Respostas



Cap. 7 – Respostas



Novamente deitada na cama de lençóis cor-de-rosa. Novamente girando de um lado para o outro. Teto, lareira, guarda-roupa... Novamente sentou-se. A cabeça entre os joelhos. Mas nem passava por sua cabeça deixar aquele quarto novamente.

Christine olhou para o relógio sobre o criado-mudo ao lado direito de sua cama exatos dois minutos desde a última vez que o fizera. Sua cabeça latejava e ela pedia em silêncio que o sol se apressasse em nascer para que suas dúvidas finalmente se esclarecessem...

Sua mente ainda era dominada pela surpresa do que descobrira naquela noite. Não pôde deixar de imaginar como os outros fãs de Harry Potter reagiriam ao conhecimento do mais profundo (e surpreendente) segredo de Severus Snape. A afeição da garota pelo professor certamente tornara-se maior! Mas, pensando bem, ela sempre sentira um interesse, algo positivo em relação ao ex-comensal... Corou sem querer, quando a palavra “atração” veio à sua mente; mas realmente não poderia negar que o ar misterioso e solitário do professor sempre a fascinara... Ela balançou fortemente a cabeça, tentando expulsar dela tais pensamentos constrangedores e voltou a se fixar nos questionamentos do que viria no dia seguinte. No dia seguinte não, naquele dia! Já que já passara da meia-noite... Então o dia seguinte era aquele dia, que ela pensava ser o dia anterior. E o dia seguinte que ela não percebera inicialmente ser aquele dia, seria o outro dia, e esperava ela, que no dia seguinte real, e não o que ela pensara ser inicialmente, tudo já estaria esclarecido. Tudo não. Afinal, nem mesmo Dumbledore saberia o suficiente para esclarecer tudo... Ou saberia? Bem que ele poderia aproveitar o embalo e esclarecer outras dúvidas que sempre povoaram a cabeça de Christine, como a possível existência de extraterrestres, os milhares de mistérios acerca da Esfinge de Giza, o paradeiro do continente perdido de Atlântida, uma maneira para se criar um mundo igualitário, como ocorreu a extinção dos dinossauros... Nesse clima as horas acabaram se passando, e a exaustão psicológica permitiu que, por volta das cinco da manhã, a garota finalmente adormecesse.



***



Christine acordou assustada. Havia tido um pesadelo onde quase fora assassinada por Snape após ver, sem sequer uma vaga idéia de como, as mais comprometedoras lembranças do professor. Porém, estática na cama e olhando fixamente o alto teto de pedra de seu quarto em Hogwarts, desejando fortemente se acalmar e esquecer aquele terrível pesadelo, uma forte dor no braço direito chamou sua atenção. Ela se levantou e abriu o guarda-roupa à sua esquerda, onde havia um espelho preso por dentro da porta e olhou boquiaberta para o reflexo de seu braço direito, pouco abaixo dos ombros, onde a forte dor latejava.

_ Não foi sonho... – disse a si mesma num tom frustrado de quem tentou por horas esquecer algo muito desagradável.

Em seu braço direito havia marcas de dedos onde, na noite anterior, Severus a segurara e com a varinha apontada para seu pescoço, cego pelo ódio e desespero.

Ela passou levemente a mão sobre o hematoma e o medo que a assolou no dia anterior voltou a fazer seu coração disparar. Situação que piorou consideravelmente quando a garota ouviu batidas na porta do quarto, dando um pulo, tamanho o susto que tirara-a de seus devaneios.

Ficou parada. Os olhos arregalados fitando a porta, pensando... Seria Snape que viera se vingar dela pelo que “fizera” no dia anterior? Seria Dumbledore, para expulsa-la do mundo bruxo e obrigá-la a se virar e ir embora? Ela pensou esperançosa, que poderia ser o basilisco, que iria matá-la tão rapidamente que provavelmente teria uma morte indolor... Mas ela se lembrou, decepcionada, que Harry havia matado a serpente gigante caçadora de sangues-ruins dois anos atrás. Além do mais, ela acreditava que o basilisco não costumasse bater à porta de suas vítimas, talvez pela falta de mãos...

Toc toc.

Tá. Não ia dar pra fugir ou se esconder por muito tempo... Teria que abrir a porta.

Ela foi caminhando devagar até a porta e girou levemente a maçaneta com certa dificuldade devido ao intenso tremor em suas mãos. Encarou um sorriso exultante a sua frente e um pouco a baixo, e em seguida escutou:

_ Dobby trouxe o café da manhã da senhorita! Bom dia! Espero que Dobby não a tenha acordado... – ao fim da frase o elfo pareceu preocupado, abaixando as grandes orelhas de morcego – Dobby acordou a senhorita!

O elfo empurrou a bandeja com o café para as mãos de Christine e começou a bater fortemente a cabeça na parede de pedra a seu lado.

_ Dobby mau! Fez tudo errado! Não devia incomodar a senhorita! Dobby muito mau!...

Christine olhava, sem ação, o autoflagelo do elfo. Mas por fim não pode mais suportar...

_ DOBBY, PARA AGORA!!! – Gritou com toda a força, ainda com a bandeja nas mãos.

E ele realmente parou. Olhava para ela com os olhões ainda mais arregalados que o normal. O silêncio deixou-a constrangida.

_ Desculpe, Dobby. Não queria ter gritado com você... – Ele continuava lá parado, olhando para ela. – Bom... Então vou entrar e tomar meu café, está bem? – Ela continuou pausadamente, para se certificar de que ele poderia entendê-la.

Quando a morena foi se afastando quarto adentro, Dobby pareceu despertar de um transe:

_ Espere, senhorita! O professor Dumbledore deseja vê-la! Ele pediu que Dobby avisasse à senhorita Hecatean que ele a espera em seu escritório depois que a senhorita terminar o café da manhã.

Novas batidas fortes no peito. Droga! Seria expulsa, certamente... Mas não tinha culpa do que tinha acontecido! Mas não era o que pensavam Snape e Dumbledore... Bom, teria que enfrentá-los cedo ou tarde...

_ Tudo bem. Obrigada, Dobby. – Terminou dando um sorriso amarelo ao elfo.

Após assistir à costumeira reverência dele, Christine fechou a porta do quarto, colocou a bandeja sobre um dos criados-mudos que ladeavam a cama e jogou-se nela. Teve vontade de chorar, mas parecia não ter forças para isso... Mais que triste, sentia-se perdida! Não sabia o que fazer! Antes tivesse permanecido no largo Grimmauld numero 12 ao lado de... Será que ele a aceitaria de volta caso Dumbledore a mandasse embora de Hogwarts? Ela não tinha como voltar pra casa! Fechou os olhos e viu o cinza dos olhos de Sirius. Queria tanto que ele estivesse ali! Ela riu, deprimida...

_ Como se ele fosse me ajudar... Seria um momento histórico: A primeira vez em que Sirius Black e Severus Snape se uniriam, a minha expulsão!

É, agora era tarde... Seria expulsa. Justo quando descobriu que sua maior utopia podia se realizar seria privada de vivê-la! Não tinha fome, mas sentou-se e comeu sem ver o mingau de aveia do café da manhã trazido por Dobby. Os olhos desfocados, movimentos involuntários para levar as colheres de mingau à boca... Quando a tigela ficou vazia, a garota suspirou. Trocou de roupa, escovou os dentes, mas não estava pronta. Jamais estaria! Ainda assim, com a mala (que nem chegou a desfazer) nas mãos, foi andando vagarosamente, cabisbaixa, até a gárgula que conhecera com Dobby no dia anterior.

_ Cerveja Amanteigada. – disse sem emoção, e logo depois que a gárgula virara-se para dar passagem, subiu no primeiro degrau que foi se elevando até a grande porta da sala do diretor.

Antes mesmo que Christine batesse, a porta se abriu e ela pôde ver Dumbledore fitando-a de sua cadeira. Teve vontade de chorar, chorar muito! Dizer que nada do que acontecera fora sua culpa, implorar para que ele não a privasse daquilo, não tirasse dela a vida! Mas ela não faria aquilo, não havia feito nada errado, não era culpada! Não seria fraca e medíocre a ponto de implorar... Mesmo que perder a convivência com o mundo mágico fosse como perder o ar... Ela suspirou uma ultima vez e levantou a cabeça antes de entrar e sentar-se, mesmo sem ter sido convidada, na cadeira em frente à mesa do diretor, onde se sentara no dia anterior.

Quando o diretor abriu a boca para começar a falar, foi logo interrompido por uma Christine extremamente ansiosa, que queria sair logo dali antes que não suportasse mais, e se debulhasse em lágrimas na frente dele.

_ Não precisa dizer nada. Vou embora. Trouxe a mala com as roupas da Tonks, se o senhor puder entregá-la e agradecer por mim... – praticamente cuspiu as palavras sem sequer respirar entre as frases, puxando uma grande quantidade de ar ao terminar.

Dumbledore sorriu singelamente e respondeu com uma calma totalmente contrastante com o desespero da garota:

_ Que pena que vai embora! Madame Pince estava mesmo precisando de quem a ajudasse a organizar os livros para o início do período letivo...

Silêncio. Christine repassava mentalmente todas as palavras ditas pelo diretor para ver se havia entendido corretamente. Teve vontade de balançar a cabeça e pedi-lo para repetir, mas antes que pudesse pensar já estava falando novamente:

_ Então eu não tenho que ir embora? – os olhos marejados.

_ Só se quiser sobrecarregar uma gentil bibliotecária cansada. – respondeu o diretor, ainda sorrindo, agora sendo lentamente acompanhado pela garota à sua frente.

_ Claro que não! E-eu quero ajudar! Eu quero ficar!

_ Ótimo! Então pedirei para que alguém a acompanhe até a biblioteca. Até mais ver, senhorita Christine!

Ele fez um gesto com a mão direita e a porta voltou a se abrir. A garota estava tão feliz que se levantou e seguiu o pedido implícito do diretor, caminhando em direção à porta. Mas à medida que foi andando, ela pensava... Sabe aqueles momentos onde segundos parecem horas inteiras? Pois bem, nesses poucos segundos Christine voltou a se perguntar o que teria acontecido na noite anterior... Dumbledore nem sequer tocara no assunto, será que deveria perguntar? Será que ele se zangaria? À menção do pensamento de questionar o diretor seu coração voltou a disparar numa espécie de nervosismo prévio e apenas uma frase veio a sua cabeça:

“A determinação revela os maiores tesouros, o conformismo os esconde ainda mais.”

Virou-se. Dessa vez não se conformaria simplesmente! Afinal, fora quase assassinada na noite anterior, merecia respostas! Já podendo até escutar as batidas de seu coração, Christine voltou à cadeira e sentou-se novamente de frente para o diretor, determinada! Suas mãos tremiam, sua garganta estava seca, mas ainda assim ela falou:

_ Quero saber o que aconteceu ontem! – percebendo que seu tom foi um tanto inquisidor, completou – Digo... Será que o senhor poderia me dizer o que aconteceu ontem a noite?

O diretor tombou um pouco a cabeça para o lado, ainda estava sorrindo, mas agora era um sorriso diferente do que tinha a momentos atrás. Parecia aquele sorriso de “eu sabia!”. Por fim, ele colocou as mãos entrelaçadas sobre a mesa e respondeu:

_ Ontem a noite você viu algumas das lembranças mais escondidas do professor Snape.

Tá. Isso ela já imaginava. Mas...

_ Como? – já foi perguntando, mal o diretor havia terminado de falar.

_ Acredito que, num raríssimo momento de fraqueza, o professor Snape tenha permitido que a senhorita adentrasse em sua mente...

Christine franziu a testa, pensativa. Aquilo não fazia o menor sentido!

_ Mas como eu poderia... Não tenho poderes!

_ Não? – perguntou o diretor, agora sério.

_ Não! Digo... Eu sou trouxa! – Dumbledore continuava a fitá-la. Nada respondeu. A menina voltou a falar pausadamente. – Não... sou?

_ Você acha mesmo que alguém não-bruxo – ele enfatizou as últimas palavras – poderia viajar no tempo-espaço, mesmo que usasse um artefato mágico?

A menina abriu a boca para falar, mas não conseguia...

_ Você acha que alguém não-bruxo seria capaz de enxergar, que dirá entrar nos terrenos de Hogwarts?

A boca se abriu um pouco mais...

_ E por fim, você acha que alguém sem poderes mágicos poderia tirar de Severus Snape lembranças que ele conseguiu esconder do próprio Lorde das Trevas?

Christine não tinha forças para responder... Estava bamba, não fosse por estar sentada, certamente estaria no chão. Algum tempo se passou até que ela pudesse voltar a formular e pronunciar uma frase:

_ Então... Eu... Sou... Ai meu Deus!

Encostou-se por completo na cadeira e fechou os olhos. Sua pressão provavelmente não poderia cair mais. Sentia o familiar formigamento na boca do estômago... Mas não podia desmaiar, não agora! Respirou fundo e voltou a abrir os olhos, falando a primeira coisa que veio a sua mente:

_ Mas então por que não vim pra Hogwarts?

_ Bom isso eu não posso responder, já que você só viria pra cá daqui a quatro anos...

A menina ficou calada mais alguns instantes... Queria saber tanta coisa que não conseguia escolher por onde começar... Não sabia sequer se acreditava ou não nas palavras do diretor. Será que ele estava zombando dela?

_ É mentira! Não pode ser verdade! Eu nunca tive nenhuma manifestação de magia na vida! Como é que o senhor explica isso, hein?

_ Não sei. Talvez, como sua tia é bruxa, sua mãe, com medo de que você pudesse herdar os poderes dela, encontrou um meio de inibí-los quando você ainda era muito nova e eles não se manifestaram como deveriam quando os anos se passaram...

_ Existem formas de inibir poderes mágicos?

_ Claro! Como existem formas de inibir qualquer tipo de dom. Muitas famílias trouxas inibem os poderes dos filhos ainda pequenos. Assustados e temendo a discriminação, eles os inibem com proibições e ameaças; criando uma espécie de tendência ao isolamento; estimulando o ceticismo... Na verdade são muitas as formas.

_ Então o senhor acha que meus poderes estavam aqui o tempo todo? – era realmente difícil de acreditar naquilo tudo... Era bom demais pra ser verdade!

_ Se me permite fazer uma pergunta... Severus me disse tê-la encontrado chorando ontem... Eu poderia saber por quê? – Christine deu uma risada sarcástica antes de responder.

_ Se eu soubesse...

_ Então a senhorita estava a se debulhar em lágrimas sem motivo algum?

Só faltava agora que ele não acreditasse nela! Ela também não gostava de falar daquele assunto com ninguém! Nunca gostara de expor suas fraquezas... Mas como ela ainda queria muitas respostas do diretor, achou melhor não deixa-lo sem as dele.

_ Aham. – respondeu enquanto acenava a cabeça em sinal positivo. Depois prosseguiu a explicação. Não queria que o diretor sentisse pena dela! – Na verdade isso é normal. Tem dias que eu fico triste do nada, aí me dá um aperto no peito, eu choro um bocado e depois passa. – terminou com naturalidade.

_ Hum... – o diretor pareceu chegar a um entendimento que Christine não sabia de onde ele havia tirado! Mas preferiu não interromper o raciocínio do velho senhor a sua frente.

Quase um minuto se passou antes que a garota não mais pudesse se conter...

_ E então? O que é que tem a ver uma coisa com a outra?

_ Não sei.

Sabe naqueles animes japoneses quando as personagens se frustram bruscamente e aparece aquela gotinha branca na testa e eles caem de cara no chão? Bom, era exatamente isso! Mas o diretor pareceu perceber a frustração quase demolidora da garota, e prosseguiu...

_ Tenho um palpite...

_ Mas seus palpites costumam estar sempre certos! – respondeu a garota, radiante!

Dumbledore também sorriu antes de voltar a falar.

_ Então irei compartilhá-lo. – continuou o diretor, em seu tom sutil – Você provavelmente não sabe Christine, mas existe uma magia à qual até mesmo os ditos trouxas têm acesso...

_ Mentira! – interrompeu quase gritando. Vendo o sorriso do diretor, terminou. – Desculpe. Prossiga.

_ Esse poder se manifesta quando qualquer ser humano, trouxa ou bruxo, chega a um nível emocional muito alto, a força do sentimento é tamanha que se converte na forma mais antiga de magia: as lágrimas.

_ Que doido! – Christine estava se sentindo o próprio Harry ali ao lado de Dumbledore, desvendando mistérios!

_ Pois é. Não é à toa que as lágrimas sinceras são as únicas capazes de curar as feridas da alma e de aquecer até o mais frio dos corações... – O diretor fez uma pequena pausa. Pôs a mão direita sob o queixo e prosseguiu com um tom de voz estranhamente triste. – Mas voltando à minha hipótese... Considerando que seus poderes tenham realmente sido inibidos quando você ainda era muito criança, isso poderia significar um risco enorme para você e sua família, pois esses poderes sufocados uma hora ou outra viriam a tona de forma devastadora! Se essa inibição tivesse sido causada de maneira traumática, essa avalanche provocada pela tentativa do seu subconsciente em reprimir essa força se manifestaria de forma perigosamente violenta. – ele parou de súbito. Fechou os olhos e respirou fundo. Parecia mesmo estar muito triste... Christine teve uma vontade enorme de se levantar e abraça-lo, mas ouviu algo e virou-se rapidamente para trás. Fawkes, a fênix de Dumbledore, começara a cantar uma canção maravilhosamente consoladora e a garota sentiu seu coração que ainda batia depressa se acalmar.

Quando a musica parou, Christine sentia-se muito melhor, e Dumbledore parecia melhor também, pois voltou a falar calmamente como de costume.

_ Acredito que no seu caso não houve trauma, então seu organismo encontrou uma forma mais sutil de externar a magia reprimida...

_ As lágrimas! – Nuss! Ela teve vontade de gritar e bater palmas, mas uma manifestação insana poderia prejudicar seriamente seu novo emprego, então ela se controlou. Dumbledore sorriu como se soubesse...

_ Isso mesmo. – continuou ele. – Por isso acho que você tinha essas crises de choro sem motivo específico porque você transbordava magia.

A morena enxugou os olhos e sorriu. Aquilo era muito mais do que jamais poderia sonhar! Mas ainda tinha dúvidas...

_ Há quanto tempo o senhor sabe disso?

_ A hipótese das lágrimas só pude construir agora. Mas desde que você apareceu na sede da Ordem sabíamos que você era bruxa.

_ Sabíamos? Então todo mundo sabia menos eu? – raiva. O aceno positivo do diretor só fez piorar as coisas... – Por que não me contaram? – continuou quase gritando.

_ Porque você não perguntou. – respondeu simplesmente o diretor, e fez Christine sentir ainda mais raiva!

_ Então era por isso que o Sirius pensava que eu estava mentindo! Claro, aparece uma bruxa do nada falando que não conhece magia... Até eu desconfiaria!

_ Acalme-se, Christine! Eu não podia te falar assim tão cedo, não sabia como você reagiria! Além do mais, seria imprudência minha se não avisasse aos outros, já que a dúvida de Sirius realmente se justifica...

_ Ah, então você também acha que eu sou espiã? Ótimo! Eu devo ser mesmo, não é! Até entrei na mente do Snape! – Ela já estava de pé. O tremor havia voltado.

Christine estava furiosa! Agora sabia porque a Sra. Weasley a tratava com tanto tato, por que Fineus havia recebido ajuda de Dumbledore para circular pelos quadros da Mansão Black...estavam todos sondando-a! Ela voltou a se sentar, colocando a cabeça nas mãos, era informação demais!

_ O senhor mesmo disse que nem Voldemort conseguiu penetrar realmente na mente do Snape. Então como é que eu fiz isso? – Estava tão confusa que até mesmo ela já começava a desconfiar de si mesma...

_ Bom, não sei ao certo, o que eu posso fazer é uma...

_ SUPOSIÇÃO – Gritou a garota. Tremia da cabeça aos pés, não precisava de formalidades, precisava de respostas! – Ta! Já sei! Então fala!

Um remorso imediato invadiu a garota por ter gritado com aquele homem que fora sempre tão carinhoso com ela... Era o mesmo sentimento de quando discutia com sua mãe e acabava por gritar também. E dessa vez, assim como acontecia em sua casa, ela não se retrataria... Era orgulhosa demais pra isso... Estava com raiva demais e perdida demais pra isso.

_ O professor Snape é um dos melhores oclumentes que o mundo bruxo já possuiu, talvez até por sua história de vida... Que a senhorita agora já conhece também. – ele acrescentou. – Ao mesmo tempo o chamado Lorde das Trevas é um legilimens extraordinariamente poderoso.

“Porém, para nossa sorte, Tom jamais conheceu algo que Severus possui além de sua mente... Seus sentimentos. Porque para ele isto é irrelevante demais para ser levado em consideração. Mas você levou. E desde que você chegou ao largo Grimmauld e descobriu ser real a magia, o fator ceticismo de sua repressão psíquica desapareceu, tornando-a mais vulnerável a seus poderes. Na noite passada você teve uma de suas comuns crises de choro, uma das crises onde você externa uma quantidade excepcional de magia, reprimida por semanas! O professor Snape teve apenas o azar de encontrá-la neste momento, onde você seria talvez até mais poderosa que o próprio Voldemort! O seu desejo de descobrir o que havia de mais profundo na mente de Snape, sua vontade de entendê-lo, de saber o que ele sentia...”

_ Na verdade eu sempre pensei que ele não tivesse sentimentos... – cortou a garota, com seu habitual sarcasmo.

_ Não pensou não. E sabe disso. – Respondeu o diretor, sério. – E graças a esta vontade tão intensa quanto seus poderes naquele momento, bem como sua coragem em enfrentá-lo e manter o contato visual, acabaram por fazê-la ver justamente aquilo que desejava. Talvez, se naquele momento tivesse desejado voltar pra casa tanto quanto desejou saber o que Snape escondia, nem iria precisar de seu medalhão... – Ele terminou por fim, ainda com os dedos cruzados sobre a mesa.

Christine não tinha palavras. Nunca em sua vida pensou que fosse conseguir explicações satisfatórias para suas crises de choro, nem para ter entrado na mente de Severus Snape, e muito menos que ambas as razões estariam interligadas! Achou estranho logo depois, mas a primeira coisa em que pensou foi no quanto gostaria de contar tudo aquilo para Vick, sentia muita falta da amiga!

Christine sempre fora uma garota de muitos colegas, mas poucos amigos, apesar disso, era realmente muito ligada a eles; simplesmente não podia imaginar sua vida sem seus amigos... Será que eles estariam sentindo sua falta também? Será que eles acreditariam se ela contasse o quanto sua vida mudara naqueles poucos dias?

A garota riu ao perceber o quão longe do assunto seus pensamentos a haviam levado... Isso sempre acontecia com ela, começava a pensar numa coisa, daí a alguns minutos nem se lembrava mais de qual havia sido o assunto inicial! Mas o assunto inicial daquele momento ela jamais esqueceria, mesmo que tentasse...

***



N/B: E agora nem tem será..... Christine é bruxa!!!!!!!!
Mas como eu devo fazer pelo menos um será....

Será que agora Chris vai ter que viver com os olhos inchados para utilizar sua magia, ou ela descobrirá novas formas de usar seus poderes???

E um será mais macabro.... Será que nossa heroína esta sob o feitiço imperius e realmente é uma espiã?????



N/A: Oi!!! Sei que esse capítulo ficou um pouco sem ação (depende do ponto de vista!rs), mas é que se não explicasse direitinho o que acontecera ia ficar estranho... Em todo caso, se ainda tiver restado alguma dúvida é só perguntar que tentarei responder.
Mas e aíiii? A Chris é mesmo bruxa! E agora o que acham que vai acontecer? O que vocês fariam (depois de pular e gritar muito, claro)?
Agora respondendo aos coments que eu tanto amooo:



• Mira O'Connel •: Tá aí, mais um cap! Dsculpe a demora... Espero que tenha gostado! xD

Lay L.: Obrigada! Também fico sem palavras para agradecer aos elogios... *autora corada*. Tá vendo o que dá fugir, a Chris achou um problema ainda maior! Apesar de que o problema acabou tendo resultados positivos! ;D . Espero q tnha gostado desse cap. tb! Bjuu

Nina.Potter: Ai caramba, tô achando q vc bancou a Chris e usou legilimencia em mim! O.o Que bom q está gostando... E não se preocupe, os “serás” da Carol pegam msm... =D Bjuux

Isabela Bichara: Obrigada! =) Bom vamos ver onde esse romance de cabeças-duras vai dar... E a lembrança do Snape vista pela Chris eu ainda ñ vou revelar claramente pq seria spoiler do 7º livro e nem td mundo leu... Mas mais pra frente eu conto! ;D Bjuu

Damiana Jonas Leite: Damiiiiii! Vc sab que eu t adoro, né? Por isso é minha leitora VIP q lê os caps. antes d td mundo! Obrigada msm por tudo, vc ñ sabe o qto o seu apoio me anima e é importante pra mim! \o/ E pode dxar que mando o Black entregar o próximo logo! E ñ pense que ele vai ficar de fora da fic... ;D Bjuu amiga!

Kammy Engels Black: Bom, tá aí o cap... espero q tenha gostado e esclarecido suas dúvidas! Tô esperando vc atualizar a sua tb, viu? E a outra...bom, fazer o q se tds nós autores temos uma quedinha por um drama?! ;) Bjuu

Anna Otaku: É...melhor avisar vocês sobre o perigoso contágio dos “serás” da Carol! xD Bom, não posso dar certeza qto aos sentimentos do Sis, mas tb acho q aquela prensada no corrimão teve um “q” d paixão...vai saber! Dizem msm q amor e ódio são mto próximos, mas dizem tb q o Sirius é louco então não posso garantir nada... ;D Ahhhhhhhhhhhhhh!!! Qdo vc for rica, me dxa trabalhar de figurante no seu castelo, pleeeeeeaseeeeeee? *autora c/ olhos marejados* Bjuu

Tay McKinnon: Obrigada! *autora escondendo o rosto nas mãos* Volte sempre! =D Bjuux

clau: Ele também é meu personagem favoritooo s2 Obrigada! :**

Lu Evans Black: Pois é, agora pode ficar c/ mais inveja ainda... ela é msm bruxa! Mas vc ñ faz idéia da inveja q EU tenho... :( Acho q é por isso que faço o Sis judiar dela...hahahaha(risada macabra). Espero q esteja gostando... xD Bjuu

Fabiana Signorini Soares: Pode ficar despreocupada, eu demoro, mas eu posto! Acho q não conseguiria desistir da fic mesmo se quisesse... é meio q psicografada, sabe? ;D Bju!

Poliana_Ly: Atualizeiiiiiiiiiiiiii! xD

vanessa dias magni: Dsculpa! *autora c/ medo, escondida atrás da pilastra* Eis aí o cap. 7! :*

Luna Bilibio: Oi! Obrigada! Tá aí o cap...espero q tnha gostado! ;D Bjuu

• Mira O'Connel •: Seu desejo é uma ordem! xD



Bju galera! Até o cap. 8! =D

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