afinal fora possuída pelo jovem alter ego de Voldemort. Além disso, pouco antes da Batalha Final, ouviu, estarrecida, uma declaração de Potter, dizendo que a amava, mais do que qualquer outra coisa no mundo, mas que não poderia submetê-la aos perigos que um relacionamento com ele poderia trazer. O grande herói trágico da Grande Guerra ainda declamara que o amor de Gina seria essencial para a vitória, mas que somente se soubesse que ela estaria sã e salva, seria capaz de dar tudo de si para derrotar Voldemort.

- Então, meu caaaro Zabini – Gina já dizia numa voz arrastada, após a sexta dose de whisky de fogo – foi nessa situação que eu me vi: sendo essencial para a guerra, desde que eu me comportasse como um bibelô para o Pottinho, ou como um elfo doméstico para a minha família. Só que eu não sou feita de porcelana! Eu não fui uma das alunas de maior destaque de Hogwarts à toa! No fim das contas, a Molly, te falei dela? Minha mãe... Então, a Molly acabou me convencendo a estudar as artes da cura, a Medi-bruxaria, porque eu tinha os NIEM’S necessários e acabaria sendo útil, ajudando as pessoas que tinham sequelas da Grande Guerra... Enfim, acontece que isso não preenche o vazio que eu sinto, e eu não consigo deixar de culpar minha família por esse vazio... E é por isso que eu me enchi...
- Weasley, me...
- Gina, por favor – interrompeu Gina, fazendo uma careta ao ouvir seu sobrenome.
- Ok, GINA. Gina, me desculpe pela interrupção, mas porque você está me dizendo tudo isso ? Você sabe, eu fui um sonserino, você, uma grifinória... – Zabini tentava ser sutilmente indelicado, numa fracassada maneira de se manter longe da Weasley, mas já era tarde: estava completamente seduzido pela forma como a ruiva se alongava na cadeira, como ela segurava o copo, como ela sorria, como ela fazia caretas, como ela ficava ruborizada quando se exaltava (embora achasse que aquilo também podia ser efeito da bebida)... – Por que espera que eu seja o seu confidente ?
- Bem, desculpe, eu achei que você tinha percebido, mas eu fui uma grifinória, e não pude agir como tal... E o que eu lhe disse não são confidências... O mundo inteiro sabe disso... Mas acho que isso não importa, se você realmente não quer me conhecer melhor... Mas não achava que era isso que os seus olhos diziam durante os seis anos que eles me perseguiram por toda Hogwarts...
Gina levantou-se da mesa, com um sorriso no canto dos lábios, e ia virar-se para ir embora, quando Zabini, atônico, pediu para ela ficar:
- Não, fique aqui – ainda estava contrariado. Então quer dizer que ele deu bandeira todo aquele tempo e ela havia percebido ? Que droga ! - Eu não participei da Guerra, Gina, por dois motivos: o primeiro: ser sonserino é ter ambição, não viver sob a sombra de alguém, somente servindo, um sonserino dita as suas próprias regras... assim como parece que você está disposta a fazer; o segundo: nunca partilharia algo com um sangue-ruim, e era isso que Voldemort era: um sangue-ruim. E, ao que me consta, você é sangue-puro... Estou errado ?
- Não, você está certíssimo, “mon cher”. – Gina sentia-se incrivelmente sedutora quando falava francês.
- Então, sente-se, “s’il vous plaît” – Zabini entrou no jogo – Acho que temos mais em comum do que eu poderia supor...


A partir de então, Gina passou a ser uma companhia constante de Zabini. Não havia uma coisa sequer em Gina que não fosse perfeita. Hum, pensando bem, havia sim: o sobrenome. Mas esse era um problema adiável, uma vez que o pior já tinha passado. A próxima festa dos Zabini seria apenas em quatro meses, e até lá, não precisaria dar as caras na casa de seus pais.

E, sem dúvida alguma, passaria um réveillon maravilhoso com sua ruiva.




Draco revisou a lista de convidados que sua secretária havia lhe enviado. Era inegável que havia perdido seus “amigos” mais próximos na Grande Guerra, mas o nome Malfoy ainda era associado a dinheiro e a glamour, razão pela qual tinha certeza que aquela seria a maior festa desde a Batalha Final.

Não que Draco estivesse com grandes ânsias de festejar alguma coisa (embora andasse, nos últimos tempos, com um bom humor invejável) mas sabia que nessas festas se fecham grandes negócios, por isso convidava as grandes fortunas na Europa. Queria mostrar a todos que os Malfoy ainda estavam na ativa.

- Srta. Ashley, posso saber o que passou pela sua cabeça de trasgo quando colocou o nome de Parkinson nessa lista ?
- Desculpe, Sr. Malfoy, mas achei que ela havia sido sua contemporânea em Hogwarts...
- Foi, o que não lhe permite chegar a conclusão alguma... Parkinson é uma mulher pedante, que perdeu toda a sua fortuna depois que seu pai faleceu. Não teve competência sequer para arrumar um bom casamento, o que não é de se espantar, depois da fama que ela construiu em Hogwarts. Agora me diga, você acha que essa festa é um lugar para fracassados ?
- Não, Sr. Malfoy, eu irei retirar o nome da Srta. Parkinson imediatamente...
- É claro que vai... Deixe-me ver o resto da lista... Baddock, bom nome... Bronson, Brunot, Bulstrode, Crabble, uh, dê a esse nome o mesmo destino de Parkinson, Derricfk, Flint, aquele idiota, achava que entendia de quadribol, Fontaine, Goyle, Grant, Greengrass, Groats, Higgs, LeFou, Martin, Montague, Nott, sim, Nott é um bom nome... não andava comigo em Hogwarts, mas tinha uma certa dignidade que combinava com os Sonserinos..., e não com os filhotes de trasgo que eram Crabble e Goyle... Pritchard, Pucey, Rhodes, Slobodan, Snape, Taylor, Turner, Warrington, Zabini, sim, amigo de Nott, ótimo nome... Bem, Srta. Ashley, mande o convite para as pessoas da lista, mencionando que o convite é extensível ao acompanhante. Não sei se toda essa gente já casou, e não quero que perca seu tempo investigando. Eu lhe pago para que faça coisas mais importantes.
- Sim, Sr. Malfoy.
- Vou acrescentar mais algumas pessoas à lista, que também são muito importantes e influentes, mas que a Srta. esqueceu de adicionar... Mas não a culpo, vindo do buraco que vem, como conheceria essa gente de que falo ?
Os olhos da secretária se encheram de lágrimas, mas ela disse simplesmente:
- Deseja mais alguma coisa, Sr. Malfoy ?
- Sim, que me deixe em paz.

Draco começou a escrever em um pergaminho uma solicitação à Witch Models, agência bruxa de modelos e manequins, pois precisaria contratar uma acompanhante deslumbrante para a festa. Afinal, a companhia de uma bela mulher era uma das marcas de um homem bem sucedido, e a sua mulher deveria ser a mais bela de todas.

N/A: Desculpem pelo Capítulo curtinho, mas não sei o que meu deu, foi tão difícil escrevê-lo... E calma, não se enervem, o shipper É D/G, mas se fosse fácil acontecer, não teria graça !!! Ah, e eu preferi deixar a Gina má, ao invés de deixar o Draco bonzinho... Porque, afinal, se quiséssemos alguém bonzinho, torceríamos pelo shipper Harry/Gina...

Agora eu preciso pedir perdão, de joelhos, à minha MA-RA-VI-LHO-SA beta-reader, a Srta. Dra. Katrina “Trininha” Malfoy, que mui bondosamente betou a minha fic (inclusive o primeiro capítulo, que eu postei antes de receber a resposta dela (schlap, schlap - esta sou eu chicoteando minhas costas)... Kérída Trininha, sem você eu não seria nada ! Sem você eu sequer continuaria a escrever essa fic, porque eu não recebi uma única e mísera review !!!

TRININHA, PERDOE-ME, OU SEREI CAPAZ DE CORTAR OS MEUS PULSOS, E ESSA FIC NUNCA TERÁ UM FIM !!!!!!!!!!!!!!!!

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