O Plano de James



A primeira semana de aulas já havia começado muito bem para Lily. Bem DEMAIS.

- Tonks... Você notou que o Potter está meio estranho?
- Estranho? Como assim "estranho"?
- Ele tá estranho... Tá até parecendo uma pessoa normal.

Gabrielle mordeu o lábio inferior para não rir. Mas era verdade. Pontas estava debruçado sobre um pergaminho, escrevendo, riscando e lendo coisas e mais coisas em tinta preta. Gabrielle duvidava muito que Pontas escrevia algo relacionado ao que o Professor Binns dizia.

- Tá na cara que ele tá escrevendo outra coisa. - disse Gabrielle, fazendo uma anotação sobre Merlim.
- Eu nem sabia que ele sabia ESCREVER.

- Meninas, parem de conversar!
- Desculpe, professor Binns. - Gabrielle adiantou-se.

- Que coisa feia, Gabi. - Sirius, que estava sentado atrás dela, sussurrou.

A aula terminou e, na saída, Lily se adintou a Gabrielle para ter algumas respostas. Ao checar que ninguém estava ouvindo, disse:

- Qual é a sua com o Black?
- Anh? - Gabrielle pareceu confusa.
- Ah, nem vem me enganar. Qual é essa de "Gabi"?
- Eu não sei. Ele me chamou assim porque quis.
- Muito estranho...
- Tenho que ir. Tenho aula de Poções com a Sonserina.
- Boa sorte.

Lily deu uma corrida para alcaçar os Marotos. Afinal, nem Tonks e nem Gabrielle estariam naquela aula, então eles eram seus companheiros. Era uma aula de trato com as Criaturas Mágicas.

- Hm... Hoje vamos trabalhar com Gira- Giras. - comentou Lily, chegando perto dos Marotos em frente a uma caixa cheia de pontinhos azuis.

- O que... exatamente... são Gira-Giras? - perguntou Sirius.
- São insetos. - respondeu Lily.

- Então podemos pegá-los... - Pontas se adiantou.
- Não faria isso, mas se quiser, vá em frente.

- O que acontece se a gente tocar? - perguntou Rabicho.
- Eles tem um ferrão longo e fino. Arde um pouco e logo depois você sente-se tonto e levita.
- Levita? - Lupin resmungou, incrédulo.
- É. Tipo... uns dois centímetros.
- Deve ser legal. - Pontas se adiantou novamente.
- Quem é alérgico, a letitação pode ser permanente.

James engoliu em seco e afastou-se. Não queria ficar que nem um fantasma, flutuando por aí para sempre.

- Dizem que o ferrão seco do Gira-Gira é usado para fazer Delícias Gasosas.

Uma onda de uivos de desgosto passou pelos Marotos. Lily riu quando Sirius murmurou:

- Nunca mais como Delícias.

XXX

Depois de um dia agressivo, os Marotos estavam a caminho do treino de quadribol de James e Sirius. Remus e Peter levavam alguns pergaminhos para irem adiantando seus deveres enquanto os amigos treinavam o esporte.

- Hm... gente. - Pontas parou. - Eu preciso da ajuda de vocês em uma coisa.
- O que foi Pontas? Quem você engravidou? - brincou Sirius.

Pontas ignorou a brincadeira e fez sinal para os amigos se afastarem com ele. Quando chegaram em um local vazio, Pontas soltou:

- Eu preciso que vocês me ajudem em um plano para conquistar a Lily.

Sirius caiu na gargalhada, mas, ao perceber que era sério, forçou-se para controlar-se. Lupin murmurou:

- Você não vai fazer uma loucura, não é?

- Ah, é claro que vai. - Sirius sorriu. - Vamos, Pontas, conte-nos o plano.

- Ela não quer me dar uma chance... Então eu tenho que fazê-la me dar uma chance. Ela só tem olhos para o Ranhoso...

- Oh, não... Oh, não... - Remus negava. - Não diga que você vai...

- Vou usar a Poção Polissuco para conquistar a Lily... Vou usar a Poção Polissuco para me transformar em Severus Snape.

- Ele disse! - Remus bateu na testa.

- VOCÊ COMEU BOSTA DE DRAGÃO? - Sirius gritou, incrédulo.- ENDOIDOU?

- Eu não vou te apoiar nessa! - Remus disse. - Sabe quantas normas da escola estaria inflinjindo?

- VOCÊ REALMENTE COMEU BOSTA? - Sirius ainda gritava. - SE TRANSFORMAR NO RANHOSO? TÁ DOIDO?

James pareceu suspirar, com a mão na testa. Abriu os olhos lentamente e murmurou:

- Você não sabem... Vocês não sabem o que é essa obcessão. Vocês nunca sentiram isso. - James suspirou, tristemente. - Quando eu disse a vocês, que faria qualquer coisa por ela, eu estava falando sério. Então... se vocês não vão me ajudar... pelo menos não tentem me impedir!

Os Marotos calaram-se. Por alguns minutos todos ficaram em silêncio, até que Pontas cortou-o:

- E então...?

- Aff... - Remus deu de ombros. - Vamos logo com isso!
- Por mim tudo bem. - disse Rabicho.

Pontas sorriu e olhou esperançoso para Sirius, que bufou.

- Tá, tá... - Sirius bufou novamente quando Pontas abriu mais o sorriso. - mas só porque o Remus disse que vamos quebrar MUITAS regras da escola, Bambi.
- Tudo ótimo, Vagabundo. - Pontas disse retirando um pergaminho de dentro das vestes. - Eis o plano.

XXX

- Você quer que eu arrume um tufo de cabelos do Snape?! - gritou Gabrielle.
- Fala baixo! - pediu Sirius. - Sim, eu quero.
- Você está com o que na cabeça? Pra que você quer cabelos do Snape?

Sirius encarou os lados. Ele estava todo elameado por causa do quadribol, de modo que as pessoas não paravam de olhá-lo. Ele, então, sussurrou:

- É pra algo do James. Não posso dizer o que é. E preciso que você não conte nada disso para ninguém.
- Não é pra matá-lo, não é? - Gabrielle franziu a testa e Sirius negou. - Então tá. Eu consigo.

Sirius sorriu de orelha a orelha e disse, correndo para a porta de saída:

- Você é demais, Gabi.

Gabrielle acenou de volta e logo voltou-se para junto do grupo da Sonserina. Puxou as vestes de Narcisa para falar com ela:

- Ei, Narcisa. Ontem aprendi a fazer um feitiço do amor.
- Añh? - Narcisa disse meio aérea. - Pensei que apenas existissem Poções do Amor.
- Não. Existe o feitiço. - Gabrielle inflou o peito. - E eu aprendi a fazer.

- Sério? - Narcisa pareceu interessada. - O que você precisa para fazê-lo para mim?

- Apenas um tufo de cabelos da pessoa que você gosta. - Gabrielle franziu a sobrancelha. - É muito difícil?

- Não, não.

Então Narcisa saiu correndo em direção a Bella. Gabrielle bufou, conjurando uma maça e mordendo-a. Enquanto caminhava tranqüila, murmurava para si mesma:

- Está no papo.

XXX
Enquanto isso, Rabicho havia se espreitado por entre o capacho da porta e entrado no depósito de materiais para Poções. Depois de transformar-se em humano novamente, começou a procurar os ingrediantes que James havia lhe pedido:

- Hemeróbios, sanguessugas, descurainia, sanguinária, pó de chifre de bicórnio. E o que mais? Ah, senhor o que mais o senhor pediu? Ah, sim. Pele de arambóia picada.

- Rabicho... - alguém sussurrou.

Rabicho sentiu um arrepio na espina. Felizmente conseguiu esconder todos os ingredientes que James pedira debaixo de uma mesa antes de Severus Snape entrar na sala:

- O que está fazendo aqui?

- Eu... - Rabicho gaguejou. - Eu coloquei sanguessugas demais na minha poção e ela estragou, aí vim pegar mais algumas.

- Certo, que seja. - Severus deu de ombros. - Lúcio está te procurando.

- A mim? Por que?

- Na certa é algo sobre Ele. - Snape encarou os lados.

Rabicho estremeceu quando Snape pronunciou "Ele". Snape deu de ombros mais uma vez e saiu dizendo:

- Encontre-se com Lúcio.

Rabicho engoliu em seco e agarrou tudo que James pedira para voltar correndo para a Sala Comunal.

XXX

- Narcisa, você tem certeza que a Gabrielle disse isso?

- Absoluta. - Narcisa levou a mão aos lábios. - Silêncio ou podemos acordá-lo.

Snape acabara de chegar cansado e se jogara no sofá da Sala Comunal da Sonserina e pegara no sono muito facilmente. Como a Sala COmunal estava quase deserta, e os poucos sonserinos ali apenas preocupavam-se com seus próprios planos, ninguém dera importância para a tesoura flutuante que aparava as pontas do cabelo de Snape.

- Wingardium Leviosa! - murmurou Bellatriz, erguendo o punhado de cabelos até uma caixinha. - Pronto, aqui estão.

- Obrigada! - Narcisa pegou a caixinha e saiu correndo pelos corredores a procura de Gabrielle.

Bellatriz sentou-se em uma poltrona do Sala Comunal e ficou observando o cabelo aparado de Snape:

- Espero que ele curta o novo corte.

XXX

- Cavalo na H3. - Lupin disse, sorrindo. - Cheque-mate, Pontas.

Potter deu um urro de desolação e recolheu os fragmentos de suas peças de Xadrez Bruxo para dentro de um saquinho. Nesse momento, Franco Longbottom entrou na Sala Comunal e avisou para Almofadinhas, que comia um Sapo de Chocolate:

- Black, tem uma loirinha da Corvinal ali fora querendo falar com você.

Sirius rapidamente se levantou. Pontas e Aluado trocaram sorrisos, porém foi Pontas que se adiantou:

- Cachorro Black!

- Vão comer bosta de Dragão! - Sirius sorriu, saindo pelo buraco do retrato.

Aluado começou a recolher suas peças quando Pontas franziu a testa, sorriu e murmurou:

- O Almofadinhas nunca vai beijar a prima dele. - Pontas sorriu. - Nunca. Ele é cachorro e por isso só atrai cadela. As gatinhas só o arrebentam.

Remus, que saia de uma gostosa gargalhada, depôs:

- Duvido muito, Pontas. - Lupin tirou um galeão do bolso. - Eu aposto um galeão que ele beija.

- Pois eu cubro seu galeão... - James jogou um galeão cintilante na mesa. - ... e ainda aposto que beijo minha ruivinha na frente de todos, que ele não beija a Malfoy.

- E eu? - Lupin franziu a testa, desagradado.

- Se você perder você me dá o galeão e... - James olhou em volta e viu que Tonks estava enterrada em um livro na outra ponta da sala. - ... você terá que beijar a Tonks... na frente de todos.

Lupin sentiu o sangue gelar. Começou a suar frio quando James riu dele:

- Pode amarelar se quiser.

- Sou grifinório. - Lupin cerrou os dentes e mostrou a James mais um galeão. - Subo sua aposta para dois galeões.

- Agora está falando a minha lingua, Aluado. - James riu e jogou mais outro galeão na mesa.

Sirius entrou na sala com uma caixinha entre os dedos e se acercou dos dois, viu quatro galeões na mesa. Sirius afobou-se e pareceu animado:

- Estavam apostando?! Eu também quero! Qual é a aposta?

- Coisas nossas, Almofadinhas. - James recolheu seus galeões da mesa.

- Ah... - desapontou-se Sirius.

- O que tem aí? - Remus apontou para a caixinha.

- Cabelo do Ranhoso. - Sirius torceu a cara.

- Ótimo! - James tomou a caixinha das mãos do amigo e guardou-a no bolso. - Já pode começar, Aluado. Onde você vai preparar?

- Na Sala Precisa.

- Perfeito!

Nesse momento Lily desceu as escadas de seu dormitório e franziu a testa para os três marotos que haviam se calado quando entrara:

- O que estão armando? - Lily cruzou os braços.

- Nada. - disseram os três.

- Sei. - Lily resmungou. - Tem olho de trasgo nessa poção. Ah, se tem.


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Bjus e até o cap 4!

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