Prólogo



Um Relato de Amor

Prólogo


Olhou ao redor mais uma vez, para certificar-se de que ninguém estava o olhando – não que ele se importasse com o que os outros pensavam, ou não que os outros não soubessem do que ele fazia, mas apenas gostava de manter as aparências.

De qualquer forma, prometera a Rony que ficaria limpo naquele dia tão especial. Mas, Mérlin! Aquela festa estava tão chata!

Colocou a mão na maçaneta da porta, vendo Rony cumprimentando os convidados ao lado de Luna. Bem, ainda não estava louco, mas a Di-Lua estava realmente bonita naquele dia.

Entrou no banheiro, se posicionando em frente a pia, sem antes garantir que a porta estivesse bem fechada. Tirou de dentro do bolso do paletó cinza um frasco que continha um pó branco. Cocaína.

Pôs uma quantidade considerável em cima do mármore da pia, e alinhou todo o pó em uma carreira de uns dez centímetros, talvez menos. Enfiou a mão no bolso novamente para tirar uma nota de um dólar que sempre tinha no bolso; enrolou-a até ela tomar a forma de um cilindro.

Antes de fazer seu ritual de toda a semana, Draco se olhou no espelho. Seu rosto estava mais ossudo que o normalmente e seus olhos apresentavam olheiras profundas. Seu corpo estava mais magro, e por várias vezes sua mãe o perguntara se ele estava doente.

Ignorando sua imagem decadente refletida no espelho, Draco usou o dinheiro em forma de tubo para aspirar toda a cocaína via nasal. Fungou duas ou três vezes, antes de se olhar no espelho novamente. Ajeitou os cabelos, pronto para agüentar uma festa inteira novamente.

Alguém bateu na porta, freneticamente. Draco tratou de esconder o resto da droga e foi abrir a porta.

A mulher do outro lado era ágil e graciosa. Ela era relativamente alta, a pele bastante branca e longos cabelos castanhos, que o vento agitava. Linda demais, com traços meigos e fortes. Os olhos eram castanhos e, mesmo vermelhos de choro, transpiravam uma sensualidade crua.

–Hermione? – Draco ergueu o cenho – Chorando por causa do casamento? – deu uma risadinha. – Acho que não.

A mulher adentrou no banheiro sem se importar com o comentário maldoso do louro.

– Qual é o seu problema? – vociferou ela

– Eu não tenho problema nenhum, querida. – ele encostou-se na parede do banheiro, cruzando os braços. – Você quem parece ter problemas.

–Você é mesmo incapaz de ver o meu problema, Malfoy? – disse Hermione com um grito entalado em sua garganta. Queria gritar e chorar, mas não o ia fazer. Lágrimas começaram a surgir em seus olhos involuntariamente e já não era possível controlá-las – Ele está casando!

Draco poderia abraçá-la, bater em suas costas e dizer que tudo ia ficar bem, que aquilo tudo ia passar e que Rony era um idiota. Bem, poderia. Ele é o Malfoy, não o Potter.

– O que você queria, Hermione? – ele questionou. – Não creio que você ainda acreditava que ele esperaria por você.

Ela o olhou, os olhos fuzilando-o.

–O que? – protestou Draco – Estou dizendo a verdade.

–Ele não ama a Luna, Draco.

–Ah, não? E por que está casando com ela agora e não com você?

Por mais que fosse a verdade, Hermione não estava disposta a escutar tudo aquilo – ainda mais vindo da boca de Draco Malfoy.

–Alguém já disse que você está detestável hoje?

Draco deu uma risadinha, se aproximando dela. Tocou-lhe o queixo de leve, fazendo-o se erguer.

–Você me diz isso todos os dias.

Por um segundo, Hermione teve vontade de abraçar Draco, por ter enxergado, pela primeira vez naquela noite, o seu verdadeiro amigo.

–E alguém já lhe disse que você estava fabulosa no seu casamento com Krum?

Hermione, desejando escutar palavras de consolo, ficou impressionada com a língua ferina de Malfoy. Empurrou o peito dele pra longe de si.

–Eu o odeio, doninha maldosa! – sibilou, antes de virar-se na direção da porta.

–Pare de se fazer de vítima da vida, Hermione! – gritou Draco enquanto observava Hermione caminhar de volta a festa. – Pare de deixar o tempo passar! Você está sendo uma coisa que você nunca foi: burra!

Mas ela já nem o escutava.

*

Hermione jogou-se nos primeiros braços que encontrou pela frente, que “coincidentemente” eram os de Harry. Ele passou a mão pelos cabelos da amiga.

–O que foi que houve?

–Nada. – fungou ela. Claro que Harry sabia da sua paixão alucinada por Rony, mas não queria se mostrar fraca ali.

–Como nada?

–Estou só emocionada com o casamento, só isso.

–Hermione. – ele ergueu o cenho – Existe uma sutil diferença entre o choro de tristeza e o choro de emoção.

Ela riu sem emoção.

–Bem, você venceu. Malfoy estava me dizendo um monte de besteiras.

–Apesar de eu ter certeza que não foi somente isso... Você quer que eu chame atenção dele?

–Não precisa, Harry.

–Malfoy está passando dos limites, Hermione.

–Eu posso me resolver sozinha, obrigada. – disse ela. Não estava sendo grosseira com ele, apenas não achava necessário esse tipo de briga. Além do mais, não estava pouco se lixando para o que Draco achava; só queria ir para casa e afundar a cabeça na sua cama.

Pegou na mão de Harry. Ele ergueu os olhos verdes; eles brilhavam tanto como se houvesse algum tipo de cristal ali dentro.

–Vamos dançar. – convidou ela.

As mãos de Harry pareciam mais quentes que o normal quando ele segurou sua cintura. Hermione foi pega de surpresa quando ele puxou seu rosto para junto do seu, fazendo-a sentir os suspiros da respiração dele.

–Você está linda hoje.

–Obrigada. – corou. De certa forma, Harry não costumava fazer elogios à toa, mas sempre que os fazia, fazia elegantemente.

Uma mão tocou o seu ombro. Hermione abriu os olhos, irritada com a interrupção. Mas ao vê-lo, seu corpo enrijeceu. Rony estava parado a sua frente. Harry virou-se para olhá-lo.

–Será que posso falar com você, Hermione? – perguntou o ruivo.

–Tem que ser agora? – questionou Harry. – Só agora consegui dançar com a Mione.

–É só um minuto. – respondeu Rony, com o sorriso amarelo. – Hermione?

–Sim.

Rony a carregou para um canto, longe dos olhares curiosos. Hermione sentia as lágrimas quentes voltarem a se formar nos seus olhos.

–Eu espero que você não esteja fazendo isso para se vingar de mim, Rony. – disse.

Ele a olhou de uma forma estranha, como se ela tivesse uma doença ou algo do tipo.

–Do que você está falando? – sibilou – Eu estou fazendo a mesma coisa que você fez! Seguindo a vida adiante!

–Não acho que seja esse o motivo. Você não gosta da Luna. – a voz tremia.

–Aposto que gosto muito mais dela do que você gosta do Krum.

–Qual é o seu problema?

–O meu problema é você! – disse Rony, segurando o braço de Hermione com força; os olhos dele estavam marejados. – Você não me deixa viver e nem se deixa viver!

Ele saiu, deixando Hermione sozinha ali. Ela escorregou para o chão, agora soluçando desesperadamente. Seu vestido estava amarrotado e sujo, seu cabelo desgrenhado, o rosto vermelho e inchado. Viu a silhueta de Harry se aproximando... Ainda pôde ouvi-lo gritar seu nome antes de aparatar.

*

Muitas vezes nós tentamos ser aquilo que não somos. Outras vezes nós tentamos mudar para agradar quem nós amamos. Outras vezes, ainda, não conseguimos entender e controlar as coisas que acontecem conosco. A vida pode ser complicada, mas sempre vale a pensa tentar compreendê-la. Por que nessa vida, tudo são fases. O mundo dá voltas e enquanto não percebermos isso, não seguimos em frente. Tudo depende do tamanho do passo que decidimos dar. Machuquei-me muito e por muito tempo, até perceber que eu queria viver novamente. Toda história tem um começo. Esse é o começo da minha.

H.J.G


*

N/A: Olá! Está aí o prólogo, não demorei tanto, demorei? ^^ Eu não tenho muito o que comentar sobre ele, mas gostaria de saber o que vocês acharam. =D

Um beijo especial pra:
Teresa
Serena
Nick
Jessy Nefertari
Nina
Nety Granger
*** Sarinhaaa ***
Gabriela Santana Domingos

e um pra minha Beta!

por terem comentado na fic mesmo ela não tendo capítulos. (: Bom, até a atualização!

PS: Teresa, fiquei me achando com o seu comentário! hehe :*

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