She is so sweet



Cap. I

O vento frio fazia a janela da sala balançar ruidosamente e levava para longe as folhas das árvores. Uma moça estava sentada no sofá segurando uma xícara na mão, com o chá já frio. Pensava em tantas coisas ao mesmo tempo que não conseguia se concentrar em nada.

“Talvez eu seja muito esquisita pra ele. Talvez ele me veja como uma criança rebelde e chata. Ou talvez... talvez ele me ame de verdade! Mas se for assim, por que me evita tanto? É por isso que eu odeio grifinórios... eles estão sempre pensando em honra e em fazer os outros felizes, mas não levam os sentimentos das pessoas em consideração. Por isso que eu amava ser lufa-lufa, porque lá ninguém ligava pra essas idiotices.”

Tonks não entendia as constantes recusas de Lupin, mas pior que isso, era ver nos olhos dele (que constantemente se encontravam durante os jantares n’A Toca) que a amava com toda a força de seu coração, e mesmo assim continuava a fingir que nada estava acontecendo. Desde que o conheceu, sentiu alguma coisa diferente ao apertar a mão de Lupin pela primeira vez.

-Muito prazer, sou Tonks. – disse ela animada.

-O prazer é meu, srta. Sou Remus Lupin, mas pode me chamar só de Remus.

Eles apertaram a mão um do outro, e um arrepio involuntário subiu pelo corpo de ambos, que nada tinha a ver com o frio da noite.


Ela lembrava do dia que descobriu que Lupin tinha um segredinho, e do modo com que ela o tratou...

Lupin estava sentado no sofá do Largo Grimmauld, 12, e ao seu lado, Sirius tentava descobrir porque o amigo estava tão calado.

-Faz dias que você não conversa direito comigo. O que aconteceu na casa dos Weasleys que te deixou nesse estado?

-Não... não foi nada. – disse ele sem muita convicção.

-Sabe Aluado, o bom de te conhecer a tanto tempo é que eu sei que você nunca foi bom com mentiras. Vai, me diz o que houve.

-É tudo culpa da sua prima! – desabafou ele de uma vez, antes que esse lampejo de coragem sumisse.

-Andrômeda? – perguntou Sirius com falso ar de desentendido.

-Claro que não, estúpido. Tonks!

Sirius abriu um largo sorriso zombeteiro com a confissão do amigo, e resolveu provocar um pouco.

-Ah sim... ela é muito bonita não é mesmo?

-É sim... – Lupin não parecia estar prestando muita atenção no que dizia.

-E atraente...

-Com certeza...

-E deve ser muito bom beijar aqueles lábios vermelhos e carnudos, não é? – Sirius mal conseguia segurar o riso vendo a cara de bobo de Lupin, que parecia estar em outro planeta.

-É muito bom mesmo...

De repente ele percebeu o rumo que aquela conversa tinha tomado, e procurou disfarçar.

-Sirius! Ela é sua prima!

-NÃO DISFARCE SENHOR REMUS JOHN LUPIN!!! VOCÊ ACABOU DE CONFESSAR QUE BEIJOU TONKS!!!

Sirius rolava no chão de tanto rir, enquanto Lupin continuava na mesma posição.

-Tudo bem! Tudo bem! Eu confesso. Beijei ela sim, alguns dias atrás, depois do jantar n’A Toca. Está satisfeito agora?

Sirius se sentou novamente, limpando as lágrimas do recente ataque de riso.

-Com certeza! Estou mais do que satisfeito! Nunca achei que você iria ter essa coragem. E como vai ser de agora em diante? Vai pedir ela em namoro formalmente?

-Do que você está falando? Eu nunca vou fazer isso!

-E por que não? Você não gosta dela?

-O problema não é esse, Almofadinhas. Ela... ela não sabe que eu sou... bem... que eu sou um lobisomem.

-E daí? Conta pra ela e acaba-se o problema, se é que isso pode ser chamado de problema...

-Você enlouqueceu? Ela nunca mais vai querer sequer olhar pra mim!

-Odeio quando você se esconde atrás dessa maldição. Tonks não é o tipo de mulher que se deixar abalar por qualquer coisa.

Lupin não encontrou palavras convincentes para manter sua opinião, então resolveu ficar calado.

Faltavam poucas horas para que anoitecesse e logo a lua cheia tomaria o céu de Londres. Os dois amigos haviam feito o jantar e se deixaram ficar um tempo na cozinha.

-Vou tomar minha poção agora. Vai ficar aqui por muito tempo ainda?

-Não, vou alimentar o Bicuço. Quer que eu te faça companhia ou prefere ficar sozinho? – perguntou Sirius, já se levantando.

-Não precisa, eu estou bem. Se quiser descer depois pra bater um papo, fique à vontade.

Lupin foi até o armário em que havia guardado a poção que Snape havia feito pra ele tomar, e tirou um pequeno frasco verde-escuro de lá. Virou todo o conteúdo de uma só vez, sentindo o gosto amargo do líquido descer por sua garganta. Depois subiu para seu quarto e aguardou que a transformação começasse.

A lua surgiu no céu e logo sua luz prateada entrou pela única janela que havia no cômodo. Lupin sentiu a terrível sensação que era obrigado a viver uma vez por mês. Logo tinha se tornado um lobisomem mais uma vez. Estando consciente por causa da poção, sentou em uma poltrona e tentou relaxar, para que a dor no corpo passasse.

Tonks tinha finalmente saído de seu “estado de pedra” em cima do sofá da casa de sua mãe, jogou o chá frio na pia e pegou sua capa. Estava decidida a ter uma conversa clara com Lupin. Aparatou perto da Mansão Black e em poucos minutos estava dentro da casa.

Não encontrando ninguém na cozinha nem na sala, decidiu procurá-lo no quarto dele. Subiu com cuidado as escadas para não despertar a fúria da Sra. Black e parou na frente da porta. Ouviu o som de uma poltrona sendo arrastada e deu três batidas firmes.

-Entre Sirius, não precisa bater na porta, estamos só nós aqui dentro e...

Tonks havia aberto a porta antes que ele permitisse sua entrada, e quando ele começou a falar ela já o olhava. Lupin, que havia arrastado sua poltrona para perto da janela e estava de costas para a porta, se levantou e virou para receber o amigo, mas não era Sirius que havia entrado. Tinha alguma coisa muito errada acontecendo. O que Tonks estava fazendo ali?

Ela continuava com a mão na maçaneta da porta aberta até a metade, aparentemente impressionada demais para falar. Lupin olhou para os lados procurando um lugar para se esconder ou fugir, mas a única saída do quarto era a porta que agora era bloqueada por Tonks. Então decidiu fazer a coisa mais imbecil que conseguiu pensar para fazê-la sair dali: abriu a boca como um cão enraivecido e uivou o mais alto que pôde, fazendo com que parecesse que ia atacá-la no momento seguinte.

O som ensurdecedor do uivo de Lupin fez Tonks sair de seu transe e proteger os ouvidos com as mãos. Quando ele parou, ela baixou os braços e disse:

-Remus? É você?

Ele ainda a olhava com o rosto feroz.

-Ah, para com isso vai. Eu ouvi você falando normalmente antes de me ver, então vai parando com a ceninha...

Ela entrou de vez no quarto, passou direto por ele sem demonstrar medo ou qualquer outra coisa do gênero, e foi até a janela.

-A lua está muito bonita hoje, mas obviamente você não acha isso... desculpe a falta de jeito...

-Tudo bem... – disse ele sentando novamente na poltrona. – Estou acostumado à lua. Me desculpe por... bem... você sabe...

-Por uivar? – ela jogou a cabeça para trás e deu uma gostosa gargalhada. – Você por acaso estava tentando me deixar com medo pra eu sair correndo como uma menininha assustada? Ora, por favor Remus, eu sou uma auror e não uma mulher qualquer...

-Me desculpe... mas é que você não sabia e eu achei que ia ser melhor continuar sem saber...

-Por quê? Por acaso você estava pensando em se afastar ainda mais de mim? Talvez... você não tenha gostado do beijo eu te dei...

-Não, não é isso! É que...

-Aaaah, então você gostou do beijo que eu te dei...

Lupin ficou muito envergonhado para continuar e desviou o olhar para o lado oposto ao da bruxa. Ela se sentou na cama dele e ficou olhando-o fixamente com um sorriso maroto nos lábios. Depois de alguns instantes de silêncio, ele foi obrigado a encará-la de volta.

-Por que está me olhando desse jeito?

-Nada. É que você é o lobisomem mais simpático que eu já conheci.

-E quantos lobisomens você, por acaso, conhece?

-Contando com você?

-Certamente.

-Só um.

-Estou lisonjeado.

-Você vai ficar assim por muito tempo?

-Daqui a uma semana eu vou estar novo em folha, quer dizer, já não tão novo...

-Ah pára com isso, você não pode ser tão velho assim.

-Vocês vão ficar aí com esse papo de comadres pra ver quem é mais velho? – Sirius entrou no quarto de repente.

-Ah primo! Já estava me perguntando onde você estava.

-Claro. Tenho certeza que você não parou de perguntar por mim logo agora que descobriu o terrível segredo do Aluado. Mas agora que as senhoras pararam de discutir a idade, será que poderíamos descer pra tomar um chá?

Os três: Sirius, Lupin ainda como lobisomem e uma Tonks extremamente feliz foram até a cozinha. Lupin não se sentou e ficou só observando o amigo e a bruxa se servirem. Ele ainda não conseguia acreditar em como ela havia reagido tão bem ao saber de sua maldição, e agora a contemplava.

Sirius percebeu e fez um sinal discreto para Tonks, que entendeu o que ele quis dizer.

-Por que você não se senta, Aluado – começou ele – você pode olhar Tonks melhor daqui.

Lupin resmungou algo sobre procurar alguma coisa em seu quarto e saiu.

-Agora podemos conversar tranqüilos. Me conta, como foi que vocês acabaram se beijando? – perguntou Sirius, animado.

-Ah, eu estava louca pra te contar! Não consegui vir aqui antes, muito trabalho no ministério e tudo mais. Foi assim:

Flashback

A família Weasley estava toda jantando um belo ensopado que Molly havia feito, Tonks já tinham terminado seu prato e foi para fora sentir um pouco da gostosa brisa noturna antes de voltar pra casa. Poucos minutos depois, Lupin se junto a ela.

-Molly me mandou perguntar se você não quer comer a sobremesa.

-Não, estou satisfeita. Vou embora daqui a pouco.

-Tão cedo? – ele disse, antes que pudesse pensar no impacto que essas palavras poderiam causar.

-Pois é, amanhã tenho serviço do ministério para fazer...

Tudo aconteceu muito rápido. A memória dos dois só registrou a conversa até esse ponto, pois pouco se disse depois disso. Quando perceberam já estavam se beijando com ardor, como se o mundo fosse acabar dali a 3 minutos. Línguas se confundindo numa explosão de sensações e mãos passando do pescoço à cintura em questão de segundos, se entrelaçando logo depois.

Se separaram após algum tempo, ofegantes e sem idéia do que falar num momento desses. Ainda estavam de mãos dadas e não tinham percebido. Então Tonks abriu um enorme sorriso, soltou sua mão da dele, correu alguns metros e desaparatou.

Fim do Flashback


-Eu percebia o jeito que ele me olhava durante as reuniões da Ordem, e tenho certeza que ele viu que eu não era indiferente às tímidas insinuações dele. Nós nos beijamos aquele dia, mas quando eu voltei a vê-lo, ele parecia não querer mais saber de mim, mesmo quando seus olhos o desmentiam. Não nos falamos muito desde então. Hoje foi a primeira vez que mantivemos uma conversa de mais de duas palavras desde o fatídico dia n’A Toca.

-É típico do Aluado fazer isso. Sabe, na escola ele não deixava nenhuma garota se aproximar muito dele, porque temia que ela descobrisse a licantropia. Ele deve ter ficado com muito medo que você o rejeitasse quando o viu transformado para ter dado um uivo daquele.

-Realmente... Ele tentou parecer um animal feroz pra eu fugir ou alguma coisa assim...

Sirius bateu a mão na testa.

-Ele não sabe NADA sobre a personalidade das mulheres da família Black. Minha mãe era muito mais aterrorizante do que ele, mesmo quando não toma a poção.


Desde aquele dia Tonks não conseguia se aproximar de Lupin, pois ele sempre parecia estar ocupado em alguma coisa muito importante quando ela ia à Mansão Black.

N/A: Primera vez q eu faço uma short, e compara às minhas otras fics, essa eh beeeeeem short xD Espero q tenham gostado ^^
P.S.: JURO q to tentando atualizar a otra fic, mas to com problemas de localizar a Mari, assim q eu resolver tudo, vcs vão ficar sabendo (Y)


N/G: Yeah baby, nota da gemma [h]
Então cara... é tããão bom ver que minha gemea nao desistiu do mundo das fic's *-*
E é melhor ainda, ver como ela escreve bem. Djow, uma das melhores short's que eu já li, ok?!
E se nao gostou.. Er, que vc tá fazendo ainda lendo aki ? Haha'
;**
/Laari Tonks

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