Capítulo 1



N.A: A Gina Malfoy (agora Natalia Black Snape), abriu o tópico na seção do Continue a História do fórum do Beco Diagonal e a partir daí, com vários posts dos usuários conseguimos completar essa fic.
Queremos agradecer a Mary Halliwell, Parvati, Clarice, Ária, Claire Riddle, que postaram comentários e elogios.

As autoras: Girl Angel, Nicole Marah Malfoy, Lucy Holmes, Lisa e Paula Granger.

Nota da Lucy: Eu publiquei essa fic no site no meu próprio registro, porém, me surgiu (finalmente) a idéia de criar um login para as fics feitas na seção de continues do fórum Beco Diagonal, por isso estou postando novamente. Quero me desculpar para quem já leu a fic antes e agradecer quem postou comentários.

Beijos!




Capítulo 1:



Seu corpo parecia dominado por aquela onda de calor, medo e excitação como há tempos não era. Seus poros suavam frio e seus músculos jovens tremiam a cada passo do caminhar acelerado. Ele havia voltado. Tinha certeza absoluta daquela afirmação que repetia para si mesma sem parar em um tom baixo e quase louco. Ele havia voltado, e estava ali para se encontrar com ela. Somente com aquela menina pura e ingênua que havia enganado tão bem há cinco anos atrás. E, por mais que aquilo lhe assustasse, a atraia ao mesmo tempo.

Nunca blasfemara tanto quanto naqueles últimos 27 minutos. Nunca, em toda sua longa e errônea vida, se sentira tão fraco e impotente. Detestava aquela sensação. Não era para ele, o herdeiro de Slytherin. E como podia ele, o herdeiro de Slytherin, estar ali parado, esperando a mais pura e fatal mulher do mundo, como um maldito garoto de colegial? Ah, só ela, só sua pequena poderia fazê-lo sentir-se assim... Olhava de dois em dois minutos para o relógio de pulso, invariavelmente perguntando-se: "Ela virá?...”.

Seu gênio, embora ansioso, começava a ficar impaciente. Os pés formigavam e seus olhos procuravam avidamente por aquele conjunto de cachos ruivos que tanto lhe faziam diferença.

– Tom? – a voz doce e pura que conhecia de cor e tinha gravada na memória vazia ecoou por toda a câmara.

Seu corpo reviveu, então, em um salto de susto e vontade, correndo em direção a única sombra que se revelou a alguns metros.

– Menina Weasley! – exclamou assim que pôde visualizá-la por inteiro. O uniforme sujo e esfarrapado lhe dava um ar de camponesa medieval que o incendiava por dentro. E seus lábios, que sempre pareciam sorrir, estavam convidativos demais.

– Estou tão feliz em vê-lo – confessou Gina Weasley correndo ao encontro de seu secreto e mais bem guardado amigo.

Como chegou ali, nem mesmo ele entendeu. De alguma forma, sobrevivera dentro e fora do seu próprio diário. Talvez a energia da menina Weasley, como ele gostava de chamá-la, fosse muito maior do que todos imaginavam, a ponto de ter tornado possível ele se libertar.

Mas, então, por que ele não conseguiu ficar naquele mundo depois que Potter destruiu o diário? Apenas o que lembrava era de ouvir o choro de Virgínia, sozinha num canto qualquer do castelo. Ele sentiu necessidade de estar ao lado dela, para ampará-la, consolá-la, seja qual fosse sua tristeza.

Sentiu que Virgínia também o chamava, pois no fundo ele havia sido um grande confidente da menina. Talvez a simples vontade de ambos se encontrarem tivesse feito com que Tom se libertasse de uma época de "hibernação", confinado na câmara de seu ancestral.

Quando se sentiu vivo, acordado, mal acreditou. Sua primeira reação foi chamar a menina Weasley e, agora, ela estava ali, com ele...

Nunca haviam se tocado antes, e ele mal pôde acreditar que ela pudesse abraçá-lo daquela forma tão terna.

Tom nunca havia se sentido assim, com o amor pulsando em seu peito. Mas o que Gina não conseguia controlar, e nem o próprio Tom, era um sentimento de maldade que existia nele. E ele não queria que essa maldade afetasse novamente sua pequena Weasley, e temia o que poderia acontecer se essa chama de perversidade despertasse dentro dele novamente...

– Pensava que nunca mais fosse lhe encontrar novamente – suspirou a garota ao ouvido do rapaz.

Não havia como negar. Virgínia Weasley sorria por dentro e por fora, e era simplesmente como se todos aqueles anos em que se sentira tão plenamente solitária ao ficar um instante sozinha houvessem simplesmente desaparecido de seu arquivo de memórias. Sua vontade agora era aproveitar somente o presente.




Enquanto isso, muito longe dos arredores de Hogwarts, Lord Voldemort sentiu um aperto no peito. Em sua mente ele pôde se ver, novamente com 16 anos de idade; estava em Hogwarts, nos subterrâneos de sua câmara, e estava com alguém. Uma jovem de cabelos flamejantes.

Voldemort estranhou que pudesse se lembrar de tal menina, nunca a vira na vida. Mas então, por que esse aperto no peito? Ele não se sentia mal, apenas incomodado. Não se lembrou de quando sentiu saudades de algo antes e não soube dizer por que estava melancólico com essa "lembrança".

Tentou desviar seu pensamento, e começou a planejar mais algum ataque que pudesse matar trouxas...




Em Hogwarts, Tom ainda estava abraçado a Gina e teve medo ao pensar que talvez não pudesse mais tocá-la se a soltasse. Mas a iniciativa partiu de Gina e ele se sentiu perdido, não conseguindo ter nenhuma reação.

– Que bom que está aqui... – disse ela e ele pensou como era inacreditável que o olhar de Virgínia fosse tão confiante e alegre – Por que não saímos desse lugar escuro?

Tom estremeceu. Antes ele podia se esconder no diário, mas agora estava materializado e não tinha como se esconder.

– Algum problema, Tom? – Gina perguntou.

– Errr... Na verdade, sim. Eu não tenho lugar pra ficar. – ele confessou meio irritado.
– Ahh. – Gina desanimou – Mas. Você não poderia ficar em Hogsmeade?

– Bem. sim.. mas aonde?

– É... – ela parecia pensar, mas ele mesmo respondeu.

– Por enquanto, tenho que ficar aqui... É possível que em Hogsmeade alguém me reconheça... – completou Tom, olhando nos olhos de Gina – O Potter, ou até mesmo Dumbledore vão saber quem sou.

– É mesmo... – Gina pousou a mão no rosto de Tom e ele sentiu o toque quente dela, diferente de suas mãos, geladas, por estarem em um lugar tão frio e úmido – Mas, então, eu não me importo. Darei um jeito de vir aqui todos os dias, até que achemos uma solução pra você não ficar trancado nesse lugar para sempre.

Ele aproximou seu rosto do dela e foi beijando de leve seu rosto, começando pela testa, partindo para a bochecha e finalmente para a boca.

Era a primeira vez que se beijavam e para os dois era impossível descrever o que se passava por suas mentes, ou as sensações que estavam sentindo naquele momento.






Longe dali, Voldemort sentiu o coração bater acelerado. Uma nova imagem veio para sua mente e só então ele entendeu:

– MALDIÇÃO!!!

Em Hogwarts, Tom sentiu um arrepio e soltou Gina bruscamente.

– Ele me descobriu...

Gina não entendeu o que Tom quis dizer e ele tampouco explicou. Uma das características dele era não dar satisfação a ninguém e com Gina ele não fugiria a regra, ainda mais porque o que ele tinha a dizer com certeza a faria sofrer.

O problema de Tom é que, sendo ele uma "memória", tudo o que se passava com ele, com certeza seria sentido pelo seu outro "eu", aquele que estava de volta ao poder e que era puro mal em pessoa.

Sendo ele uma parte de Voldemort, ele teria que voltar. Provavelmente viriam buscá-lo, onde quer que esteja e o melhor seria se ele não estivesse com sua menina Weasley por perto.

– Virgínia, – começou ele – talvez se eu conseguir uma varinha, eu possa me esconder de Dumbledore em Hogsmeade. – "Mas não do meu eu, ele é muito forte, pode me encontrar a qualquer momento" – pensou ele.

Gina não pensou duas vezes. Combinou que arrumaria uma varinha para Tom e assim saiu da Câmara, de volta para a Torre da Grifinória.

Entrando lá, Colin foi ao seu encontro:

– Gina, o que aconteceu com sua roupa?

Só então Gina se lembrou de que estava toda coberta de fuligem.

– Eu... eu caí e me sujei, foi só isso – ela logo se livrou de Colin e foi para seu dormitório trocar de roupa. "E ele me viu assim, horrorosa... Mas como eu poderia aparecer limpa naquele bueiro?", pensou ela no banho.

Voltando ao dormitório, raciocinou como conseguiria uma varinha. Ela era pobre, não podia simplesmente encomendar uma. Então ela viu Neville.

– Ah, Neville... sinto muito.

E se juntou a ele e a mais cinco grifinórios que estavam ali...


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