Encontro no Corujal

Hermione se sentiu mais leve ao acordar naquela manhã. Como de costume não encontrara Harry ao seu lado na cama. – “Ele já deve esta se arrumando para a aula” – Olhou para o lado da cama que o moreno dormiu e viu um pequeno bilhete. “- Harry Potter sempre cavalheiro” – pensou Hermione sem deixar de compará-lo ao loiro que a atormentava.

Querida Mione,

Espero que você esteja mais tranqüila hoje. Sinto não ter te acordado aos beijos e não ter visto você reclamar de formigamento nos pés e por a culpa em mim. Estarei sempre com você, eternamente.

Do Herói que te ama

HP


Ela não pode deixar de sorrir ao bilhete do rapaz. Amava Harry de uma maneira que muitos não entenderiam. “- Amor de irmãos” – pensava ela enquanto entrava na banheira. “– Mas irmãos não fazem o que nós fizemos essa noite” – um sorriso brincava em seus lábios. “- É melhor não pensar nisso agora, amigos que se dão bem na cama não deve ser algo tão raro assim”. Terminou o banho, colocou as vestes e correu para o Salão Principal rezando para os elfos não terem retirado toda a comida. 

Olhou triste para o Salão vazio a sua frente. Se não estivesse atrasada para a primeira aula poderia ir a cozinha e conseguir algo para comer. “– O único jeito é tentar agüentar até o almoço, o caminho é longo até as masmorras” – Deu meia volta e levou um susto ao se deparar com o loiro na sua frente.
- Virou um fantasma Malfoy? Aparece sempre de repente agora.
- Atrasada como sempre não é Granger. Uma monitora chefe deveria dar o bom exemplo.
- Não enche Malfoy! – era incrível como ele sempre conseguia fazê-la perder o controle – Você já deveria está na aula puxando o saco do Snape. 
- Granger... Granger... Granger... Sempre mal educada. Estou aqui para te fazer um favor – ele tinha um sorriso no canto dos lábios que a irritava.
- Que favor você poderia me fazer Malfoy? – agora era ela quem sorria o que deixou o loiro encantado – se afogar no lago? Ou lutar com lobisomens?
- HAHAHA! Muito engraçado Mionizinha... – ele tirou um embrulho muito parecido com o que Gina estava na noite anterior e entregou à morena – não precisa me agradecer – e saiu deixando Hermione sem palavras.

Caminhava apressada em direção as masmorras. “- Como o Malfoy pode sumir assim tão rápido?” – Não queria ter que agradecer a ele na frente de todos. Segurava firmemente o embrulho intocado e lembranças do ano anterior cismavam em povoar sua mente. Sentia um familiar aperto devastador no peito.


Ano anterior

Hermione se preparava para dormir. Naquela noite não dormiria com Harry, brigaram no jantar “- O moreno não entendia que essa guerra não era como as aventuras que tiveram nos anos anteriores, dessa vez suas vidas estavam realmente em risco”. – Se sobressaltou ao escutar batidas na janela do dormitório. “- Por Merlin! Uma coruja há essa hora?” – Abriu a janela e a coruja pousou no parapeito com um bilhete amarrado em uma das patas. Pegou o bilhete e ficou extremamente confusa com o seu conteúdo. 

Granger, 

Sei que esse meu bilhete lhe causará extrema estranheza e com toda certeza você pensará que é uma armadilha. Se minha palavra lhe servir de alguma coisa, lhe garanto que é um pedido de paz. Preciso que me encontre o mais rápido possível no corujal.

DM

Andava de um lado para o outro sem saber o que fazer. “- Me encontrar sozinha com o malfoy seria uma grande burrice. É sem duvida uma armadilha” – mas algo em sua mente mandava ela ir, sabia que seria algo importante. “- Eu vou, mas se for uma armadilha do fuinha não hesitarei em me defender.” Pegou a varinha e saiu rapidamente do Salão comunal.

Faltava-lhe o ar quando chegou ao corujal. Malfoy olhava para ela não com aquele costumeiro ar sonserino debochado, agora seu semblante estava serio e carregado. Não tirara a mão da varinha, qualquer movimento ameaçador do loiro e ela atacaria.
- Pode relaxar Granger – ele se aproximou lentamente – não é uma armadilha.
- Não sei se posso confiar Malfoy. – o loiro sorriu tristemente e entregou sua varia a Hermione.
- Espero que seja o suficiente
- O que você quer comigo? 
- Você esta preocupada ultimamente Hermione. Percebi isso durante as aulas, nem fica ansiosa para responder perguntas como antes. Sempre pensativa Granger.
- Está me observando Malfoy? Qual é o interesse?
- Ouvi sua briga com o Santo Potter hoje no Grande Salão. Sua teoria é verdadeira. – Hermione estava confusa, sabia do que Malfoy estava falando, mas não imaginava onde estava querendo chegar.
- Você vai ter que me dar mais detalhes fuinha. Porque  me chamou aqui? Simplesmente para dizer que estou certa?
- De todas as pessoas que enfrentarão essa guerra ao lado do Potter, você é quem o Lorde das Trevas mais teme – ele se aproximou um pouco mais e diminuiu o tom de voz quase a sussurros – e você é inteligente Granger, sabe que será a primeira que ele tentará destruir.
- Arranca- se o cérebro e mata- se o resto – ela pensou em voz alta.
- Você se acha Granger – ele sorria debochado – mas esta certa novamente.
- O Voldemort quer minha cabeça e você veio me avisar. – não conseguia esconder que estava com medo, já imaginava que seria assim – dando uma de bonzinho de graça Malfoy?
- Nada é de graça Sabe-Tudo – ele encostou seu corpo no dela com certa violência que fez a grifinória tremer – dessa vez peço apenas sua confiança, não conte a ninguém que te ajudei. Na madrugada de amanhã um Elfo sobre a maldição impérios entrará no dormitório feminino e te lançará a maldição avada kedavra. 
- Como você sabe... – ele calou a morena pousando seus dedos delicadamente sobre seus lábios.
- Lute contra o elfo, não deixe perceberem que foi avisada ou não verei o dia nascer no outro dia. - o loiro saiu rapidamente do corujal deixando Hermione com um aperto devastador no peito

De volta ao presente


- “Soube naquele momento que poderia confiar no Draco. Na madrugada seguinte lutou contra o Elfo o deixando desacordado e não levantando suspeitas sobre o Malfoy” – caminhou sorrindo com aquelas lembranças, agradecendo por viverem outros tempos agora. Chegou à porta da sala e viu que o professor estava virado para o quadro explicando a fórmula de uma poção que Hermione já conhecia de trás para frente. Procurou por Malfoy que estava sentado sozinho como de costume em uma carteira ao fundo. Caminhou até ele segurando firmemente o embrulho que o loiro lhe dera.
- Posso me sentar ao seu lado?
- Sente-se onde quiser Granger – falava fingindo desdém
- Esta bem. Então é aqui mesmo – ela sentou rapidamente ao lado do loiro para não chamar atenção do restante da turma. – Você pegou muita comida Malfoy. Não vou dar conta de tudo isso – ela sorria nervosamente.
- Talvez o Potter ou seu amiguinho Pobretão Weasley queiram te ajudar – ela já arrumava toda a comida em cima da mesa – E Mionizinha todo mundo em Hogwarts sabe que você come como um pedreiro – ela ficou vermelha como fogo e ele sorria encantado – “como ela fica linda vermelha de vergonha”. 
- Obrigada Malfoy – O loiro olhou surpreso para ela, não esperava essa reação.
- Não tem nada para agradecer GRANGER – Ela sorriu quando ele frisou a forma formal que a tratava. – É só um pouco de comida.
- Obrigada por salvar minha vida ano passado, nunca pude te agradecer Draco – ele tremeu ao ouvir seu nome sair dos lábios da morena e ela abaixou um pouco a cabeça envergonhada com a própria coragem.
- Foi você quem salvou minha vida Hermione – ele acariciou seu rosto fazendo com que ela o olhasse nos olhos – acreditou em mim quando ninguém mais acreditava – levou a mão da morena até seus lábios e beijou levemente – nunca poderei te agradecer o suficiente.
- Pode começar me deixando comer DRACO – eles brincavam com a nova intimidade.
- Eu disse ki você era a maior fominha da escola. Para onde vai toda essa comida heim? – ela fez um cara de ofendida – ele a chamou para mais perto e falou baixo como se estivesse contando um segredo – Você é a menina mais bonita de toda Hogwarts.
- E você é o menino mais doce de toda Hogwarts – disse passando um pouco de chocolate no nariz do loiro que reclamou alto chamando a atenção de vários alunos e do professor Snape antes alheio ao que estava acontecendo.
- Ora... Ora... Ora. Os novos pombinhos de Hogwarts – disse Snape enquanto limpava com um toque de varinha o nariz de Draco e fazia sumir toda a comida – devo dizer-lhes que não permitirei namoricos e piqueniques durante a minha aula. Os dois para fora agora e que isso não se repita.
Hermione tentou argumentar, mas foi impedida por Draco.
- Só tem mais 5 minutos, vamos para o lago, quero te mostrar uma coisa.


Hermione e Draco chegaram ao Grande Salão e cochichos se espalharam. Todos pareciam comentar a aproximação entre os dois.
- Parece que essa é a hora que nos separamos senhorita.
- Você até que é um cara legal Malfoy 
- Eu sou o máximo. E se você me chamar de Malfoy novamente vou voltar a ser o cara mau. – fez uma careta que arrancou risadas da grifinoria.
- Esta bem Draquinho. Então até próxima aula? – ele assentiu e os dois seguiram para suas mesas.
Hermione se sentou entre Gina e Luna e começou a se servir. Todos estavam silenciosos e Rony comia com fúria e lançava a ela um olhar assassino que começava a incomodar.
- Achou o que procura na minha testa Ronald? – ela perguntou contrariada com a indiferença dos amigos – Por que todo esse silêncio? 
- Você está namorando o Malfoy? – Gina perguntou percebendo que ninguém iria se manifestar – Todos estão comentando.
- E os meus amigos me ignoram por causa de fofocas? – estava furiosa mesmo já esperando esse tipo de reação – Eu não estou namorando o Malfoy se é o que querem saber – disse encarando Rony como se o desafiasse a falar o que estava pensando.
- Desde quando você se tornou uma mentirosa Hermione? – o ruivo falava quase histericamente – Passou a manhã toda grudada na doninha e eu o vi segurando a sua mão. As fofoquinhas têm fundamento se você quer saber.
- Deixe ela em paz Rony – Harry disse de forma displicente – não temos nada com isso.
- O Harry tem razão é um problema da Mih com quem ela namora ou não – Gina resolveu defender a amiga – e o Malfoy no fundo é um cara legal.
Hermione sorriu agradecida para a amiga.
- Eu só estava agradecendo, eu devo a minha vida a ele. – a morena falava decidida – não é uma coisa que dar para ignorar facilmente.
- Há! HÁ! HÁ! Já deu para perceber com que moeda você vai quitar essa divida – Rony gritava ganhando a atenção de todos. Hermione corou violentamente e seus olhos estavam marejados.
- Você passou dos limites Rony – Harry apontava a varinha para o coração do amigo – se você insultar a Hermione mais uma vez vou esquecer que somos amigos.
- Eu sei porque você a defende tanto Harry – tinha uma expressão doentia – vocês não mim enganam mais com essas caras de santos.
- Parem com isso por favor! – a morena chorava copiosamente – não quero vocês dois brigando.
- Você esta é com medo – Rony gritava cada vez mais – com medo que eu conte para todos quem é a verdadeira Hermione Granger. Uma vagabun... – antes que ele terminasse Harry azarou o amigo que caiu a muitos metros de distância.

Harry, Gina e Luna levaram um Rony desacordado para o dormitório e ele já descansava em seu quarto. Hermione chegou logo depois com o rosto inchado, parecia ter chorado muito e ficou o resto do dia trancada no quarto
Malfoy não conseguia prestar atenção na aula de história da magia – “seria bem mais agradável se Hermione estivesse ao seu lado” – pensara na briga dos grifinórios, sabia que provavelmente sua aproximação com Mione fora o motivo, mas o pobretão disse coisas que até agora faziam sua cabeça ferver. – “Ele disse que tinha um motivo para o Potter defende-la tanto, que a Hermione não era o que parecia e tinha medo que ele contasse para todos, por fim quase xingou a morena e o Potter o azarou”. – O sinal tocou e o loiro foi arrancado dos seus devaneios. Estava cansado e tudo o que queria era voltar para o dormitório e quem sabe ver Hermione.
Atravessou o retrato da veela e viu Harry e Gina com as mãos coladas, conversando animadamente.
- Estou entrando pombinhos – falava com as mãos cobrindo os olhos – coloquem as roupas por Merlin.
- Muito engraçado Malfoy – Harry soltou rapidamente a mão de Gin – seu senso de humor é realmente invejável.
- A Hermione esta aqui – precisava ver a grifinoria – ou ainda não voltou?
- Agora é “Hermione” é? – a ruiva lançou um olhar malicioso para o loiro – Ela se trancou no quarto logo após o almoço ainda abalada com aquele barraco que rolou no salão.
- Talvez seja bom eu tentar falar com ela – o loiro parecia preocupado – dar apoio mesmo.
- Eu conheço bem a Mih e o melhor é deixá-la sozinha até que ela saia – Harry deu leves batidinhas no ombro de Malfoy – Não se preocupe nada derruba Hermione Granger. – o loiro assentiu – vou levar a Gin ate o salão da grifinória, se quiser conversar me espere. – Harry sabia que Malfoy tinha escutado muita coisa da briga daquela tarde.
- Esperarei com certeza Potter – o loiro tinha muita coisa para esclarecer com o moreno – será uma conversa interessante.

 

 

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