Um galeão



Olá leitores! Desculpe por ter demorado a postar esse capítulo. Mas semana de provas, ficar atolada de trabalhos no médio e no técnico, e TCC de curso para apresentar, não dá :(
Obrigada Victória pelo comment da fic, fiquei realmente feliz em recebê-lo e fico feliz de que esteja gostanto, e não pretendo abandonar a fic *-*
Aproveitem esse capítulo.
Obrigada x

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E sem mais nenhuma palavra Harry saiu do quarto de Ginny e correu para o que estivera dormindo, fechou rapidamente a porta e encostou suas costas nela. O que tinha acontecido? Porque Harry entrara no quarto de Ginny sem ser convidado? Porque Ginny tinha agido tão menos envergonhada daquela situação do que ele? Talvez porque ela estivesse vestida e não somente de toalha como ela havia apontado.


 


Harry despiu a toalha e a jogo do outro lado do quarto, vestiu as roupas que tinha jogado na cama e sentou com a cabeça entre as mãos pensando no que havia acontecido a minutos atrás, Harry não queria e muito menos podia se importar com isso, tinha mais o que se preocupar – ele sempre tinha. Ele não sabia porque tinha ficado embaraçado na presença de Ginny e porque a queria mais perto de si, ela era como uma irmã pra ele, era o que ele tinha que pensar, que Ginny era uma irmã mais nova que devia protejer, mas nada, ou era.


 


Harry levantou da cama e saiu disparado em direção a porta, colocou a mão na maçaneta e a girou, tinha esquecido completamente o motivo do porque tinha sido acordado por Ron e Hermione, tinha que descer rápido para o almoço antes que perdesse outra refeição e a Sra.Weasley pensasse que ele tinha uma doença altamente perigosa que não o deixava comer, e agora Harry via que estava com fome, muita fome por sinal, colocou as mãos sobre a barriga que roncou ferozmente, abriu a porta a tempo de ver uma parte de um cabelo longo e vermelho descendo a escada, ele fechou os olhos, respirou e fechou a porta as suas costas antes de descer apressadamente pelas escadas.


 


- Harry, querido! – exclamou Sra. Weasley se apresando a abraçá-lo. – Como está? Porque não acordou para o café? Eu estava ficando preocupada! O que quer comer?


 


Mamãe, deixe ele respirar – disse Ron ao meio de risadas olhando por cima dos ombros para poder ver a porta da cozinha onde Harry acabara de chegar e ali estava parado.


 


- Estou bem, Sra. Weasley – exclamou se desvencilhando do abraço da bruxa e olhando quase automaticamente para Ginny que o estava encarando e assim ficaram, Harry não saberia dizer o quanto, o tempo passava impossivelmente devagar quando esses momentos aconteciam com ele e Ginny, parecia que tudo ao redor dele estava em câmera lenta, até ele ver os lábios de Ginny formarem um pequeno sorriso e ela fechar a cara mais uma vez e voltar seus olhos para a comida e ficar encarando seu prato.


 


- Quando quiser sentar querido. – A voz da Sra.Weasley cortou seus pensamentos como um estilete, e ele acordou atordoado desse momento repentino e se sentou numa cadeira ao lado de Hermione, que estava com um sorriso divertido e desconfiado no rosto.


- O que foi ? – perguntou ele para Hermione alarmado.


- Nada – respondeu a garota e voltou sua atenção para o prato e continuou rindo em silêncio.


- Mamãe disse que vamos poder dormir no mesmo quarto  de novo – disse Ron se inclinando em cima da mesa em direção a Harry e sussurando, Harry supôs que não era para Sra.Weasley ouvir essa notícia – Bem melhor não acha?


 


- Ah, claro. – Harry não sabia se era bom ou não, mas achava que sim, ter o amigo por perto era sempre bom.


 


- Hermione, o que você tem? – disse Ron olhando desconfiado pra ela. Harry teve a rapidez de virar a cabeça e ver que antes de fazer cara de nada com nada, Hermione estivera com uma expressão de puro sofrimento com os olhos fixados em Ron. Mas logo acrescentou:


 


- Que quer dizer? – disfarçando tão bem com uma expressão de arrogância que Harry soube que Hermione podia conseguir qualquer papel de atriz depois disso.


 


- Nada, você estava, hm... – Ron acrescentou um tanto apreensivo – com uma cara estranha, como se alguém estivesse te beliscando.


 


Hermione que começara a corar, respondeu rapidamente:


- Bom, é a minha única cara que eu tenho, Ronald! Se você não gosta o problema não cabe a mim! – E com esse comentário que Harry achou completamente desnecessário ela abaixou a cabeça e tornou a engolir seu almoço.


 


Ron lançou a Harry um olhar confuso e seus olhos passavam de Harry para Hermione como se dissesem “O que diabos eu fiz dessa vez?”, Harry se limitou a rir e dar de ombros e voltar para seu almoço. E Ron fazendo o mesmo.



Depois da sobremesa a casa ficou muito deserta e vazia e Harry se largou na poltrona da sala na qual estivera na noite passada conversando com Ginny, e lembrou de tudo na noite passada; Ginny não havia dormido e estava com uma cara melhor do que a dele em mil vezes, e estava confiante como Harry nunca tinha visto antes, isso parecia o incomodar um pouco lá no fundo e ele deixava passar como  uma brisa de verão, e sem perceber, ficou pensando fitando a janela da parede oposta.


 


- Perdido em pensamentos, Harry? – Era Ginny parada no batente da porta, de braços cruzados e fitando-o com uma expressão engraçada.


 


- Mais ou menos. – Respondeu Harry ainda esparramado na poltrona olhando para trás para poder ver a garota.


 


Ela caminhou mais para perto, colocou sua mão no encosto da poltrona e disse : - Venha Ron quer jogar um pouco de Quadribol no jardim.


 


- Agora? Acabamos de comer.


 


- Anda logo, o maior jovem apanhador de todo o século com medo de vomitar o almoço? – Ginny disse rindo e pegou a mão de Harry e começou a levá-lo para os jardins.


 


- Ginny, nós estamos em três, como vamos jogar?


 


- Ah, você verá – E assim que chegaram ao jardim, Harry pôde ver Hermione na garupa de uma vassoura com Ron, assim como noites atrás quando eles tinham ido resgatar Harry da casa dos Dursley mais uma vez, Harry teve que apertar os olhos para ver os dois de tão alto pois o sol refletia de encontro com os olhos dele, mas conseguia identificar os cabelos alaranjados de Ron e os cabelos castanhos cheios de Hermione em qualquer lugar, não importava a distância.


- Vai ficar ai parado ou oquê? – Ginny apareceu em sua frente empoleirada na vassoura, Harry não tinha notado que a garota não estivera mais ao seu lado e se sentiu culpado por isso.


 


- Cadê minha vassoura?


 


- Vamos jogar em duplas.


 


- Duplas?


 


- Ahan, ou realmente espera que Hermione monte numa vassoura sozinha, pegue o pomo de ouro e mate todos nós com balaços na cabeça?


 


Harry riu – É, eu não esperaria isso nem que isso valesse o NOM mais alto para ela – olhando em volta Harry perguntou a Ginny – onde estão Fred e George?


 


- Não sei – disse dando de ombros – vai subir aqui ou não?


 


Harry hesitou por um instante em subir na garupa da vassoura de Ginny, mas se deu por convencido e no exato momento que sentou, Ginny deu uma guinada para o alto que se Harry não tivesse sido ágil o suficiente para agarrar na cintura de Ginny, teria sido cuspido para fora da vassoura e caído com toda a força no jardim, chegando na altura de Hermione e Ron a garota parou abruptamente no ar, mas Harry conseguira ouvir Ron dizendo a Hermione, “ah relaxa Hermione, você sabe que eu não vou te deixar cair, pare de ficar nos nervos” , Hermione um tanto corada, abriu a boca para responder mas Ginny a interrompeu – Vamos jogar ou não?


 


- Ah, eu não sei Ginny, não me parece muito se... – Antes que Hermione concluísse a frase Ron inclinara sua vassoura para baixo e voara com toda a rapidez que o vento podia permitir e apenas um grito agudo de Hermione soando no jardim quieto. Ginny olhou para Harry de olhos arregalados e começou a rir e Harry disse: - Um dia Ron vai acabar matando Hermione, com certeza. – Ginny balançou suavemente  a cabeça, olhou para baixo e em seguida para Harry:


 


 – Não acho.


 


- Porque não?


 


- Quem vai divertir o mundinho fechado de Hermione se não o Ron? Ou você acha que aquelas briguinhas sem fundamento e continuas tem realmente um motivo para começar?


 


Harry se sentia confuso, como se sua cabeça tivesse dado um nó tão apertado que ele pudesse entrar em estado vegetativo a qualquer instante.


 


- Hermione...hm... gosta que Ron a irrite? – arriscou Harry a Ginny.


 


- Ah, Harry...é por ai.


 


- Então garotas gostam que garotos a irritem? – disse Harry tentando simplificar o que estava pensando, mas ao ouvir suas palavras saírem de sua boca, ele apenas pensou o quão estúpida aquela pergunta tinha sido.  – Isso é estúpido, ninguém gosta de ser irritado!


 


- Harry, não é estúpido.


 


- Claro que é! É impossível irritar alguém e isso dar certo para o bem! – exclamou Harry indignado.


 


-Quer apostar? – sugeriu Ginny levantando as sobrancelhas.


 


- Certo! Quanto?


 


- Um galeão – disse Ginny dando de ombros. – Vamos ver quem sabe mais.


 


- Ginny é impossível! É estúpido já disso.


 


- Não! É algo que você não entede, e algumas sim garotas sim, - disse Ginny rindo e pensando um pouco, em seguida dando de ombros – outras não. – concluiu olhando para baixo, provavelmente olhando as moitas do jardim tão pequenas daquela altura do céu.


 


- E você, Gin? – Harry perguntou olhando fixamente para o rosto da garota, enquanto ela levantava o rosto e olhava para ele com seus olhos brilhantes cor de mel – se encaixa em qual delas?


 


- HEY! DESÇAM AQUI! – Era Ron gritando. Ginny olhou para baixo e desceu sua vassoura no ar rapidamente.


 


- O que foi? – perguntou Harry rapidamente saindo de trás da vassoura.


 


- Acho que Hermione foi buscar algo para me matar, - disse Ron se encolhendo enquanto falava – ela está realmente me assustando dessa vez. Se for um facão, uma panela, ou qualquer utensílio trouxa, você me salva, certo Harry? – disse Ron engolindo em seco e olhando para o amigo.


 


- Certo – aceitou entre risos.


 


Harry olhou para Ginny com uma expressão de pura satisfação, mas Ginny retribuiu com um olhar de superioridade misturado com diversão como quem diz “Você não espera pra ver”;


 


- Acho que Hermione não vai sair mais, vamos entrar – Sugeriu Ginny, passando a frente de Harry e Ron indo na frente deles. Uma coisa um tanto inesperada aconteceu, quando Ron girou a maçaneta, e se pôs dois passos dentro da casa, foi atingido por uma, duas, três almofadas bem na cara, e Harry pôde ouvir a voz de Hermione lá de dentro resmungando “Ah vamos jogar quadribol! Porque eu sou Ronald – outra almofada – Billius – mais uma – Weasley – e a última – não vou te deixar cair da vassoura Hermione, mas com certeza você vai ter um infarto do coração!”.


 


Ron olhou com uma expressão assustada para Ginny e Harry que ainda estavam do lado de fora da casa, e se dirigiu a Hermione “Você ta maluca?”


 


Harry olhou para Ginny com sua expressão de satisfação duplicada, mas a expressão anterior de Ginny também havia se duplicado, então ela cochichou para ele “Veja e aprecie você perder um galeão!” e então cruzou os braços e olhou para a cena dentro da casa.


 


Harry ouvira mais uma vez a voz de Hermione vindo de algum lugar na sala “Você quase me enfarta e eu sou maluca?” “Você que ficou de frescura de nós jogarmos quadribol logo de uma vez” “Francamente Ron” esse tom, e a frase, Harry conhecia e já tinha decorado, ouvindo por anos seguidos, Hermione provavelmente estaria com os braços cruzados, balançando sua cabeça com negatividade e lançando um olhar penetrante a Ron, que estava pegando as almofadas que Hermione jogara nele e colocando no sofá mais próximo “Qual é Hermione, vai ficar brava comigo e atirando coisas em mim só porque eu queria que você jogasse um pouco de quadribol com a gente e te causar uma leve parada cardíaca?” Harry pôde ouvir a voz de Hermione oitavos mais baixa e mais doce, mas ainda tentando se manter firme “Você sabe que eu não gosto desse jogo” Ron respondeu com paciência que Harry não sabia de onde o amigo vinha tirando “Eu prefiro esse!” E Harry pôde ver outra almofada atingindo a cara de Ron e Hermione correndo escadas a cima rindo loucamente e Ron correndo atrás dela rindo também com várias almofadas sendo atiradas no ar tentando acertar Hermione.


 


- Eu não disse? – A voz de superioridade de Ginny invadiu sua cabeça – Um galeão por favor.


 


Harry vasculhou os bolsos em busca dele, enquanto procurava perguntou: - Porque isso acontece? Sabe... Isso. – apontou com a cabeça para onde Hermione tinha discutido com Ron segundos atrás deles saírem correndo e rindo. – Não tenho nenhum aqui, devem estar todos no meu malão, vamos subir e eu pego.


 


Harry e Ginny subiram a escada em silêncio e só falaram quando chegaram ao quarto que Harry havia dormido outra noite que agora poderia compartilhar com Ron como sempre fizera, revirou o malão e encontrou o galeão, Ginny que estivera sentada em sua cama se levantou e na hora que seus dedos tocaram o galeão Harry disse:


 


- Você não respondeu a minha pergunta.


 


- Que.. que pergunta? – balbuciou Ginny, olhando confusa para Harry.


 


- A que eu lhe fiz no jardim... Porque garotas gostam disso? Porque isso acontece?


 


- Ah Harry... – começou Ginny num tom triste, puxou o galeão e o guardou no bolso de seus jeans, então olhou para ele e disse num tom um tanto melancólico tentantdo ser disfarçado com divertimento, lançou um olhar penetrante a Harry e disse – Está alem do que seus dons masculinos possa entender.


 


E com essa resposta saiu pela porta do quarto de Harry, o deixando ali, sozinho, em pé no meio do quarto, ainda com sua mão na mesma posição de quando tinha dado o galeão a Ginny, e mais confuso do que quando acordara naquela mesma manhã.

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