HAVIA UM HARRY E UM BOEIRO





Hoje, plena terça feira, 10 horas da manhã, aqui estou eu, na rua andando de bike, representante fiel da juventude saúde.

Você estar estranhando em plena terça feira, meio da manhã e eu andando de bicicleta, mas é que, bom me deu uma vontade louca de sai por ai. Ficar em casa trancada estava ruim, resolvi virar exemplo para os jovens que nas férias ficam grudados em frente à televisão, vendo filme e comendo bobeira, ou no computador , viciados nos orkuts e msns da vida.

Algumas amigas me chamaram pra ir ao shopping, pegar um cine, olhar umas lojas, sabe essas coisas. Mas eu como uma jovem, preocupada com a saúde, e só isso, decido, mesmo que sozinha, anda de bicicleta pelas ruas do bairro. Há, e se engana você que isso, de andar de bike, tem segundas intenções por rãs, porque não tem. Nem decidi isso depois de ir ao orkut do Lipe, meu primo, e ao entrar na pagina de scrap dele pra deixar um recadinho sobre o aniversario de vovô, muito sem querer vi o recado do Harry confirmando com ele a pelada, na rua dele. (que COINCIDENTEMENTE é essa por qual agora passo, e já passei umas três vezes)

Pára tudo! Eles estão saindo do campinho. E detalhe, todos eles estão sem camisa. Olho para resto com nojo, estão banhados de suor, eca. Mas o Harry, ah, esse suado, de cabelo molhado, é tudo, é incrível como não consegue ficar feio.

Distraída, olhando cada centímetro do corpo daquele deus grego a minha frente, não reparo o bueiro destampado a minha frente, bom, quer dizer, até o vejo, mas infelizmente não a temo de fazer qualquer manobra para desviar.

Resultado, cai de cara no asfalto, e pior, paguei esse mico total na frente do cara mais gato da escola. Quero morrer. Acabou as minhas chances de ter pra mim o ultimo hetero lindo, maravilhosa e perfeito. Agora vou ter que ser freira, ou me contentar em ser uma feminista solteirona e titia.

-Machucou? – diz uma voz linda.

-Não... – me levanto sem consegui ainda encarar o Harry, mesmo sem ter olhado seu rosto, aquela voz máscula e perfeita é inconfundível- estou bem. Estava só testando a qualidade da bicicleta sabe.

-Você é engraçada – e estende a mão para me ajudar a levantar. Mesmo morrendo de vergonha pelo mico, não resisto e levanto meu olhar. Confesso que quase caio no chão novamente, derretida com toda beleza daquele sorriso a minha frete.

-Hermione? – uma gargalhada estrondosa, e um chamado horrendo do meu primo, me tiram de mundo de sonhos, onde só Harry existia, e me joga na realidade de novo.

-Sim!- olho brava. Levanto-me direito e sacudo tinha roupa, com o pouco de dignidade que me restava.

-Foi muito engraçado isso - ri, juntamente com alguns – caraca você caiu igual uma jaca mole. Estava em que mundo?

-Não é da sua conta.

Ótimo, meu primo consegue me fazer de imbecil a frente desse monte de garoto, pior na frente de Harry. Odeio ele. Depois que mus irmãos, Felipe era quem mais odiava. Deus não devia ter inventado nem os irmãos mais velhos e nem os primos pentelhos.

-Você não se machucou?- a voz de Harry me leva outra vez a céu.

-Não, serio. já disse... – ia completar mas ele me interrompeu.

-Já sei, fez por querer. Testado a qualidade da bicicleta – diz rindo.

-É...- digo sem graça. Ouvindo ele falar me pareceu a desculpa mais idiota da face da ter. não que já na fosse ruim o suficiente – bom, tenho que ir. – digo sem graça.

-Bom, tava indo também. Acompanho-te, sabe, para caso você decida testar a gravidade e se machuque de verdade.

Olho para a cara dele brava. Pêra ai, uma coisa era eu me fazer de idiota, mas o que ele estava fazendo era corvadia, dizendo assim, estou parecendo à menininha mais tola e burra da face da terra. E apesar de ser avoada e tal, e ele ser lindo e provavelmente ultimo homem hetero lindo, maravilhoso da terra, na vou deixar me tratar assim. Poxa, tenho minha reputação, não posso deixar ele me zoar assim. Poxa, já tenho pouco credito por ser chifruda e agora essa?

-Desculpa, tava brincando.- diz ele sem graça- Sei lá, você sempre pareceu divertida, pensei que ia perceber que era brincadeira. Não quis ofender.

-Não ofendeu. É que acho que sentir uma dorzinha na perna – claro que meti, vocês na achavam que ia confessar pro gato que tinha pensado mal dele, nem morta – mas, era só impressão estou ótima – e completo rapidamente – mais ainda aceito a companhia até em casa.

-Claro, vamos- diz lê me dando o sorriso mais lindo do mundo.

Gentilmente ele pega minha bike, um tanto amassada, isso mesmo ela não passou no teste, qualidade zero. E caminhando ao me lado, fomos em direção a minha rua. Bem, minha casa não era tão longe assim, então e eu não me apressasse para puxar assunto, desperdiçaria uma oportunidade única, e é caro que não poderia fazer isso.

-E ai, como estão as férias? – pergunto satisfeita. Isso, toquei no assunto perfeito. Neutro, nada ansioso, uma pergunta normal.

-Bem, tenho jogado pelada com os garotos. Jogado no pc. Saído nos fins de semana, falado nisso, não tenho te visto, vejo suas amigas, mas você, desapareceu.

-É tenho dado atenção a uns amigos que necessitavam da minha companhia. Mas já estou voltando com a corda toda.

-Serio??? Bom, então podemos marcar de sair juntos qualquer dia desses.

-S-i-m...-respondo gaguejante sem acreditar. Estava sendo perfeito, melhor do que podia imaginar.

-Bom, chegamos. – coloca a bike encostada no muro.- tchau. E cuidado por onde pedala. – e sai, deixando para trás eu, tremendamente encantada com sua fofura.

-Ai que lindo –suspiro antes de entrar. E ao colocar a bicicleta pra dentro dou uma boa olhada no estrago.

-Valeu a pena amiguinha. Conserto-te um dia desses.

E entro dentro de casa com a certeza de que caída de amor não dói. Não dói mesmo!

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