Fuga de Ekaterimberg



Capítulo 28 – A fuga de Ekaterimberg

Yerik estava com Alexei do lado de fora do Castelo dos Romanov. Não podia se arriscar a entrar novamente no castelo, pois não poderia deixar Alexei sozinho. Mas não poderiam ficar ali parados.
E não poderiam entrar no castelo novamente. Mas e se os Draculs os visse? Yerik sabia que eles vinham recrutando muitos bruxos. A solução veio de onde ele menos esperava.
Ao virar-se, viu a cripta onde estavam enterrados os bisavós de Nástenka e Nicolai.
Yerik correu apara a cripta e escondeu-se esperando o sol nascer.
- Tio Y, o que houve com os meus pais? –perguntou Alexei
- Bem, Alexei... Eles não conseguiram sair do castelo... Mas não podemos voltar lá agora. Ou os Daculs vão pegar você e seus pais querem que você fique seguro. –falou Yerik
- Mas eles estão bem? –perguntou Alexei
- Seus pais são fortes e espertos. Vão conseguir fugir. –falou Yerik sorrindo
- E para onde vamos? –perguntou Alexei
- Vamos ficar aqui até o dia clarear. –falou Yerik
Na cripta haviam dois túmulos e um altar. Era de cimento, pintada de branco. Havia janelas grandes, que permitiam a visão de tudo o que ocorria do lado de fora. Mas por isso mesmo, também permitia a visão de tudo o que ocorria lá dentro. A sorte de Yerik e Alexei, é que Draculs não podiam pisar em solo consagrado...
Alexei e Yerik sentaram-se no chão, ao lado dos túmulos. Alexei encolheu-se de frio. Yerik conjurou uma manta e cobriu a si e ao garoto.
Ele já sabia o que tinha de fazer. Assim como sabia que tinha conseguido derrubar uns 17 Draculs na fuga.
Lembrava-se da fuga... Dos últimos momentos de Nástenka e Nicolai. Ele tinha certeza que Vlad os mataria. Era apenas uma questão de tempo. Alexei apoiou a cabeça no ombro de Yerik, acordando-o temporariamente de seu devaneio. Tempo suficiente para ele perceber que o garoto estava dormindo e que a noite ia ser de longa vigília. Vlad e seus Draculs não poderiam entrar no cemitério, mas poderiam forçá-los a sair...
Yerik não entendia como a situação tinha mudado tão rapidamente. Em um instante, ele estava jantando calmamente com seus amigos. No instante seguinte, os dois eram cativos de Vlad II, vivos apenas por uma questão de tempo e sorte... A expressão desesperada de Nástenka não lhe saía da cabeça. Sabia que era boa mãe. E que Nicolai era bom pai. A segurança de Alexei ara eles era mais importante do que a própria vida.
Yerik acompanhou os Romanov desde que voltou para a Rússia. Quando salvou a vida de dois deles em uma tentativa de assassinato. Para logo depois descobrir que eram bruxos poderosos. E conhecê-los mais profundamente.
A gravidez de Nástenka foi uma surpresa para todos. Nicolai, que normalmente era extremamente sério, havia se desmanchado em mimos com a esposa. E foi assim que Yerik percebeu que o que os unia não era apenas a amizade. Nicolai e Nástenka aprenderam a amar um ao outro. Aprenderam com o tempo a conviver e se respeitar. Não que ele tivesse visto alguma briga dos dois. Mas nunca tinha visto nenhuma demonstração de afeto por parte deles. Nem de Nástenka para Nicolai, nem de Nicolai para Nástenka. Eram muito reservados.
Por esse motivo que a gravidez foi uma surpresa. E a reação de Nicolai mais surpreendente ainda. No lugar de um Nicolai revoltado e que apenas pensava em vingança, surgiu um Nicolai carinhoso e preocupado com a esposa. Ao receberem a notícia de que a gravidez era de risco, ele suspreendeu mais ainda. Abriu mão de todos os planos, de tudo o que antes desejava, como vingar o homicídio da mãe e a longa perseguição sofrida por sua família durante anos, para ficar o mais próximo possível de Nástenka. Para poder cuidar da esposa. Yerik nunca imaginou que Nicolai pudesse se dedicar tanto a alguém.
Todos imaginaram que isso duraria apenas a gestação de Nástenka. Que eles voltariam a querer se vingar de quem matou suas mães, de quem perseguiu sua família... Eserado apenas que Nástenka desse a luz para retornar aos seus planos de vingança... Mas o nascimento de uma criança muito doente mostrou que agora a vingança tinha sido completamente abandonada. Alexei já havia se tornado o centro da vida de seus pais antes mesmo de nascer. E não deixaria de ser depois.
Nasceu com quase 8 meses, prematuro, frágil, doente. E desde então recebia todos os tratamentos possíveis que tanto os trouxas quanto os bruxos poderiam oferecer. Mas nunca se curava. A saúde frágil, a hemofilia... Alexei passava muito tempo em hospitais e, aos seis anos, já sabia o que era quase morrer. Isso porque aos 4 pegou tuberculose. O que deixou Nástenka e Nicolai quase doidos. Mas se curou e era isso o que importava. Mas não sem seqüelas. Alexei ainda tinha problemas com falta de ar... E os médicos já haviam deixado bem claro que isso o perseguiria, se não pela vida toda, por longos anos.
Yerik olhou novamente para o garoto, que dormia profundamente ao lado dele. O garoto já ressonava quando Yerik lembrou-se de que a Inglaterra ainda não tinha sido invadida... E que poderia mesmo viajar para onde estavam seus amigos. Talvez escrever para Teddy e avisar que estava indo para lá... Mas primeiro, teriam que sair do cemitério. Isso seria a primeira coisa que faria assim que saísse do cemitério... Mas como sair do cemitério?
A primeira idéia que lhe passou pela cabeça foi aparatar... Mas como levaria Alexei com ele? Não dava. Logo depois pensou em ir via floo... Mas tinha um problema... Onde ele iria arrumas umalareira? No castelo? Seria o mesmo que se entregar.
Yerik sentiu algo espetar-lhe de leva a perna quando Alexei se mexeu. Era a chave de sua casa.
“- É isso! Uma chave de portal!”-pensou Yerik
E imediatamente começou a olhar em volta já pensando em qual objeto poderia usar. Tava tão exausto que acabou dormindo.
Alguns instantes depois, Yerik ouviu gritos vindos do castelo. Isso o assustou a ponto de acordá-lo já de pé e com a varinha em punho. Era a voz de Nástenka.
- NÃO! DEIXA ELE! NICOLAI! ME AJUDA! –gritava Nástenka
Yerik sentiu algo batendo em sua cabeça. Ao mesmo tempo que uma mulher meio transparente, de cabelos rosa choque aparecia em sua frente.
- Tira o garoto daqui... Use isso para fazer uma chave de portal. –falou a mulher
- Um fantasma? –perguntou Alexei acordando
- Isso, eu sou um fantasma. –falou a mulher
- Meu nome é Alexei. Qual o seu nome, fanatasma? –perguntou Alexei
Yerik pegou o objete. Reconheceu o crucifixo que era de Nástenka.
- Como pegou isso? –perguntou Yerik
- Isso é uma longa história. Faça logo a chave de portal e tire-o daqui! –falou a mulher
Ela olhou para Alexei e voltou a sorrir.
- Me chame de Tonks. –falou a mulher
- Nymphadora? Você é Nymphadora Tonks Lupin? Mãe de Teddy Tonks Lupin? –perguntou Yerik
- Isso. Leve-o para o seu esconderijo. E o mais rápido possível. Não quer que ele escute, não é? –perguntou Tonks
- Não. –falou Yerik
Ele apontou a varinha para o objeto e começou a falar vários feitios impossíveis de ouvir.
No final, abraçou Alexei e os dois desapareceram.
Quando Alexei abriu os olhos o que viu ao redor não foi mais a cripta de sua família. Não estava mais na segura Ekaterimberg, mas em Moscou. Não estava mais na sua tão conhecida Sibéria. Estava em um lugar escuro, parecido com uma caverna. Um lugar escuro e úmido, que lembrava o porão de sua casa.
Mas que ele sabia que não era o porão de casa.
Yerik estava andando preocupado de um lado para o outro. Foi até um armário e pegou um pacote de biscoito. Entregou para Alexei junto de uma garrafinha de suco.
- Come. Já vamos sair daqui também. –falou Yerik se afastando e pegando uma mochila.
Yerik entregou a comida para Alexei e começou a guardar várias coisas na mochila. Qual o próximo passo? Ainda não sabia, mas tinha que decidir rápido.
“- Tão novo e já com tanto sofrimento!”-pensou Yerik olhando Alexei comer o biscoito e tomar o suco sem discutir.
Continuou e arrumação. Só sabia que não poderiam sair por aí com a aparência que tinham. E que precisava de cabelos e unhas de duas pessoas para a Polissuco.

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