O mundo perfeito



Disclaimer: Harry Potter® e os demais personagens da obra de J. K. Rowling são dela, e só dela, e ela resolveu ceder o direito de exploração para a Warner, e não para nós, fazer o quê... eu nunca disse que a propriedade intelectual não pertence a ela e eu meto um processo nas fuças de alguém que disser que eu disse uma coisa dessas (hahahaha). Bem, o fato é que sabemos muito bem de quem é a propriedade intelectual destes personagens (não é minha, nem de ninguém que escreve as fics, mas da Rowling, com cessão para a Warner), e não estamos explorando as marcas ou auferindo lucro, nosso único objetivo é homenagear a autora e nossos personagens favoritos. Portanto, s’il vous plaît, não nos processem, sim ? Somos do bem, e não ganhamos nada com isso...
Agradecimentos: Meus longos e emocionados agradecimentos à Biba, que me incentivou a escrever isso aqui, e disse que a minha fic não poderia estar tão porcaria a ponto de ser impublicável... E os mais profundos e sinceros agradecimentos à minha master beta-reader Trininha (ou Srta. Dra. Katrina Malfoy, como queiram), que faz um trabalho primoroso, e corajoso (que é ler em primeira mão os trecos que eu escrevo). Mil bjks procê !!!
Nota do Autor: Oiê, vcs nunca me viram por aqui, porque essa é a minha primeira fic !!! Por ser a primeira, peço a compreensão de todos, porque ela não é, por assim dizer, aquela maravilha toda... Na verdade, ela é apenas o primeiro impulso pra eu poder deixar a minha inibição de lado e, quem sabe, daqui um bom tempo (e põe tempo nisso), escrever alguma coisa que preste… Bem, quanto aos créditos, a música é de um banda fantástica, The Smiths, e chama-se "What She Said" (ok, reconheço que a banda e a música são velhas, mas o problema é que eu também sou, hahahaha), e coloquei na fic (mesmo não sendo uma songfic) porque eu achei que ela traduz bem o estado psicológico da Gina, algo que rebelde DEMAIS pra causa DE MENOS… Bjks, e até o próximo capítulo !!!
P.S.: Já vi que é de praxe, então, s’il vous plaît, COMENTEM !!!


- Eu não pude evitar! Vocês sabem como era difícil escapar da sua influência, das suas palavras! Muitas pessoas até do Ministério foram levadas apenas por sua lábia… E EU ESTAVA SOB A MALDIÇÃO IMPERIUS!!!
- Controle-se, Sr. Malfoy...
- Como eu posso me controlar ??? Vocês estão prestes a me tratar como o Crouch, estão prestes a cometer um grande erro, que vai arruinar com a vida de um inocente, COM A MINHA VIDA !!!
- Sr. Malfoy, acalme-se ! Estamos lhe dando um justo julgamento e considerando todas as circunstâncias dos acontecimentos…Após seis anos, Draco Malfoy ainda lembrava, com exatidão, de todos os detalhes de seu próprio julgamento. Sabia que, ao ter tocado no nome de Bartolomeu Crouch, marcara um ponto importantíssimo. O passado do Wizengamot (NA: o tribunal dos bruxos) possuía muitas máculas: a prisão de Sirius Black sem julgamento prévio, o confinamento do filho de Bartolomeu Crouch, após um julgamento onde não houve contraditório... Após a destruição de toda a família Crouch, motivada pela intolerância, todos se perguntaram se não haviam errado em não dar uma segunda chance ao rapaz.
- Sra. Bones, não posso ser punido por não ser um herói ! Sou simplesmente humano, com todos os defeitos que essa condição me traz... Estava acuado, ameaçado, e sob uma maldição imperdoável... Quem não faria o mesmo no meu lugar? Harry Potter ? Alvo Dumbledore ? Eles não são como nós, são diferentes… especiais… Nenhum de nós conseguiria enfrentar Você-sabe-quem, mas eles sim, e…
- Sr. Malfoy, estamos falando apenas da sua conduta, não envolva terceiros neste julgamento.
- Então lhes peço o mesmo, Sra. Bones ! Não os utilizem como um parâmetro de conduta. Pensem em vocês mesmos, pessoas comuns, e no que fariam, e digam se o que eu fiz merece ser punido com uma sentença eterna em Azkaban. É tudo o que eu tenho a dizer…Draco sorriu para si mesmo ao se lembrar do pergaminho oficial que recebera dois dias depois... INOCENTE. Fora inocentado, pois agira sob coação… O único que poderia ser responsabilizado seria seu pai, que já estava morto. Bando de idiotas. Me safei praticamente com a mesma desculpa de meu pai... E era verdade, ou quase, uma vez que Draco culpara o próprio pai pela sua adesão ao grupo de comensais, recurso indisponível para Lucio 16 anos antes, que culpou o próprio Lorde das Trevas. Se a desculpa de seu pai colou, porque a dele não colaria ?
Seu pai… Draco achava que ele realmente tinha levado essa história de Comensal longe demais. Fora o último Comensal a cair antes do próprio Lorde das Trevas. Mas talvez ele simplesmente não tivesse percebido o risco da derrota iminente (quando Draco o percebeu, pulou fora imediatamente). No que Draco não podia acreditar é que seu pai se mantivera fiel a algo ou alguém que não fosse ele próprio. Bem, um desperdício. Ou não, uma vez que, com Lucio morto, não houve quem contradissesse a sua versão dos fatos, que o livrara de Azkaban.
Mas agora Draco realmente não tinha do quê reclamar. Se livrara de uma temporada "ad eternum" em Azkaban, herdara toda a fortuna de seu pai, era charmoso, inteligente, perspicaz... e o mais reconfortante: o Potter Perfeito tinha pirado! O Cicatriz, com todo o carma de ser herói, bom garoto e o preferido de Dumbledore, não suportou ter que matar uma meia dúzia de Comensais e o próprio Lorde das Trevas, e simplesmente surtou! Imbecil, ao invés de se sentir orgulhoso... Mas enfim, ele havia superado o babaca do Cicatriz, e o mundo era perfeito: Potter era um panaca, e Malfoy era brilhante!!!
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Era uma manhã de domingo bastante ensolarada, um convite a sair da cama para qualquer pessoa normal. Mas Gina Weasley não era uma pessoa normal. Olhou emburrada para tanta luz, ouviu pássaros cantando com todo o vigor e as risadas de seus irmãos… Como essa gente pode ser tão feliz se não dorme? MALDITOS! Gina se levantou, abriu a janela de seu quarto n’A Toca e berrou:
- CALEM A BOCA, SEUS RETARDADOS! TEM GENTE NESSA CASA QUE É NORMAL E QUE QUER DORMIR ! – E fechou a janela com um estrondo que pôde ser ouvido até em Londres.
- Nossa Gininha meiguinha e delicadinha acordou !!! Que doce de garota !!! – Gina pode ouvir Fred gritar, mas como estava muito irritada com o barulho, resolveu não revidar. Apenas abriu a janela, mostrou seu dedo médio, e fechou-a novamente.
Agora Gina tinha a certeza de que não conseguiria dormir novamente. Sentou-se em sua cama e pensou porque ainda mantinha os vínculos com sua família. Não conseguia sequer manter uma convivência perto do civilizado com eles. Na verdade, estava lá apenas porque Zabini teve uma viagem a negócios e ela não pode acompanhá-lo. E embora ela preferisse morrer a admitir - Eu, Ginevra Molly Weasley, não preciso de ninguém!!! - , achou que seria deprimente demais passar o Natal sozinha.
Sorriu levemente ao se lembrar de Blaise Zabini. O garoto estudou em Hogwarts, e era do mesmo ano que seu irmão Ronald e o famoso Harry Potter. Embora os garotos nunca tivessem tido problema algum com Zabini, o fato de que ele pertencera à Sonserina só fez escandalizar a família Weasley, quando Gina anunciou o namoro, há oito meses.
- Mas Gina, esse não era aquele garoto da Sonserina, que estudou no mesmo ano que eu e o Harry em Hogwarts?
- Ele mesmo, Rony…
- Um sonserino ? Minha filha, você não pod...
- Pode parar por aí, Molly… - Gina dissera "Molly", e não "mamãe", deliberadamente, para irritá-la - Pedro Pettigrew era da Grifinória, e foi um grande traidor, além de responsável pelo retorno de Você-Sabe-Quem… Então não me venha com estes estereótipos de "na Sonserina só tem cobra", "na Corvinal só tem cabeçudo", "na Lufa-lufa só tem panaca" e "na Grifinória ficam os meus filhos, que são valentes e corajosos"…
- Mas eu nunca disse nada contra a Corvinal ou contra a Lufa-lufa… - a Sra. Weasley gaguejou.
- Mas na Lufa-lufa só tem panaca mesmo ! – interrompeu Rony.
- Rony, de você eu não esperava outra coisa – Gina virou-se para a Sra. Weasley – e nem de você, Molly, defende os corvinais e os lufa-lufas, mas não abre a boca para a Sonserina… Mas pra você ver como está errada, o lugar do grifinório perfeito, cheio de valentia, agora é o St. Mungus…
- Não meta o Harry nessa história – berrou Rony.
- Foi só um exemplo, mas poderia citar muitos outros, se você quisesse: os pais do Harry, os pais de Neville, Sirius, Finnigan… Olha só que belo destino que espera os grifinórios… Não quer que eu generalize ? Então comecem vocês não generalizando ! E de qualquer forma, eu não vim aqui pedir autorização pra nada, só vim avisar, porque o Zabini é uma pessoa pública, e odiaria deixar que vocês soubessem que estamos juntos pelo Profeta Diário.
- Mas Gina, pensa bem, os Sonserinos sempre humilharam nossa família… - Rony tentou argumentar.
- Zabini alguma vez disse algo contra você ? – Gina retrucou rapidamente.
- Não, mas tenho certeza que ele sempre ria das piadas de Malfoy sobre a nossa família, e concordava com elas – rebateu Rony.
- Bem, digamos que existem algumas coisas sobre os Weasleys com as quais ambos não concordamos, eu e ele, quero dizer… Sinto muito… - Gina finalizou, e aparatou para sua casa em Londres.

Gina se lembrou deste momento com um certo sorriso de escárnio. Desde quando fora proibida, pelos seus pais, de participar da Ordem ou de participar de qualquer outra forma da guerra contra Você-Sabe-Quem, rebelou-se. Por mais que demonstrasse ser capaz de enfrentar grandes duelos, de preparar as poções mais complicadas, de executar as transfigurações e feitiços mais difíceis, nunca conseguiu provar à sua família que não era apenas a caçula. Todos tentavam protegê-la, e aquela proteção simplesmente a sufocava ! Sentia-se uma inútil completa. Buscou apoio em Harry, Rony e Hermione, que enfrentaram os Comensais com ela no seu quarto ano, mas nenhum deles teve coragem de enfrentar os pais de Gina. Ela somente pode ajudar a Ordem com faxinas, preparação de refeições… Ela era como um elfo-doméstico que tem que limpar um salão após a festa ter terminado. Gina sentia todo o seu potencial ser enterrado por uma tonelada de tarefas domésticas. Acabou cultivando um ódio profundo pela causa da Ordem, que motivou tudo isso…
What she said:
O que ela disse:
"How come someone hasn't noticed
"Como ninguém notou
That I'm dead
Que eu estou morta
And decided to bury me ?
E decidiu me sepultar ?
God knows, I'm ready !"
Deus sabe, estou pronta !"
A contragosto, por sugestão de sua mãe, se formou na faculdade de medi-bruxos. Na verdade, a Dra. Weasley acreditava que apenas uma coisa acalmaria Gina: a proximidade com Harry Potter. Como Harry estava internado em St. Mungus, seria uma boa oportunidade para ficarem juntos. Mas Gina não gostava do seu trabalho e, principalmente, não gostava nem um pouquinho das intenções de Molly. Potter estava M-A-L-U-C-O !!! Ela nunca poderia ter nada com ele !!! E esta sensação de que a ela só restavam as migalhas simplesmente a sufocavam.
What she said was sad
O que ela disse era triste
But then, all the rejection she's had
Mas com toda rejeição que ela sofreu
To pretend to be happy
Fingir ser feliz
Could only be idiocy
Seria apenas uma idiotice
What she said was not for the job or
O que ela disse não foi pelo emprego ou
Lover that she never had
Pelo amante que ela nunca teve
Então Gina reencontrou Blaise Zabini. Blaise era um homem extremamente elegante, envolvente e sedutor, e não demorou a se interessar por Gina, o que não era de espantar: Gina, aos 22 anos, era uma mulher espetacular, com um corpo de curvas esculturais, lábios provocantes, cabelos luminosamente vermelhos, que moldavam seu rosto fino com cachos displicentes e olhos insinuantes, da cor de chocolate. Gina viu em Zabini duas grandes oportunidades: irritar sua família e entrar para a elite do mundo bruxo, que tinha verdadeiro desprezo por gente como a família dela.
Não demorou muito e Zabini, que estava realmente muito envolvido com Gina, reclamou mais sua presença. O trabalho no St. Mungus absorvia muito do tempo de Gina, e como ela própria já não gostava muito de seu trabalho (toda essa dedicação por gente que não merece !), acabou sendo convencida por Blaise a deixar essa profissão e tentar algo novo. Chamou Gina para ser relações públicas de suas empresas, uma vez que a ruiva podia ser muito eloqüente, sedutora e convincente, se quisesse (e ele era a prova viva disso !). Gina não pensou duas vezes, e logo aceitou o convite. E aproveitou o momento de mudanças, para mudar logo a sua vida toda: saiu d’A Toca, e mudou-se para uma casa em Londres, na Sussex Gardens, que era protegida dos trouxas por diversos encantamentos. Passou a freqüentar grandes eventos da sociedade bruxa e, como costumava dizer num largo sorriso "aproveitar a vida de verdade".
What she read
O que ela leu
All heavy books
Todos os pesados livros
She'd sit and prophesize
Ela sentou e profetizou
(It took a tattooed boy from Birkenhead
Ela os pegou emprestado de um garoto tatuado de Birkenhead
To really really open her eyes)
Que realmente abriu os seus olhos
What she said:
O que ela disse:
"I smoke 'cos I'm hoping for an early death
"Eu fumo porque eu espero por uma morte precoce
AND I NEED TO CLING TO SOMETHING !"
E EU PRECISO ME APOIAR EM ALGUMA COISA !"
Agora Gina se considerava uma mulher independente, com um trabalho que a fazia reconhecida, no qual podia mostrar ser uma mulher forte, com um namorado cobiçado pela maioria das bruxas do Reino Unido entre 17 e 40 anos e, principalmente, realizada, afinal, conseguira ferir a sua família, que tanto a ferira, sufocando seus sonhos. Realmente, o mundo era perfeito…

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