Draco Malfoy, guerreiro Akiles



O vento quente batia em seu rosto, fazendo com que os cabelos, que Draco estava deixando crescer desde as férias, fossem para trás. O medo de morrer era grande, mas fez um esforço enorme para manter sua espada firme em punho, mesmo que fosse mais por pose, enfeite, já que não sabia manejá-la.

Os cavalos corriam, impulsionando o carro à frente, não pareciam temer. Já Draco temia, e tremia. Um dos carros de batalha inimigo se aproximou. O homem gritou e tentou acertá-lo, com a espada bem no peito, mas Draco conseguiu desviar-se, não foi dessa vez. O carro inimigo parou e o homem desceu.

-AKILES, seu insano, morto-vivo! - ele gritou. -Venha enfrentar-me, vai pagar por tirar a vida de meu irmão!

Draco puxou as rédeas dos cavalos. Seu carro parou bruscamente, fazendo-o cair desajeitadamente para frente. Péricles parou ao seu lado.

-Você deve duelar com Páris. - ele disse com um olhar grave para Draco. -Vá lá e acabe com a raça dele! - irado, empurrou Draco para o meio da arena.

Os soldados pararam de lutar, parecia que todos queriam ver a luta de Akiles e Páris. Uma roda formou-se em torno dos dois. Draco estava bem afastado do oponente. Continuava tremendo.

"Como queria minha varinha nessa hora! Maldito Glorfindel, por que pegou as nossas varinhas? É tudo culpa dele, professor infeliz...", não parava de xingá-lo mentalmente.

Olhou a sua volta, viu que Páris, o homem contra o qual lutaria, parecia olhar bastante para um local perto do muro. Draco também virou sua atenção para o muro e lá viu, de longe, um punhado de cabelos vermelhos em meio a várias cabeças. Só poderia ser a Weasley, ela assistiria de camarote o seu fim e deveria estar bem feliz. "Em pensar que tentei salvá-la e ela não faz nada por mim.", pensou amargurado, desviando o olhar e tentando segurar a espada mais firmemente.

Gina viu que Malfoy olhava para ela, mas não tinha como ajudá-lo. Estava desesperada, não queria assisti-lo morrer, não assim, impotentemente. Sabia que se culparia pelo resto da vida.

-É preciso que ele lute com Páris? - perguntou a Kassandra.

-Se ele fugir, vai ser morto por algum soldado, grego ou troiano. - a amiga respondeu tirando a mão de Gina da boca, impedindo-a de roer mais as unhas. -Páris não é tão bom guerreiro, todos e até ele próprio, pensam que Akiles vencerá.

-Mas você, obviamente, torce por Páris. - Gina apontava a verdade.

-Eu não torço por mais ninguém nessa guerra, no fim todos morreremos. - às vezes ela acabava sendo negativa demais.

Gina torcia por um milagre.

Páris veio ousadamente para cima de Draco que, sem nem perceber, protegeu-se com o escudo dourado que carregava. Riu com a sorte, ou seria bom reflexo? Tentou contra-atacar erguendo a espada e indo em direção ao inimigo. Acertou em cheio a perna do oponente que caiu com dor.

Os homens de seu exército gritaram, empolgados.

'Akiles! Akiles!'

Era a oportunidade para Draco acertá-lo em cheio. Era necessário apenas um golpe, no peito ou na cabeça, para vencer. Entretanto, olhando-o com dor, desabado ao chão, não teve coragem. Não queria ferir ninguém, não assim, sem motivo. Abaixou a espada e ergueu a mão esquerda para ajudar o outro a levantar.

Novamente o exército gritou, mas não eram palavras encorajadoras, eles estavam irados. Apenas o exército inimigo pareceu contente com o gesto de Draco.

Podia ouvir a voz de Lúcio ecoando em sua mente. "Você quer derrotar Potter? Ora, Draco! Para começar, deixe de ser tão frouxo! Você é um covarde que quer que o Lord das Trevas faça o serviço por você. Se o odeia tanto, faça você mesmo. Certamente será recompensado por milord." Era exatamente isso que era: frouxo e covarde. Nunca seria um bom comensal.

Páris aceitou a mão de Draco para erguer-se, mas em pé virou-se e acertou o braço direito de Draco com a espada, fazendo-o que soltasse a própria espada no mesmo instante. Não esperava o golpe baixo.

-Pensa que caio em seus truques? Guerreiro impiedoso. Você arrastou o corpo do meu irmão morto por semanas nessas areias, não seria cruel a ponto de me matar sem honra, ferido? - ele exibia um triunfo por acertar Draco.

Seu braço doía e doía muito. Lembrou do ferimento causado por Bicuço, o hipogrifo, em seu terceiro ano, não era nada perto daquilo, e Draco fizera um grande drama pelo ferimento anterior.

Realmente, esse Akiles real era um verdadeiro comensal, arrastara o corpo do homem morto? Que loucura! Esse Páris tinha razões para acertá-lo. Draco viu a mão que levou ao braço ser erguida cheia de sangue, o corte deveria ser profundo, causando-lhe vertigem. Caiu ajoelhado. Páris o acertou novamente, com força, agora na perna, na coxa esquerda.

Lágrimas encheram os olhos de Draco. Tombou pesadamente para a esquerda, segurando o braço, sem nem olhar para a perna, mas sentindo seu sangue fluir para fora do ferimento.

Só lhe restava esperar o golpe de misericórdia. Estaria morto logo.

O milagre não vinha. Malfoy já estava caído no chão e duas vezes ferido. Ele não era tão mal, Gina percebeu que ele havia ajudado Páris a se levantar depois de feri-lo. Páris que fora cruel acertando-o depois disso.

Não era possível! Nenhum dos dois, ela ou Malfoy, faria uma magia espontânea? Precisava fazer algo, mesmo sem varinha.

Gina desceu correndo as escadas do local onde estava, na muralha. E foi em direção ao portão, que estava aberto, guardado por alguns soldados. Tentou sair, mas foi logo impedida.

-Onde vais, sacerdotisa? - um dos guardas disse, prostrado em sua frente com a espada.

-Preciso fazer algo, saia da minha frente! - respondeu nervosa, com a voz firme.

-Estás louca? Fazer o quê? - o mesmo guarda ria do desespero de Gina.

Sem nem pensar duas vezes, concentrou uma força na perna e deu um chute entre as pernas do guarda que a xingou e baixou a guarda. Gina correu em direção ao campo de batalha. Os guerreiros estavam compenetrados na cena central e não a viram.

Conseguiu se embrenhar entre eles e chegar onde estavam Páris e Draco. Todos os soldados viraram-se para ela.

-Tirem essa mulher daqui! - um deles protestou e começou uma grande confusão.

Contudo Páris não percebeu e estava a postos para acertar Draco no peito. Em segundos Gina cruzou a distância entre ela e Draco e jogou-se na frente dele.

Draco estava preparado para morrer, já até sentia a lâmina da espada entrando em seu corpo mais uma vez, quando viu um relampejo de cabelos vermelhos e alguém estava em sua frente.

Páris assustou-se e não proferiu o golpe.

-LOUCA! - ele gritou assustado e nervoso. -Tirem essa sacerdotisa daqui!

-Não, você não pode matá-lo, Páris. - Gina disse com a voz um tanto embargada.

Draco, deitado, sentindo a vida esvair-se, reconheceu a voz da Weasley. Em uma coisa concordou com Páris, ela era louca. Arrependeu-se por ter pensado que ela estava feliz vendo-o lutar, fora injusto julgando-a.

-Não posso? Estou no meu direito. Honra. - ele justificou com um olhar frio. -Acho melhor sair, amiga de Kassandra, não é porque se parece com minha irmã que não a matarei.

Gina tremia, seu raciocínio estava rápido, mas não encontrava palavras para se defender.

-Não sairei. - já que Malfoy morreria, era melhor morrer junto do que acabar voltando sozinha.

Faria isso por qualquer pessoa inocente. Não era culpa de Malfoy se Heitor estava morto, ele não merecia pagar por algo que não fez. Mas obviamente o medo era crescente em seu interior. Ela era muito jovem para morrer, não tinha terminado seus estudos, não tinha encontrado um grande amor... Olhou para cima, estava no chão, mas pode ver o grande amor de Kassandra.

-Você morrerá com ele. - Páris respondeu levantando a espada.

-Saia daqui, Weasley. - Draco disse com dor embutida em seu tom de voz. -Não quero que morra comigo, o que dirão? - tentava ofendê-la, quem sabe assim ela sairia. -Que foi enfeitiçada pela minha beleza e quis morrer comigo? Vai pegar mal...

-Enéias! Por favor, nos ajude. - Gina ignorou as provocações de Draco, se o ouvisse era bem capaz de sair da frente dele e pedir que Páris acabasse com ele logo. -Você sabe a verdade, Kassandra lhe disse.

A amiga de Gina tinha contado sua história para o amado, agora, saber se ele acreditava era outra coisa.

Enéias parecia confuso, mas aproximou-se de Páris. Realmente, o que Kassandra lhe dissera não era mais tão infundado, Akiles nunca lutaria tão mal quanto naquele dia e, muito menos, estenderia a mão para um inimigo caído. Talvez fosse mesmo o tal amigo de Gina.

-Páris, acho melhor pensarmos melhor antes de matá-lo de novo. - tentaria um bom argumento. -E se ele retornar, pulando os portões de Hades e nos atacando pelas costas enquanto dormimos? Precisamos encontrar uma maneira mais segura de matá-lo. Vamos conversar com sacerdotes do deus dele, Zeus Tonante. Você sabe que dizem que ele é meio-deus.

-E você sabe, Enéias, que não acredito em nada disso. Nunca temi os deuses. - Páris respondeu rispidamente, empurrando o amigo.

-Mas você sabe que seu pai acredita. - Enéias segurou o braço de Páris. -Acho melhor respeitá-lo e levar Akiles como prisioneiro.

-Vou matá-lo, e será AGORA! - ele soltou-se de Enéias e ergueu a espada.

Draco e Gina fecharam os olhos. Ouviram um barulho e surpreenderam-se por não sentir nenhuma dor.

Ao reabrir os olhos Gina deparou-se com Páris, caído inconsciente no chão, ao seu lado. Levantou-se, os exércitos gritavam irados.

-Você está bem? - Enéias perguntou erguendo-a rapidamente e colocando-a em seu carro de batalha. Nem teve como responder.

Em seguida pegou Malfoy e Páris, colocando os dois no carro junto com Gina. Subiu e estalou as rédeas nos cavalos que correram muito rápido, em segundos estavam dentro de Tróia. Os exércitos ficaram para trás, enfrentando-se.

Os guardas cercaram o carro de batalha de Enéias quando ele entrou na cidade. Logo o rei e as outras pessoas que estavam assistindo o duelo desceram do camarote e vieram ver o que acontecia.

-Saiam do carro! - um dos guardas disse asperamente e Gina e Enéias saíram, apenas Draco continuou, não conseguia levantar e se mover, sua perna doía muito.

-Weasley, não consigo andar! - Draco protestou e Gina, um pouco revoltada, voltou ao carro.

-Esperem, vou ajudá-lo. - ela disse para os guardas.

Abaixou-se e com dificuldade ajudou-o a se erguer e descer do carro, caminhando até o outro lado, ambos pararam ao lado de Enéias. Draco segurava-se com força na cintura de Gina com o braço ferido, apoiando-se apenas na perda direita, que estava bem.

-Vocês, a sacerdotisa, e o soldado, são acusados de alta traição. Ela por evitar o ataque a um soldado inimigo e ele por ferir seu príncipe. Não poderia ter dado um soco em Páris deixando-o inconsciente. - o próprio rei Príamo declarou.

Gina desviou o olhar para Páris, que estava sendo retirado do carro por um soldado e era seguido de perto por Helena que tinha o semblante carregado, parecia extremamente preocupada, talvez não com o soco, mas com o ferimento na perna dele.

Enéias parecia desolado.

-Vossa Alteza, eu apenas queria colocar juízo na fúria desenfreada de seu filho, nunca quis desrespeitá-lo, ou traí-lo. Apenas acredito que não devemos matar novamente Akiles sem ter a certeza de que ele não retornará mais uma vez do Mundo Inferior. - ele defendeu-se, olhando nos olhos do rei. -Como Páris não me ouviu, fui obrigado a tomar uma atitude para evitar que ele fizesse o pior e se arrependesse depois, por estar de cabeça quente.

O rei não parecia querer ouvir.

-Depois julgarei seu caso, Enéias. - ele respondeu olhando-o severamente. -A senhorita será levada para as masmorras e Akiles também, até que eu resolva que sentença lhes darei. Levem-nos!

Assim que Príamo deu sua ordem, Gina e Draco foram retirados da entrada da cidade. Não antes de Gina olhar esperançosa para Kassandra e agradecer silenciosamente, apenas movendo os lábios, a Enéias.

Draco estava tão dopado por sua dor que não ouvia nada a sua volta. Somente notou que as notícias não eram boas quando ele e a Weasley foram violentamente jogados em uma cela quente, com o chão de areia batida e muros de pedras beges. Do jeito que caiu, ficou.

-Malfoy? - ele estava jogado, com os olhos fechados, tão silencioso que Gina temeu que estivesse morto.

-Hãn? - Draco respondeu, em um grande esforço. -Não vê que estou sofrendo aqui?

-Mas por que você tem que ser tão mal criado? - Gina estava passada, ele nunca ficava agradecido? -É melhor deitar na cama. Eu te ajudo a levantar, vem!

Não conseguia vê-lo jogado daquela maneira. Dava aflição. Aproximou-se de Draco e com muita dificuldade ajudou-o a levantar, andar alguns passos até a cama de pedra e deitar.

-Isso dói. Eu já te disse? - ele parecia uma criança mimada, reclamando o tempo todo, mas Gina imaginou que realmente deveria doer. Ele continuou gemendo, deitado.

-Já disse. - respondeu.

Tinha que dar um jeito nas feridas. O corte da perna ainda sangrava, Gina olhou de perto, era muito profundo, o do braço também, mas este não sangrava mais.

-Vou dar um jeito em você. Sua sorte é que estou estudando muito esse ano e quero ser médi-bruxa. - Gina disse e andou até um grande balde com água que estava num canto da cela, ao lado de um buraco no chão que deveria ser a privada.

"Acho que esse é o nosso banheiro, que maravilha! Presa, em Tróia, com o Malfoy e em uma cela com esse buraco como banheiro!", pensou desanimada.

Gina voltou e começou a limpar o ferimento da perna dele com um pedaço de tecido que arrancou de sua túnica. Só então Draco reparou na roupa dela e também na diadema que usava na testa, mesmo um pouco suja, achou-a linda vestida e arrumada assim, de sacerdotisa. Apesar de ser uma Weasley, ela ficava muito bem adornada por jóias.

"Draco, controle sua testosterona! Não pode ver um rabo de saia, é? Ela é uma Weasley... E eles são feios, sujos e detestáveis, mesmo salvando sua vida e estando vestidas de sacerdotisa grega...", pensava, começando a delirar.

-Rá, rá! Uma Weasley médi-bruxa! - mesmo com dor Gina percebia o cinismo em sua voz. -E onde vai arrumar o dinheiro para se formar? Que eu saiba, é bem caro. - Draco esquecia um pouco da dor irritando-a.

Com as ofensas de Draco, Gina pesou um pouco a mão na perna dele, propositalmente.

-Ai, Weasley! Com essa mão pesada não vai mesmo ser médi-bruxa. - ele reclamou, a dor fora forte. -Mas estou falando sério. Só se formam médi-bruxos pessoas ricas. Quem sabe se você vender essa jóia cara quando voltarmos, ou o Potter pode pagar para você, eu sei que ele tem bastante dinheiro no Gringotes. Já o seu namoradinho não vai poder ajudar... Acho que o Dino Thomas é mais pobre que você, ele é bolsista. - Draco não parava de falar porque doía menos quando se distraía.

-Pára de falar besteira, Malfoy. - Gina ralhou. -Não importa como, mas me formarei.

Draco teve uma certa inveja após ela ter dito aquilo, mesmo sem dinheiro, ela tinha um objetivo na vida, já ele, não tinha nenhum. Sim, queria destruir Potter, mas esse não era um plano a longo prazo. Talvez gostaria de ser jogador de uma seleção de quadribol, mas não possuía um sonho assim, tão desejado.

-Tá bom, não direi mais verdades a você. - respondeu mau humorado. -Mas acredito que pioramos nossa situação. Antes só tínhamos que limpar uma sala de aula, e agora estamos aqui, numa prisão suja e eu estou ferido sem assistência médi-bruxa.

-Não reclame, vou curar seus machucados, só que antes eles têm que ser limpos. A perna já está boa, deixe-me ver o braço. - ela respondeu cortando outro pedaço do tecido e molhando na água.

Ele recuou um pouco, parecia ter medo de deixá-la limpar seus ferimentos. Gina achou aquela atitude a mais infantil de todas de Malfoy. Conseguiu tirar a areia, sangue e detrimentos dos dois ferimentos. Agora precisava de concentração para realizar o que era mais difícil.

-Terminou? Mas não estou nada curado. - ele continuou a protestar.

-Sei que não, vou fazer um feitiço nos ferimentos, mas tenho que me concentrar, não é fácil. - Draco olhou para ela e viu que estava mesmo séria.

-Como vai fazer um feitiço sem varinha? - continuava como uma criança, agora não parava de fazer perguntas.

-Você acha que os médi-bruxos estão o tempo todo com varinha? Às vezes é necessário socorrer alguém sem estar preparado. Para isso existe um feitiço de cura que pode ser feito sem varinha, eu vi em um livro quando estudava nas férias.

-Você sabe fazê-lo? - ela não era nem formada, na verdade ainda estava no quinto ano na magia básica, como faria um feitiço avançado?

-É um pouco complicado, mas treinei muito em mim mesma. - Gina respondeu com simplicidade.

-Você é mais louca do que eu pensei. O que fazia? Se cortava, é? - lançou um olhar estranho a ela.

-Exatamente, não eram cortes grandes assim, mas consegui curar. - olhava cautelosa a perna de Draco. -Agora, fique quieto.

Ainda desconfiado, Draco parou de falar e começou a observá-la. Viu quando a Weasley colocou as duas mãos sobre a perna dele, fechou os olhos. Ele mexeu a mão em frente ao rosto dela, mas ela nem notou, devia estar mesmo concentrada. Em seguida disse umas palavras que Draco não entendeu, deveria ser as palavras do feitiço, sua perna começou a esquentar e parou de doer.

-Está funcionando! - ele disse animado.

Gina sentiu-se um pouco tonta, estranhou, porque isso não aconteceu antes, quando curou a si mesma. Não era tão simples canalizar a magia na própria mão, em vez da varinha. Ouviu a exclamação de Malfoy e afastou as mãos da perna. Abriu os olhos e viu que, realmente, o corte havia sumido e não sobrou nenhuma marca na perna dele.

-Deu certo! - disse animada. -Vire-se, vou curar o braço também.

-Melhor não. - Draco havia reparado que ela estava um pouco tonta, não devia ser fácil fazer um feitiço assim. -Ele está bem, é só mantê-lo enfaixado.

-Está com medo? Já não curei a perna? - ela o olhou zangada. -Largue de ser criança.

-Não tenho medo. Mas é magia avançada, Weasley, o corte foi grande e você não sabe o que pode acontecer se forçar. - era melhor ser prudente e também não queria ficar devendo nada a ela.

Como se já não devesse, Gina salvou sua vida.

-Entendo que não confie em mim. Mas se curei a perna, que era mais difícil, posso muito bem curar o braço. Não vou te aturar gemendo até sarar sozinho! - ela aproximou-se mais, sentando acima na cama de pedra dura. -Dá o braço!

-Não dá para teimar com você, não é?

Emburrado, Draco virou-se um pouco, deixando que ela colocasse as mãos sobre o corte. Sentiu novamente o aquecimento, agora no braço. A dor, que estava menor, cessou. Draco desviou o olhar do braço para a garota, ela estava concentrada, entretanto parecia mais pálida do que o normal.

-Weasley, chega, já está bom. - disse, ainda emburrado.

Ela não respondeu nada e continuou murmurando o feitiço. Tinha que parar, o corte já estava fechado.

-Chega, Weasley! - estava começando a ficar preocupado.

Puxou o braço, bruscamente e ficou deitado de frente, com a barriga para cima. Ela parou de balbuciar e ficou parada por um segundo. Abriu os olhos, mas não parecia olhar para nada, causando medo em Draco. Em seguida tombou em cima dele, inconsciente.

"Droga! Por que ela tinha que ficar se exibindo? Eu disse que era magia muito avançada. Que teimosa!", Draco ficou mais emburrado. Passou a mão no rosto dela, que estava caído sobre seu peito já que ele virou-se de frente para falar com ela, estava gelada. Será que estava morta? Pela primeira vez preocupou-se com outra pessoa.

Cuidadosamente tirou-a de cima de si, deitando-a ao seu lado. Viu que estava completamente curado, não doía nem um pouco os locais onde antes estava ferido, e também não exibia nenhuma cicatriz. Colocou a cabeça sobre o peito dela e aliviado ouviu a batida do coração. Estava só desmaiada. Talvez por ter feito muito esforço.

Parou para pensar, olhando para ela, deitada ao seu lado. Por que ela havia feito tudo aquilo por ele? Justo ele que sempre a maltratou, a menosprezou, a ofendeu. Faria isso por qualquer pessoa? Se fosse ele no lugar dela, não faria, deixaria que ela fosse morta pelo outro soldado. Mas ela tinha entrado na briga e o protegido, com a própria vida. Seria a famosa 'coragem grifinória'? Ou era algo dos 'fracos Weasleys'?

Não sabia.

De qualquer maneira, deveria ficar grato a ela. Gina Weasley salvara sua vida arriscando a própria e ainda curara suas feridas, ferindo a si mesma. Ninguém nunca havia feito nada por ele, absolutamente nada. Nem sua mãe se arriscaria e faria algo semelhante.

Nunca tinha cuidado de ninguém que estava mal, isso era caridade demais para ele, e os sonserinos não eram caridosos, quando um deles ficava doente, raramente era cuidado por um colega, o outro somente o mandava para a enfermaria. Portanto, foi desajeitado com ela.

Estava muito calor na cela, mas ela continuava gelada. Nos pés da cama, que não possuía colchão, sendo duríssima e fria, estavam cobertores grossos. Draco achou melhor cobri-la. Ajoelhou até os pés e pegou os cobertores. Ficou com calor só de olhá-los. Esticou-os sobre ela e sentou, colocando a cabeça dela sobre suas pernas.

Esperava que com isso ela esquentasse um pouco. Ficou sentado, com a cabeça dela no colo, encostado na parede fria. Passou, minutos depois, a mão nos cabelos e na testa dela, retirou a diadema, parecia ser um pouco incomoda. A jóia era caríssima, cheia de esmeraldas verdes, que casavam com o tom vermelho dourado dos cabelos dela, tinha sido escolhida corretamente.

Uma hora se passou e nada dela acordar, Draco estava preocupado. Pelo menos sentiu, passando a mão no rosto dela, que estava voltando a temperatura normal. Sem perceber acabou dormindo, o cansaço o venceu.



N.A.: He, he, um D/Gzinho inicial aqui! Bom, acredito que numa situação dessas ninguém, nem mesmo um Malfoy e uma Weasley, manteria-se inimigo... o jeito é se unir para sobreviver. Eu tinha que fazer uma ceninha meio dramática, afinal fui escrever ouvindo o cd do Nightwish, só podia dar nisso!

Vamos à parte mais aguardada: Agradecimentos!!! Valeu muitoooooo por seu review: Lina, Anaisa, Ninde Seregon, Fabi - chan, miaka, Rute Riddle, Bebely Black, Catarina, Ellen-Potter, Kika Felton, Victor Ichijouji, Bia Malfoy, Duda Amaral, Xianya e Raisa! Eu não sei o que seria de mim sem as opiniões e dicas de vocês ^_^' Dessa vez eu respondi a maioria, né? Os que ainda faltam podem aguardar que responderei (desde que tenha o endereço de e-mail)...

Mas, eu nunca estou plenamente satisfeita e preciso, necessito, estou ansiando, sedenta, por, de, COMENTÁRIOS!!!!! Gente, me ajudem a continuar a gostar tanto de passar minhas horas de folga (que são poucas) escrevendo para vocês, e para mim também, né? ^^ * Vale review do Fanfiction, e também, óbviamente, por e-mail ([email protected])!!!

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